A Segunda Guerra Mundial não foi simplesmente um conflito político e étnico. Teve também os seus aspectos metafísicos. Não se trata simplesmente de um confronto entre duas civilizações, uma cristianizada e outra paganizada, é muito mais do que uma simples rixa entre países e interesses econômicos. Ao se estudar os aspectos políticos, históricos e até ufológicos da Grande Guerra o que se busca não é fazer uma apologia do regime de Hitler, mas sim descobrir algumas verdades e desmistificar certos conceitos. Sendo um assunto delicado, ainda hoje envolvendo alta dose de ideologia, cabe aos teóricos da atualidade pesquisar os fatos de maneira independente e racional.
Nos últimos anos, muitos relatos revelaram a existência de extraterrestres capturados em território americano – e isto vem acontecendo deste 1947 – havendo um estreito contato governamental com esses seres. Porém, pouco se sabe da forte influência que possíveis encontros de estranhas civilizações tenham recebido do governo alemão no período que durou de 1933 a 1945. Quando se trata deste assunto é necessário ouvir todas as partes, desde o prisioneiro dos campos de concentração que, por sua perícia técnica e acesso aos bastidores da política, presenciou fatos de interesse, até pessoas eruditas como Walter Stein (decifrador da Lenda do Graal).
Com a queda do Muro de Berlim, surgiu entre os estudiosos e curiosos uma vontade de abrir arquivos, arrombar cofres e derrubar mitos. Surgiram nesta época obras como O Quebra-Gelo, de Viktor Suworow, membro do serviço secreto militar do Exército Vermelho. Este livro denuncia manobras escusas do governo russo durante o pacto de não agressão de 1939 e outros acontecimentos políticos, fazendo com que pessoas inteligentes duvidassem de tantas certezas históricas, assim como da extensa propaganda dos países aliados, que reduziu a Segunda Guerra Mundial a um mero evento de origem psicanalítica.
Adolf Hitler, após a morte de seu pai, quis estudar arte em Viena, a capital cultural da Áustria. Com uma pequena renda que havia adquirido na herança, ele passeava pelos museus e palácios, dormindo em pensões com os sapatos amarrados aos pés da cama. Reprovado pela academia de belas artes em 1907, não desanimou e continuou estudando, mas no ano seguinte foi reprovado pela segunda vez. Não que pintasse mal ou desenhasse sem elegância, mas precisava de originalidade. Resumindo: o rapaz não era nenhum grande talento. Para não desencorajá-lo, o diretor da academia sugeriu-lhe estudar arquitetura, mas a tentativa também não deu certo.
Filho da Lua – A partir de então Hitler fez de tudo para garantir a sobrevivência: removeu neve, carregou malas na estação ferroviária e foi servente de pedreiro. Certa vez, um de seus amigos, Reinhold Hanish, fez-lhe uma proposta: Adolf pintaria aquarelas e Hanish as venderia pelos famosos cafés da Europa. Porém a sociedade não durou muito e Adolf passou a vender suas obras sozinho – hoje elas são avidamente colecionadas devido a seu interesse histórico. Entre uma venda e outra, já que não gastava seu dinheiro em vícios, resolvera fazer do Palácio Holf seu lugar de lazer, lendo de tudo na vasta biblioteca, principalmente obras ligadas à mitologia nórdica, chegando a se especializar no Parsifal do autor Wolfram Von Eschenbach, um trovador templário do século 13. Conseguiu, a muito custo, comprar um exemplar do livro. Não tardou em fazer anotações nos espaços em branco, interpretações pessoais a respeito da obra, considerando-a um texto profético, tendo seus personagens relação com homens famosos do século 19 e início do 20.
Lendo história e filosofia alemãs, impressionou-se com autores como Hegel, Nietzsche e Schopenhauer. Tentou estudar literatura indiana e sistemas de Ioga, mas não os praticou por considerar que não eram feitos para os órgãos psíquicos dos europeus. Concluiu que a história é um processo dinâmico da mente humana e não de áridos fatos. Percebeu que, a medida em que as eras se sucedem, uma atrofia espiritual empurra a humanidade em direção ao materialismo, acompanhado da mescla da etnias, evento que diluiria a força imaginativa e psíquica dos povos nórdicos, não habituados a outras culturas… Ao invés de ver no cristianismo uma revolução positiva na história da Europa, o encarava como mera conseqüência judaica, de vazio ritual e de tendência materialista, notadamente visível no protestantismo.
