No último trimestre de 1968, num sábado à noite, o então secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Claudionor Lacerda, saiu do Bairro de Itapuã com destino à Vila Arembepe, em Salvador (BA), para conversar com um capitão da Polícia Militar que era seu amigo. A estrada, que na época não tinha sido asfaltada e tinha muito mato no acostamento, era bastante escura — hoje é o início da famosa Linha Verde, que percorre todo o litoral norte do Estado. A única iluminação provinha de um ou outro vilarejo, além dos faróis de seu carro.
De repente, Claudionor viu ao seu lado uma luz bastante intensa que sobrevoava a mata, perdendo-se vez ou outra entre as árvores. Aquele fenômeno, que não produzia som algum, foi deixando o secretário preocupado. “Eu me senti nu ao constatar que tinha deixado minha arma em casa”, disse a testemunha. A luz que o acompanhava mudava de vez em quando para um lado e depois para o outro, deixando-o cada vez mais apreensivo. Ao chegar em Arembepe, o objeto sumiu. Após conversar com seu amigo, o secretário empreendeu a viagem de regresso. Só que ao sair da vila, o UFO estava lá, como se estivesse esperando por ele. A testemunha declarou que a luz passava ora à direita, ora à esquerda do carro, e seguiu assim até sua casa em Itapuã.
Por conhecer meu trabalho de pesquisa, alguns dias depois, Carlos Miranda, na época diretor da Escola de Polícia Nelson Pinto, convidou-me para visitar a Secretaria de Segurança Pública e me apresentou ao doutor Claudionor, que prontamente narrou o episódio. Talvez o fato de ter esquecido a arma tenha sido bom para ele e, possivelmente, graças a isso, estava naquele momento relatando-me o acontecido… Dessa conversa, surgiu o convite para eu ministrar uma palestra para o pessoal da secretária. Falei por mais de 45 minutos, entretanto, o debate, ou melhor: um verdadeiro interrogatório, demorou mais de duas horas e meia, tendo, por sorte, um resultado muito positivo.
Disco ou nave-mãe em Salvador — Às 11h25 de 21 de maio de 1972, Antônio Jorge da Silva de Menezes, na época com 17 anos, encontrava-se naquela manhã ensolarada de domingo na laje de sua residência no Bairro Liberdade, em Salvador, batendo algumas fotografias. De repente, viu um reflexo metálico vindo em sua direção, numa altitude posteriormente estimada em 1.000 m, levemente inclinado, no sentido sul a norte. Sua câmera fotográfica estava pronta e, a essa altura, percebendo que era algo diferente, apoiou suas mãos sobre os joelhos e disparou. Nesse instante, o objeto acelerou e começou a ir rumo ao noroeste. Quando tentou girar o filme para tirar outra foto, o UFO desapareceu por entre as nuvens.
A declaração de Antônio Jorge foi feita quase dois meses após o incidente, já que ele próprio demorou 40 dias até levar o filme para revelar, por medo de que não acreditassem em sua história. O profissional que revelou as fotos, Carlos dos Santos, ao observar o negativo, viu o objeto e pediu para ampliá-lo, pois aparecia uma coisa que não era reflexo nem mancha na revelação. Na época, Antônio Jorge e Emanuel Paranhos já se conheciam, e este último o convenceu de mostrar-lhe a fotografia, da qual se pôde fazer uma análise bastante interessante. Com a ajuda do serviço de meteorologia, foi constatado o tipo de nuvem (cúmulus nimbos) e a altitude em que elas se encontravam naquele dia.
Depois, com base nesses dados — e contando ainda com a sorte de que uma parte da nuvem aparecia retorcida, junto ao objeto, como que sendo sugada por ele -, foi possível determinar a distância e o tamanho aproximado do UFO. Tomando por parâmetro o tamanho da imagem no negativo, multiplicando pela distância e dividindo pelo foco da máquina, atingimos a medida de 148,57 m. De tudo isso, temos algumas certezas: a fotografia nos mostra um objeto real, de grandes dimensões. E a idoneidade da testemunha, levantada através de indagações com vizinhos, colegas, professores e conhecidos, é de absoluta confiabilidade. Pois é sabido que Claudionor nunca se interessou por comercializar ou tirar vantagens monetárias de sua fotografia.
