O passado de nosso planeta é um mistério fascinante e nenhum de nós sabe exatamente quantas civilizações a Terra já viu nascer e perecer em seus 4,5 bilhões de anos de existência. Muitos pesquisadores adeptos da Teoria dos Antigos Astronautas acreditam que nós, humanos, sejamos uma herança deixada por povos de outros planetas que por aqui estiveram há milhares de anos. E embora possamos provar a veracidade dessa teoria definidamente, podemos apontar muitas evidências que sinalizam uma versão alternativa da história oficial. Entre elas estão alguns monumentos antigos que a ciência tem dificuldades para explicar até mesmo na atualidade. Isso sem falarmos no conhecimento desenvolvido por alguns povos antigos que parece, literalmente, ter caído do céu, já que não há registro de como a grande matemática dos maias ou o profundo entendimento astronômico dos sumérios se desenvolveu.
Embora muitos povos ancestrais dissessem que aquilo que sabiam lhes fora ensinado pelos deuses que desceram dos céus, e mesmo que aceitemos essa explicação como verdadeira, isso não elucida todas as questões que temos. Como explicar, por exemplo, as grandes estruturas megalíticas espalhadas pelo mundo, sobre as quais quase nada sabemos? Houve uma raça de gigantes em nosso planeta e foi ela, os chamados nefilins bíblicos, com sua força sobre-humana, quem erigiu tais estruturas?
Outros antes de nós
E há, ainda, a incômoda e profunda questão sobre sermos nós a única civilização humana que o planeta já abrigou. Esta indagação é ainda mais desafiadora para os acadêmicos do que a própria Teoria dos Antigos Astronautas, o que causa sua enorme rejeição pela ciência. Mesmo assim, talvez outros povos tenham vivido e florescido muito antes de nós, deixando como marca de sua passagem alguns dos monólitos que hoje quebramos a cabeça para entender. Para muitos, tal pensamento pode parecer loucura, mas esse não é o caso de nosso entrevistado desta edição.
Nascido em Rochester, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, mas criado no Canadá, nosso convidado fascinou-se, ainda criança, pela arte do povo Haida e começou a esculpir totens, ensinado pelos nativos. Depois de se formar em ciências aos 25 anos, Brien Foerster decidiu dedicar-se integralmente à escultura. Em 1995, mudou-se para Maui, no Havaí, onde trabalhou por dois anos. O Peru foi seu próximo destino e lá ele passou a estudar a cultura dos povos andinos. Autor de 12 livros, Foerster tem apresentado suas teorias em vários programas de TV, principalmente na conhecidíssima série Alienígenas do Passado, do canal a cabo The History Channel. “Gosto de mencionar o episódio 22 da série, pois nele pude explicar a minha hipótese sobre os verdadeiros construtores do muro de pedra do Templo do Sol em Ollantaytambo”, diz o pesquisador.
A visão de Foerster sobre algumas culturas do antigo Peru, quanto à origem dos monumentos megalíticos do altiplano peruano e sobre o mistério dos crânios alongados, é mais realista do que a versão tradicional e pragmática dos historiadores conservadores. Segundo o entrevistado, o que dificulta seu trabalho, e o de outros estudiosos, é o fato de que a grande maioria dos pesquisadores não pensa além do que lhes é ensinado por seus professores, que também têm uma visão tradicionalista. “Parece haver uma espécie de acordo em que tudo o que seja fora do normal é prontamente atacado e quem o defende é desmoralizado perante toda a comunidade científica”, desabafa Foerster.
Um dos pontos mais críticos de sua pesquisa diz respeito a quem teria construído os monumentos em Tiahuanaco e Puma Punku — a primeira localidade fica próxima do Lago Titicaca, no Altiplano Boliviano, a mais de 3.800 m acima do nível do mar. As ruínas já foram chamadas de berço da civilização americana e oficialmente foram construídas há 3.000 anos. Entretanto, para Foerster, a cidade seria muito mais antiga. Segundo ele, os aymaras, e mais tarde os incas, encontraram a cidade já construída quando chegaram à região. Mas então quem teria erguido aquelas estruturas e com qual finalidade? “Acredito que as partes mais antigas de Tiahuanaco e Puma Punku têm mais de 10.000 anos e foram construídas antes do final da última glaciação. Muita gente não sabe que a glaciação não foi somente o derretimento do gelo nos polos, mas sim algo que afetou todo o planeta e que ocorreu há pelo menos 15.000 mil anos”, explicou.
Cataclismo global
Em seu mais novo livro, Aftershock: The Ancient Cataclysm That Erased Human History [Depois do Impacto: O Cataclismo Ancestral que apagou a História Humana, edição do autor, 2016] — prestes a ser lançado no Brasil pela Revista UFO —, ele defende que há 12.000 anos a Terra foi atingida por um cataclismo que dizimou todas as civilizações que existiam na época. “Estamos falando de algo que a ciência já tem como certo. Um evento catastrófico em que os oceanos do planeta subiram mais de 100 m em menos de duas semanas e o eixo da Terra foi alterado devido ao fenômeno”. Como consequência, a temperatura do planeta também sofreu uma grande e drástica alteração. “Entre 15.000 e 10.000 anos atrás, a temperatura global aumentou repentinamente. Isso fez com que a neve e o gelo em vários lugares derretessem”.
Pesquisadores perplexos
Foerster não descarta nenhuma possibilidade, mas acredita que as construções em Tiahuanaco não foram feitas por uma civilização daquela região — pensa que os sumérios tenham cruzado o Atlântico e chegado às Américas, mas nem eles teriam uma tecnologia capaz de cortar milimetricamente blocos de granito que chegavam a pesar 40 toneladas. “Para chegar até onde estão atualmente, as gigantescas pedras de granito foram trazidas do alto de uma montanha, cruzaram um rio e percorreram mais algumas centenas de metros. Como fizeram isso apenas com martelos de pedra e ferramentas rudimentares daquela época é um mistério? Seria possível se fazerem cortes tão precisos nos granitos”.
