Dizer que nosso país é continental já é algo tão corriqueiro que poucas vezes nos damos conta do que a frase realmente quer dizer. Não somos continentais apenas pela grande extensão territorial brasileira, mas também pelas acentuadas diferenças culturais que existem entre as regiões do país. Não se pode, por exemplo, ao conhecer o Sul, dizer que se conhece o país. Assim como não se pode descrever nossa cultura pelas festas nordestinas. Somos muito maiores do que as definições.
Há apenas uma maneira de se conhecer o Brasil e pesquisar seus mistérios: percorrê-lo de norte a sul. E foi justamente isso que nosso entrevistado desta edição fez e não apenas em nosso país — ele também percorreu outras nações da América do Sul e da Europa, pesquisando e entrevistando pessoas que tinham muito a contar, a exemplo da visita que fez ao precursor da Ufoarqueologia, Alexander Kazantsev, nos arredores de Moscou [Veja artigo em UFO 222]. Estamos falando do famoso investigador ufológico e de fenômenos paranormais Pablo Villarrubia Mauso.
Filho de pais espanhóis, Villarrubia nasceu na cidade de São Paulo, em 1962, e foi criado em meio à comunidade lusitana do bairro Vila Guilherme. Os primeiros textos de Ufologia com os quais o então jovem paulistano teve contato eram procedentes justamente de Portugal. Eram revistas dos anos 70 que continham artigos de ufólogos como Joaquim Fernandes, Fina D’Armada e Sánchez Bueno. Paralelamente surgiram também publicações como a OVNI Documento e a Revista UFO, que influenciaram Villarrubia a seguir o seu caminho ufológico. Também lhe estimularam nessa trilha livros como Intervenção Extraterrestre em Fátima [Bertrand, 1982], um dos clássicos da Ufologia Mundial sobre as aparições marianas, e O Enigma dos Discos Voadores ou A Maior Interrogação do nosso Tempo [Biblos, 1959], de Hugo Rocha.
Telescópios caseiros
No ano de 1978, Villarrubia fundou o Grupo de Investigações de Fenômenos Extraterrestres (GIFET) com alguns amigos do colégio Casimiro de Abreu, situado na Vila Guilherme, e começaram ali suas primeiras pesquisas de campo e observações dos céus feitas com telescópios caseiros. Em 1986, formou-se em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e, em 1992, mudou-se para a Espanha, onde se doutorou com uma tese sobre jornalismo e arqueologia. Desde então, Villarrubia vem colaborando com diversas revistas de paraciências espanholas, como Más Allá de La Ciencia, Año Cero e Enigmas Del Hombre y Del Universo. A partir de 2006 ele passou a exercer também a função de repórter e roteirista do show televisivo Cuarto Milénio, um programa semanal sobre mistérios da TV espanhola.
Sobre seus primeiros passos dentro da Ufologia, Villarrubia diz que, “sem dúvida, os grandes mestres da velha guarda ufológica me influenciaram muito. Posso citar o doutor Walter Bühler, Húlvio Brant Aleixo, Flávio Pereira, Max Berezovsky, general Alfredo Moacyr Uchôa, Irene Granchi, Victor Soares, Fernando Cleto Nunes Pereira, entre outros”. E a admiração pelos grandes mestres continua a mesma: “Naquela época não existia internet, celular, tablets e todas as tecnologias de hoje para fazermos pesquisas. Não obstante, Bühler, por exemplo, ou mesmo Aleixo, pegavam no volante dos seus respectivos fusquinhas e saíam disparados para pesquisar os casos”.
Para muitos pesquisadores mais novos, a velha guarda da Ufologia tinha uma visão romântica sobre o assunto, muitas vezes fantasiosa naquilo que se propunha. Para Villarrubia, não é assim — ao contrário, ele guarda muito respeito e admiração pelos pioneiros de nossa Ufologia. “Valorizo muito o trabalho teórico e prático daquela geração de verdadeiros heróis que me inspiraram a seguir essa trilha também”. Com o passar dos anos, os caminhos de nosso entrevistado se ampliaram e passaram a incluir pesquisas sobre mistérios arqueológicos e históricos em geral, levando-o a percorrer o mundo em sua busca pelo desconhecido. Villarrubia também se interessa, estuda e pesquisa fenômenos paranormais, como combustão espontânea, telecinese etc.
Viajando por desertos, selvas e lugares remotos do planeta, o jornalista tem encontrado diversos elementos que comprovam que o nosso mundo foi, e continua sendo, visitado por inteligências procedentes de mundos paralelos ou de outros planetas. Consultor da Revista UFO há mais de 20 anos, tem dezenas de artigos veiculados na publicação, todos registrando sua obstinada investigação de campo de ocorrências ufológicas de grande impacto, históricas ou recentes, em muitas partes do mundo. É dele também um livro que fez muito sucesso nos anos 90, Mistérios do Brasil: 20.000 Quilômetros Através de uma Geografia Oculta [Mercuryo, 1997]. Vamos conhecer melhor este ilustre personagem da Ufologia Mundial.
Você é conhecido por pesquisar casos ufológicos em lugares remotos do planeta. Poderia nos falar um pouco sobre suas aventuras?