Circunspecto e simples, hoje com 43 anos, exercendo sua profissão na cidade de Valença, a 260 km de Salvador, emociona-se ao falar do caso, revendo as fotografias e as publicações que divulgaram o fato. Alguns exemplos são a revista 4ª Dimensión e o livro Los ovnis y la evidencia fotográfica, ambos editados na Argentina, além de ter sido amplamente divulgado pelo pesquisador Fábio Zerpa, em seus trabalhos de áudio e vídeo. O objeto discóide era de cor prateada, muito brilhante na parte superior, e não emitia qualquer tipo de som — pelo menos que ele pudesse captar àquela distância.
Rastro de nuvem na Fazenda Futurosa — o ex-membro do Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ) Manoel Marques de Souza Filho, sempre que viajava pelo interior da Bahia, procurava indícios de qualquer natureza da presença de UFOs; perguntando nas fazendas ou olhando para o céu. No entanto, só via estrelas cadentes. Mas no dia 18 de outubro de 1975 sua sorte mudou. Eram cerca de 17h45, quando chegou à Fazenda Futurosa, de propriedade da família Marques de Souza, localizada 12 quilômetros adentro do Km 149 da BR-252, que liga Itaberaba a Ibiquera. Manoel se encontrava na varanda da casa, quando escutou uma grande algazarra provocada por um grupo de trabalhadores, a cerca de 80 m dele. Eles apontavam para o céu, querendo mostrar alguma coisa. “Vi só o que me parecia ser um rastro de nuvem, como aqueles que os aviões a jato costumam deixar, mas com algumas diferenças: era retilíneo na parte de cima e serrilhado na de baixo”, contou a testemunha.
Segundo os cálculos comparativos feitos posteriormente, o comprimento do UFO prata azulado, com formato exato de uma agulha, mas sem o orifício, seria de uns 1.000 m. Sua fuselagem era uniforme, feita do mesmo material por toda sua extensão. Da parte mais estreita saía uma fumaça branca que terminava numa nuvem tipo cirrus, a 10.000 ou 15.000 m de altitude. “A agulha voadora”, como definiu a testemunha, percorreu o espaço a uns 30º na vertical em relação ao horizonte. Ia ao sentido norte a sul, a uma velocidade aproximada de 130 km/h. Então planou uns 60º na horizontal, durante oito minutos, antes de desaparecer atrás de uma nuvem.
Caso da Boca do Rio — Num dia chuvoso de 1973, ao entardecer, nas proximidades da antiga sede do Aeroclube de Salvador, no Bairro Boca do Rio, Agnaldo de Jesus e mais dois colegas viram perto deles um objeto com aspecto e cores esquisitas, que pairava a poucos metros do solo. O UFO tinha formato cônico e era do tamanho de um automóvel modelo Fusca. Na parte superior havia uma pequena antena que emitia fachos de luz azul bem acentuados. Havia ainda algo como um degrau
ou estribo, que possibilitava o acesso ao seu interior. Do lado oposto, tinha algo semelhante a um tubo de exaustão, de onde saía um vento forte que levantava a poeira do chão, produzindo ainda um chiado muito baixo. O UFO emitia luzes roxa, marrom e cinza. Essas emissões luminosas eram projetadas em forma de cone e em determinada parte sofriam uma abrupta interrupção.
Sob o objeto estavam três seres, distribuídos conforme a ilustração da página seguinte. De acordo com a testemunha, as criaturas mediam um metro de altura, tinham a pele avermelhada, compleição física humanóide, mas pareciam-se anões. Na região dos olhos havia bastante pilosidade e os cabelos eram de um loiro avermelhado com pontas que se pareciam com espinhos. Essas características eram bem visíveis, pois os seres tinham as cabeças desprotegidas, seguravam os capacetes que eram cobertos pelo mesmo tipo de tecido grosseiro — semelhante à lona — dos macacões que vestiam. Nas mãos seguravam um cano longo e colorido com extremidades largas, diferente de qualquer outro tipo de objeto conhecido pelas testemunhas, como armas, rádios transmissores etc. Os seres conversavam entre si, e as suas vozes eram claras, porém numa linguagem confusa. Segundo Agnaldo, “…eram vozes cheias de brocha, parecendo Inglês misturado com Japonês”.