Acredito que as partes mais antigas de Tiahuanaco e Puma Punku, na Bolívia,
tenham mais de 10.000 anos e foram construídas antes do final da última glaciação. Estas localidades escondem mistérios insondáveis e extraordinários.
Puma Punku, que significa A Porta do Puma na linguagem dos aymaras, é parte de um gigantesco complexo de templos em Tiahuanaco e um dos mais importantes sítios arqueológicos da Bolívia. Estudiosos das culturas andinas afirmam que a civilização foi uma importante precursora do Império Inca e teria surgido como uma grande área de atividade econômica, religiosa e política próxima ao Lago Titicaca. Um primeiro olhar sobre Puma Punku faz indagar como tudo aquilo foi construído por uma civilização que ainda não tinha algumas tecnologias essenciais, como a roda. Diz Foerster: “Os cortes são precisos, os ângulos das pedras são retos e os blocos parecem ter sido fracionados em série ou com equipamentos elétricos — no entanto, testes de carbono apontam que a construção deve ter ocorrido entre os anos 300 e 500. Eu pergunto como, se nem mesmo hoje, com ao conhecimento tecnológico que temos, conseguimos o mesmo resultado?”
Crânios alongados
Vários pesquisadores e profissionais de engenharia já estiveram nos dois sítios arqueológicos em companhia de nosso entrevistado, mas nenhum deles foi capaz de desvendar esse mistério. “É no mínimo muito interessante ver a cara dos engenheiros que trago para me ajudar nas pesquisas — eles não conseguem entender como aquelas pedras foram parar ali, e nem muito menos como foi possível encaixá-las umas nas outras como se fossem colocadas com as mãos”.
Há cerca de dois anos, Brien Foerster passou a investigar os crânios alongados da cultura pré-inca de Paracas, no Peru. Amostras de DNA foram coletadas dos ossos e o resultado mostrou que possuíam características não humanas. Essa afirmação ganhou o mundo. As pesquisas ainda estão no começo, mas o que já se descobriu é, para dizermos o mínimo, assombroso. Outras características que chamam a atenção no povo de Paracas são sua elevada estatura e seus cabelos vermelhos, ambas não próprias dos povos da região. Para o pesquisador, isso talvez indique que outros povos, muito antes dos europeus, estiveram na América do Sul, deixando por aqui suas sementes — isso, claro, sem contarmos com a hipótese de uma ascendência vinda de outro planeta.
Como veremos nesta fantástica entrevista, as pesquisas estão entrando em sua segunda fase, na qual Foerster começará a arrecadar fundos para examinar outros crânios e conseguir contraprovas de suas descobertas. As evidências reunidas até agora prometem que algo de muito importante está a caminho. Talvez descubramos um novo ramo da espécie humana ou talvez descubramos que os filhos das estrelas realmente já habitaram entre nós. Nosso entrevistado estará no Brasil para apresentar o resultado de suas mais recentes investigações no VIII Fórum Mundial de Ufologia (UFOZ 2016). Veja detalhe na contracapa desta edição e no site oficial do evento: www.ufoz.com.br.
Como surgiu seu interesse pelos antigos monumentos do Peru e da Bolívia?
Eu sempre me interessei pelos mistérios da Antiguidade e estudo a cultura das remotas civilizações andinas desde que era criança. Portanto, o que faço agora é consequência de meu desejo de explorar o mundo e conhecer seus mistérios. Há mais de 10 anos decidi ir ao Peru movido pelo fascínio que sentia pela Cultura Inca e há poucos anos percebi que teria que visitar Tiahuanaco e conhecer aquele sítio arqueológico megalítico. Quando estive lá, fiquei assombrado com o nível do trabalho feito em pedra. É algo incrível.
A maioria dos historiadores data a construção de Tiahuanaco em 1500 a.C. Qual a sua posição a respeito desta teoria?
Na minha opinião, a versão oficial ou convencional é completamente ridícula, e isso inclui não somente Tiahuanaco, mas também Cuzco e o Vale Sagrado dos Incas. Já estudo há muito tempo a Cultura Inca e já escrevi cinco livros a respeito — sei o que eles podiam e não podiam fazer. Os incas eram grandes construtores, mas existem edificações em Cuzco que eles não poderiam ter feito, simplesmente porque não tinham a tecnologia adequada, e o mesmo acontece em Tiahuanaco. Convencionou-se que Tiahuanaco foi construída em 1500 a.C., mas algumas partes da cidade, e também de Puma Punku, na Bolívia, têm muitos milhares de anos. Os índios aymaras haviam vivido naquela região por pelo menos mil anos e construído dezenas de edificações, mas não são os autores de tudo o que vemos lá. O mesmo se dá em relação aos incas. Na minha opinião, as estruturas ou construções que são tecnologicamente sofisticadas, como aquelas que têm cortes milimétricos nas pedras de Puma Punku ou o muro do Tempo do Sol, em Ollantaytambo, são mais antigas do que os incas e os aymaras. Ressalto que não estou desmerecendo essas culturas, pois foram e são maravilhosas.
Por quantos anos você investigou os mistérios de Tiahuanaco?
Foram quase três anos. Já visitei o local cinco vezes e todas as viagens fazem parte das minhas pesquisas sobre as antigas estruturas do Peru e Bolívia — essas impressionantes pedras que existem em Cuzco ou Tiahuanaco encaixam-se perfeitamente. Nas minhas pesquisas, trato de estabelecer as relações existentes entre essas estruturas megalíticas e a época na qual foram construídas, além das técnicas utilizadas.