Na minha infância, meu avô me contava histórias de aventuras que se passavam em lugares longínquos, como o coração da África, as selvas do Amazonas etc. Logo comecei a ler os livros de Júlio Verne e outras histórias de aventuras. Isso ficou gravado em minha mente. Comecei a viajar pelo Brasil nos anos 80 e em 1988 fiz uma expedição de dois meses pelo Chile e Argentina. Viajei de ônibus e de navio e cheguei a embarcar em um cargueiro em Puerto Montt, no Chile, e seguir até Puerto Natales, nos confins da Patagônia. Sempre ia perguntando sobre UFOs, sítios arqueológicos e outras histórias “inclassificáveis”, anotando tudo o que me diziam. Depois fui para a Guatemala, México, Costa Rica, Honduras etc, ou seja, quase toda a América.
Naquela época não existia internet, celular, tablets e todas as tecnologias de hoje para fazermos pesquisas. Não obstante, nossos pioneiros pegavam no volante dos seus fusquinhas e saíam disparados para pesquisar casos.
Qual dessas viagens mais o impactou?
Uma das mais impactantes que fiz foi à República dos Camarões, na África. Estive entre os pigmeus Bayele e com os povos do deserto próximo ao Tchad. Lá, à beira do famoso Lago Tchad, um príncipe local me contou que nos anos 90 um gigantesco UFO desceu e logo foi embora. Um grupo de pescadores se aproximou e nos dias subsequentes foram morrendo — possivelmente foram mais de 10 vítimas. Esse é um caso totalmente desconhecido e que ainda não tive tempo de publicar.
Qual é a sua opinião sobre o trabalho de J. J. Benítez no meio ufológico, de quem sabemos que você é grande amigo?
O período de mais atividade de Benítez no campo da Ufologia foi entre os anos 70 e princípio dos 90. Naquela época ele escreveu vários livros baseados nas reportagens que fez para o jornal espanhol da cidade de Bilbao Gazeta Del Norte, com entrevistas a testemunhas de manifestações de UFOs por todo o território espanhol. Para isso ele contou com o apoio de grupos ufológicos de então, especialmente dois da Andaluzia, o Grupo de Estudios Ovniológicos de Genera, com o veteraníssimo Joaquin Mateos Nogales, e o Grupo de Pesquisas de OVNIs de Olivares, com veteranos como José Luis Hermida e Pepe Ortiz. Benítez fez um excelente trabalho de divulgação naquela época. Nos últimos anos dedicou-se mais à literatura e, em 2007, publicou um interessante livro de Ufologia: O Homem que Sussurrava aos Ummitas [Planeta, 2007], dedicado ao famoso Caso Ummo e a observações
de UFOs que ele relacionou.
Benítez perdeu muita credibilidade no meio ufológico brasileiro depois de ter inventado provas sobre o Caso Varginha. Gostaria de saber qual sua opinião sobre o assunto e também se houve alguma repercussão na Europa.
Não pesquisei diretamente o Caso Varginha. Conheço apenas os relatórios das análises da terra colhida no local, que foram feitas por um laboratório espanhol e que estão no site do autor. O laudo menciona terem encontrado altas temperaturas em um local próximo ao que as meninas teriam visto a criatura. Benítez atribuiu isso ao suposto pouso de um UFO. A questão não repercutiu muito na Europa, pois acho que se destacaram mais, nos meios internacionais de comunicação, as pesquisas levadas a cabo pelos ufólogos brasileiros em função da importância dos acontecimentos ocorridos naquele
ano de 1996, no sul de Minas Gerais.
Caso ainda inexplicado
Você poderia nos falar sobre o Caso Ummo, tão famoso quanto polêmico?
Claro. De forma bem resumida, o que aconteceu foi que, a partir de 1954, várias pessoas interessadas em Ufologia começaram a se reunir no Café Lyon, na sala Baleia Alegre, na cidade de Madri, para tratar de UFOs. O diretor de tais reuniões, em plena ditadura franquista, era o escritor e artista Fernando Sesma. Um dia, Sesma e outros frequentadores das reuniões começaram a receber estranhas cartas, que teriam sido ditadas a uma pessoa pelos denominados ummitas, ou seja, supostos extraterrestres procedentes de um longínquo planeta denominado por eles mesmos de Ummo. A partir disso começou a se tecer uma curiosa e complicada mitologia moderna em torno do Fenômeno UFO. Depois de tantos anos, ainda há pessoas que dizem receber tais cartas ao redor de todo o mundo.
Que explicações foram dadas, se alguma, para o episódio?
Bem, alguns consideram que fossem experimentos psicossociológicos realizados pela CIA ou pela antiga KGB, na época franquista, para estudar o comportamento humano e suas reações. Outros acreditam piamente na existência dos ummitas e de seu planeta com tecnologia avançada. Mas há uma vertente que acredita que tudo é apenas uma grande fraude — isso até a confissão, nos anos 90, pelo psicólogo e parapsicólogo espanhol Jordán Peña, falecido recentemente, que dizia que o Caso Ummo teria sido um experimento montado por ele para mostrar o grau de paranoia da sociedade moderna.