Os dois companheiros de Agnaldo foram se afastando com medo e começaram a chamar-lhe insistentemente para acompanhá-los. Porém, ele permaneceu onde estava e lhes disse: “Vou ficar aqui. Se eles vierem me pegar, vocês me defendem com pau e pedra”. Embora tivesse confessado que também estava com medo, a curiosidade era maior porque os seres apontavam em sua direção. Vários carros passavam pela avenida: paravam, olhavam e se afastavam quando viam aquela cena esquisita. Além do medo, a testemunha sentiu frio — estava chovendo —, mas aquele fenômeno despertava tanto o seu interesse, que permaneceu até o fim, quando o UFO decolou silenciosamente na vertical, desaparecendo instantaneamente numa velocidade assombrosa. Ao investigarmos a personalidade de Agnaldo, constatamos ser este uma pessoa humilde, de conhecimentos culturais limitados, que não assistia à TV nem cinema, não bebia nem fumava, portanto, não dispunha de elementos de ficção que influenciassem seu depoimento. A vítima recusou-se terminantemente a ser fotografada, com receio de a polícia prendê-la por considerarem-na maluca, pois até hoje as pessoas não acreditam nessas histórias que atormentam e amedrontam.
Estranhos eventos ufológicos — Entre as muitas cartas que o G-PAZ recebe, uma em especial nos chamou a atenção em abril de 1978. Respondendo a um apelo realizado junto à população para que ela nos comunicasse sobre os eventos estranhos ligados à Ufologia, chegou uma correspondência com envelope de uma agência bancária. O senhor José Sudário Júnior, na época gerente da sucursal de um banco de Minas Gerais em Salvador, descreveu sucintamente tal como depois o faria pessoalmente — o acontecido em 18 de março de 1978. Contou a testemunha que nessa data foi com seu filho Luiz até o Sítio Bambuí, de sua propriedade, no município de Simões rilho, para levar algumas mudas de plantas. A noite, decidiram dormir na chácara de um vizinho e amigo, juntamente com o caseiro e um peão.
Como a temperatura estava bastante agradável, José foi dormir numa rede na varanda, enquanto os demais se ajeitaram em colchões de espuma no interior da casa. Ele dormiu logo em seguida, mas por volta das duas da madrugada, sentindo muito frio nas pernas, refugiou-se no interior da casa, que permaneceu todo o tempo com as portas abertas. Os lampiões ficaram acesos durante toda a noite e, às 05:00h, José acordou, e decidiu sair para aproveitar o ar puro da manhã. Pairava sobre o terreno um nevoeiro bastante intenso. Nesse momento, escutou um ruído estranho no local onde tinha deixado seu carro e decidiu se aproximar para descobrir do que se tratava. Era apenas um porco que roia os pneus.
Enquanto José ainda observava a cena à sua frente, teve a impressão de ver uma luz à sua direita que julgou ser um vagalume. Ao se virar, percebeu que a luz era muito intensa para advir de um inseto, além de piscar intermitentemente. O UFO deveria ter uns três centímetros de diâmetro e era semelhante a lâmpadas ou faróis alternados, tio formato de meia lua. A claridade excessiva não permitia á testemunha enxergar o aparelho o suficiente para descrevê-lo. Sem emitir qualquer som ou ruído, o objeto começou a elevar-se lentamente, sem soltar fogo nem fumaça. Subiu na vertical uns 15 metros até ultrapassar os coqueiros e começou a se deslocar horizontalmente sem nenhum movimento giratório. “Fiquei perplexo ante a visão que agora tenho certeza deveria ser de um disco voador. Não queria afastar-me e perdê-lo, mas ao mesmo tempo queria alertar meus companheiros, e então grilei para acordá-los”, lembra o bancário.
