A idéia angelical e benevolente que muita gente tem dos seres que nos visitam em seus fantásticos veículos espaciais cai por terra quando se olha com atenção para a casuística ufológica nordestina. Nos ensolarados estados do Nordeste brasileiro, castigados pela seca, miséria, subnutrição e abandono, outra cruel situação apavora e vitima ainda mais seus moradores – especialmente os de longínquos pontos do Sertão. Sem que a Ufologia tenha ainda uma explicação, é nesses locais que têm sido registrados terríveis ataques de UFOs e ETs a seres humanos, resultando em graves conseqüências físicas e mesmo seqüelas psicológicas – e às vezes, até mortes.
Tais fatos já foram bem expostos por ufólogos brasileiros em Ufo, entre eles nosso co-editor Reginaldo de Athayde, que reside em Fortaleza (CE) e percorreu durante quase três décadas todos os estados da região pesquisando tais ocorrências. Agora, outro renomado ufólogo apresenta um panorama da grave situação nordestina. Ele é Bob Pratt, um veterano jornalista norte-americano que tem no seu currículo dezenas de viagens ao Brasil e a vários outros países, onde investigou todos os tipos de ocorrências envolvendo UFOs e seres extraterrestres. “Mas foi no Brasil que mais me surpreendi com a brutalidade com que as pessoas são tratadas por nossos visitantes”, declarou.
Bob é com certeza o estrangeiro que mais conhece a casuística brasileira – e provavelmente a conhece melhor e mais profundamente que a grande maioria de nossos próprios ufólogos. Em virtude disso, é dele a 14ª obra da coleção Biblioteca Ufo, Perigo Alienígena no Brasil, sendo lançada neste mês [Veja encarte Suprimentos de Ufologia]. Entrevistado por nossa colaboradora e também estudiosa Vera Filizzola, proprietária do site Jornal Infinito [www.jornalinfinito.com.br], Bob mostra o que pensa da situação e encontrou de mais grave nos estados nordestinos.
Em seu livro Perigo Alienígena no Brasil, que acaba de ser lançado pela Biblioteca Ufo, você revela casos assombrosos de ataques a seres humanos. Você tem idéia de por que o Brasil é recordista nesse tipo de ocorrência? Infelizmente, não. Tenho procurado encontrar uma resposta para isso há mais de um quarto de século, mas não consegui. Investiguei centenas de casos de UFOs no Brasil – de Pelotas (RS) a Natal (RN) – e descobri que muitas pessoas foram aterrorizadas por estas naves. Encontrei inúmeras vítimas com machucados e até mesmo evidências conclusivas de que algumas testemunhas morreram durante ou após os encontros com extraterrestres.
Como começou sua investigação dos casos brasileiros? Enquanto trabalhava no jornal National Enquirer fiz muitas viagens a serviço para pesquisar ocorrências ufológicas, e meu jornal se interessava por casos dramáticos. Depois, ao me aposentar, em 1981, resolvi continuar indo ao Brasil para fazer investigações por minha própria conta. Desde então, estive nove vezes no país, sendo a última em setembro de 1999. E continuarei indo às regiões atingidas por esses casos, pois minha pesquisa não está concluída.
Procuro manter a mente aberta a todos os aspectos do Fenômeno UFO, que no Brasil tem uma diversidade simplesmente exuberante
Você encontra ufólogos brasileiros durante suas visitas ao país? Sim, com vários. E gostaria de dizer que aprendi muito sobre a casuística ufológica brasileira com os pesquisadores locais, que primeiro investigavam os casos e depois compartilhavam suas informações comigo. Sou especialmente grato a Húlvio Brandt Aleixo, Jean Alencar, Reginaldo de Athayde, Alberto do Carmo, Irene Granchi, Rogério Freitas, Vitório Pacaccini, Daniel Rebisso e Ubirajara Franco Rodrigues. E também, especialmente, a Cynthia Luce, uma pesquisadora norte-americana que residiu em Petrópolis (RJ) por mais de 25 anos e trabalhou comigo em cinco das minhas últimas visitas ao Brasil.
Existem outras áreas de perigo ufológico como as nossas, no mundo? Talvez existam. Mas, segundo minha avaliação, sem o grau de periculosidade contido nos fatos que aconteceram – e ainda podem estar acontecendo – no Brasil. Certamente, pessoas também foram feridas e mortas por UFOs em outros países, mas estes incidentes se mostram muito menos freqüentes se comparados com os brasileiros.