É muito possível que existam outras civilizações em nossa galáxia, que tenham chegado à Terra em um passado remoto e que tenham se mesclado com os primeiros seres humanos. Esse é um dos principais objetivos de minhas investigações.
Entendo. Então, segundo as suas pesquisas, quando Tiahuanaco teria sido construída?
Eu acredito que as partes mais antigas de Tiahuanaco e Puma Punku tenham mais de 10.000 anos de idade. Foram construídas antes do final da última glaciação, que ocorreu há pelo menos 15.000 anos. Durante esse derretimento, havia muita atividade vulcânica e possivelmente o eixo da Terra foi alterado e animais, plantas e pessoas morreram. As estruturas megalíticas que vemos em Tiahuanaco e no Vale Sagrado jamais poderiam ter sido construídas pelos incas ou aymaras e sim por outra civilização mais antiga que já estava extinta quando os “novos” inquilinos chegaram. Por exemplo, os aymaras chegaram, se depararam com muita coisa já pronta, viveram por lá e construíram sobre o que já existia. É correto afirmar que eles realizaram muitas construções em Tiahuanaco, mas eu posso distinguir pelo menos três períodos e três estilos de construção diferentes — as pedras com os cortes mais precisos ou mais exatos são as mais antigas, e pertencem ao que eu denomino de Período Puma Punku. Logo depois vem o Período Tiahuanaco e posteriormente o terceiro período, denominado Civilização Tiahuanaco, há 3.000 anos.
Você tem ideia de qual civilização, antecessora dos incas e aymaras, seria a criadora das impressionantes construções de pedra? Cabe aqui a possibilidade de elas terem sido feitas por extraterrestres?
Eu tenho quase certeza de que esse não é o único planeta que abriga vida inteligente. Na minha opinião, é muito possível que existam outras civilizações em nossa galáxia, que tenham chegado à Terra em um passado remoto e que provavelmente tenham se mesclado com os primeiros seres humanos. Esse é um dos principais objetivos de minhas investigações e por isso estudo os crânios alongados das culturas Paracas, Cuzco e Tiahuanaco.
Nós falaremos sobre os crânios logo em seguida. Voltando à Puma Punku, você acredita que podemos sugerir que o local foi uma espécie de fábrica construída por extraterrestres, cujo propósito ainda é desconhecido?
É uma teoria válida. Na região onde se encontra Puma Punku há muitos minerais como ouro, prata e cobre. Ademais, parece que um rio foi desviado no passado para àquela região, e é preciso justamente de água para processar esses tipos de metais. Por isso, minha ideia é de que seres antigos processaram metais naquele lugar e, quando deixaram de usá-lo, simplesmente o abandonaram.
A sua teoria coincide com a de Zecharia Sitchin, que afirmava que Tiahuanaco e Puma Punku foram centros de exploração mineral dos chamados anunnaki e também com as investigações de Arthur Posnansky, que descobriu cavernas que teriam sido usadas para extrair minerais. Ele sustentava que Tiahuanaco teria mais de 15.000 anos de idade.
Perfeito. Posnansky foi um brilhante pesquisador boliviano e um homem muito inteligente. Obviamente, os acadêmicos trataram de destruir sua carreira, pois ele pensava além dos marcos preestabelecidos e fora do paradigma, e por isso estava destruindo a reputação e o meio de subsistência de alguns arqueólogos convencionais. Posnansky contemplou profundamente os sítios arqueológicos de Tiahuanaco e Puma Punku. Um homem admirável.
Essa é uma questão muito interessante de se discutir. Por que, em sua opinião, é tão difícil que um historiador convencional ou um acadêmico aceite esse tipo de teoria?
É difícil porque as carreiras dessas pessoas estão baseadas em um jeito específico de pensar e seus professores lhes ensinaram dessa maneira. Por isso, qualquer mudança radical, como afirmar que Puma Punku tenha 10.000 anos de existência ao invés dos 2.000 ou 3.000 anos que se acredita, colocaria em risco muitas pesquisas e conclusões que os historiadores levaram a vida toda acreditando e defendendo. É uma visão que assusta a sociedade arqueológica.
Mas não existe a possibilidade de se rever conceitos?
Existe um sistema de revisão por pares que é o que os cientistas devem fazer, mas acredito que em alguns casos há acordos sobre o que se pode ou não discutir — qualquer coisa que se tente ao contrário do acordado é imediatamente ridicularizada e expurgada da comunidade científica.
Os crânios estranhamente alongados do Peru e da Bolívia também apresentam uma estrutura totalmente diferente, com uma placa parietal diversa da dos humanos. Foi essa diferença que aprofundou o mistério sobre os crânios de Paracas.
Você participou de vários episódios da série Alienígenas do Passado. Em uma das vezes, você explicou suas teorias sobre as gigantescas pedras de granito do Templo do Sol, em Ollantaytambo, no Peru, dizendo que ele não poderia ter sido construído pelos incas. Por quê?
Isso foi na terceira temporada da série. Fizemos um segmento de 20 minutos falando sobre Ollantaytambo, um dos sítios arqueológicos mais espetaculares não só do Peru, mas de todo o mundo. Já levei vários engenheiros ao local para tentar decifrar como os habitantes do antigo Peru poderiam ter cortado as pedras de maneira tão exata. Nenhum deles conseguiu explicar. Algumas pedras de granito do Templo do Sol pesam mais de 40 toneladas e foram trazidas de uma pedreira situada no alto de uma montanha que se encontra do outro lado de um rio. Então, pergunto, como, até mesmo com a tecnologia atual, alguém poderia mover tantas pedras daquele tamanho por uma montanha, atravessar um rio e mais centenas de metros pelo solo desértico até o local onde se encontram? Os engenheiros contemplam esse assunto com enorme incredulidade…
Voltando a Tiahuanaco, sabemos que foram encontrados estranhos objetos que relacionam os antigos habitantes da região com os sumérios. Além disso, linguistas como Emeterio Villamil de Radan encontraram rastros da linguagem suméria na cultura Quéchua e Aymara. Você acredita que os sumérios chegaram ao Continente Americano?