Valores como o perdão, a compaixão, a falsa humildade, a abnegação e o conceito criacionista, contrários à teoria da seleção do mais apto nada significavam para ele. Tornou-se anti-cristão, amante da perversidade, da força física e dos dotes sobre-humanos, idealizando um homem perfeito. Certa vez, ao visitar a Casa do Tesouro dos Habsburgos, sentiu-se emocionado ao contemplar um objeto dos mais sagrados da coleção: a lança que teria ferido o flanco de Jesus, denominada Lança de Longinus ou Lança do Destino, pois segundo a lenda, sua posse garantia o poder sobre países conquistados. Em 1919, após a I Guerra Mundial, Hitler se tornou cabo do exército alemão e de um simples aluno da 2ª classe logo foi promovido a cursar política no 7° distrito (uma seção de inteligência voltada para a espionagem).
UMA PESSOA DIFERENTE. UM LÍDER COM UMA FRI-EZA E LIDERANÇA ACIMA DO NORMAL
Hitler destacou-se por sua frieza e liderança, conquistando a simpatia dos poderosos. Nesta época o exército criou o Partido Operário Alemão (POA) com a finalidade de anular movimentos populares de reivindicação, sendo que Hitler foi indicado pelo general para que dirigisse o partido. Em pouco tempo o POA se tornou um movimento nacional de grande apelo popular, recebendo apoio financeiro de vários departamentos do governo alemão. A ideologia do partido liderado por Hitler teve forte influência de facções orientais tanto políticas como religiosas. Um destes incentivadores era o grupo ocultista Thule, que congregava juízes, médicos, chefes de polícia,
militares de alta patente, cientistas rivais de Albert Einstein, místicos japoneses, tibetanos, ex-alunos de Gurdjieff, da Ordem do Templo Oriental (OTO) e dissidentes da Ordem Hermética da Aurora Dourada.
Todos esses membros tinham como objetivo, além de desenvolver poderes psíquicos e místicos, a purificação étnica da raça ariana. Tais excêntricos queriam chegar à formação de um super-homem, mas sabiam que a transformação de um homem comum em semideus era inviável mediante a ciência convencional e, por isso, a desprezavam abertamente dizendo que ela era fruto da mentalidade marxista. A cosmologia da Ordem Thule via a Terra como organismo consciente, vivo, reflexo maior do Homem, que tem contrapartida exata no organismo terrestre, sendo que a inspiração e a respiração do planeta influía na evolução humana e que o ponto crítico da contração do organismo do tempo coincidia com o surgimento dos arianos.
Virada espiritual – Horst Wessel, iniciado da Ordem do Vril, profetizou a data de uma virada espiritual para os povos nórdicos e que seria no ano de 1909 – basta notar a grande movimentação de muitos europeus nesta época em busca de filiação em organizações esotéricas na França, Inglaterra e Alemanha. Ora, 1909 foi o ano em que Hitler viu a Lança de Longinus no Palácio Holf. Já em 1923, uma colônia de tibetanos se instalou em Berlim e em outras cidades alemãs com a intenção de converter algumas almas germânicas à sua raiz oriental. Um lama, representante dessa comunidade, conhecido em Berlim como o Monge das Luvas Verdes, desejou visitar o futuro líder, iniciando-o com a cerimônia da Atmosfera Densa. A relação entre os Thule e a cultura tibetana não era fortuita, pois a tradição que lhes era mais cara era a da civilização do Gobi, destruída há quatro mil anos por um desastre natural ou tecnológico, sendo que os sobreviventes teriam se escondido ou se dividido em facções ou ainda emigrado para o Cáucaso e norte da Europa. O deus Thor seria um desses imigrantes. Segundo Hausshofer, o pai da Geopolítica, quem conquistasse o Pamir e o deserto de Gobi dominaria os demais países.