Jacques Vallée também esteve no Brasil e acredita que uma luz amarela e retangular seja a provável causadora das queimaduras e ferimentos na maioria das pessoas que sofreram perseguições e ataques. O que pensa disto? Não estou a par desses casos narrados por Vallée. Mas, nas centenas de ocorrências que pesquisei no Brasil, registrei muitas em que pessoas foram queimadas quando expostas às luzes dos UFOs, ou quando atingidas por raios luminosos incomuns. Muitos destes incidentes aconteceram no Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Pará. Vallée é uma das pessoas mais inteligentes e articuladas da Ufologia Mundial e concordo com muito do que ele diz. O Fenômeno UFO tem uma complexidade extraordinária, e embora tenhamos juntado uma inacreditável quantidade de informações sobre sua manifestação, acredito que ainda conhecemos muito pouco sobre ele. Muitos ufólogos compartilham a idéia de que os discos voadores se originam em outros planetas, mas Vallée contesta esta explicação. Ele acredita que o elevado número de observações de UFOs, durante séculos, seja uma indicação de que o fenômeno tem uma origem muito mais incrível do que supomos. Ele especula que os ETs tenham a capacidade de manipular nossa realidade.
Você acha que a hostilidade com que esses seres agem no Nordeste continua acontecendo? Sim, aparentemente, os ataques continuam. O primeiro ato de hostilidade que conheci e descrevi em meu livro aconteceu em 1976 e, o último, em 1991. Tive acesso aos mais recentes casos registrados em 1992, pesquisando-os pessoalmente. Embora tenha visitado o Brasil quatro vezes entre 1992 e 1999, não encontrei mais casos dessa natureza. Sei que os ufólogos brasileiros têm várias ocorrências estudadas desde então, e que algumas mortes foram relatadas em anos anteriores às minhas visitas ao Brasil. Porém, não tenho conhecimento direto desses casos e prefiro escrever somente sobre aqueles que eu próprio investiguei. Mas não ficaria surpreso se soubesse de novas ocorrências de hostilidade de ETs, pois alguns incidentes vêm à luz somente muito tempo depois de acontecidos. O Brasil é um país enorme, ocupa a metade da América do Sul e nele existem vastas áreas rurais e selvas, onde poucos ufólogos residem. A atividade ufológica não cessou no Brasil – nem em parte alguma do mundo – e é possível que existam muitos outros casos de extrema gravidade que talvez nunca venhamos a conhecer.
Algum dos casos que você pesquisou foi acompanhado por atividades psíquicas e paranormais por parte das testemunhas? Não, nunca soube de um caso envolvendo tais situações. De qualquer maneira, estou propenso a me posicionar contra tais aspectos. Acredito que o Fenômeno UFO seja estritamente físico e que não tenha nenhum componente paranormal. Sou criticado por vários pesquisadores, que vêem em meu posicionamento algo retrógrado. Mas busco manter a mente aberta quanto a todas as possibilidades.
A partir de suas investigações no Brasil, você formulou alguma teoria quanto à natureza do Fenômeno UFO? Os incidentes hostis relatados em meu livro representam uma porcentagem insignificante de todos os casos que ocorreram e que estão ocorrendo no país. É importante que se diga isso e espero não dar a impressão de que os UFOs no Brasil estão apenas levando o terror ao campo, ferindo e matando pessoas deliberadamente. Não é bem assim. Porém, o que está acontecendo aí é grave e acredito que as pessoas devam ser conscientizadas sobre o assunto. Tenho a sensação de que algumas civilizações estão estudando os habitantes da Terra. Um velho fazendeiro relatou-me certa vez que ouvira os ocupantes de uma nave que o sobrevoava dizerem: “Ele é muito velho para levarmos”. Outro fazendeiro, de 39 anos, viu três seres semelhantes a humanos dentro do UFO. Eles tentaram sugá-lo para dentro do aparelho e um deles encarou o homem com olhar de desdém, como se o esforço de encará-lo não valesse a pena. E há ainda o caso de um adolescente que foi abduzido e devolvido três dias depois, com seus quatro molares quebrados e o cabelo queimado.
