NASA não treina astronautas para encontrar aliens e muito menos estuda agroglifos
Em matéria veiculada no Jornal da Cultura, da TV Cultura, em outubro passado, foi dito que a NASA, além de reconhecer a existência de vida extraterrestre, ainda prepara astronautas para encontrar esses visitantes. Infelizmente, a reportagem traz um apanhado colossal de erros, como afirmar que a agência espacial norte-americana estuda e reconhece que os agroglifos são de fato mensagens alienígenas. Absolutamente nada disso é verdade. Ingenuamente, o lamentável engano da emissora repercutiu na internet, sendo divulgado amplamente. O absurdo em nada contribuiu, evidentemente, com a credibilidade do meio ufológico. Acreditar que notícia tão espetacular deixaria de ser veiculada por grandes emissoras chega a representar um alheamento da realidade, pois um reconhecimento oficial dessa monta seria, sem dúvida, a maior notícia de todos os tempos.
A reportagem da TV Cultura apresentou fatos concretos, como os agroglifos de Ipuaçu (SC), e a especulação de que a existência de civilizações alienígenas será comprovada pelo Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente] em 20 anos, previsão feita por Seth Shostak com base em sólidas evidências científicas — entre as quais os recentes achados de exoplanetas. Porém, cometeu um grave equívoco ao misturá-los com pura e simples mistificação, tirada de interpretações equivocadas do livro digital gratuito da NASA Archeology, Antropology and Interstellar Communication. Mas pior mesmo fizeram os indivíduos que, dentro da Comunidade Ufológica Brasileira, deram sua contribuição para lamentavelmente espalhar as inverdades. A obra é um trabalho sério, que apresentamos no site da Revista UFO em 26 de maio de 2014, e nela o doutor Douglas A. Vakoch, diretor de Composição de Mensagem Interestelar do SETI, analisa como os humanos poderiam se fazer entender para os alienígenas.
Entre as possibilidades apresentadas estão tentativas de decifrar antigos códigos visuais, textos em línguas mortas e formas de escrita como hieróglifos e outras, a fim de estabelecer bases para traduzirmos uma mensagem alienígena. Na época do lançamento do livro, mistificadores divulgaram mais absurdos, como o de que a NASA havia reconhecido a Ufoarqueologia. O que Vakoch apresenta na obra é somente um questionamento a respeito de como analisamos escritos, sinais ou representações pictográficas de antigos povos ou civilizações da Terra. O livro acaba apontando que a linguagem matemática seria a mais adequada para compor uma mensagem aos extraterrestres, afirmando ainda que esse será um dos maiores desafios da raça humana, do qual imensos benefícios poderão advir.
O livro Archeology, Antropology and Interstellar Communication
está disponível gratuitamente no endereço:
ufo.com.br/public/nasa.pdf
Telescópio espacial Kepler supera 1.000 exoplanetas
O Kepler, lançado em 2009 pela NASA, já tem um lugar na história da astronomia, tendo descoberto mais da metade dos exoplanetas conhecidos em janeiro de 2015 — são 1.865 até esta data, seguindo a Enciclopédia dos Planetas Extrassolares. Os números do telescópio são de 1.004 mundos confirmados e outros 3.200 “candidatos”, que necessitam ser ratificados por outras observações. Estes números extraordinários são resultado de observações de uma região equivalente a somente 0,25% da Via Láctea.
Planetas alienígenas habitáveis
Além disso, foram confirmados mais oito planetas alienígenas habitáveis no novo pacote de dados e dois foram considerados os mais interessantes do lote. Kepler 438b, somente 12% maior do que a Terra, orbita uma estrela anã laranja a 470 anos-luz, recebendo 40% mais radiação do que recebemos do Sol. E Kepler 442b, orbitando outra anã laranja a 1.100 anos-luz, é uma “superterra” 30% maior que o nosso planeta, recebendo 65% da radiação que a Terra recebe do Sol. Em dezembro de 2013, baseando-se nos números descobertos do Kepler, astrônomos estimaram que existem ao menos 40 bilhões de mundos com condições favoráveis à vida na galáxia.
Índia lança protótipo de nave tripulada
Após colocar a sonda MOM — sigla para Missão Orbital Marciana —, também conhecida como Mangalyaan, em órbita de Marte, a Índia deu em 18 de dezembro mais um gigantesco passo no caminho de se tornar uma potência espacial. Foi lançado com sucesso o foguete GSLV MK-III, de grande capacidade, cujas próximas versões serão capazes de colocar em órbita satélites de comunicação de grande porte, na faixa de quatro toneladas. Esse primeiro teste foi suborbital, chegando a uma altitude de 126 km sem velocidade suficiente para entrar em órbita. A carga útil do foguete era o protótipo da futura nave tripulada indiana, que reentrou na atmosfera e pousou auxiliada por paraquedas na Baía de Bengala. O país, que iniciou seus trabalhos espaciais em 1962, tem investido pesado na área e colhido grandes dividendos. O Brasil, que começou seu programa espacial em 1961, infelizmente ainda patina…
Boyd Bushman é uma fraude
Mais um episódio de grosseira mistificação ocorreu na Ufologia Mundial no final de 2014. Um personagem chamado Boyd Bushman [Foto ao lado]surgiu em um vídeo publicado no site Youtube alegando haver trabalhado em empresas como a Lockheed Martin, Hughes Aircraft e outras. Na gravação ele aparece exibindo fotografias de discos voadores, nos quais teria trabalhado na Área 51, e dos alienígenas que teria conhecido na instalação ultrassecreta. Como descoberto no site Snopes [www.snopes.com], dedicado a analisar fraudes, e divulgado no Brasil pelo E-Farsas [www.e-farsas.com], o suposto alienígena apresentado por Bushman é apenas um boneco produzido pela empresa Halloween FX e vendido na rede de supermercados K-Mart. Além disso, o nome de Boyd Bushman não foi encontrado na lista da Segurança Social dos Estados Unidos. Suas alegações de que os alienígenas são provenientes de um planeta chamado Quintumnia, a 68 anos-luz de distância, têm 250 anos de idade e trabalham para o governo norte-americano, claro, não são verificáveis.
Estrela se encaminha para cá
A estrela HIP 85605 é uma anã vermelha, parte de um sistema binário que reside a 16 anos-luz daqui, na Constelação de Hércules. Em recente trabalho da doutora Coryn Bailer Jones, do Instituto Max Planck para Astronomia, de Heidelberg, Alemanha, está a informação que esse astro está em curso de colisão com o nosso Sistema Solar. Antes que os boatos alarmistas tenham início, a passagem só deve ocorrer em um período de 240.000 a 470.000 anos no futuro, e a estrela deverá passar a cerca de 0,04 parsecs do Sol — essa distância equivale a 8.000 unidades astronômicas (AU), sendo que uma AU é a distância média entre a Terra e o Sol, de cerca de 150 milhões de quilômetros. Ou seja, não há o menor motivo para alarme.