
Por Pedro de Campos
Há quem sempre teve curiosidade em saber mais sobre “contatos com ETs”, vislumbrando nos testemunhos uma chance de conhecer melhor fatos tão incomuns. Não são poucos os leitores que nos confessam essa expectativa, achando interesse na nossa abordagem. São eles que formulam aqui as suas perguntas, tentando entender a intrigante questão alienígena. Naturalmente que as perguntas colocadas são polêmicas, não existindo resposta capaz de atingir a unanimidade. O que nos propomos é apenas refletir sobre o tema. A questão colocada é a seguinte:
Considerando a divulgação de que Deus só permitiria tecnologia avançada para seres com moral elevada e com bom discernimento para o certo e o errado, como entender que ETs do tipo Cinza, com moral fraca, possam ter obtido tecnologia avançada e chegado à Terra? Isso não é estranho e contraditório?
De fato é estranho, porque a premissa está incorreta: evolução técnica não é sinônimo de moral elevada! Por diversas vezes escutamos frases com esse sentido contraditório, ditas por pessoas com filosofias diferentes e oriundas de várias culturas. Não sabemos a origem desse pensamento, mas ele não se sustenta na nossa realidade, decaindo facilmente. Os motivos são vários.
Nós, seres humanos, nos julgamos inteligentes e com discernimento suficiente para escolhermos sempre a atitude correta. Mas, quando olhamos para trás, vemos que não nos portamos com acerto. Após o surgimento da bomba atômica, no dia seguinte os Estados Unidos estouraram o Japão, fazendo milhares de mortos e milhões de vítimas da radiação. Se fosse hoje, o efeito seria infinitamente pior. A Rússia parece hoje contida, mas China e Coréia do Norte não, assim como Índia e Paquistão, bem como árabes e israelenses se afrontam há muito, sugerindo-nos um futuro de potencial altamente perigoso para a humanidade. O Brasil, por sua vez, de um lado tem a melhor tecnologia de votação do mundo, de outro, a pior classe política em moral. A ideia de que “só os de moral elevada teriam as bênçãos de Deus para obter tecnologia avançada”, não se confirma na nossa realidade. Estamos cansados de ver a imoralidade lavrar como peste, em meio a sociedades com alto grau de tecnologia e capacidade intelectual para discernir o certo do errado. Conseguimos massificar muitas tecnologias, mas temos dificuldade em massificar a moral. Apenas por lógica, o mesmo poderia ter ocorrido lá fora, em outras paragens do universo.
De fato, o homem sabe distinguir uma coisa de outra, mas a insensatez e a ganância ainda imperam em todas as sociedades, inclusive nas cientificamente avançadas, desprezando a moral em detrimento do senso humanitário. Hoje, a potência das armas nucleares é tão grande que se alguém apertar o gatilho, todos seremos pulverizados. O risco está aí, para quem quiser ver. Então perguntamos: Quem está errado, Deus que nos deu capacidade de discernir e criar ciência avançada ou o pretenso “filósofo” dizendo que só seres de moral elevada poderiam obter tecnologia e viajar pelo cosmos?
Se Deus tivesse errado ao nos colocar nas mãos tanta capacidade de destruição, ele não seria justo e bom. Portanto, deve haver algum benefício nessa atitude, embora, talvez, ela não seja muito clara ao homem. Ocorre que temos o chamado livre-arbítrio e nos determinamos a proceder como nos convém, mesmo sabendo que estamos errados. Uma civilização externa, com nível moral equivalente ao nosso, mas com tecnologia mais avançada, poderia agir como nós e submeter-nos com a força de sua tecnologia. Conforme os testemunhos, os seres do tipo Cinza e assemelhados fazem aqui coisas que nos parecem inconcebíveis, inclusive experiências com hibridização que nos parecem nocivas, mas para “eles”, por certo, devem ter utilidade. É provável, também, que estejamos aprendendo algo com isso.
Nos eventos de abdução e contatos testemunhados, denota-se que “eles” estão longe de um grau social elevado, são imperfeitos e devem estagiar num mundo semelhante ao nosso, com provas e expiações de toda ordem. Se de alguma maneira nos ameaçam, cabe-nos a defesa. Contudo, como espiritualistas que somos, temos que a Terra não está ao léu. Deve haver lá em cima uma Fraternidade Maior nos guardando dos males que ainda não podemos perceber. Mesmo porque, essas entidades negativas devem estar nos visitando há milênios. Se estivéssemos à deriva e não houvesse no cosmos uma ordem estabelecida, por certo já teríamos sucumbido.
Conforme alguns contatos com seres de moral elevada, o livre-arbítrio, de modo geral, estaria situado dentro de certos limites, além dos quais não seria permitido a ninguém ultrapassar. Se for assim, a ação dos Cinzas e a de outros seres negativos estaria limitada, razão pela qual ainda estamos aqui, desde o início dos tempos, evoluindo cada vez mais, guiados por imponderáveis Forças do Bem. Mesmo em aparente desvantagem (porque “eles” são ou se fazem invisíveis), não vemos motivo para preocupação excessiva, pois alguém lá em cima deve fazer a nossa guarda. Enquanto nós, aqui, devemos fazer a nossa parte: evoluindo no interesse da humanidade, na nossa ciência e na nossa moral.
Pedro de Campos é autor dos livros lançados pela Lúmen Editorial: Colônia Capella – A outra face de Adão; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos da Ufologia na Interpretação Espírita. Clique para conhecê-los. E também do recém-lançamento: Lentulus – Encarnações de Emmanuel. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!