Em 1923, uma colônia de monges tibetanos se instalou em Berlim e em outras cidades alemâs com a intenção de converter algumas almas germânicas à sua raiz oriental. Um dos lamas dessa comunidade, conhecido em Berlim como o Monge das Luvas Verdes, desejou visitar Hitler. O futuro Führer era grandemente interessado em conhecer as bases de todas as principais religiões do planeta
Os mentores do Partido Operário Alemão, agora rebatizado de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, criaram uma filosofia – a Weltanchaung – na qual a matéria era algo a ser moldado para que dela emanasse certa energia, concentrada por magos, que atraísse as potências do exterior, os superiores desconhecidos, os mestres do cosmo. Hitler, por sua vez, enquanto ainda se ocupava com a Lança do Destino, estabeleceu para si um sistema de iniciação simbolizado por vários elementos de acordo com a evolução do iniciado: o corvo negro, o mensageiro, o pavão real (que se referia aos poderes de imaginação), o cisne (a morte mística) e o pelicano (a nobreza da juventude). Havia ainda uma outra doutrina, de 5° grau, simbolizada pelo leão, que fundia o Eu com o arquétipo da memória genética, como recipiente do espírito comunitário. Quem se identificasse com esse elemento seria o Messias de seu povo. Porém, o grau mais alto da iniciação criada por Hitler era representado pela águia, que outorgava os poderes mais elevados, capacitando um líder a dominar os destinos mundiais. Hitler ficava mais poderoso a cada dia, sendo que já havia sido nomeado pelos generais alemães como o Messias germânico. Diante de seu poder e de suas excentricidades, muitos pesquisadores e cientistas descontentes com o pensamento ortodoxo aproveitaram para conseguir o apoio do partido para desenvolver suas pesquisas, que eram tão excêntricas quanto a política de Hitler.
Tese das quatro luas – Um desses cientistas foi Horbiger, que elaborou a tese das quatro luas que teriam caído sobre a Terra, em quatro períodos diferentes da história geológica. Segundo sua teoria, essas quedas teriam provocado mutações em cada uma das quatro humanidades que testemunharam o fato, influenciando as qualidades psíquicas dos povos. Horbiger diz ainda que tais acidentes cósmicos gerariam seres humanos de espécie inferior, com características mais animais que racionais e que entre esses seres estariam os ciganos, os negros e os semitas. Outro pesquisador que fez muito sucesso foi Bender, um jovem aviador preso durante a 1ª Guerra.
Publicou um livro em 1913 afirmando que o sol se situava no centro da Terra, emitindo raios que, por pressão, nos mantinham sobre uma crosta côncava, com rochedos até o infinito, com a camada de ar se estendendo por 60 km até rarefazer-se. No centro de tudo estaria o sol, a lua e o universo fantasma, uma bola de gás azulada na qual brilhariam pontos de luz que, segundo Bender, os astrônomos teimavam em chamar de estrelas. Em suma, os humanos habitariam um mundo côncavo e não convexo.
Bender afirmava ainda que cremos num céu acima de nós porque os raios luminosos não se propagam em linha reta mas que são curvos, com exceção dos infravermelhos. As teorias de Bender e Horbiger fracassaram. Os partidários alemães desaprovaram a teoria da Terra Oca, já que se baseavam na cosmogonia oficial, procurando desfavorecer os seus seguidores. Tais teses eram muito contraditórias e tinham como objetivo principal destruir a ciência tradicional cartesiana, honrando as pesquisas que engrandecessem a imaginação e a intuição. Pouco a pouco, apesar do apoio oficial, tais cientistas foram perdendo a credibilidade.
Quando o Nacional Socialismo entrou no poder, criou uma interessante instituição: a Ahnenerbe – Sociedade para o Estudo da Herança Ancestral – fundada por Friedrich Heilscher, amigo do explorador sueco Sven Hedin que por sua vez, era amigo do mago Haushofer. Como muitos ideólogos da política alemã, Heilscher não se filiara ao partido, mas mantinha papel importante na elaboração das doutrinas místicas do governo, além de manter boas relações com o pensador judeu Martin Buber. Os objetivos da organização eram investigar a localização, os atos, a filosofia e a herança cultural dos povos indo-arianos, além de estudos astronômicos e arqueológicos os relacionando com as culturas megalíticas.
A MÍSTICA NÓRDICA E A SOCIEDADE MÍSTICA SECRETA ORDEM NEGRA
A Ahnenerbe fazia também estudos que comparavam a relação entre as catedrais e a aritmética pitagórica, a solução de enigmas para-psicológicos, cultos normandos e germânicos, estudo de símbolos em geral, cerâmica primitiva, sociedades secretas ociden
tais e orientais. A sociedade financiava expedições à Antártida, Brasil, Egito, Tibete e sul da França – região de hereges e filósofos, visitada pelo pesquisador Otto Rahn com o objetivo de buscar a Taça de José de Arimatéia, onde o sangue de Jesus teria sido guardado. Em 1938, Hitler enviou uma expedição ao pólo sul, precisamente às terras da Rainha Maud, estabelecendo ali uma base de submarinos U, que protegeria a elite alemã em caso de grave perigo e necessidade. Já as viagens ao Tibete tinham objetivo militar de observação e reconhecimento geográfico, além de contactar o 13° Dalai Lama e obter mais segredos místicos dos monges.