As pessoas que dormiam na chácara saíram rapidamente. José ficou surpreso já que a luz branco-azulada no início se transformou de repente em vermelha, mas logo em seguida voltou à cor inicial que, apesar do nevoeiro, podia ser vista perfeitamente. Como o dia clareou rapidamente, a luminosidade ficou mais tênue, e assim as testemunhas puderam observar mais detidamente a sua forma. O UFO continuou a voar devagar, contornando o vale, parando e retornando sem nenhum barulho até desaparecer atrás de umas árvores.
Na visita que nossa equipe fez à chácara uns dias depois, verificamos todas as informações, checamos e medimos uns buracos que apareceram no local onde o objeto maior esteve e, quando nosso companheiro Antônio Avena tentou passar pelo suposto local do pouso a cavalo, o animal que o levava ficou arredio e quase derrubou o ufólogo. José, extremamente ponderado, confirmou que não acreditava em histórias dc disco voador e tinha até caçoado de um colega de trabalho que sempre falava sobre o assumo. “Agora, dou a mão a palmatória”, resumiu. Sua carta, além do relato, continha dois desenhos, um feito por ele e outro por seu filho, devidamente assinados.
UFOs quadrados — Em fevereiro de 1980, na cidade de Jacuruna, o senhor Moisés, a esposa Judite, o filho Jurandir e o sobrinho Luís viram, por volta das 23:30h e a uns 500 m de sua casa, um estranho objeto que a princípio lhes pareceu serem os faróis de um carro; porém demorou demasiadamente para que chegasse até a casa — cerca de dez minutos. Preocupados, saíram para conferir o fen&ocir
c;meno. Foi quando viram dois UFOs subindo na vertical, seguindo a direção do apicum (área de terra firme como o mangue, que só enche com as marés de março e abril) que fica a uns 30 m da residência. Seu sobrinho focalizou o objeto com uma lanterna e começou a fazer sinais ininterruptos para ele.
De imediato, o UFO meio avermelhado pousou junto a uma árvore no meio do apicum. Moisés quis ir até onde estava o objeto, mas a esposa interveio: “Não vai, não. Você não viu na televisão que eles fizeram lavagem cerebral num soldado?” Nesse instante, o UFO subiu e cruzou a estrada. As testemunhas diminuíram a chama do lampião e ficaram observando suas evoluções na penumbra. Pouco depois, Jurandir chamou a atenção de todos para a chegada de outro objeto, que se juntou ao primeiro e logo em seguida foi embora, sendo, minutos depois, seguido pelo aparelho de cor levemente vermelha.
O mais curioso neste caso é que os UFOs eram quadrados, emitiam uma luz compacta, não difusa. O primeiro objeto a pousar desligou a luz externa, deixando visíveis apenas quatro luzes dispostas na vertical, nas cores verde, vermelha, amarela e branca. Da parte de baixo do UFO saía uma luminosidade muito forte, parecendo holofote, que vasculhou o chão, como se estivesse procurando ou examinando algo. Moisés, entretanto, observou que o UFO parecia alongar-se e dividir-se ao meio. Toda a observação durou cerca de três horas, com os objetos voando rentes ao manguezal. Poucos minutos depois de desaparecerem, houve uma chuva muito forte que se estendeu até o raiar do dia.
Os hippies misteriosos — Durante a investigação do caso de Moisés, foi-nos relatado por moradores de Jacuruna um estranho caso ocorrido entre 1977 e 1978 com um casal de hippies. Os dois foram caracterizados dessa forma em virtude de seu aspecto físico, roupas e modo de vida. Eles moraram na região durante cerca de três meses, numa casa que fica às margens do mangue, onde normalmente são avistados UFOs. Uma das coisas que mais chamava atenção dos vizinhos era o fato do casal todos os dias catar amostras de solo e guardá-las com grande zelo em saquinhos.
