Por Pedro de Campos
Esta incidência despertou-me a atenção há anos. Vou repetir aqui o que já tratei de maneira mais entendida em postagem remota feita aqui sobre o Caso Ubatuba- Praia das Toninhas (SP) 1957. Corria então o ano de 1961, quando um amigo de infância, o José Carlos Rodrigues, mostrou-me um pedaço de metal dizendo que seu pai, Arnaldo Rodrigues, recolhera anos antes de uma explosão de disco voador.
A história dava conta de que “o objeto espatifara em pedaços que foram recolhidos”. O José Carlos, naquele dia, tinha em mãos dois daqueles pedaços: um deles, de uns três centímetros, ficou guardado com ele, imagino, e o outro, pouco menor, de uns dois centímetros, presenteou-me. Ele tinha em casa outros pedaços e, depois, ainda me deu outro, mas o segundo acabou se perdendo na época. Eu nada mais sabia sobre discos voadores e nem me interessei além de ouvir aquela história fascinante, e o mesmo aconteceu com meu amigo de infância – éramos crianças e o relato incomum vinha do pai dele.
A tal “pedra do disco”, como era chamada por nós, ficou comigo até 1988, quando mudei de residência e, depois, não sei aonde foi parar. O senhor Arnaldo, por sua vez, faleceu em 1974. Nos anos 90, quando passei a interessar-me por UFOs, fiquei sabendo do Caso Ubatuba. Por coincidência ou não, dava-se conta de que um disco voador espatifara-se em Ubatuba, no ano de 1957, e isso me deixou intrigado com a “pedra” que José Carlos me dera nos idos de 61.
Então, em anos recentes, voltei a falar com ele, mas não pude ter qualquer detalhe do episódio – José Carlos não sabia o paradeiro de sua pedra nem se lembrou de algum detalhe que pudesse ajudar-me a entender melhor o caso, mesmo porque ele estava passando por grave momento de saúde familiar e não tinha cabeça para aprofundar o raciocínio. Não fui procurar sua mãe, a nossa querida dona Aurora, porque, já idosa, morava em outra casa e eu não queria incomodá-la com perguntas que talvez pudessem lhe trazer algum incômodo.
De todo modo, em razão de haver proximidade entre o ano daquela antiga incidência ufológica (1957) e o da “pedra” que me fora presenteada (1961), bem como do informe de José Carlos dando conta de que “a pedra era um pedaço de disco voador que explodira”, pareceu-me apenas lógico haver sintonia entre os casos. Este o motivo do meu interesse no Caso Ubatuba.
DEBRIS RECEBIDOS HÁ POUCO
Agora, em abril de 2018, fiz uma palestra sobre “UFOs & Contatos Alienígenas” na Biblioteca Municipal Viriato Corrêa, na Vila Mariana, São Paulo. Nesta ocasião, enquanto eu autografava os livros que me eram trazidos, recebi a visita do ufólogo Edison Boaventura Júnior. O pesquisador já havia entrado em contato comigo vezes anteriores, porque assistira a uma entrevista minha dada anos antes no programa televisivo Ponto de Vista, da Câmara Municipal de Guarulhos, no qual eu havia abordado em linhas gerais essa ocorrência na Praia das Toninhas.
Por coincidência ou não, Boaventura está agora aprofundando pesquisas sobre alguns supostos exemplares do Caso Ubatuba, cujos debris ele os teria “recebido há pouco de pessoa confiável”, segundo suas palavras. Então me mostrou os seus debris e pediu-me uma comparação com os que eu tivera em mãos no passado – seria importante para ele, agora que está revisitando histórica e cientificamente o Caso Ubatuba, ter um parecer de alguém que, sugestivamente, tivera em mãos um possível material daquela incidência.
Sem dúvida, em uma rápida olhada em seus debris, notei aparência semelhante aos da descrição original, dada pelo doutor Olavo Fontes. No quesito “pó branco impregnado nas frestas do metal”, os de agora estão mais próximos da descrição original do que aqueles que eu tive em mãos no passado, cujo pó entranhado era menos abundante. Ainda de modo comparativo, ambos possuem o mesmo jeito de coloração, de leveza e de focos escuros que podem sugerir queima decorrente de alguma explosão.
Convém destacar que em suposta nave alienígena poderia haver, sugestivamente, materiais de composições variadas que, numa explosão do aparelho, seriam naturalmente espalhados como destroços de diferentes composições, sendo o quesito “igualdade de material” apenas detalhe para comparação. O mais importante seria a raridade de sua constituição e seu arranjo estrutural que formou a síntese harmônica capaz de chegar a mundo distante e realizar sua tarefa. Mas, ainda assim, seria providencial comparar os exemplares de agora com os do passado, usando as análises metalográficas realizadas no Brasil e nos Estados Unidos, hoje disponíveis, porque se poderia ter uma visão cientificamente mais elucidativa dos supostos debris de Ubatuba que presentemente vieram à baila. É tudo o que posso afirmar.
FONTES PARA SUA CONSULTA – Clique em:
3. ORIGINAL DR. FONTES (deu origem ao “ORIGINAL INGLÊS”)
5. EXPECTOGRAFIA NO BRASIL, DOW METAL, UNIV. COLORADO
7. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO MAGNÉSIO BRASIL
8. RELATÓRIO SOBRE INVESTIGAÇÃO DO MAGNÉSIO
9. PROJETO COLORADO, CONDON (Seção III, Cap.3. Evidência Física Direta, refutação)
11. CARTA DO GENERAL TWINING, CHEFE DO AMC – Opinião do Comando de Material Aéreo (AMC) sobre Discos Voadores, 23 set. 1947.
12. DIRETIVA SOBRE DISCOS VOADORES PARA AMC – 30 dez.1947. Responde: “É desejável que o Comando de Material Aéreo estabeleça um projeto cuja finalidade é coletar, cotejar, avaliar e distribuir para agências governamentais e empresas contratadas todas as informações relativas a avistamentos e fenômenos na atmosfera que possam ser interpretados como sendo de preocupação com a segurança nacional”. Isso, alguns anos depois, incluiria o Caso Ubatuba, porque o GENERAL TWINING, CHEFE DO AMC, em CARTA (2. h.2), informa resentir-se de “evidência física na forma de crash [colisão, acidente]” para certificar os objetos.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os! Visite também o blog do autor no site da Lúmen Editorial, clique aqui para conhecê-lo. Facebook.