É possível. Pode ser que eles tenham chegado à região ou até mesmo que outra civilização com uma linguagem similar a deles o tenha feito. Mas o que muita gente não sabe é que várias civilizações antigas eram capazes de navegar ao redor do mundo. Não é preciso muita sofisticação para se construir um barco à vela que possa cruzar os oceanos Atlântico e Pacífico. E não eram necessários equipamentos de navegação, pois aqueles povos se guiavam pelas estrelas, pela Lua e pelo Sol. Portanto, nada impede que uma cultura antiga, provavelmente a suméria, estivesse em Tiahuanaco há mais de 6.000 anos.
Em um episódio de Alienígenas do Passado você esteve junto com outros teóricos em Tiahuanaco, tentando decifrar como poderiam ter sido feitos os cortes milimétricos em algumas pedras. A opinião dos demais pesquisadores coincide com a sua?
Naquela oportunidade estive com David Hatcher Childress e Hugh Newman. No mês seguinte voltei na companhia de Christopher Dunn. Dunn é engenheiro e especialista em máquinas que realizam cortes milimétricos em diferentes tipos de materiais. Ele já esteve no Egito e ficou impressionado com o que viu em Puma Punku. Ele sabe diferenciar o que é natural do que é feito pela mão humana — ou seja lá de quem for. Em Puma Punku ele encontrou pedras com superfície quase perfeitamente plana e isso não se pode conseguir utilizando martelos de pedras ou ferramentas arcaicas. Isso só seria possível com a tecnologia que temos hoje em dia, e nem assim teríamos tanta precisão.
Vamos voltar a falar sobre os crânios alongados de Paracas, assunto sobre o qual você se debruça com muita atenção há anos. O que torna esses crânios tão especiais?
Vou responder a sua pergunta começando com um histórico. Paracas é uma península situada no litoral sul do Peru, formada por um enorme deserto. Em 1928, o arqueólogo Julio Tello descobriu um vasto cemitério escondido sob as areias e rochas daquela região. Em um dos túmulos, Tello teria encontrado algo bastante curioso — corpos muito estranhos, que possuíam crânios de formato alongado. Eles foram denominados de Crânios de Paracas. Tello teria encontrado um total de 300 crânios, os quais foram datados com cerca de 3.000 anos. Civilizações antigas e algumas culturas costumam praticar o alongamento e a deformação dos crânios nas crianças para ficarem parecidas com seus deuses. Mas essas técnicas em nada se parecem com os resultados dos crânios encontrados em Paracas.
Qual a diferença?
Os crânios daquela região são totalmente diferentes dos crânios alongados de humanos. Os crânios do Peru são, em média, 25% maiores e 50% mais pesados do que um crânio humano. Historiadores acreditam que não poderiam ter sido modificados por meio das técnicas de alongamento tradicionais. Os crânios também apresentam uma estrutura totalmente diferente, com uma placa parietal diversa da dos humanos. Foi essa diferença que aprofundou o mistério sobre os crânios de Paracas.
Você conseguiu fazer com que eles tivessem seu DNA analisado, certo? Conte-nos como esse processo aconteceu.
Bem, este é um processo muito complexo e a maioria das pessoas não percebia isso por achar que um exame de DNA era muito simples, dizendo “bem, eu posso tirar uma amostra de meu sangue e em poucos dias tenho toda a minha sequência de DNA decifrada”. Mas estamos falando de uma civilização que desapareceu há 2.000 anos — estamos falando de 2.000 anos de degeneração de material. Seria como jogar uma taça de cristal no chão e depois ter que juntar cada pedacinho para analisá-los, o que não é barato. E está muito difícil encontrar alguém que se proponha a fazer isso a um valor acessível. Nós temos dois geneticistas trabalhando conosco, e foi um deles que, após dois anos, me forneceu resultados que o deixaram em choque.
Há evidências que mostram que há 12.000 anos nosso planeta foi atingido por um cometa, por plasma solar ou por um jato de energia destrutiva vinda do centro da galáxia — ou tudo isso junto. Os oceanos subiram mais de 100 m em apenas duas semanas.
Você pode compartilhar conosco o que de tão chocante foi descoberto?
Claro. Mas aviso que isso é apenas o resultado inicial. O que eu posso dizer até agora é que o geneticista especula que os segmentos de DNA dos crânios alongados de Paracas não são encontrados no Genbank, o banco de dados de nucleotídeos, localizado no Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos Estados Unidos, que armazena informação sobre sequências de DNA de aproximadamente 260.000 espécies. Isso descartaria que fossem de algum espécime humano conhecido até agora. Foram enviados três crânios para análise. O que o exame de DNA indicou foi que no exemplar 3A havia um DNA mitocondrial com mutações desconhecidas. Os dados estão incompletos e necessitam de muitas outras informações e trabalho para se recuperar a sequência mitocondrial completa. Mas, nos poucos fragmentos que foi possível se sequenciar da amostra 3A, ficou claro que se trata de uma nova criatura humana, muito distante do Homo sapiens, dos neandertais ou dos Hominídeos de Denisova.
Você tem ideia de sua origem?
Não sei qual a origem deles, mas a questão é que, se eram tão diferentes, então não poderiam cruzar com os humanos e, portanto, se reproduziram somente entre sua pequena população. Isso pode ter causado uma degeneração devido à endogamia e consequentemente o fim da espécie.
