A Tradição Árabe das Aparições de Fátima e o regresso do Imam

Paulo Jorge Cosmelli
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Hamsá A hamsá é um talismã com a aparência da palma da mão com cinco dedos estendidos, usado por praticantes do Judaísmo e do Islão como um amuleto contra mau-olhado. Wikipédia
Créditos: Desconhecido

 

Estamos bem perto do 13 de Maio de 2013.
Nesta data mas em 1917, três crianças contatadas por um Ser de Luz tinham anunciado uma manifestação para esse dia. Milhares de pessoas deslocaram-se à Cova da Iria, e puderam  assistir à \”Dança do Sol\”.

As três crianças, mais conhecidas pelos três Pastorinhos, na realidade não eram três mas sim quatro: Lúcia dos Santos, Francisco Marto e Jacinta Marto e… houve mais uma vidente, também criança, chamada Carolina Carreira. Esta quarta e ignorada vidente, é uma das mais curiosas e não faladas, das descobertas feitas no decorrer da consulta aos arquivos originais depositados no Santuário de Fátima. 
Carolina Carreira descreveu pessoalmente ter recebido uma espécie de \”Ordens\” no interior da cabeça. Ela também relata ter visto um \”Anjo\” de cabelo louro, com uma estatura pequena perto da azinheira que acolhia a descida da \”Senhora luminosa\”. Por medo, Carolina nunca quis manifestar publicamente o que viu e ouviu.

Para se compreender melhor este fenómenos Marianos e outros, há que estudar os locais de manifestações e de avistamentos. 

Sobre Fátima há mais um estudo. Desta vez escrito por Luis De Belo Morais, que nos pode fazer compreender melhor que ao investigarmos os locais com maior número de avistamentos e de manifestações, ( Hot Spots ) quase sempre encontramos uma história muito rica e com certas influências para a Humanidade. 

Então aqui temos mais esta pérola de investigação por Luis De Belo Morais:   

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A Tradição Arabe das Aparições de Fátima e o regresso do Ima….
imagem: Hamsa (\”cinco\” ou \”mão de Fátima\”, filha de Mohamed).

Os Macemudas diziam-se descendentes de Fátima, filha de Mohamed, e a sua doutrina era um chiismo primitivo, considerado herético pelo Islão ortodoxo, ou sunita, e que tinha muitos pontos comuns com o gnosticismo, o zoroastrismo e o misticismo cristão. Para os chiitas, a legitimidade da sucessão do Profeta pertence aos descendentes de Fátima, Esta descendência, que podia ser genealógica ou espiritual, implicava a transmissão de um Segredo sobre a chave para a interpretação do sentido secreto e alegórico do Corão. 
O último Imam, Muhamad al-Muntazar (Mohamed, o Esperado), nasceu, miraculosamente, no ano 255 da Hégira (868 A.D.) e miraculosamente desapareceu cinco anos depois; ocultou-se fisicamente, mas vive, ainda hoje, no seu corpo físico, num mundo supra-sensível, aguardando a chegada da hora da Desocultação Messiânica em que, como Messias, combaterá a injustiça e a decadência moral, após o que virá o Senhor Jesus, filho de Maria, para o Julgamento Final.

Os Macemuda e Zenaga ocuparam a Serra de Aires, onde, naturalmente, deixaram numerosos vestígios toponímicos, quer da sua presença de cinco séculos, quer do seu próprio sistema religioso. Citem-se, a título de exemplo, Moçomodia, uma aldeia de Fátima, que deriva de Macemuda; Zanaga, um bairro de Caixarias, que vem de Zenaga; Fátima, a freguesia, que retirou o seu nome de Fátima, a filha do vali de Alcácer do Sal e protagonista de uma bela lenda dos tempos da fundação de Portugal; Fazarga, um cabeço situado a cerca de dois quilómetros da Cova da Iria, que vem de az-Zagra, a Resplandecente, um dos títulos de Fátima, esta a filha do profeta; Chita, uma ribeira, derivada de chiita; Aljustrel, que virá do hebraico, ou do púnico, ahl ses tr\’eli, gente que invoca o regresso de Ali, ou Elias; Madalena, uma corrupção do árabe mahdi i\’lana, messias anunciado; Iria, que deriva de riya (lê-se eriía), um grau do sufismo, que significa aparecer, mostrar-se, porque o iniciado sufi começa a ver coisas, etc.

, É muito provável que na região que hoje é a Cova da Iria, sufis das tribus Macemuda ou Zenaga hajam tido várias visões que terão tomado pelo Imam Oculto ou por Fátima, a filha do Profeta. 
Séculos mais tarde, as visões ter-se-ão repetido na presença de três crianças que tinham acabado de rezar as contas, uma prática semelhante à que os sufis usam para alcançarem o êxtase, cujos relatos contêm a mesma gnose dos fatimidas macemudas: \”aparição do Oculto, vulto de luz masculino-feminino de 15 anos, cinco figuras ao lado do sol, sinais no sol\”, . Daí que, hoje em dia, os Marroquinos estejam persuadidos de que os Portugueses veneram, na Cova da Iria, Saidatuna Fatemah (Senhora Nossa Fátima), ou Leila Fatemah (Dama Fátima)».

 


Luis de Belo Morais

 

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