Para corroborar a estranheza da população sobre o modo de vida que levavam, os hippies nunca se dirigiam à venda do Luís Pescador (pequeno e único comércio da vila) para comprar o mínimo que fosse. E isso mexia com a curiosidade dos habitantes do local. Resultado: os vizinhos foram à sua residência enquanto o casal estava fora e entraram para investigar. Dentro da casa não havia nada, nem panelas, pratos, talheres, fogão, geladeira ou sequer sinal de qualquer tipo de mantimento para usar ou já usado.
Tudo era muito misterioso e os jacurunaenses se mantinham alertas sobre qualquer comentário que fosse feito acerca dos dois. Certa vez, alguém os ouviu conversando entre si, num idioma desconhecido. Mas foi só. Jamais eles se aproximaram de quem quer que fosse, e desapareceram da mesma forma como surgiram: sem deixar rastro. Quem eram, para quem trabalhavam e o que faziam com as amostras de solo, ninguém ficou sabendo. Uma parcela de moradores acreditava que o casai não era deste mundo. Mas seria de onde, então?
O pescador fisgado — Era madrugada de outubro de 1986. Oscar Rosas, pessoa simples, que não tinha medo de encarar a noite e o mar numa canoa moldada em tronco, estava com seu filho Ubiratão pescando, num local chamado Jacaré, perto da vila onde morava. Oscar nem suspeitava de que seria protagonista não de um, mas de três casos com fortes indícios de abdução. Ao atravessar a maré alta, num dado momento, os dois moveram a canoa em direção ao porto e viram uma luz como de uma “pilha grande nos facheando”, declarou a testemunha, para explicar que uma espécie de lanterna os iluminava.
Oscar comentou com o filho que poderia ser alguém pescando, mas quando chegaram à entrada da Gamboa da Bica, de onde vinha o facho do suposto pescador, a luz desapareceu [Editor: gamboa é uma espécie de canal no mangue, por onde se atravessa com canoa até o outro lado da vegetação, terminando no apicum]. Cerca de 200 m mais adiante, quando chegavam ao porto, a mão de Oscar adormeceu, e ele deixou o remo cair na água. Foi o tempo de acenderem a carocha (lata vazia, com furos no fundo, e um loco de vela na boca, amarrada numa vara) para procurar o remo, e este já havia desaparecido. Decidiram subir o rio, com o único remo que restava, até o ponto onde estiveram pescando. Ao voltarem para casa, que ficava a uns 500 m do porto, pai e filho passaram muito mal: sentiram dores de cabeça fortíssimas, febres, vômitos e disenteria.
As causas desses sintomas nunca foram descobertas e no outro ano, no dia 04 de janeiro de 1987, houve mais um episódio inexplicável. Oscar e o filho saíram por volta das 22h00 para pescar, como de costume. Ao chegarem ao porto onde se encontrava a canoa, ouviram um barulho muito forte e estranho que os intrigou. Testemunharam então a vegetação do mangue inclinar-se até encostar na água. Deduziram que seria um vento muito forte o causador de tudo aquilo — apesar de ter sido muito forte, não destelhou qualquer casa da vila. Ao embarcarem, ondas violentas começaram a se formar em volta do barco, tornando quase impossível o seu controle.
Curiosamente, cada vez que pensavam em desistir da pescaria e viravam a canoa na direção do porto, a ventania e as ondas paravam; mas todas as manifestações voltavam a acontecer quando pensavam em continuar em alto mar pescando. Depois de tantas tentativas frustradas, resolveram regressar à terra firme. Aproveitando a maré, atravessaram o mangue pela gamboa e deixaram a canoa no apicum. A partir dali, as testemunhas caminharam por uma trilha de uns 600 m até sua casa. À noite, ambos voltaram a passar mal, com a mesma sintomatologia da vez anterior.