Como se deram as análises do DNA dos crânios de Paracas?
O Museu Histórico de Paracas enviou quatro amostras, as quais foram submetidas a análises genéticas. As amostras consistiram em pele, cabelo, dentes e fragmentos dos ossos do crânio. O laboratório de genética não havia sido informado sobre a origem das amostras a fim de evitar resultados tendenciosos. Em um dos crânios, como já disse, descobriu-se que o DNA mitocondrial, que é herdado da mãe, apresenta mutações desconhecidas se comparadas a qualquer ser humano ou primata — as mutações confirmam que estamos lidando com uma nova raça de seres. Os indivíduos de Paracas são muito diferentes dos seres humanos.
Diferentes a ponto de serem considerados alienígenas?
Ainda não podemos afirmar isso. O DNA mostrou que seus ancestrais vieram do Oriente Médio há mais de 10.000 anos, o que é bem curioso. Os laboratórios somente podem comparar amostras de DNA, e já que não temos um DNA alienígena para comparação, o resultado é desconhecido. Estou aberto a qualquer possibilidade, mas não quero ir por esse caminho, pois até agora só tivemos um resultado inicial. Entretanto, já que o geneticista não encontrou nenhuma correlação no banco de DNA, não nego que possa ter havido uma intervenção alienígena em nosso planeta.
Por que você disse que o resultado é curioso?
O povo Paracas é um mistério em todos os sentidos. Ele surgiu 10.000 anos a.C. e sua origem é desconhecida. Os membros desta etnia tinham cabelos avermelhados, crânios alongados e mais de 1,8 m de altura, ou seja, eram muito maiores do que qualquer nativo americano há 2.000 anos. Eu acredito que seus ancestrais tenham vindo de barco de alguma parte do mundo. Essa civilização sumiu inexplicavelmente no ano 100 de nossa era, possivelmente dizimada pela Cultura Nazca, que invadiu seu território. O interessante é que, segundo a ciência, os primeiros americanos teriam vindo do continente europeu através do Estreito de Bering, há 10.000 anos. Mas, como isso é possível? Houve duas raças distintas de colonizadores, uma vinda por mar e outra por terra? É um mistério…
Você acredita que esses crânios possam ser o resultado de uma mutação genética nunca antes descoberta?
Sim, mas, de novo, todo o estudo ainda é muito recente. O povo de Paracas era pouco conhecido e só começou a ser estudado há 70 anos. Ninguém sabe de onde veio. O que sabemos é que seus membros viviam no litoral do Peru e tinham cabelos vermelhos, o que não condiz com os povos que habitavam as Américas.
O pesquisador Lloyd Pye, falecido em 2013, era um ferrenho defensor da teoria de que esses crânios não eram humanos. O trabalho dele o auxiliou de alguma forma?
Meses antes de sua morte ele passou as informações que possuía sobre o crânio chamado de Starchild [Criança das Estrelas] para um grupo de pessoas, e eles estão dando continuidade ao trabalho de Lloyd. Infelizmente só temos um crânio desse tipo, enquanto há centenas dos de Paracas.
Vemos em Gênesis 6: ‘Naqueles dias estavam os nefilins na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que viveram na Antiguidade’.
Dentre os crânios alongados há o esqueleto de um menino, chamado por você de Feto das Estrelas. O que há de especial nele?
Os crânios de Paracas são os maiores e mais complexos do planeta. Pelo menos era isso que pensávamos antes de visitar um pequeno museu próximo ao Lago Titicaca, na Bolívia. Fomos acompanhados por um radiologista norte-americano especialista não apenas em esqueletos, mas em doenças que acometem a estrutura esquelética humana. Dentro do museu vimos um esqueleto completo que tinha o crânio do tamanho do torso. O radiologista verificou que ele era basicamente normal, mas o crânio alongado era tão grande e diferente que não poderia ser humano. Lá também encontramos um feto com 7 a 9 meses de gestação, tendo um crânio alongado também do tamanho do seu tronco.
E o que o especialista concluiu?
Após uma análise cuidadosa, o radiologista declarou que o esqueleto maior era provavelmente da mãe e que ela e o feto teriam morrido na hora do parto. Ele disse ainda que o crânio da mãe era natural e não uma deformação, mas que o crânio do feto não poderia ser humano. Além disso, ele também viu fotos dos crânios de Paracas que lhe mostrei e afirmou que nenhum deles parecia pertencer à nossa espécie — eles são maiores e mais complexos do que os humanos. Outros dois fatos intrigantes são as cavidades oculares, que são muito maiores do que o normal, e a existência de dois orifícios encontrados na parte de trás do crânio.
Em outras palavras o radiologista acredita que os crânios não são humanos. Seriam então extraterrestres?
Ele não pode afirmar que sejam extraterrestres, já que não se tem um espécime alienígena para comparação, mas ele deixou claro que não são Homo sapiens sapiens, ou seja, espécimes do homem moderno.
Seria, então, essa espécie o elo que faltava para completar a cadeia evolutiva da raça humana? Um ancestral desconhecido?
Eu creio que estamos nos deparando com uma sub-raça na evolução humana. Lembre-se que o radiologista disse que todos os esqueletos expostos no museu na Bolívia tinham as características normais e que a única diferença era o crânio alongado. Desde que descobrimos que os crânios de Paracas tinham um DNA originário das civilizações do Oriente Médio, parece bem provável que eles tenham vindo daquela área. Acredito que os Paracas sejam uma mistura de diferentes tipos de pessoas. O povo Nazca, que veio depois do fim do Paracas, simplesmente apagou os traços deles e absorveu alguns de seus conhecimentos. Como disse, os nazcas provavelmente dizimaram aquela civilização.
Mas o processo de alongamento de crânios era comum na Antiguidade, correto?