A ideologia alemã que predominou durante o período da Segunda Guerra teve, de fato, influências esotéricas muito sutis. Não se pode deixar de citar aqui o poderoso ReichsFührer SS Heinrich Himmler. Vindo de uma respeitável família rural bávara, ele percebeu no novo movimento um trampolim para sair do anonimato. Tomou contato com as sociedades esotéricas da época e foi seguidor fiel de muitas delas. Com o passar do tempo e o crescimento de seu prestígio como chefe de polícia do partido, dono de um temível arquivo de personalidades políticas que incluía o próprio dirigente máximo do país, decidiu criar sua própria sociedade secreta e mística: a Ordem Negra.
Tradições germânicas – Esta organização só compreendia os oficiais da SS (Tropa de Choque) mais aguerridos. Himmler mandou reformar o castelo de Wewelsburg, que julgava ser um centro isolado para seus discípulos. O edifício era um curioso castelo de formato triangular, construído no ano de 1.123 sobre uma antiga fortaleza saxônica de 930 e, após ter sido incendiado na Guerra dos Trinta Anos, foi restaurado por Theodor no século 17. No ano de 1938, a Ordem Negra comprou o terreno e fez diversos reparos. Este centro de iniciação possuía uma biblioteca de 40.000 volumes dedicados ao estudo das tradições germânicas (nada sobrou desta fantástica coleção, talvez uma parte esteja com particulares, mas o resto foi queimado no fim da Guerra ou pelos aliados ou pelos próprios SS), refeitórios e dormitórios para os iniciados.
Esses aprendizes recebiam apreciações cosmogônicas e políticas que hoje, pouco a pouco, começamos a entender. Um princípio que lhes era inestimável era o do Sol Negro, esse astro invisível, do qual o nosso sol seria apenas uma emanação, é uma fonte espiritual da mecânica celeste, condensada e de onde as almas saem e voltam. Este negativo se torna uno com o Logos divino. A iniciação SS presumia uma passagem mística, a transição de um corpo físico para outro, etéreo, do sol dourado – mundo físico – ao Sol Negro, descrito como uma dimensão ultraterrena que fazia o candidato regressar ao Wahala – o paraíso teutônico – através de um escuro túnel que levava a uma luz verde.
Muitos livros foram escritos em todo o mundo para tentar lançar luz sobre o verdadeiro elo de ligação entre Hitler e os UFOs, mas nenhum chegou perto de esclarecer por completo a questão. Ao que parece, até agora, apenas poucos segredos sobre o assunto foram descobertos. Mas muitos pesquisadores, incansáveis, prometem surpresas para muito breve…
Os escandinavos e egípcios sabiam que certas pedras verdes como esmeraldas e ágatas portavam radiatividade. Segundo tais povos, esse conhecimento foi adquirido através dos deuses que vinham do céu (não seriam ETs essas divindades?). Para a ciência odínica, provinda de Odin, o deus máximo do panteon germânico, as esmeraldas são raios esverdeados materializados que podem converter-se em raios curativos ou destrutivos. O estudioso Maurice Guinard, por exemplo, acredita que a manipulação de uma esmeralda pode anular a gravitação da matéria.
Para que o ser humano capte o Raio Verde sem morrer, é necessário que duplique a resistência biológica bruta explorando um outro raio, o negro – uma força telúrica vinda do interior do planeta. Ambos se fundem para realizar o total domínio da natureza e do Homem. Muitas culturas antigas fazem alusão a esse tipo de simbologia. No Egito, por exemplo, a deusa Hathor é chamada de “a que tem o rosto negro”, da mesma forma que Osíris é um deus negro para os iniciados e verde para as massas que o adoravam. Na Índia, a deusa Kali tem parentesco com as Virgens Negras medievais das criptas subterrâneas ou pescadas dos rios e adoradas pelo povo simples. Não é mera coincidência que o emblema dos oficiais da SS é uma caveira de Kali, o aspecto destrutivo da deusa Shiva em seu ponto máximo.