No dia seguinte, por volta das 10h00, Oscar dirigiu-se ao apicum com a intenção de passar breu na canoa. Minutos depois, regressou à sua residência correndo, em pânico, e dizendo: “Um homem tentou me agarrar, mas as duas crianças me salvaram”. Dizia isso com um certo esforço, pois gaguejava muito e, em estado de choque, repetia compulsivamente: “O homem. o homem…”, ao mesmo tempo em que passava nervosamente as mãos pelos braços, esfregando-os, como que a querei limpá-los, ou querendo livrar-se de algo aterrador. Passou muito mal naquela noite, além de sentir dormência em seus membros superiores, principalmente no direito — a vítima apresentou o mesmo sintoma que teve quando deixou cair o remo na outra vez. Oscar visitou médicos de Bar
reiras de Jacuruna, Santo Antônio de Jesus e Mar Grande, porém estes não constataram nada de anormal e receitaram apenas calmantes.
Só fomos descobrir o caso anos depois dos acontecimentos, quando Valmir, membro do G-PAZ, foi residir em Jacuruna. O velho Oscar, cm conversas sobre o ocorrido, embora ainda traumatizado — começava a gaguejar e a esfregar os braços com as mãos ia aflorando mais alguns detalhes. Quando se releria às duas crianças que impediram o “homem” de agarrá-lo. chamava-as pelos nomes dos santos Cosme e Damião, pois a sua formação religiosa assim entendia. Oscar declarou que os três seres vestiam roupas brancas coladas ao corpo, sendo que o “homem” era o mais alto, e os outros dois, menores. Mas o choque foi maior quando parou para tomar fôlego e, ao olhar para trás, viu os três no seu encalço, nem correndo nem andando, mas sim flutuando no ar e em pé…
Estado de choque — É óbvio que não se tratava de um doente mental acompanhado por duas crianças. Afinal, dificilmente crianças teriam condições físicas para salvá-lo de uma situação de agressão de um adulto. Muito embora, na manhã em que ocorrera a perseguição, o filho de Oscar, Ubiratão, não estivesse com ele, à noite ambos tiveram muita sede. No dia seguinte, Oscar estava sentado à varanda do fundo de sua casa, quando viu entre os arbustos o mesmo ser que tinha tentado agarrá-lo no dia anterior. Ficou em estado de choque, quase desmaiando ao entrar em casa, gaguejou ainda mais: “O homem voltou para me pegar!”.
A partir desse último episódio, nunca mais falou normalmente. Quando estava calmo, a dicção melhorava, mas se ficava nervoso por qualquer motivo, a gagueira tomava conta. Quando o entrevistamos, em maio de 1988, verificamos que ele não usava a expressão “disco voador” como as demais pessoas da vila. Apenas “Cosme e Damião” o haviam salvo. Quanto à deficiência na dicção, a vítima dizia que tinha sido feitiço de unia vizinha que não gostava dele… Pessoa sempre muito sorridente, homem calmo e trabalhador, Oscar era cheio de fé, e certo do que dizia. Além disso, a testemunha não nos pareceu fácil de ser intimidada por qualquer coisa ou alguém, a ponto de entrar em pânico e sofrer traumas emocionais.
Também ficamos convictos de que nada foi inventado com objetivo de se tirar vantagem, pois Oscar jamais citou suas dificuldades na vida, muito pelo contrário: “Está tudo jóia…”, dizia, sorrindo sempre. O pescador não procurava palavras bonitas para elucidar o relato. Pareceu-nos, sim, que contava apenas sobre as imagens que ficaram mais nítidas em sua mente, esquecendo os outros detalhes. Talvez por serem esses traumáticos ou reveladores demais, a ponto de alguém não querer que sejam divulgados — como sobre seus captores, por exemplo.
Para encerrarmos a saga de acontecimentos com Oscar Rosas, resta-nos relatar o avistamentos da noite de 06 de maio de 1988, em frente à Ilha Grande. Noite adentro, na hora de ir pescar, Oscar viu — depois de um grito ou gemido que não soube identificar — uma nuvem muito branca, quase luminosa, “…parecendo uma rede pousada na beira do mangue”, comparou a testemunha. O pescador recolheu seu equipamento de pesca bem devagar, sem tirar os olhos da nuvem, e regressou, remando silenciosamente, para Ponta do Santana. Sem saber explicar como, repentinamente, a nuvem desapareceu. Mais um mistério na vida desse contatado.