Esse é um ponto curioso, pois a deformação de crânios ocorreu com mais frequência há cerca de 2.000 anos, no Oriente Médio e América Central. Eu tive a oportunidade de investigar in loco a grande maioria das coleções de crânios de todo o mundo e garanto que entre 5% e 10% deles não são artificiais ou deformações naturais. Eles são crânios “normais”, mas de quem?
Quais são as evidências de que esses 5% ou 10% seriam “normais”?
A deformação geralmente tende a criar superfícies planas, quer na testa ou na nuca, o que não ocorre nesses exemplos. Lembro também, como já mencionei, que você pode até mudar o formato do crânio, mas não seu tamanho ou peso, pois ele é pré-determinado a ter um certo volume. Dou como exemplo um pote de argila ainda fresco — onde você pode alterar a sua forma, mas não seu peso e volume.
Como você disse, os resultados fazem parte da primeira fase das pesquisas. Qual seria a segunda fase na análise de DNA dos crânios alongados de Paracas?
Na segunda fase eu quero conquistar o interesse do público para que possamos levantar fundos suficientes para que os outros dois crânios sejam também analisados. Veja bem, há a possibilidade de contaminação das amostras e, consequentemente, dos resultados, por isso é importante que os outros dois crânios sejam analisados. Teríamos assim uma contraprova.
Os céticos questionam onde estão estas análises, quais os nomes das instituições que o auxiliam, quem são os geneticistas e demais profissionais que estudam esses crânios. O que você tem a dizer sobre isso?
Eu tenho estado em contato permanente com o geneticista responsável pela primeira análise e ele quer vir a público para mostrar quem é e também mostrar o seu trabalho, mas não antes de um teste final, pois é muito fácil para os céticos pegarem apenas uma parte do trabalho e criticá-la, como se ela representasse o todo. Quando se tem um trabalho científico, seguindo os processos estabelecidos, para que o resultado possa ser contestado é necessário que quem o contesta tenha bases sólidas para fazê-lo. Ele vai estar pronto para se apresentar quando tiver isso em mãos.
Antes das análises do DNA dos crânios você já tinha alguma teoria sobre o que poderia ter sido encontrado?
Eu não queria conjecturar nada. É claro que tinha muitas ideias diferentes, mas estava esperando por um resultado científico. O processo de obtenção dos resultados de DNA é demorado, principalmente porque é um exame caro e, além disso, é difícil encontrar um geneticista que tenha a mente aberta a todas as possibilidades. E nós não queríamos realizar esse estudo em nenhuma fundação governamental, pois os resultados poderiam ser maquiados, apagados ou mantidos em sigilo. A minha intenção é simplesmente encontrar a verdade.
Mudando um pouco de assunto, é verdade que durante uma excursão você teve a sorte de encontrar um sítio arqueológico desconhecido?
Ah, sim, esse fato ocorreu em outubro de 2015, na Bolívia. Estávamos participando de uma excursão com o pesquisador boliviano Antonio Portugal Alvizuri. Cruzamos o Lago Titicaca em direção à cidade de Santiago de Ojje e estávamos seguindo em direção a uma trilha inca, quando o taxista se perdeu e teve que pedir informações. Encontramos um senhor na estrada que nos indicou um local onde uma equipe de escavadores tinha descoberto, há dois anos, um local com vários megalíticos. Ao chegarmos, nos deparamos com várias rochas colocadas lateralmente, como se fossem uma cerca, e uma planta edificada.
Você tem ideia de que civilização habitou ali?
Ninguém tem muitas informações sobre que civilização viveu naquele local. Para termos uma visão mais ampla, alugamos um drone para vislumbrar o que o sítio nos apresentava. Era magnífico, mas o melhor estava por vir: Alvizuri começou a conversar com moradores daquela área e descobriu que havia ali uma cidade submersa pelas águas do Titicaca. Infelizmente não tínhamos equipamento de mergulho na ocasião, então pretendo retornar ao local no final de 2016 para realizar a pesquisa subaquática.
Vocês chegaram a descobrir qual o significado da construção que encontraram?
Creio tratar-se de um antigo templo da serpente, mas o estilo de corte nas pedras é diferente de tudo o que já vi naquela região. Além disso, são rochas vermelhas, não originárias da área — os moradores locais falam sobre um povo que teria vivido ali na época de Cristo, os katarys. Dizem que conversavam com os deuses todas as noites.
Mas como as pedras teriam chegado até aquele lugar?
É um mistério, pois elas pesam cerca de cinco toneladas e não há nenhuma pedreira próxima de onde pudessem ter sido retiradas. Mas, infelizmente, muitos dos megalíticos foram destruídos e utilizados para as construções das casas e estradas para a população local. Isso, aliás, acontece em todo o mundo, onde várias ruínas são desfiguradas para se erguer novas construções.
Uma grande perda, certamente. Vamos falar agora sobre outro assunto muito interessante e que é abordado em seu novo livro?
Sim, e esse é o assunto do meu mais recente livro, Aftershock: The Ancient Cataclysm That Erased Human History [Depois do Impacto: O Cataclismo Ancestral que Apagou a História Humana, edição do autor, 2016]. Há evidências científicas que mostram que há 12.000 anos nosso planeta foi atingido por um cometa, por plasma solar ou por um jato de energia destrutiva vinda do centro da galáxia — ou tudo isso junto. Os oceanos de todo o mundo subiram mais de 100 m em apenas duas semanas e todas as antigas civilizações então existentes foram destruídas. Aproveito para dizer que também apresentarei minha teoria no Brasil, durante o próximo Fórum Mundial de Ufologia, de 01 a 04 de dezembro, ocasião em que lançarei, por meio da Revista UFO, meu livro no país.