Você chegou a conhecer Jordán Peña. Qual sua opinião sobre sua confissão a respeito esta ocorrência?
Eu o conheci, porém acho difícil que ele sozinho tivesse elaborado, escrito e desenhado todas as cartas que existem, centenas delas. Acredito que deve ter havido um pouco de tudo: experimentos realizados por agências de espionagem, falsificações para enganar, por puro prazer, alguns dos participantes das reuniões da sala Baleia Alegre e, ainda, alguns fenômenos parapsicológicos que aconteceram ao longo da história. Mas, duvido muito que os extraterrestres tenham tido alguma participação, pelo menos direta, nessa coisa toda — que, diga-se, ainda não terminou. Fiz várias entrevistas com protagonistas do Caso Ummo para o programa espanhol de TV Cuarto Milénio, ainda inéditas, como com a secretária das reuniões da Baleia Alegre, Hilde Menzel, que conheceu o enfermeiro Alberto Sanmartin, que supostamente teria recebido, em mãos, uma pedra extraterrestre. Sanmartin também morou no Brasil [Veja edição UFO Especial 066, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Ataques de extraterrestres
Você publicou um livro sobre mistérios e casos ufológicos brasileiros. Como foi a experiência e quais foram os episódios que mais despertaram sua curiosidade?
Sim, publiquei na Espanha o Luces de La Muerte [Edaf, 2001], no qual mostrei casos de UFOs agressivos que me impactaram. Foi um trabalho que começou em 1995 e que continua até hoje. Muitos dos casos do livro foram publicados pela Revista UFO, como o da Ilha dos Caranguejos. Foi tocante encontrar uma das vítimas, o senhor Apolinário Correia, e ver como o ataque de algo desconhecido o deixou com terríveis sequelas físicas. O caso da morte do jovem Adelino Roque, em 1969, no interior de Goiás, também me deixou muito impressionado e com uma dúvida que até hoje me inquieta: teria ele se suicidado por uma questão amorosa ou pelo choque e trauma provocados por uma abdução? É algo que dificilmente saberemos…
O Caso da Ilha dos Caranguejos é realmente impressionante. Você poderia nos falar sobre ele?
Esse é um dos casos mais intrigantes que pesquisei. O jornalista e ufólogo Bob Pratt esteve com as vítimas e também ficou assombrado. O caso aconteceu na madrugada de 26 de abril de 1977, no litoral maranhense. A Ilha dos Caranguejos é um local deserto e as pessoas vão até lá apenas para retirar madeira. Naquela madrugada havia um navio com quatro homens a bordo, José Souza, de 22 anos, Aureliano Bispo Alves, 36, e os irmãos de Souza, Firmino, 38, e Apolinário, 31. Após passarem o dia trabalhando, eles se recolheram para dormir, pois não poderiam sair da ilha até a manhã seguinte — conforme a maré baixa, os barcos não têm como sair dali e, portanto, esperavam pela chegada da madrugada e da maré alta para poderem voltar.
Eles estavam presos na ilha, iscas prontas para serem emboscadas?
Sim, ao menos até a maré voltar a subir. No amanhecer do dia seguinte, Apolinário Souza ouviu Alves gritando e correu para socorrê-lo. Ele encontrou o amigo com queimaduras sérias. Firmino Souza também estava bastante queimado. Quando foi verificar o mais jovem dos irmãos Souza, José, que dormia em uma rede, Apolinário o encontrou morto. Até hoje não se tem explicação para o que aconteceu aos homens. Mesmo sob hipnose eles não conseguiram se lembrar de nada [Veja texto nesta edição].
Sociólogos e psicólogos interpretariam os ataques de ETs como sendo um reflexo do comportamento de uma parte da sociedade brasileira, que exerce a violência de forma contundente, como revelam as elevadas taxas de homicídios.
Você entrevistou os sobreviventes?
Sim. Um deles, o senhor Apolinário, me confessou algo que tinha escapado aos outros ufólogos: no dia seguinte ao falecimento de José Souza, desapareceu quase uma tonelada de pequenos troncos que eles tinham cortado no dia anterior. Estavam sobre a praia e a maré não chegou até ali. Então, o que aconteceu com os troncos? No meio daquela solidão, quem os teria levado? Por que ninguém a bordo percebeu alguma coisa?
Qual é a sua opinião sobre os casos brasileiros que envolvem certa violência no modo de agir dos seres extraterrestres?
Certamente sociólogos e psicólogos interpretariam esta questão como sendo um reflexo do comportamento de uma parte da sociedade brasileira, que exerce a violência de forma contundente, como revelam as elevadas taxas de homicídios do país. Porém, do meu ponto de vista, não é assim. Os casos bem documentados, como a onda de ataques do chupa-chupa na Amazônia, entre os anos 1977 e 1981, mostram que realmente houve violência física vinda de supostas entidades extraterrestres aos nativos da ilha de Colares e de outras áreas do Pará e Maranhão. Eu mesmo os pesquisei, assim como vários amigos da Revista UFO, além de Jacques Vallée e Bob Pratt, ambos com altíssimo conceito internacional. Outros casos, como o do homem que ficou com o corpo cristalizado em Peruíbe [Veja edição UFO 165, idem] ou o célebre acontecimento com João Prestes Filho, ocorrido em Araçariguama, também no estado de São Paulo, em 1946, mostram que realmente algo insólito aconteceu àquelas pessoas. Não sei explicar por que os extraterrestres escolheram o Brasil, e outros países da América Latina onde pesquisei casos semelhantes, como Guatemala ou Venezuela, para perpetrar ações tão violentas. É um mistério.