A nave negra — Num certo entardecer do final de 1986, entre 17h30 e 18h00, a professora de música em Lauro de Freitas, Guaracy Moreira, lecionava piano para quatro crianças e três adultos. Foi então que ouviu uma explosão fortíssima na parte externa de sua casa. Largou tudo, pois pensou que fosse a queda de um avião, explosão de transformadores ou uma grande batida de trânsito. Quando chegou ao quintal, Guaracy olhou em direção às árvores e, surpresa, viu por cima de suas copas, perto das nuvens, vindo de um terreno baldio, um objeto em forma de disco, que voava silenciosamente. O UFO era todo preto e polido. Em sua parte inferior, apresentava escotilhas e algumas luzes que giravam.
Todos os alunos saíram para observar o fenômeno e tentar descobrir o que era aquilo, inclusive os vizinhos. Enquanto todos davam sua opinião a respeito do fenômeno, a professora começou a ter falta de ar e a se sentir pesada. De repente, o objeto fez uma manobra radical, e disparou em alta velocidade na direção de Itinga e Salvador. Durante toda aquela noite foi noticiada a presença de bolas de fogo (sondas) no terreno de onde o UFO teria surgido. Mais tarde, a professora ouviu pela televisão que no sul do país diversas pessoas tinham observado um UFO.
Noutro caso impressionante, o engenheiro e fazendeiro Nelson Taboada Filho teve uma experiência ímpar, em 1988, na Fazenda Sesmarias das Capivaras, de sua propriedade, no município de Itaeté, distrito de Bandeira Mello, a 362 km de Salvador. Estavam para ser iniciadas as obras de uma pista de pouso com 2.300 m. Eram cerca de 15h00 quando Nelson chegou ao local da construção, em companhia do topógrafo Emiliano Calmom e do engenheiro C. R. Na região, já se encontrava o operador de trator Adelino Venâncio dos Santos. De repente, um deles, demonstrando verdadeiro pavor, caiu de joelhos, gritando: “Meu Deus, o que é isso?”
Ao olharem para cima, quase sobre suas cabeças, a menos de 200 m deles, um objeto, com 300 a 400 m de diâmetro, espessura de uns 100 m e aparência metálica, elevava-se lentamente. C. R. e o operador de trator rezavam enquanto Taboada pedia a Emiliano que observasse melhor o fenômeno através do teodolito [Editor: instrumento ótico, geodésico e topográfico que serve para medir ângulos verticais e horizontais e também coordenadas celestes zenitais e azimutais].
Puderam perceber que o objeto era todo fechado, sem janelas ou reentrâncias, ou qualquer outro tipo de detalhe. Era prateado, porém um pouco fosco, movia-se lentamente e parecia ter surgido da terra, “…ou do nada!”, como afirmou Nelson. Ao ser focalizado pelo teodolito, o aparelho emitiu um facho de luz que incidiu violentamente na lente. Em seguida, sete luzes foram-se acendendo devagar, aumentando aos poucos sua intensidade, num intervalo aproximado de cinco minutos entre cada uma, parecendo uma “gigantesca gambiarra”. Enquanto isso acontecia, o objeto ia subindo e girando lentamente, de lado, até deixar à vista a parte posterior de sua fuselagem.
as (BA) entre os meses de outubro e novembro de 1986
Subindo lentamente — Havia um apêndice estranho desse lado, perpendicular ao eixo da “roda”, cujas dimensões aproximadas eram 100 m de comprimento e 30 de largura, apresentando quatro fileiras de janelas iluminadas por uma luz estroboscópica e mais outras três grandes que se localizavam respectivamente na base, junto à “roda”, no meio e no outro extremo. As sete luzes da rampa inferior, quando ficavam totalmente acesas, tinham tamanha intensidade que chegavam a encandear, mesmo em plena luz do Sol. Ao serem observadas através da lente do teodolito pareciam-se com “nuvens na sua parte mais clara, num branco leitoso incomparável, agitando-se violentamente, porém sem saírem do lugar”. O objeto continuava a girar e subir lentamente. Num certo momento, o aparelho iniciou um deslocamento em direção à Chapada Diamantina.