Esses são casos realmente curiosos e há muitos outros episódios interessantes registrados em seu livro, não? Sim, muitos. Por exemplo, há o de um homem que teve uma experiência de perda da noção de tempo [Missing time] de umas sete ou oito horas, muito acima dos padrões normais. Ele relata que foi levado para uma cidade estranha, onde viu uma grande quantidade de pessoas que se vestiam e pareciam muito semelhantes entre si. Num dado momento, alguns daqueles seres postaram-se diante dele e o encararam, e o homem percebeu que falavam uns com os outros sobre ele. Outra pessoa com quatro horas de missing time voltou tonta e enjoada de sua experiência, e sua mulher encontrou nele vários estranhos sinais. Havia em seu corpo uma mancha preta e outra azulada, além de um furo atrás do seu quadril direito. Ele não sabe o que causou tais ferimentos, mas tinha a sensação de que seus ossos haviam sido quebrados. De qualquer forma, o homem ficou inválido. Outra vítima, desta vez um jovem, foi levitado por um UFO e teve problemas físicos e nos olhos durante anos. Não entendo as razões desse tipo de tratamento.
Estes casos nos fazem pensar que somos cobaias para os alienígenas. Eles estariam nos submetendo a experiências físicas e psicológicas, sem um pingo de compaixão. O que pensa sobre isto? No que diz respeito às abduções, em que esses fatos são narrados com mais freqüência, não posso me manifestar com propriedade por não conhecer sufuciente sobre esses casos. Mas em nenhum dos muitos fatos que investiguei houve qualquer coisa que parecesse uma experiência de qualquer espécie. Ou seja, o que aconteceu às vítimas não era algo programado nem um experimento científico. Acho que se tratava mais da curiosidade dos alíenigenas em saber, por exemplo, que tipo de criatura somos e como reagimos.
Você esteve em Minas Gerais e acompanhou o desenrolar do Caso Varginha. Qual é sua opinião sobre ele? O caso foi muito bem investigado por Ubirajara Franco Rodrigues e Vitório Pacaccini, auxiliados por outros ufólogos. Visitei a cidade duas vezes, em março de 1996, semanas depois que ocorreu o incidente, e em agosto de 1997. Conversei com algumas das testemunhas e examinei cuidadosamente as áreas onde ocorreram os eventos. Estou convicto de que este é um caso sólido. As criaturas que foram capturadas pelas autoridades eram muito diferentes de nossos animais e seria impossível que tivessem sido confundidas com eles. Curiosamente, as testemunhas nos contam que tais criaturas pareciam tímidas e não ameaçadoras.
Na sua opinião, os ETs são provenientes de outros planetas do nosso Sistema Solar ou de fora dele? Meu pensamento é o de que sejam provenientes de outras dimensões ou universos paralelos. Creio que um dia nós estaremos capacitados para visitar outros planetas, dimensões ou universos paralelos, e quando isso ocorrer, nós é que seremos os ETs para aqueles que residem nesses mundos. E tal como fazemos hoje, eles divagarão a nosso respeito e, quem sabe, até decidam nos pesquisar.
Você acha possível o que pensam alguns estudiosos de psicologia transpessoal, que o mundo mitológico tem uma realidade que interage conosco, podendo influenciar a criação de casos ufológicos? A idéia de que diferentes realidades possam existir aqui na Terra é nova para mim, uma coisa que nunca considerei antes. Mas um grande amigo meu se convenceu de que as chamadas “realidades alternativas” existem e tem se forçado em me fazer aceitar esta possibilidade. Por enquanto, ainda não estou convencido. De qualquer forma, mantenho a mente aberta, pois há vários anos eu sequer acreditava em UFOs. Tudo é possível, até que se prove o contrário. Fechar uma janela à qualquer possibilidade é errar por antecipação.