Para você, por que a região da Amazônia brasileira é tão rica em casos ufológicos?
Pelo isolamento e pela potencialidade natural daquela área. Acredito que os rios e terras altas da Amazônia são de especial interesse aos visitantes de outros mundos para seus estudos e, quem sabe, até para a captação de energia — eles sabem valorizar os recursos telúricos mais do que nós, os humanos, que estamos acabando com este autêntico reservatório de vida.
Manifestações no Pará
O que você pensa sobre a famosa Operação Prato?
Em minha opinião, a Operação Prato é um dos casos mais importantes e extraordinários da história da Ufologia Mundial. Não só porque houve vítimas fatais, mas também porque houve a participação direta de militares da Força Aérea Brasileira (FAB), como o coronel Uyrangê Hollanda que, juntamente com outros, observou manifestações de UFOs no estado do Pará. E sempre vale lembrar que o caso se chama de Operação porque incluiu vários casos.
Como foi sua pesquisa de ocorrências ufológicas na Amazônia?
Eu visitei a região em 1996, na companhia do meu querido amigo Daniel Rebisso Giese, na época biólogo na Fundação Emílio Goeldi, de Belém. Estive em Colares, na Ilha de Marajó e viajei ao longo do Rio Amazonas para entrevistar pessoas que estiveram envolvidas nos acontecimentos. Um dos relatos inéditos que coletei foi o de uma mulher, na região de Monte Alegre, que sofreu um aborto depois de observar um chupa-chupa. Fiquei impactado com as declarações da doutora Wellaide Cecim Carvalho, que conheci em Belém, sobre a possibilidade de que os ocupantes das naves pudessem absorver algum tipo de energia do sangue humano. O trabalho da equipe da UFO e de seu editor, A. J. Gevaerd, em prol da verdade, com entrevistas, procura de documentos, visitas à região etc, é verdadeiramente notável e importante para mostrar que também houve casos de UFOs agressivos no Brasil.
A Espanha coleciona muitos relatos interessantes de avistamentos de discos voadores e há inúmeros vídeos disponíveis na internet. Existem, no país, especialistas na análise de tais vídeos?
Sem dúvida. Um deles e dos mais ativos que conheço é Guillermo León, de Sevilla. É a pessoa dedicada a verificar as fotos e filmagens que chegam ao programa Cuarto Milénio, do qual faço parte como repórter-pesquisador e roteirista já há quase 10 anos. O Guillermo recebe dezenas de fotos e vídeos de supostos UFOs e fenômenos paranormais toda semana e acumulou uma grande experiência analisando e revelando as fraudes. Ele me mostrou um envelope com fotos aparentemente autênticas há alguns anos, mas não eram muitas. A grande maioria são fraudes ou erros de interpretação.
Você tem informações sobre pesquisas ufológicas realizadas pelas Forças Armadas Espanholas?
Nos últimos anos, através do programa Cuarto Milénio, pude fazer várias reportagens sobre militares que pesquisaram UFOs em meu país. Há duas pessoas que me fascinaram. Uma delas foi o comandante Antonio González de Boado Campillo, que desapareceu misteriosamente durante um voo no mar Mediterrâneo, em 1969 — ele foi o primeiro militar ufólogo da Espanha. A outra pessoa foi o comandante Miguel Bañuls, que também desapareceu de forma inexplicada, no ano de 1995, a bordo de uma pequena embarcação na Ilha de Mallorca. Ambos foram testemunha de manifestações de UFOs algum tempo antes. Então, muitos questionam se o desaparecimento dos homens está ligado aos avistamentos que tiveram ou se teriam sido abduzidos e estariam vivendo em outro lugar. São perguntas para as quais dificilmente teremos respostas.
Você poderia nos contar sobre o interessante Caso González Boado?
Recentemente tive acesso a documentos inéditos da Força Aérea Espanhola (FAE) sobre o caso do desaparecimento do comandante Boado Campillo. A bordo do seu hidroavião Grumman, iam ele e outros militares que também desapareceram junto com a aeronave. Os informes da Aeronáutica indicam a causa como “desconhecida”. Isso depois de uma longa busca efetuada por aviões, helicópteros, navios e mergulhadores. Anos antes, o mesmo comandante fora testemunha de um avistamento de UFO que quase lhe custou a vida. Dizem que a última coisa que Boado Campillo viu antes de desaparecer foi uma luz enorme se aproximar do avião, mas isso nunca foi confirmado. Conversei com a viúva do copiloto e ela me revelou algo até agora desconhecido: seu marido, dias antes, em outra missão na mesma região, foi perseguido por dois “aviões fantasmas”, sem identificação nenhuma. O despertador do oficial ficou parado para sempre às 05h00, horário que colocou para acordar para a última missão de sua vida.