A suástica, no entanto, era o símbolo favorito deste estranho monastério. A posição em que aparecia, à esquerda ou direita, dependia do referencial do observador em relação ao Polo norte. Há uma confusão muito natural quanto ao seu movimento destrogiro ou sinistrogiro, principalmente por que a suástica, a primeira vista, dá a impressão de que gira para a direita, mas na realidade o que acontece é o contrário. Este é um detalhe muito importante, pois todo o pensamento ideológico alemão a partir da Guerra repousa nesse conceito.
Suástica – Nos primórdios do Partido Nacional Socialista, um de seus organizadores, Friedrich Krohn, procurou desenhar uma vistosa bandeira para o movimento, escolhendo uma suástica destrogira (em sentido horário), influenciado por livros teosóficos. Um co-fundador, Anton Drexler e o próprio Hitler reprovaram o logotipo, pois Krohn ignorava o significado da sua escolha. O símbolo adotado definitivamente foi o da suástica sinistrogira, inclinada a 45 graus, com os braços voltados à direita, girando no sentido anti-horário, desenhada em preto sobre um disco branco e fundo vermelho. A simbologia das cores foi explicada às massas como sendo a bandeira vermelha do sangue dos mártires que caíram sob o Bolchevismo, com um círculo branco que representava a presença branca na Europa, como um sol ariano que eclipsaria os demais povos considerados não puros.
A MÍSTICA ALEMÃ TINHA GRANDES AMBIÇÕES. UMA DELAS ERA DESACELERAR O TEMPO
Havia ainda, na bandeira, um significado alquímico: a mística nacionalista da Alemanha desejava simbolizar a dissociação dos átomos com uma figura que desacelerasse o tempo. Esse tempo que projetava uma força centrífuga que os afastava do ideal. Dessa forma, a bandeira criada foi perfeita. A calcinação ou impurezas do mundo a serem purgadas foram simbolizadas pelo preto da ilustração principal. A purificação e a rubificação eram representadas pelas cores branco e vermelho respectivamente. Quanto ao motivo de a suástica ter sido colocada em sentido anti-horário, dizia respeito a uma volta ao reino amado da Hiperbórea e à fuga ao Demiurgo Jeová &ndash
; também chamado de o Príncipe das Trevas – que inclinava a Humanidade a reencarnar no plano material para escravizá-la.
Esta tendência alemã para a mistificação de conceitos já é bem antiga. A nostalgia de um velho sol obrigou os antigos povos nórdicos a traçarem em árvores e pedras riscos que simbolizavam idéias, o que impedia a perda de sua identidade. Esses toscos riscos foram chamados de runas. A que representa o Homem Hiperbóreo é denominada de Man e a do homem decaído é Yr. Os nórdicos acreditavam que um dia chegaria a Idade de Ouro, cuja palavra sagrada seria a runa Hagal. Assim, quando o homem renasce, faz girar essa runa Hagal no sentido anti-horário, transmutando-a em suástica sinistrogira, na direção do sol negro da meia-noite polar.
Na Alemanha de Hitler surgiram novos desenvolvimentos, sendo que um dos que mais chamaram a atenção foi o fortalecimento de uma cabala fonética, não numeral, que ficou conhecida como Cabala Órfica, baseada também no Yoga rúnico. Os hitleristas acusavam os Hassidim da Europa Central de terem copiado para sua noção semita de misticismo, o conceito das Três Mães, as Nornas, nas três letras-matrizes Aleph, Mem e Shin – ar, água e fogo, respectivamente. Acusavam-lhes também de terem se apropriado da runa Hagal, de seis pontas, disfarçando-a na Estrela de David (conhecida na Índia por Estrela de Vishnu). De acordo com esta mitologia, o Quinto Reich foi identificado de maneira mais ufológica, sendo sua runa, a Hagal, envolvida com um círculo, o corpo redondo de luz do obscuro sol rumando ao Nirvana. Sendo assim, nesta complexa simbologia, os deuses Frigga e Wotan se fundem num só disco de luz, na realidade um UFO. Os iniciados alemães não acreditavam que os extraterrestres eram seres que tripulavam veículos mecânicos, mas sim que absorviam a substância de cada plano, dela se revestindo e, mesmo que viessem de muito longe, estariam na outra metade dos nossos sentidos.