Você acredita nos casos de envolvimento sexual entre os ETs e humanos, e o que acha destas situações? Raramente expresso opinião sobre casos que não investiguei pessoalmente. Ademais, conheço apenas um deste gênero para opinar, aconteceu com um jovem que entrevistei em Curitiba, nos anos 70. Ele era estudante de uma escola técnica e residia em Pelotas (RS). Foi lá que ele viu um UFO numa determinada noite, quando se encontrava no quintal da sua casa, passando por uma experiência de missing time. Sob hipnose, o rapaz revelou que fora levado para bordo da nave e lá mantivera relações sexuais com uma tripulante. Quando o interroguei, no entanto, ele não apresentou os fatos que revelara sob hipnose. Tudo o que se lembrava fora da hipnose era que havia visto uma luz sobre uma árvore e, em seguida, que sabia que se tratava de um UFO, mas que o mesmo já estava indo embora. O jovem ainda se lembrava ter ouvido alguém dizer: “A missão já está concluída” [Bob fala do seqüestro do jovem José Inácio Alves, investigado pelos falecidos ufólogos Walter Bühler e Luiz do Rosário Real. Ver Ufo 70].
Você considera a hipnose uma ferramenta adequada para a compreensão dos casos em que há sensação de perda da noção do tempo? Ou acha que ela confunde ainda mais as testemunhas a respeito do que lhes aconteceu durante suas experiências? Eu acredito que um hipnotizador competente e bem treinado, preferivelmente um médico, pode ajudar a pessoa a se recordar do que lhe aconteceu durante o missing time. Mas um hipnotizador que não seja profissional pode influenciar inconscientemente a testemunha a criar fatos induzidos pela forma como ele conduzir seu questionamento ou ela entender as perguntas. Isto pode resultar na criação de falsas memórias, que tumultuam uma investigação ufológica e podem até invalidar um bom caso.
Estou indo ao Brasil em maio para lançar meu livro e participar de um evento de Ufologia em Curitiba, onde irei mostrar um pouco dos casos que pesquisei no Nordeste
Como você sugere que uma pessoa se comporte diante da possibilidade de ter um encontro com ETs? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, especialmente se você estiver se referindo a uma abdução. O problema está na expressão “diante de”, que você usou. Mas se me questionar como deve agir uma pessoa “durante” uma abdução, eu diria que ela deve ser bastante cooperativa com os seres que a abduziram. Segundo a casuística ufológica, os abdutores raramente machucam suas vítimas. Na maioria das vezes, estas retornam relativamente sem seqüelas. Pessoalmente, não gostaria de ter um contato muito próximo com ETs, porque acredito que seja altamente perigoso. Mas se eu passasse por uma experiência de abdução, manteria uma postura de serenidade, sem entrar em pânico ou buscar lutar contra os meus captores. Tentaria também memorizar tudo o que eu visse, ouvisse, cheirasse e sentisse a bordo da nave – além, é claro, do que os alienígenas me dissessem. Só assim, quando fosse devolvido, poderia descrever tudo o que se passou. Bem, mas isso é o que penso que faria, mas ninguém sabe como irá reagir num caso desses.
Por outro lado, Vera, se sua pergunta tiver a intenção de determinar como alguém poderá se comportar depois de uma abdução, acho que seria razoável imaginar que sua vida jamais seria a mesma. Sim, pois você teria tido a mais inacreditável experiência da sua vida. E talvez seja necessária uma ajuda psicológica para auxiliá-la a como lidar com suas emoções. Eventualmente, uma pessoa que passe por essa experiência gradualmente recuperará seu senso de normalidade e será capaz de raciocinar sobre o acontecido. Mas se o fato a que você se refere não é tão grave quanto uma abdução, mas apenas um contato, suponho que a vida da pessoa envolvida simplesmente seguirá seu curso mais ou menos igual ao de antes. Claro, isso depois que se recuperasse de seu assombro diante do acontecimento. Como aconselhamento final, sugiro a quem passou por isso localizar um ufólogo para narrar-lhe o acontecimento.
Alguns ufólogos acreditam que a política de acobertamento de informações ufológicas, principalmente nos EUA, esteja mais intensa hoje do que no passado. O que você pensa sobre isso? Não conheço os mecanismos do governo norte-americano quanto a isso, embora já tenha ouvido muitas histórias a respeito. Os ufólogos crêem que tais manobras visam desviar a atenção das pessoas e fazê-las crer que o Fenômeno UFO é uma tolice. Com certeza, é claro, o governo dos EUA sabe que não é e não revela o que já descobriu a respeito. Já o governo brasileiro tem se mostrado bem mais aberto nesta questão, mas talvez também não esteja revelando muito do que sabe sobre o assunto. Um exemplo disto é a imensa quantidade de casos existentes nos arquivos da Força Aérea Brasileira (FAB), relativos às investigações que seus agentes fizeram durante a grande onda ufológica de 1977 e 1978.