Algum tempo após este episódio, o engenheiro Nelson Taboada Filho vendeu a fazenda e se mudou para São Paulo. Retornou à Bahia poucos anos depois, e adquiriu outra fazenda na divisa entre esse Estado e Tocantins. Em sua nova propriedade, Nelson afirma que são observadas corriqueiramente, durante a noite, dezenas de pequenas luzes vermelhas, amarelas e azuis, que circulam lenta ou velozmente por um vale.
Ressaltamos que Nelson também foi testemunha, em 1973, quando navegava pela Baía de Todos os Santos, de “duas rodas luminosas, que apareceram no céu”. De acordo com o engenheiro, surgiram quase no zênite e foram observadas em praticamente todo o Brasil e Uruguai. O mistério dessas luzes nunca foi solucionado — as autoridades “tentaram explicar” afirmando serem o resultado da formação de nuvens de sódio, em decorrência de uma experiência realizada através do lançamento de um foguete na Barreira do Inferno, em Natal (RN). Mas, considerando as distâncias e a curvatura da Terra, será que o foguete teria capacidade para atingir a altitude necessária, a ponto de lançar sua carga visivelmente em todo o Brasil e até no Uruguai? Fica a dúvida.
A viagem dos casais — O médico legista João Rios passava um fim de semana em Arembepe, em dezembro de 1979, e numa barraca junto à praia conheceu dois rapazes e três mulheres. Os seis passaram longo tempo conversando sobre vários assuntos, entre os quais esoterismo e naturalismo. Lá por volta das 23h00, resolveram dar uma volta no jipe do doutor João. Foram até uma aldeia hippie e, posteriormente, até à praia. Alguns minutos depois, começaram a ver uma luz forte vinda de cima e, ao olharem para o seu provável ponto de origem, constataram que era um objeto extremamente iluminado que descia lentamente sobre a água à beira da praia. Com a progressividade da aproximação do UFO na água, esta começou a abrir-se em forma de círculo, a ponto de se conseguir ver a areia do fundo, como se uma forma de vidro tivesse sido colocada dentro do mar.
Em seqüência, no objeto abriu-se uma escotilha por onde saiu uma rampa. Imediatamente após isso, desceram por ela três casais que passaram perto dos espectadores, mas não se sabe depois qual direção tomaram. Presume-se que tenham ido a Arembepe. Logo após a retirada dos casais, do UFO saiu um homem alto, cabelos pretos e compridos até os ombros, vestindo uma roupa preta colante ao corpo, que veio em direção ao médico e seus companheiros, com quem ele tinha conversado durante horas. Sem nada dizerem, seus acompanhantes dirigiram-se de imediato para o interior da nave. O tripulante que havia se aproximado de João virou-se e lhe disse (não se sabe se com palavras ou telepaticamente): “E você, não vai subir?”. Ao que o médico respondeu, sem saber por que: “Em janeiro eu vou!”
O tripulante explicou ao doutor João Rios que eles levavam sempre três casais — daí o convite que lhe foi feito. Ao recusar a proposta, o comandante entrou no UFO e decolou em grande velocidade, tendo o mar próximo à praia voltado ao normal. Perplexo com o que acabara de assistir, e também pela escuridão da noite lhe parecer mais intensa após a partida do UFO, sentiu medo. Então pegou o Jipe e retornou a Arembepe. Lembrando-se de que os casais com quem conversou sobre esoterismo e naturalismo deveriam freqüentar locais ligados a esses assuntos, passou a procurá-los em restaurantes naturalistas de Arembepe, mas nunca mais os encontrou.
O caso é um exemplo de como a Ufologia é recheada de ocorrências bizarras e inexplicadas. Simplesmente, não há explicação racional para boa parte dos casos ufológicos relatados em todo o mundo.