Conquistas parapsicológicas – No interior de cada UFO seria possível ver um casal que harmonizaria a nave. Acredita-se que várias conquistas parapsicológicas e técnicas do período de guerra, sem desmerecer os cientistas alemães, têm uma origem extraterrestre. Há fortes evidências de que ETs foram capturados por agentes SS. Com efeito, as civilizações alienígenas mantiveram estreito contato com o governo alemão através de organizações tibetanas – que inclusive conheciam as tradições dos Dropa, povo himalaico que afirma descender diretamente de extraterrestres. E mais: os alemães conseguiram isso antes mesmo que os americanos.
Anti-gravidade – Os iniciados chegaram a criar algumas teorias a respeito dos UFOs e seus tripulantes. Desenvolveram uma ciência anti-gravitacional contrária a todo o pensamento mecanicista: quem pudesse projetar-se psiquicamente estaria habilitado a pilotar um UFO. Einstein e seus discípulos jamais poderiam dominar tal técnica – é interessante lembrar o fracasso do Projeto Filadélfia, esboçado por Einstein, que pretendia teletransportar uma nave com soldados, que enlouqueceram, além de sumirem vez por outra e reaparecerem, num processo doloroso que fez a Marinha americana desistir dessa experiência. É bem provável que, ao aprisionar um ou mais seres extraterrestres, tais teóricos do Reich tivessem que remanejar a idéia de que os deuses vinham em máquinas e não eram tão etéreos assim. Os Sonnenmenschen ou grandes especialistas acreditavam que alguns seres sairiam de seu estado de heróis e se transformariam em semideuses, construindo um UFO orgânico. Este UFO partiria para Asgard – uma inexpugnável dimensão, incompreensível ao homem comum. Tal transfiguração do ser e da própria Terra anularia as reencarnações, produzindo uma saída em direção a Vênus, planeta menos denso que o nosso, que endireitaria o eixo terrestre, imortalizando e espiritualizando o planeta.
Em harmonia com os céus, o que se pode chamar de Hitlerismo Esotérico preconiza uma íntima relação entre os seus iniciados e as estrelas, sobretudo as constelações da Águia, Lobo, Cisne, Alfa-Centauro, Escorpião, Touro e o Cruzeiro do Sul. Os seguidores relacionavam os astros com seus rituais, como por exemplo o gesto de saudação: pés juntos, mão esquerda sobre o plexo solar e o braço direito levantado e depois dobrado, dedos esticados. Eles acreditavam que tal prática atraía coragem, amordaçava o desejo e propiciava as bênçãos das potências, enquanto que dos dedos emanariam radiações benéficas ao povo.
Um antigo simpatizante da SS, o chileno Miguel Serrano, embaixador da Organização Internacional de Energia Atômica de Viena e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNUDI), reconstituiu, por suas ligações com grupos versados nestas práticas, uma cerimônia com seus antigos camaradas, descendo pelo subterrâneo da ala norte do castelo, hoje abandonado, cujo recinto em forma de abóbada possuía uma acústica que transforma em
sons melódicos os mais desagradáveis ruídos. Um casal que com ele estava, se colocou no centro do local onde uma fogueira iluminava o templo. Elevando seus braços ao teto, essas pessoas emitiram um som agudo e suave, sons que giravam, por assim dizer, em direção à suástica gravada na cúpula, de modo que se teve a sensação de que todos eles se desintegrariam para entrar em um novo universo. Há mais de 50 anos os SS, em cerimônias semelhantes, desintegraram seus corpos para se materializarem em duplos psíquicos, numa cópia perfeita de si mesmos, dirigindo-os a outro plano de existência.
Crescendo em importância, os dirigentes de Wewlsburg estavam acima do próprio Himmler, não aparecendo em público e não revelando suas práticas obscuras a ninguém. No antigo Taoísmo, pesquisado pela Ahnenerbe, havia uma técnica chamada Chi Kiai, que dissolvia um cadáver através da energia residual da mente do morto, impedindo-o de se dissolver no pó da terra. O corpo se desmaterializava e, no lugar dele, surgia uma espada. Há indícios de que esta técnica tenha sido usada pelos fugitivos para que escapassem dos aliados no fim da guerra. Em Wewlsburg havia – e ainda há – muitos mistérios: sobre uma porta, presa por correntes, foi encontrada a Pedra de Ornolac, a que Otto Rahn apanhou em Montségur com auxílio do aventureiro Skorzeny. Esta pedra tem inscrições que, ao serem decifradas, revelaram uma fórmula anti-gravitacional, referindo-se à levitação de pessoas e objetos.
Continua na próxima edição.