Que ótimo. Estaremos lá para prestigiar seu trabalho. Mas onde estão essas evidências de que você fala?
Em vários lugares do planeta. Desde o Egito, passando pela China, Américas e Europa. Entretanto, meu trabalho se baseou no que encontrei no Peru e na Bolívia. No Peru, por exemplo, em Machu Picchu, os incas encontraram uma cidade abandonada e sobre ela construíram seu império. A grande maioria dos historiadores ignorara o fato de que eles não tinham a tecnologia necessária para criar monumentos como os que eles encontraram. E mais, que em muitas estruturas originais há deformações e vitrificação que só seriam possíveis com um aquecimento repentino e gigantesco. Outra evidência de que houve algo de grande impacto em Machu Picchu está em uma escadaria esculpida em rocha inteiriça, que tem uma parte que parece que foi desfragmentada — é como se o megálito tivesse sido atingido por uma esfera de milhões de toneladas. Parte da escadaria simplesmente rolou morro abaixo. Outro local onde se pode ver esse tipo de evidência é Ollantaytambo, também no Peru. Lá existem várias estruturas imensas que foram cortadas ao meio, como se fossem um pedaço de pão.
Seria a Atlântida uma das civilizações destruídas por esse cataclismo?
Eu acredito que sim. Nos contos de Platão, Atlântida era uma potência naval localizada “além das Colunas de Hércules”, que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e da África 9.000 anos antes da era de Sólon, ou seja, aproximadamente em 9.600 a.C. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, a população de Atlântida afundou no oceano “em um único dia e noite de infortúnio”. Veja que há uma diferença de cerca de 3.000 anos entre a Atlântida de Platão e o cataclismo, mas esses números podem estar errados, uma vez que Platão levantou essa hipótese por meio de lendas e histórias passadas entre gerações. E também não podemos descartar que os próprios atlantes tenham sido descendentes de raças que foram extintas…
O Líbano é um dos berços da civilização que conhecemos hoje. Meu foco de pesquisas lá são as gigantescas ruínas de Baalbek.
Você acredita que alguma civilização tenha escapado dessa extinção?
Sim, é possível, mas um tanto difícil, já que naquela época os povos viviam próximos aos oceanos, onde o clima era mais ameno. Leve em consideração, também, que com um impacto daquele e uma mudança no eixo de rotação da Terra, o clima se transformou em todo o globo. Ainda estão sendo estudadas todas as possíveis variáveis deste processo.
Em seu livro você cita os impressionantes Colossos de Mêmnon. O que pode nos falar sobre eles?
As duas estátuas gêmeas, conhecidas como os Colossos de Mêmnon, datam do século XIV a.C. e estão localizadas não muito distantes de Luxor, no Egito. As estátuas são feitas de blocos de quartzo, que foram escavados em el-Gabal el-Ahmar, nas proximidades do Cairo atual, e transportados por 675 km. Cada uma tem o peso estimado de 720 toneladas. Todo historiador sabe que 1.400 anos antes de Cristo ainda não havia sido desenvolvida a técnica para se esculpir em quartzo, muito menos em algo pesando mais de 700 toneladas. O interessante começa aqui. As duas estátuas estavam viradas 23º para o oeste e a destruição da face das duas é muito pronunciada, algo que se mostra um tanto difícil de explicar como sendo apenas pela ação do tempo e do clima. É como se um jato de plasma ou calor houvesse atingido os rostos das estátuas e os derretido. Sabe-se que em 27 a.C. houve um grande terremoto na região que danificou muitos monumentos, mas nem isso consegue explicar porque o rosto delas estava tão danificado.
Já foram feitas análises nos colossos para se tentar desvendar esse mistério?
Sim, mas o teste feito foi o de carbono 14, que somente data a idade do monumento. O derretimento é visto a olho nu e continua sem explicação — cientificamente não se pode afirmar que foi um terremoto que causou aquilo.
Outro megálito muito famoso é a pedra de Saihuite, no Peru. Alguns dizem que é a morada dos deuses enquanto outros acreditam que era o trono de um gigante. Qual é a sua opinião?
A pedra de Saihuite é um grande bloco de granito de mais ou menos 11 m de circunferência, 4 m de diâmetro e um metro de altura, ornamentado em sua metade superior com uma série de misteriosas e complexas figuras. Localizado em Apumaric, na província de Abancay, no Peru, o sítio arqueológico, localizado 3.500 m acima do nível do mar, está fora da maioria das rotas turísticas.
O que de surpreendente se vê ali?
Abaixo da estrutura megalítica há poços, canais e escadas que levam diretamente para o centro da cidade de Concacha, onde há moldes de dimensões menores e superfícies esculpidas que lembram as inscrições encontradas em Cuzco e Vilcashuamán. O intrigante para nós, pesquisadores, é que essa área de 25 km2 forma um triângulo perfeito. Mas o que a torna a pedra de Saihuite incomum é o fato de que aquele tipo de rocha só é encontrado no Oriente Médio. Ela pesa cerca de 7 toneladas.
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Como ela foi parar lá? Quem a levou?
Não sabemos. A minha teoria é de que povos antigos estiveram no Peru muito antes do que se acredita. Aqui eu começo a traçar um paralelo com o povo Paracas e seus crânios alongados. Como eu já disse, os paracas têm a sua origem praticamente desconhecida, com grande chance de terem vindo do Oriente Médio, não pelo Estreito de Bering, mas cruzando o oceano. E se foi dessa forma, para levar uma rocha de 7 toneladas a embarcação teria que ser bem desenvolvida para a época. Como também já disse, é um mistério…
No sitio arqueológico de Saihuite há um outro megálito que alguns chamam de o Trono do Gigante. Indícios apontam que teria milhares de anos e seria pré-inca. Em sua opinião, gigantes caminharam sobre o Peru?