Desaparecimentos inexplicados
E sobre o Caso Miguel Bañuls, o que pode nos relatar a respeito?
Miguel Bañuls, em 1995, pescava em uma pequena embarcação na costa da Ilha de Mallorca, no Mar Mediterrâneo, aparentemente com bom tempo. Nunca mais se soube nada sobre ele e seu corpo nunca foi encontrado. A embarcação apareceu no fundo do mar, mas intacta. Anos antes, ele e a esposa foram perseguidos por um UFO em uma estrada da ilha e possivelmente tiveram um episódio de missing time [Tempo perdido]. No centro de Mallorca existe uma base militar onde houve vários avistamentos, inclusive pelo próprio Bañuls.
Falando um pouco mais da Ufologia Brasileira, que você conhece tão bem, qual é a repercussão que ela tem no continente europeu?
Infelizmente, um pouco fraca. Mas não só com o Brasil, e sim de uma forma geral com todo o mundo. Temos que lembrar que a última grande onda ou “vaga” ufológica, como dizem nossos colegas portugueses, aconteceu entre 1996 e1997, justo na época do Caso Varginha, esse sim muito lembrado na Espanha. Eu mesmo, em 2012, fiz uma reportagem para o Cuarto Milénio entrevistando alguns dos principais pesquisadores que estiveram em um congresso em São Paulo, inclusive você. A nossa equipe de simulações e dramatizações televisivas fez um grande trabalho de reconstituição dos fatos, que pode ser visto no site do programa: [Endereço: www.cuatro.com].
O trabalho da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), levando à abertura ufológica no país, é um dos poucos que conheço que tem uma persistência e tenacidade que merece todos os elogios da Comunidade Ufológica Mundial.
Você tem acompanhado o trabalho da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) na liberação de documentos por parte do Governo Brasileiro. Existe algo parecido na Espanha? Como é a relação entre os ufólogos espanhóis e o governo do país?
O trabalho da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) é um dos poucos que conheço que tem uma persistência e tenacidade que merece todos os elogios da Comunidade Ufológica Mundial. Gevaerd tem nisso um grande papel, mas também não podemos nos esquecer do querido, e infelizmente falecido, amigo Roberto Affonso Beck, que esteve muito presente na constante pressão para que muitos documentos importantes viessem à luz. Aqui na Espanha houve tentativas individuais para se conseguir uma abertura de arquivos.
O Caso do “Homem Verde”
O que pode nos contar sobre isso?
Somente no ano 1992, alguns militares, especialmente o sobrinho do ufólogo Salvador Freixedo, Ángel Bastida Freixedo, anunciou durante um congresso ufológico no Hotel El Escorial, onde eu estive presente, a liberação de vários relatórios. Entre 1992 e 1997, foram 97 os casos apresentados pelos militares da FAE, todos acontecidos a partir de 1962, com um total de 1.900 páginas. Porém, curiosamente, alguns ficaram de fora como, por exemplo, o famoso e misteriosíssimo caso do “homem verde”, ocorrido na Base Aérea Talavera La Rea, na cidade de Badajoz, em 1976, onde estiveram presentes vários militares do Exército Espanhol.
Por favor, nos conte sobre o curioso caso do tal homem verde?
O jornalista apresentador Iker Jiménez escreveu um livro muito interessante sobre o assunto, chamado La Noche del Miedo [Edaf, 2004]. Nele, Jiménez conta que os militares avistaram uma espécie de humanoide de 3 m de altura, aspecto luminoso, cabeça pequena e capacete, corpo obeso e braços compridos, que parecia flutuar. Um dos militares tentou disparar, mas ficou paralisado. Outros dois conseguiram puxar o gatilho contra a entidade que, naquele momento, se transformou em uma luz intensa e desapareceu. Eu entrevistei uma das testemunhas, que após o ocorrido ficou com problemas físicos e desenvolveu o mal de Parkinson.
Interessante. Sabemos também que você tem uma teoria particular sobre as chamadas sondas ufológicas. Pode nos contar sobre ela?
Boa pergunta. Nesse caso tenho que lembrar um pioneiro e querido amigo neste campo, Antonio Faleiro, consultor da Revista UFO da cidade de Passa Tempo, no interior de Minas Gerais, que fez o trabalho mais amplo que conheço sobre sondas. Minha teoria é a de que esses aparelhos, ou parte deles, foram deixados na Terra há milhares de anos por visitantes de outros mundos. Outra parte poderiam ser entidades ou seres formados por plasma ou outro tipo de matéria. Viveriam na crosta do planeta e mostrariam comportamento inteligente, perseguindo pessoas, espreitando-as ou mesmo, em poucas ocasiões, provocando ferimentos — como tem acontecido no interior da Bahia, na região da Chapada Diamantina, onde estive pesquisando alguns casos.
Por favor, nos fale mais sobre esses casos de sondas ufológicas ocorridos na Chapada Diamantina.
