São freqüentes casos de avistamentos de UFOs no litoral brasileiro. As testemunhas, quase sempre pescadores, relatam incríveis aparições, despertando o interesse até mesmo da Marinha. Exemplo disso é um episódio ocorrido na década de 70, quando um UFO caiu na praia de Navegantes (SC), atraindo a atenção de vários pesquisadores. Com base em informações obtidas do boletim da extinta Sociedade Brasileira de Estudos Sobre Discos Voadores (SBEDV), o Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX) iniciou as investigações na área. Os estudiosos foram atraídos principalmente pela possibilidade de ainda estarem sendo desenvolvidas pesquisas secretas no local. Vários depoimentos colhidos de moradores de Navegantes levaram à descoberta de que, apesar de indicado como tendo ocorrido em 13 de setembro de 1975, o evento se deu mesmo em 02 de julho de 1974. O caso tinha sido pesquisado pelos escoteiros Belisário Rogério de Souza e Marcelino Edmundo Claudino, do jornal Folha de Lages. Ambos eram apreciadores do Fenômeno UFO e chegaram a fotografar discos voadores em Santa Catarina.
Na data do acidente, entre 14h00 e 15h30, pescadores da região viram um estranho objeto discóide deslocando-se no ar, em velocidade aproximada de 50 km. Era branco e ofuscante, não tinha asas ou luzes e nem emitia qualquer ruído. Segundo Humberto Generoso, que passeava com a família pela praia, o artefato parecia ter cerca de 8 m de diâmetro e três de altura. Em determinado momento, interrompeu seu vôo, baixou em direção à superfície da água, até tocá-la, e ficou boiando à cerca de 100 m da costa. As testemunhas estavam preocupadas com o suposto acidente e, imaginando que alguém a bordo do aparelho pudesse estar em perigo, dirigiram-se para o local da queda rapidamente, na esperança de resgatar possíveis vítimas. O pescador Ubelino Severino, no entanto, afirmou ter encontrado apenas uma leve espuma na superfície da água. Disse também que, à medida que remava seu barco na direção do incidente, notou que o estranho aparelho afundava. Em questão de minutos ele já estava completamente submerso. José Custódio, ex-marinheiro, disse que não teve coragem de mergulhar para procurar sobreviventes.
Sem prestar socorro às vítimas
O que mais intrigou os pescadores foi o fato de que, se fosse realmente um acidente com um avião ou algo assim, o aeroporto da vizinha cidade de Itajaí, que fica a apenas alguns quilômetros do local, teria enviado socorro imediato, o que não aconteceu. Eles também notaram que nada foi publicado nos jornais nos dias seguintes. Contudo, pouco tempo depois, a notícia da queda de um UFO em Navegantes apareceu com destaque em vários diários de toda a região sul do estado. A praia foi invadida por fotógrafos, jornalistas e curiosos, o que obrigou o delegado local a investigar o ocorrido. Ele concluiu que o relato das testemunhas era autêntico, pois todos os detalhes coincidiam. Na época, os moradores da praia acreditavam que o objeto caído no mar fosse algum artefato secreto de origem norte-americana ou russa.
Algumas testemunhas mais contundentes afirmaram que, dias após a queda, barcos norte-americanos, estampando o logotipo da NASA, teriam navegado em águas próximas. A Capitania dos Portos de Itajaí, que garante a segurança do tráfego marítimo na região, investigou in locu o incidente, mas não fez nenhum pronunciamento oficial. Ela foi guiada ao ponto exato da ocorrência, indicado pelo pescador Ubelino Severino, onde um mergulhador militar submergiu para procurar os destroços do objeto. Ao retornar à tona, ele afirmou que nada havia sido encontrado, mas, ao subir ao convés, teve uma conversa particular com alguns oficiais, voltando a mergulhar, desta vez com uma corda, que estava presa a uma bóia sinalizadora. O comandante da operação pediu a Severino que o comunicasse imediatamente se alguém tentasse pegar a bóia ou mergulhar no local.
Obscuro desinteresse oficial
Retornando a sua residência, o pescador ficou observando o movimento no mar até o início da noite, quando cansou e resolveu dormir. Na manhã seguinte, ele percebeu que a bóia havia sumido. Telefonou então para a capitania para alertar o comandante, mas os funcionários que o atenderam não deram importância ao fato. Severino chamou a atenção para a possível existência de algo estranho embaixo d’água, pois achou curioso terem colocado uma bóia sinalizadora e não reclamarem de seu desaparecimento. O pescador também ficou intrigado com a conversa entre o mergulhador e os oficiais, assim como o fato de terem amarrado algo no fundo do mar, onde, de acordo com os moradores que sempre realizam pesca de arrasto na região, há somente areia. Por outro lado, o mergulhador poderia tê-la atado na quina que aparentemente existia no estranho objeto. Nas semanas seguintes ao incidente não foi possível pescar naquelas águas – os peixes desapareceram misteriosamente.