Isso eu não posso responder, mas o que encontramos naquela área são megálitos trabalhados por uma civilização milhares de anos mais antiga do que os incas — aquelas rochas são tão antigas que a sua origem nem mesmo é mencionada nas tradições locais. O que encontramos são pedras perfeitamente recortadas com algum tipo de ferramenta. Os cortes são perfeitos, lisos e retos. Mas que civilização teria ferramentas para executar um trabalho tão detalhado? Na Cultura Inca esses lugares são chamados de sagrados, mas eles são muito, mas muito mais antigos do que os próprios incas.
Os incas foram uma civilização avançada para sua época. Não seriam capazes de cortar uma pedra dessa forma?
Dessa forma não. Isso é impossível por tudo o que sabemos hoje. As pedras são muito duras e os incas apenas tinham martelos de pedra e cinzéis. Para se ter uma ideia, esse tipo de rocha só pode ser cortado daquela forma utilizando-se diamante ou carboneto de tungstênio. Mas o que mais chama atenção é que o “trono”, que hoje são duas pedras separadas, era a mesma pedra. O causou essa quebra não foram os artesãos ou o assentamento dela no solo. Estamos falando de um megálito com mais de três toneladas.
Qual é a sua opinião sobre a origem do Trono do Gigante?
Eu acredito que alguma civilização muito mais antiga do que os incas, maias ou persas existiu em nosso planeta. Ela tinha uma tecnologia muito avançada para a época e não sabemos o propósito de suas construções. Quanto aos gigantes, em várias literaturas há relatos deles andando entre os homens e mantendo relações sexuais com as mulheres terrestres. Esses gigantes eram chamados nefilins e estão narrados até na Bíblia.
Continuando neste assunto, a internet traz vários sites e fotos mostrando o que supostamente seriam gigantes. Você acredita nessas imagens e informações?
Eu nunca encontrei nenhuma evidência física da existência desses seres, mas temos que ser muito cautelosos com o que aparece na internet. Segundo os sites, em vários lugares foram encontrados dezenas de fósseis, incluindo pegadas, que comprovariam a existência de raças de homens gigantes. Como exemplo podemos citar a pegada existente nos arredores do Rio Paluxy, no estado do Texas, nos Estados Unidos, que seria de uma mulher que teria cerca de 3,05 m de altura e cerca de 454 kg de peso, ou o gigante fossilizado de 3,65 m que foi desenterrado durante uma operação mineira em County Antrim, na Irlanda, no século XIX.
Há mais casos do gênero?
Sim. Também no final dos anos 50, durante a construção de uma estrada no sudeste da Turquia, em Homs e Uran-Zohra, no Vale do Eufrates, região próxima de onde viveu Noé após o Dilúvio, foram encontradas várias tumbas de gigantes. Elas tinham 4 m de comprimento e dentro de duas delas havia ossos da coxa, como um fêmur, medindo cerca de 120 cm de comprimento — calcula-se que esse humano tivesse uma altura de aproximadamente 4 m e pés de 53 cm. Mas, repito, não há nenhuma evidência física já encontrada desses seres e a internet, em muitos casos, não é nada confiável…
Supondo que essas informações sejam verdadeiras, por que não foram divulgadas pelos meios de imprensa?
A resposta é simples: tudo aquilo que não se encaixe na Teoria Evolucionista e que funcione de alguma maneira para comprovar a veracidade bíblica, é descartado. Primeiro, o que eles não puderem explicar, vão tentar esconder, depois vão afirmar que é uma anomalia e por último vão se calar e tentar calar a quantos puderem. O Evolucionismo não explica satisfatoriamente a complexidade dos seres vivos. A biologia molecular e a biologia celular revelam mecanismos cuja origem os darwinistas nem se atrevem a tentar explicar.
Mas não é no mínimo intrigante o fato de a Bíblia falar sobre os gigantes?
É fascinante. Os escritores bíblicos falam de pessoas gigantes, com quase 3 m de altura. Em Gênesis 6:4, lê-se que “naqueles dias estavam os nefilins na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que viveram na Antiguidade”. E em Samuel, 17:4 cita-se que, “então, saiu do arraial dos filisteus um campeão, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo”. Pela medida antiga, Golias teria entre 2,85 e 2,90 m de altura.
Outro lugar fascinante e cheio de mistérios é o Líbano. O que torna esse país tão especial para os teóricos dos antigos astronautas?
O Líbano é um dos berços da civilização que conhecemos hoje. Meu foco de pesquisas naquele país chama-se Baalbek, antiga cidade Fenícia no Vale do Bekaa. As gigantescas ruínas de Baalbek se encontram em meio à planície, entre as cordilheiras do Líbano e do “Anti-Líbano”. O local foi chamado de Heliópolis, ou Cidade do Sol, pelos gregos e romanos. Sua origem data das antigas lendas de Baal, que era considerado o controlador do destino humano e, segundo os historiadores, foram os romanos que construíram Baalbek para homenagear os deuses Júpiter, Vênus e Baco.
Fascinante. Por favor, conte-nos mais…
Sim. O que mais impressiona são suas formações megalíticas. A base do templo possui pedras entre 900 e 1.400 toneladas alinhadas e perfeitamente encaixadas, apoiadas entre 5 e 10 m de altura sobre outras pedras menores. Para se ter uma ideia da magnitude e imponência daqueles blocos, eles são os mais pesados já extraídos em todo o mundo. Ninguém sabe como foram carregados até sua localização atual. Historiadores acreditam que foram escravos do império romano que fizeram esse trabalho, mas não há na história romana nada que indique isso.
Que idade teriam as pedras?
Bem, a maioria das construções data dos tempos romanos. Entretanto, eles seguiram o padrão de construir por cima de áreas sagradas