Entrevistei na Bahia, nos anos 90, os ufólogos Emanoel Paranhos, Alberto Romero e Alonso Valdi Regis, todos pioneiros da Ufologia Baiana. Viajei até a região da Chapada Diamantina e Serra do Sincorá porque me contaram que lá apareciam constantemente misteriosas luzes que surgiam entre as montanhas — lembro-me de ter conversado com um senhor que foi atingido por uma das luzes e teve que receber medicação. O interessante é que toda a região está repleta de antigas lendas que falam sobre cidades perdidas, povos estranhos que viviam no interior da Terra, tribos indígenas desconhecidas etc.
Houve inclusive algumas expedições à região, em busca das tais cidades perdidas…
Sim. O coronel britânico Percy Fawcett visitou a Chapada procurando uma cidade perdida que ele acreditava ter sido obra dos atlantes. Um francês, também no começo do século XX, chamado Apolinair Frot, encontrou vestígios de egípcios, fenícios e outros povos da Antiguidade gravados em rochas da região. Frot também registrou manifestações de luzes amarelas nas regiões de garimpo, às quais os nativos chamavam de mãe do ouro, a famosa lenda que está pelo interior do Brasil. Tive o privilégio de reencontrar, no ano 2000, uma das cidades perdidas descobertas pelo Apolinair Frot, na região da Serra de Santo Inácio. Ali também me falaram sobre “jipes fantasmas”, na verdade focos de luz que seguiam as pessoas pelas estradas de terra ou que se aproximavam de frente e, de repente, desapareciam.
E o que leva você a crer que as sondas possam ser organismos vivos?
Por suas características. Esses objetos têm um comportamento determinado, saem de dentro do solo, de rios e lagos e, às vezes, se movimentam de forma totalmente inexplicável. Poderiam ser robôs deixados aqui na Terra por outras civilizações com algum propósito? Talvez. Mas também sabemos que hoje, graças aos avanços da engenharia genética, se poderá um dia fabricar seres inteligentes. Quem sabe as sondas já não sejam exatamente uma mistura de objetos tecnológicos e algum tipo de seres com vida própria. Quem sabe…
Abduções, o grande enigma
Você já pesquisou casos de abduções? O que acha delas?
Sim, pesquisei vários episódios no Brasil, na América Latina e na Europa. O fenômeno é tão estranho e bizarro que muitos duvidam da credibilidade dos abduzidos. Mas, em contato direto com eles, pode-se perceber que tais pessoas passaram por experiências bem traumatizantes. Como também há casos muito interessantes de cura em pessoas que foram abduzidas.
Para você, quais são os casos mais intrigantes de abduções?
Os episódios da abdução de Antonio Villas-Boas, acontecido em 1957 na cidade de São Francisco de Sales, no estado de Minas Gerais, e o do soldado da Polícia Militar José Antonio da Silva, em 1969 na cidade de Bebedouro, interior de São Paulo, me impressionaram muito. Embora Villas-Boas já tivesse falecido, entrevistei, juntamente com o historiador Cláudio Suenaga, vários parentes próximos e amigos do abduzido. Pesquisando o lugar da abdução, descobrimos que ali, à beira do Rio Grande, existia uma casa com fenômenos paranormais e várias aparições espectrais. Outro foi o caso do José Antonio da Silva, entrevistado na época, em 1969, pelo professor Húlvio Brant Aleixo e Alberto Francisco do Carmo, que fez excelentes desenhos sobre o caso. Conversei com eleem várias ocasiões e Silva me demonstrou que era uma pessoa totalmente idônea e sincera. Na época sofreu um intenso interrogatório por parte dos militares da Força Aérea Brasileira (FAB), mas não puderam encontrar nenhuma contradição em seu depoimento.
Um dos mais fatos mais extraordinários que presenciei foi o das supostas possessões diabólicas acontecidas há pouco tempo em São Tomé e Príncipe, um arquipélago que foi colônia de Portugal, situado no Golfo da Guiné, na África.
Além de pesquisador de fenômenos ufológicos, você também investiga outros assuntos, como a paranormalidade. O que pode nos contar sobre esses temas?
Sim, paralelamente à Ufologia, tenho pesquisado casos relacionados a fenômenos paranormais em todo o mundo. Um dos mais extraordinários foi o das supostas possessões diabólicas acontecidas há pouco tempo na República de São Tomé e Príncipe, um arquipélago que foi colônia de Portugal, situado no Golfo da Guiné, na África. Ali, em uma escola, mais de 40 alunos entravam constantemente em transe coletivo — diziam ver um homem sem cabeça e alado caminhando pelo pátio. Um bruxo faleceu tentando expulsar a entidade. Foi a primeira vez que uma televisão gravou, para o mundo, um ritual de D’Jambi, cerimônia na qual as pessoas são possuídas por espíritos que, após cantarem e dançarem, voltam para seus mundos, deixando os vivos em paz, segundo a tradição do país. Eu mesmo os convoquei, junto com a viúva do bruxo, para tentar apaziguar os espíritos dos mortos que, aparentemente, atuavam naquela escola. Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Também tenho percorrido muitos lugares procurando pinturas rupestres e restos arqueológicos que se relacionem com contatos extraordinários entre povos de diversos continentes, além daqueles casos de possíveis conexões com entidades de outros planetas.
