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Edição 133 – MENSAGEM DO EDITOR

Informações dos Bastidores da Ufologia

Equipe UFO

Acontece a maior abertura ufológica da história: França divulga 100 mil páginas de documentos oficiais sobre UFOs na internet

A França realmente cumpriu sua promessa, feita com grande repercussão em 28 dezembro de 2006, e começou gradativamente a liberar os documentos oficiais que suas entidades de pesquisa ufológica produziram ao longo das últimas três décadas. O ato é inédito no mundo e ocorreu após um comunicado oficial publicado no site do Centro Nacional de Pesquisas Espaciais (CNES), a “NASA francesa”, em 22 de março passado, em meio a uma intensa comoção na Comunidade Ufológica Mundial. A Revista UFO vem divulgando ininterruptamente as sucessivas manifestações do país em favor da liberdade de informações ufológicas e tratou do comunicado na seção Mensagem do Editor da edição passada, de forma a preparar os leitores para o que estaria por vir. É chegada a hora!

Havia quem duvidasse que a França iria efetivamente tornar realidade a maior abertura ufológica de que se tem notícia na história, mas totalmente sem razão. O país esbanja uma histórica credibilidade e uma saudável maturidade quanto à presença alienígena na Terra desde que, em 1976, o presidente Giscard d’Estaing determinou ao seu ministro da Defesa, Robert Galley, que fizesse um anúncio em rede nacional de TV admitindo que os UFOs existem e têm procedência externa. A partir daquele ano a França assumiria a vanguarda na Ufologia, de forma semelhante à tantas dianteiras que já colecionava em outras áreas, e pouco a pouco o CNES foi criando e abrigando comissões específicas dedicadas à pesquisa ufológica oficial – aquela que tem recursos custeados e pessoal pago com dinheiro público. A primeira delas surgiria logo em 1977, com o nome de Grupo de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados (GEPAN), 11 anos depois mudado para Serviço de Investigação de Fenômenos de Reentrada Atmosférica (SEPRA), por pressão de setores da comunidade científica francesa.

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Minando a resistência — No fim da década passada, somou-se ao esforço de pesquisar a natureza dos UFOs uma comissão de notáveis que ficou conhecida como Comissão Cometa, que tinha entre seus membros, entre outros, o engenheiro Christian Marchal, o advogado Michel Algrin, o general da Aeronáutica Denis Letty, o almirante da Marinha Marc Merlo e o general do Exército Alain Orszag. Era uma iniciativa não governamental que pretendia minar por completo a resistência que certos meios acadêmicos e militares ainda tinham quanto ao Fenômeno UFO. E assim, em 1999, a comissão publicou seu relatório final, na forma do documento Os UFOs e a Defesa: O Quanto Devemos Estar Preparados?, também conhecido como Dossiê Cometa. Ele foi decisivo para se chegar ao que se viu em 22 de março passado. Uma longa e detalhada matéria sobre o dossiê pode ser lida na edição UFO 73, de agosto de 2000, no Portal UFO [ufo.com.br]. O documento agora, dada à sua vital importância, está sendo transformado em mais um livro da coleção Biblioteca UFO e estará disponível na íntegra à Comunidade Ufológica Brasileira em maio.

crédito: Gildas Bourdais

Jacques Patenet, o novo comandante das pesquisas ufológicas oficiais da França, agora realizadas pelo GEIPAN

Jacques Patenet, o novo comandante das pesquisas ufológicas oficiais da França, agora realizadas pelo GEIPAN

Mas se o comunicado feito pelo CNES impressiona, os números anunciados são ainda mais espantosos. Segundo a nota, a nova instituição oficial criada para suceder ao SEPRA, que recebeu o nome de Grupo de Estudos e Informações sobre os Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados (GEIPAN), vai disponibilizar via internet – o veículo de comunicação mais democrático e poderoso do mundo – nada menos do que 100 mil páginas de documentos antes restritos. O primeiro lote de informações, com cerca de 400 arquivos, já se encontra disponível no site que a entidade criou especialmente para este fim, no endereço www.cnes-geipan.fr. Qualquer pessoa pode baixá-los e consultá-los à vontade. Segundo Jacques Patenet, o engenheiro à frente do GEIPAN, não há nenhum segredo sendo reservado ou omitido. “Tudo que temos estará disponível no site”, disse.