O epicentro se deu em Belém (PA) e envolveu todas as regiões ao redor, principalmente a área de Colares, ao norte da cidade. Os oficiais da FAB estiveram durante quatro meses sob o comando do coronel Uyrangê Hollanda, investigando as aparições em todo o Estado. Encontrei-me com ele, pela primeira vez, no ano de 1979 e conversamos sobre as investigações de sua equipe. Depois disso, nos encontramos outras três vezes, sendo a última em agosto de 1997, quando Cynthia Luce e eu passamos dois dias com ele em Cabo Frio (RJ), onde estava morando após se aposentar da Força Aérea. Em 1979, falei também com o sargento Flávio Costa, ajudante de Hollanda durante as investigações, que faleceu de ataque cardíaco há alguns anos. A pesquisa de UFOs e sondas na Amazônia foi extremamente bem sucedida, mas o governo brasileiro, mesmo pressionado pelos ufólogos e pela opinião pública, ainda mantém os fatos descobertos e ocultos da população.
Você tem idéia do resultado das investigações de Hollanda, que ficaram conhecidas como Operação Prato? Embora a investigação da FAB tenha sido encerrada por ordens superiores depois de quatro meses de iniciada, Hollanda e Costa continuaram pesquisando por conta própria os fatos, durante um ano. Mas quando a investigação oficial terminou, eles compilaram um arquivo contendo centenas de páginas com testemunhos, depoimentos, esquemas e mapas traçando os caminhos que os UFOs faziam na região. Também continha centenas de fotos desses objetos e vários filmes das naves que haviam atacado e queimado muitas pessoas. Todo material foi enviado para o quartel-general da FAB, em Brasília, onde repousa até hoje, mais de um quarto de século após os acontecimentos [Ufo publicou várias matérias sobre o que Bob se refere, inclusive uma longa entrevista com o coronel Uyrangê Hollanda, feita pelo editor A. J. Gevaerd e o co-editor Marco A. Petit, que pode ser conferida nas edições 54 e 55].
O que houve em Colares que levou as autoridades a iniciar a operação? Durante a onda que atingiu a região, principalmente em 1977, muitas pessoas foram afetadas por raios emanados dos UFOs que sobrevoavam a área à baixa altitude. Elas sofreram queimaduras, principalmente, no pescoço e no peito, cobrindo-lhes áreas de 10 a 20 cm2. Os médicos que as atenderam disseram que sempre achavam ferimentos iguais a furos nas vítimas e, no centro destes furos, sinais de queimaduras.
Como você vê o futuro da pesquisa ufológica no mundo? Com reservas. Os ufólogos norte-americanos, por exemplo, brigam muito entre si, em contendas muito desagradáveis e contraproducentes. Suspeito que isto aconteça também em outros países. Isso impede, em grande parte, o desenvolvimento da Ufologia. O ceticismo e o questionamento são bons e necessários à formação de uma autocrítica na área, mas ataques pessoais destroem todas as chances de se forjarem alianças de cooperativismo na pesquisa – o que poderia levar à solução do Fenômeno UFO. O falecido J. Allen Hynek, o primeiro cientista a afirmar publicamente que os UFOs deveriam ser estudados seriamente, tentou fundar uma organização mundial de ufólogos qualificados para agirem em conjunto. Não conseguiu. Depois dele, muitos também tentaram, sem sucesso. Para Hynek, o grande problema de então – que é o mesmo de agora – é que a Ufologia ainda não havia adotado normas de conduta e qualquer um pode nomear-se um expert no assunto. Em 1983, no 2º Congresso Internacional de Ufologia, em Brasília, os ufólogos tentaram unificar a área e assinaram um acordo criando uma entidade mundial que regulamentaria as atividades no setor. Porém, a idéia também sucumbiu. Isso é uma pena, porque uma organização mundial de ufólogos seria uma boa idéia. Mas se eles brigam o tempo todo, como podemos pensar em trabalhar em conjunto, protegendo e assegurando a qualidade das investigações ufológicas e construindo uma base de dados sólida, que poderia nos levar, um dia, à solução do enigma ufológico?