Fascinante. Você pode nos falar mais sobre suas pesquisas no campo da parapsicologia?
Sim. Comecei a pesquisar parapsicologia graças ao padre Oscar Quevedo. Eu fiz alguns cursos e participei de um grupo de estudos dentro do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP), no final dos anos 80. Era um dos melhores grupos de parapsicologia do Brasil naquela época e contava com especialistas de várias áreas profissionais. Com o padre Quevedo aprendi muito, embora não compartilhe de todas as suas ideias. Logo comecei, por minha conta, a indagar sobre a casuística de poltergeists, materializações, aportes etc.
Fenômenos paranormais
Qual foi o episódio mais espantoso a que você teve acesso no Brasil?
Foi na cidade de Acreúna, no estado de Goiás, que eu e o jornalista Willy Silva pesquisamos o caso de uma adolescente que era atingida por pedras vindas de parte alguma. No seu prato de comida caíam cabelos, insetos e dejetos que a impediam de comer. Fomos lá com um hipnólogo, que fez uma sessão para tranquilizá-la, pois, possivelmente, ela era o próprio epicentro dos fenômenos. Também pesquisei, em conjunto com o citado Suenaga, um caso ocorrido na cidade de Botucatu, no estado de São Paulo. Nós visitamos uma casa que havia sofrido vários incêndios provocados pelo fenômeno de combustão espontânea — a proprietária perdeu quase tudo e estava desesperada. Ela era umbandista e a acusaram de ser ela mesma a autora dos incêndios, algo que nós descartamos pela tipologia dos acontecimentos.
Entendo. Voltando à Ufologia, como você vê o cenário da pesquisa da fenomenologia ufológica nos últimos anos? Melhorou, piorou?
Há menos casos de manifestações de humanoides e quase nenhum como aqueles casos clássicos que ocorreram entre os anos 50 e 90. Não sei o que aconteceu e isso para mim é um mistério. Gostaria que tivéssemos novos casos para pesquisar, como o do Villas-Boas, José Antonio da Silva etc.
Entre as centenas de pessoas que entrevistou, qual foia que você achou mais interessante?
Sem dúvida foi Alexander Kazantsev, que entrevistei em 2001. Ele é o grande mestre da Ufoarqueologia e já estava com 96 anos morando em uma dacha [Casa de campo] perto de Moscou, na ocasião [Veja a entrevista da edição UFO 222]. Foi difícil encontrá-lo e ele mesmo me disse que fazia anos que ninguém o entrevistava. Kazantsev era a imagem perfeita daqueles antigos sábios da União Soviética. Foi ele quem teorizou que o famoso meteorito de Tunguska, que explodiu sobre a Sibéria em 1908, seria uma nave extraterrestre propulsada por energia atômica.
Por que ele sustentava esta teoria?
Segundo ele, a nave teria sofrido um acidente em nossa órbita e acabou explodindo, provocando uma destruição equivalente a várias bombas atômicas como as de Hiroshima ou Nagasaki. Kazantsev foi o pai de praticamente todas as questões relacionadas à vinda de extraterrestres ao nosso planeta há milhares de anos. Por exemplo, foi ele, e não Erich von Däniken, quem disse que a famosa figura de um homem que aparece em uma lápide de pedra na cidade maia de Palenque devia ser um astronauta. Também cogitou que as figuras aladas da Porta do Sol, de Tiahuanaco, na Bolívia, eram de procedência alienígena e que muitas pinturas rupestres representavam naves espaciais. Kazantsev era uma pessoa muito culta, membro da Academia de Ciências da União Soviética. Foi uma honra entrevistá-lo.
Já que o citou, como você avalia o trabalho do von Däniken?
Eu tiro o chapéu para Däniken por ter sido ele um dos pioneiros da chamada Ufoarqueologia, também chamada de Astroarqueologia, que defende a Teoria dos Antigos Astronautas. Eu estava com 10 anos quando meu avô me presenteou com o livro Eram os Deuses Astronautas? [Melhoramentos, 1969]. Fiquei tão entusiasmado com a leitura que decidi que um dia visitaria os locais mencionados no livro. E assim foi. Mas também percebi certo exagero na aplicação da sua teoria em vários sítios arqueológicos. A primeira vez que o conheci pessoalmente foi em Madri, em 1992, durante um congresso de Ufologia. A última vez que estive com ele foi em 2004, em Interlaken, Suíça, quando um dos seus assessores, o professor Klauss Dona, me convidou para participar de um congresso no Mystery Park, um parque temático dedicado a divulgar as teorias de Däniken. Ele mesmo me disse que continuava muito interessado na Caverna dos Tayos, do Equador. E acredita que o lugar foi visitado por seres de outros planetas em um passado remoto e que lá deixaram umas placas de ouro com conhecimentos transcendentais. O que acho estranho é que Däniken, apesar de acreditar na visita de ETs no passado, não creia nessas visitas no presente.
Você poderia contar aos nossos leitores sobre o trabalho dos pesquisadores portugueses Joaquim Fernandes e Fina D’Armada sobre as aparições de Fátima e sua relação com discos voadores?
