O primeiro caso moderno de abdução que conhecemos ocorreu no Brasil, em 1957. O jovem sequestrado, Antônio Villas-Boas, declarou, entre outras coisas, que fora instigado a manter relações sexuais com uma estranha alienígena de aparência não humana. Alguns anos depois, em 1961, ocorreu o Caso Betty e Barney Hill, o primeiro conhecido nos Estados Unidos e talvez o mais famoso mundialmente. Nele, o casal relatou que procedimentos de cunho reprodutivo foram conduzidos em ambos — esperma foi retirado de Barney e Betty teve uma agulha introduzida em seu umbigo. Na ocasião, ela imaginou que aquilo fosse algum teste de gravidez.
O fato é que, desde que começamos a tomar conhecimento das abduções, as pessoas têm relatado sempre as mesmas coisas e de forma consistente. Mesmo assim, décadas se passaram até que os pesquisadores entendessem que o fenômeno segue uma conduta específica. E é justamente o fato de haver essa coerência entre os milhares de raptos e testemunhos que torna o fenômeno da abdução único, simplesmente porque não há grandes discrepâncias no método adotado e nem no relato das vítimas. Sem essa combinação, praticamente não haveria motivos para que se estudassem as abduções, porque todos os testemunhos seriam idiossincráticos, variando de acordo com a vida e educação de cada pessoa. Mas não é isso o que acontece.
Entendendo o fenômeno
A abdução é um fenômeno que ocorre em todas as linhas raciais, educacionais, financeiras, políticas, de nacionalidade, de gênero e de religião. Se relatar esses eventos faz o abduzido parecer mentalmente instável, então se poderia alegar que as pessoas foram, de alguma forma, influenciadas psicologicamente. Mas há outras evidências que também caracterizam o fenômeno. Quando elas são levadas, desaparecem de seu ambiente e familiares e amigos começam a procurar por elas — crianças procuram pelos pais e pais pelos filhos. Há pessoas que veem outras sendo levadas e quando há abduções em grupo as pessoas confirmam os relatos umas das outras.
Quando retornam, as testemunhas normalmente apresentam marcas, cortes, queimaduras e pontos vermelhos incomuns. Às vezes voltam com cortes já cicatrizados que não existiam antes e, em algumas ocasiões, sem as joias e relógios que usavam quando desapareceram. Se são devolvidos em seus quartos, muitas vezes seus pijamas estão vestidos ou abotoados de maneira incorreta e muitos abduzidos são colocados de cabeça para baixo ou nos pés da cama. Também há casos em que as testemunhas voltam usando roupas que não são suas.
Quando os abduzidos se propõem a examinar suas experiências, passam a compreender como todo o assunto parece uma loucura. Algumas testemunhas são excelentes psiquiatras, psicólogos, advogados, cientistas, professores universitários e médicos — todas sabem que aquilo que está lhes acontecendo não é um fenômeno psicológico. Mas elas também sabem que se alguém descobrir sobre suas experiências isso poderá arruinar suas carreiras. Ainda assim, mostram uma forte urgência de entender o que vem acontecendo consigo.
Fenômeno genético
As abduções atravessam gerações. Se uma pessoa abduzida se casa com alguém que nunca foi levado, todos os seus filhos serão abduzidos. Quando crescerem e se casarem com pessoas que nunca passaram pelo processo, todos os seus filhos também serão levados. Portanto, o número de abduzidos cresce com a população. As também abduções ocorrem ao longo de toda a vida das pessoas, embora pareçam parar quando alcançam uma idade mais avançada. Este é um fenômeno clandestino e as pessoas se esquecem do que aconteceu a elas segundos após seu retorno. Nunca houve nada parecido na história da humanidade.
Normalmente, quando as pessoas não sabem o que está acontecendo com elas, procuram um religioso para tentar lhe explicar suas experiências. Frequentemente o “diagnóstico” é possessão demoníaca e a prescrição é rezar para neutralizá-la — elas até fazem isso, mas o fenômeno continua ocorrendo. Quando contam ao seu padre ou pastor que as experiências seguem se dando, ouvem que não rezaram o suficiente. As pessoas então redobram seus esforços, mas de nada adianta.
Muitos abduzidos também procuram profissionais especializados em saúde mental. Normalmente aqui o diagnóstico são abusos sexuais sofridos na infância, que emergem à consciência travestidos de abduções alienígenas. As pessoas, então, trabalham com os terapeutas em busca das origens do abuso, mas não conseguem alcançar essas memórias. Entretanto, alguns deles realmente sofreram abusos sexuais e se lembram perfeitamente deles, sabendo que as abduções que estão sofrendo são algo completamente diferente das agressões que experimentaram antes — encontros dos abduzidos com terapeutas quase sempre acabam em fracasso.
Buscando respostas
Escrevi três livros esclarecendo o fenômeno das abduções. O objetivo deles é mostrar quem são os alienígenas, o que fazem com os humanos e porque fazem o que fazem. O livro mais recente, Infiltrados: O Plano Alienígena de Controle da Humanidade [Biblioteca UFO, 2017], mostra o quanto consegui alcançar nesse assunto até agora utilizando todo o conhecimento que pude reunir em cerca de 50 anos de pesquisa, examinando mais de 1.400 episódios de abdução ocorridos com cerca de 150 abduzidos.
Infiltrados analisa os diferentes tipos de aliens, redefine o fenômeno das abduções e se concentra em como os híbridos — que eu particularmente chamo de húbridos — estão se inserindo em nossa sociedade com a ajuda de abduzidos previamente selecionados. A obra mostra que os abduzidos os ajudam até a escolher móveis para suas casas e que esses híbridos se alimentam como nós, dirigem automóveis, vão às compras e compreendem a maioria dos aspectos mundanos de nossas vidas, enquanto se misturam silenciosamente em nossa sociedade.
Embora isso seja assustador, é uma explicação esperada para o mistério das abduções. Infelizmente, não sei porque eles estão se mudando para a Terra e nem quanto levará para que todos os híbridos estejam vivendo entre nós. Apenas os responsáveis por esse projeto — alienígenas com aspecto de inseto — têm essas respostas e eles não as partilham com os abduzidos, nem muito menos conosco. Grande parte desses relatos é inédita e eles dão ao leitor um sentido lógico para as coisas que ainda estão por vir.