Os primeiros arquivos fazem parte de um total de 1.650 que as sucessivas entidades francesas de estudos ufológicos oficiais acumularam nas últimas três décadas. O montante inclui cerca de 6 mil depoimentos de testemunhas ufológicas civis e militares, sendo que os mais complexos se referem a casos de observações múltiplas, aterrissagens e acompanhamento de aviões por objetos voadores não identificados, especialmente os que foram registrados com radar. O país deu prioridade total a essas ocorrências, que não são poucas, porque elas têm implicação direta com a manutenção da segurança nacional. Mesmo sendo aberta à questão ufológica, a França naturalmente não se descuida dessa questão, como nenhum outro país do mundo, inclusive aqueles onde nunca se falou sobre UFOs em níveis oficiais algum dia.

Como se verá na longa cobertura que UFO faz do acontecimento, de autoria de nosso correspondente internacional Gildas Bourdais, a criação do GEIPAN foi estabelecida tendo como meta justamente a liberação do material. A entidade continuará a atividade exercida por suas antecessoras, de pesquisas e investigações de casos ufológicos, mas terá como finalidade principal comunicar suas descobertas ao público – e não apenas o francês. Por isso, o nome da nova instituição, que é praticamente o mesmo do antigo GEPAN, vem com um I entre as letras, I de informação. Segundo Patenet, a mudança visou enfatizar a expressão PAN, cada vez mais em uso no país para substituir o termo UFO. PAN é a sigla de fenômenos aeroespaciais não identificados em francês, preferida por ser “mais científica” aos olhos dos meios acadêmicos e militares.

É difícil ainda estimar com precisão qual será o resultado da iniciativa francesa, mas acredita-se que ela influenciará outros países a agirem com maior abertura à possibilidade de estarmos sendo visitados por civilizações cósmicas. Não há hoje uma única nação civilizada do planeta que não tenha informações concretas a respeito disso, embora apenas algumas poucas admitam isso publicamente, como fez a França. Desde a visita de ministro Galley à TV, Argentina, Espanha, Bélgica, China, Equador, Peru, México e alguns outros países ensaiaram uma abertura, que só aconteceu mesmo, de fato, no Uruguai e Chile. O primeiro, apenas três anos depois do anúncio francês, em 1979, fundou uma instituição científica de pesquisas ufológicas formada por ufólogos civis, cientistas e militares, a Comissão Receptadora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não Identificados (Cridovni), estabelecida dentro da Força Aérea Uruguaia, num quartel de Montevidéu. Ela existe até hoje.

No Chile, em outubro de 1997, foi criado o Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), ligado à Escola Técnica Aeronáutica e alojado dentro da estrutura da Direção de Aviação Civil do país. E também se encontra em plena atividade. Depois do novo GEIPAN francês, o CEFAA é a entidade mais transparente e que parece mais decidida a lidar com a questão de forma consistente. É composta de ufólogos qualificados, recrutados entre antropólogos, físicos, psicólogos, sociólogos etc, e dispõe de uma estrutura de ação em todo o país, investigando a rica e espantosamente diversificada casuística ufológica chilena, país em que UFOs têm sido vistos e filmados em abundância, em plena luz do dia. É de lá, aliás, que vieram as recentes e bombásticas revelações do capitão do Exército Rodrigo Bravo Garrido, que em 07 de fevereiro passado declarou em alto e bom som que “os UFOs são um perigo para a aviação civil e militar” [Veja UFO 132].

Reação em cadeia — Bravo deu eco ao pensamento reinante no meio militar chileno e também o de outros países do continente. Logo após sua manifestação, que foi rapidamente disseminada através da internet e da imprensa mundial, militares de países como Colômbia, Argentina, Peru e Equador fizeram comentários semelhantes, embora mais tímidos e sem ganhar os holofotes acesos para o chileno. Enfim, o efetivo dos quartéis de várias nações estão pouco a pouco acordando para a realidade ufológica e aceitando discuti-la em alto nível, porque sabem que a questão é inescapável e que há um aumento gradativo, contínuo e firme no processo de aproximação de outras espécies de nosso planeta. Estamos vendo a casuística ufológica expressar números cada vez mais vigorosos em todo o mundo, com um aumento de casos e de sua complexidade. Este quadro, que permite várias interpretações – até mesmo a de que estamos caminhando para um contato definitivo –, tem sido objeto de intensa preocupação de autoridades de todo o mundo, ainda que a maioria não demonstre.