Quando eu era adolescente, costumava comprar algumas revistas ufológicas portuguesas nas bancas da Praça da República, em São Paulo. Uma delas era dirigida por um jornalista do Porto, Joaquim Fernandes, e logo li o livro Intervenção Extraterrestre em Fátima [Bertrand, 1982], escrito por ele e pela historiadora Fina D’Armada. Fiquei admirado com a seriedade do trabalho e com as conclusões do estudo. Em 1992, conheci Fernandes durante um importante seminário ufológico e no ano seguinte conheci Fina. Os dois estavam realizando um importante estudo sobre o Fenômeno UFO, com reconhecimento internacional.
Segundo Kazantsev, uma nave alienígena teria sofrido um acidente em nossa órbita e acabou explodindo em Tunguska, na Sibéria, provocando uma destruição equivalente a várias bombas atômicas como as de Hiroshima ou Nagasaki.
Isso despertou seu interesse por estes chamados fenômenos marianos, que a Igreja interpreta como a ação da Virgem Maria e os ufólogos como sendo manifestações de extraterrestres?
Sim, desde a leitura daquele livro, tenho pesquisado as aparições marianas em todo o mundo, procurando sua possível relação com alienígenas. Infelizmente, Fina faleceu em 2014, mas deixou um importante legado. Sempre vou me lembrar de que foi ela quem descobriu documentos da Igreja, que até então eram secretos, contendo os célebres interrogatórios que o padre Formigão fez com as três crianças testemunhas da aparição de Fátima. Elas supostamente viram Nossa Senhora, mas os interrogatórios mostraram outra coisa — o que as crianças viram não foi com uma Virgem, mas sim uma entidade muito mais parecida com um extraterrestre. Isso foi revolucionário.
Falando de fatos que estão na mídia nos últimos anos, o que pensa sobre o fenômeno dos agroglifos?
Esse é um tema fascinante, mas tenho pesquisado pouco a respeito. Lembro-me de conversar muito sobre estas figuras em plantações com o saudoso Colin Bloy, um grande pesquisador inglês. Ele acreditava que essas formas eram símbolos que tentam conectar diferentes existências, como a humana e a extraterrestre. Bloy me dizia que algumas destas formas podiam ser curativas e que talvez fossem chaves para se abrir portas energéticas ou dimensionais. Mas, infelizmente, nunca estive no interior destes círculos em plantações.
Você acha que estamos perto de um contato final e definitivo com os seres que nos visitam?
Não acredito em um contato final, mas sim que eles, nossos visitantes extraterrestres, estejam permanentemente em contato conosco. Apenas espero que sejam suficientemente inteligentes para evitar o contato com os políticos do planeta…
Por favor, nos fale mais sobre a pesquisa que fez para o seu livro Mistérios do Brasil.
Bem, esta foi a viagem mais longa e ininterrupta que fiz pelo país procurando mistérios históricos, arqueológicos, ufológicos e parapsicológicos. Durante quase quatro meses conheci as regiões Norte e Nordeste por meio de seu povo, que merece todo meu respeito. Fiquei deslumbrado com paisagens maravilhosas e casos que, se você não está lá para ver, acaba não acreditando. Fui um pouco São Tomé e voltei com outra visão do Brasil e do mundo. Descobri casos de objetos que pegavam fogo sozinhos no Piauí, os famosos casos de chupa-chupa no Pará e Maranhão e a Pedra do Ingá, que é o monólito mais misterioso das Américas.
Nazistas na Selva Amazônica
Há algum lugar onde você gostaria de fazer pesquisa, mas que ainda não tenha tido a oportunidade de conhecer?
Sim. Tunguska, na Sibéria. Quase consegui chegar lá em 2011, mas houve um grande incêndio no Parque Nacional de Tunguska, que rodeia o local da suposta explosão de um UFO, conforme o citado Kazantsev, e as autoridades russas não permitiram a nossa entrada.
Você tem um livro novo a caminho ou algum projeto no qual esteja trabalhando atualmente?
Sim. Gostaria de lançar no Brasil uma nova versão do meu citado livro Luces de La Muerte, devidamente atualizada. Além disso, tenho a obra Brasil Insólito, que é uma espécie de continuação do também citado Mistérios do Brasil, no qual, além de casos ufológicos, mostro ao leitor histórias de fenômenos paranormais e falo sobre sítios arqueológicos misteriosos em todo o país. Além disso, vou publicar em breve, na Espanha, um romance inspirado no livro Die Chronik von Akakor [Crônicas de Akakor, Econ Verlag, 1976], escrito pelo jornalista alemão Karl Brugger, que morreu assassinado em circunstâncias muito estranhas no Rio de Janeiro, em 1964. Meu romance discorre sobre antigas civilizações no Brasil — possivelmente vindas de outros planetas —, nazistas na Selva Amazônica, sobre a Pedra da Gávea e suas misteriosas inscrições e a discutidíssima presença de fenícios no país. Ou seja, um verdadeiro conjunto de mistérios reais que eu procurei romancear. A inspiração para o livro veio de um amigo já falecido, o arqueólogo Aurélio de Abreu, o primeiro a me falar sobre as cidades perdidas da Amazônia.
<!–[if gte mso 9]>