Enquanto os franceses liberam seus arquivos de maneira nunca antes vista, os militares chilenos fazem declarações bombásticas e os de outros países passam gradativamente a seguir o exemplo, a pergunta que fica no ar é: e os militares norte-americanos, quando se posicionarão de maneira mais aberta à questão? Provavelmente nunca! Pelo menos não aberta e publicamente, pois os Estados Unidos vêem a presença alienígena na Terra ao mesmo tempo como uma ameaça e uma oportunidade. Uma ameaça no sentido de que põe em cheque todas as forças bélicas estabelecidas no planeta – e não apenas as norte-americanas –, que de nada serviriam para impedir uma eventual invasão, ainda que improvável. E uma oportunidade porque, ao menor descuido de seus tripulantes, essas máquinas podem ser abatidas e ter sua tecnologia examinada em detalhes, como já aconteceu antes, sendo revertida para propósitos obscuros.

Nesse cenário, a atitude de abertura francesa soa como uma luz no fim do túnel. Nação muito pouco alinhada politicamente com os Estados Unidos e cada dia mais seguida por outras européias, a França pode desencadear um papel de imensa importância na formação de gerações receptíveis à idéia de que não estamos só no universo. Uma coisa é os ufólogos alardeando que estamos recebendo visitas extraterrestres em escala crescente, ainda que apresentem dados, estatísticas, documentos etc. Outra bem diferente é ter uma comissão formada por cientistas, autoridades, militares e notáveis em vários campos do saber fazendo afirmações semelhantes, como fez, cada um a seu tempo, o GEPAN, o SEPRA, a Comissão Cometa e, agora, o GEIPAN. E assim como a França ilumina a Europa, o Chile é reconhecidamente o país que ilumina as trilhas escuras da América Latina, com sua política arrojada, seu padrão de vida elevado, seu combate sistemático à corrupção e a luta, bem sucedida, para situar o país no Primeiro Mundo.

Tomara que as iniciativas chilena e francesa dos primeiros meses do ano surtam algum tipo de reação entre os militares brasileiros, que em maio de 2005 – há longos dois anos – receberam ineditamente os integrantes da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) no final do movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, criado e mantido pela Revista UFO. Em 20 de maio daquele ano, os estudiosos da CBU foram recebidos na sede do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília [Veja UFO 111]. Na ocasião, entregaram o Manifesto da Ufologia Brasileira aos militares, tendo à frente o brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB) Telles Ribeiro, que o recebeu com a promessa de encaminhá-lo imediatamente ao presidente Lula, ao então ministro da Defesa José Alencar e ao comandante da Aeronáutica Luis Carlos da Silva Bueno. A promessa ficou no ar e jamais os ufólogos voltaram a ouvir a voz dos militares.

Corrigindo um erro histórico — Mas justiça seja feita, e uma reparação histórica cabe neste momento importante da Ufologia Mundial. Na verdade, não foi a França o primeiro país a admitir oficialmente a existência dos discos voadores, mas o Brasil. Não esse Brasil de hoje, atolado num brejo sem fim de corrupção, ineficiência, baixo crescimento, descaso com a saúde e educação, apagões aéreos e outras mazelas características de nações africanas. Mas um Brasil diferente, que um dia, lá nos idos de 1954, teve um militar de coragem para subir numa tribuna e declarar que os UFOs existem. Aquele oficial foi o coronel-aviador João Adil de Oliveira, então chefe do Serviço de Informações do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Era 02 de novembro e a ocasião recebeu o nome de 1º Inquérito Oficial Brasileiro para Estudar os UFOs, ocorrido no Rio de Janeiro. Adil de Oliveira falou para o alto escalão das Forças Armadas da época, inclusive o chefe do EMFA, brigadeiro Gervásio Duncan, e o tenente-brigadeiro Eduardo Gomes –, além de técnicos, cientistas e jornalistas convidados credenciados.

Como pouca gente sabe, o encontro teve o primeiro pronunciamento público em que um governo reconheceria oficialmente a existência dos UFOs. Isso em 1954, 22 anos antes de Giscard d’Estaing mandar Robert Galley admitir que a França aceitava a origem não terrestre para eles. Ou seja, mais de duas décadas antes um militar brasileiro já declarava: “Os UFOs são um assunto sério, sobre o qual temos que nos informar rapidamente”. Aquele era um outro Brasil.

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