Novas informações mostram como foi a atuação da empresa Bigelow Airspace, no Brasil, a mando do governo dos Estados Unidos, em busca de informações sobre casos ufológicos. A verdade, lentamente, vem à tona, graças aos esforços de jornalistas e investigadores norte-americanos, com o apoio de ufólogos brasileiros.
Conforme publicamos aqui, o investigador Keith Basterfield, do blog ufos-scientificresearch publicou um artigo a respeito de uma equipe de investigação de UFOs, financiada pelo governo dos Estados Unidos, que veio ao Brasil coletar dados sobre o fenômeno.
Agora, a investigação se aprofundou e Basterfield em conjunto com Marc Cecotti esmiuçou, em outro artigo, como a área de Estudos Espaciais Avançados da Bigelow Aerospace (BAASS) atuou no Brasil.
No artigo abaixo vamos conhecer como os autores conseguiram localizar as testemunhas e conseguiram evidências definitivas sobre a atuação da BAASS fora dos Estados Unidos, em busca de informações ufológicas e metamateriais vindos de UFOs.
A investigação
Reginaldo de Athayde. Crédito: Revista UFO
No artigo anterior, foi explicado como uma entrevista online com um ex-oficial de segurança da BAASS, a quem escolhemos chamar de o Investigador, revelou que uma viagem ao Brasil ocorreu em algum momento do final de 2009.
Quando mostraram uma fotografia de vários funcionários da BAASS, ele identificou uma pessoa que estava empregada como tradutora de português.
Por meio de uma investigação mais aprofundada, descobrimos que muitos anos após seu desligamento da BAASS, a Tradutora havia visto e interagido publicamente em um vídeo do YouTube com o famoso ufólogo brasileiro e consultor da Revista UFO Reginaldo de Athayde.
Athayde, falecido em 2016, morava na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, e era um apaixonado pelo estudo de UFOs. Ele continua sendo uma das pessoas de renome da Ufologia Brasileira.
Depois de passar muitos dias rastreando possíveis testemunhas, Marc Cecotti recebeu uma resposta de um associado e amigo íntimo de Reginaldo de Athayde, chamado Hélio Loyola.
A Testemunha
Hélio Loyola é um ufólogo de 68 anos que vive em Fortaleza. Ele é membro do Centro de Pesquisas Ufológicas do Ceará (CPU-CE) e vem investigando avistamentos ufológicos, há mais de 40 anos, com a mesma paixão. Seu nome é mencionado na seção de reconhecimento do livro de Robert Pratt, de 1996, Perigo Alienígena no Brasil [Biblioteca UFO, 2003].
Após localizá-lo, começamos uma longa conversa online. Loyola explicou que muitas vezes ele e outros do CPU-CE ajudaram e cooperaram com pesquisadores estrangeiros que vieram investigar grandes avistamentos no Brasil. Mas quando o nome da tradutora foi mencionado, ele imediatamente se lembrou da visita deles.
Segundo Loyola, quatro pessoas da BAASS vieram em 2009. Elas foram apresentadas por outro famoso ufólogo brasileiro. Segundo Loyola, eles se apresentaram “como membros de uma empresa americana de pesquisa de UFOs da América do Norte, localizada em Nevada, chamada BAASS, e disseram que estavam fazendo um documentário sobre UFOs em todo o mundo”.
Em relação aos membros dessa equipe, ele disse que “Um deles era membro da Polícia de Inteligência dos Estados Unidos. Havia a tradutora. E outro falava português fluentemente porque morara em São Paulo”.
Quando perguntado se eles conheceram outras pessoas no Brasil, ele deu três outros nomes, incluindo o editor da Revista UFO Ademar Jose Gevaerd, que já reconheceu a reunião do BAASS, em nosso último artigo.
Encontro em Fortaleza
Casos ufológicos brasileiros na mira do governo norte-americano
Crédito: Live Science
Segundo Loyola, em outubro de 2009 a BAASS se reuniu com Reginaldo de Athayde, Loyola e duas outras pessoas na sede do CPU-CE, localizada em Fortaleza.
Ele informou a respeito do primeiro dia de reunião, que “depois que conversamos sobre UFOs no Ceará e sobre nossos casos, perguntamos sobre o objetivo de tanto conteúdo ufológico. O pessoal do BAASS disse que o governo queria saber se os países da América do Sul estavam se conscientizando de que havia vida fora da Terra e qual o grau dessa conscientização entre as pessoas”.
Depois da reunião, a testemunha levou toda a equipe da BAASS para o Hotel Praia Centro, no centro de Fortaleza. No dia seguinte, de acordo com Loyola, ele os pegou por volta da 10h00.
Segundo Loyola, “eles chegaram com filmadoras e câmeras e passaram várias horas fotografando e filmando nossos arquivos e relatos de casos”.
Ele também insistiu: “Aqui no Brasil eles não fizeram nenhuma pesquisa. Eles pegaram e fotografaram o que os ufólogos viram e documentaram, e pediram permissão a cada um para tornar público o que havíamos documentado”.
À noite, Loyola os levou ao Hotel Praia Centro. Segundo ele nos disse, “Eles deveriam ir para São Paulo (…), mas não tenho certeza de que eles foram para São Paulo, você entende. Eles podem ter viajado, para ver outros casos de UFOs, (…) eles podem ter ido para Belém, para ver [outro ufólogo], para Cuiabá, para ver A.J. Gevaerd, para o Rio de Janeiro, para conhecer [outro ufólogo]. Depois que eles nos entrevistaram, tiramos fotos de todo o grupo.
Depois desses dois dias em Fortaleza, não tivemos mais notícias deles. Para ser mais preciso, recebi o e-mail da tradutora e trocamos algumas correspondências, mas já faz muitos anos que ela também desapareceu. É isso aí”.
Quem foi ao Ceará?
Fortaleza, capital do estado do Ceará
Crédito: Dicas de Viagem
Muitos pesquisadores, inclusive nós, foram capazes de elaborar um banco de dados abrangente do pessoal da BAASS; construído a partir de declarações de testemunhas, jornais ou artigos online e informações disponíveis publicamente em sites como o LinkedIn e outras redes sociais.
A verificação cruzada de todas essas diferentes fontes de informação foi essencial para estabelecer as identidades, responsabilidades, cargos e anos de emprego da maioria dos funcionários da BAASS.
O Investigador sugeriu vários nomes que já tínhamos em nossa lista. Em nosso último artigo A.J. Gevaerd identificou Douglas Kurth, gerente do programa BAASS de 2007 a 2013, e outro investigador.
A princípio, Hélio Loyola nos disse que Kurth estava lá. De alguma forma, ele se lembrava do nome Kurth. A tradutora também estava definitivamente presente. Havia outro investigador da BAASS e também uma quarta pessoa, “um jovem que falava português fluentemente”.
Mas por que dois tradutores? Isso não fazia muito sentido. Mais tarde descobrimos o que estava errado: a tradutora estava falando várias línguas estrangeiras, mas não traduziu na reunião entre a BAASS e o CPU-CE. O jovem, que morava em São Paulo, fez toda a tradução.
Os outros ufólogos
Ademar José Gevaerd. Crédito: Revista UFO
Muitos nomes foram mencionados na conversa de Marc Cecotti com Hélio Loyola. Ele alcançou muitas dessas pessoas, ex-associados e membros de outros grupos de pesquisa de UFOs.
Na maioria dos casos, as pessoas ouviram falar da visita da BAASS ao Brasil, mas a informação veio de outras pessoas, sem testemunhas em primeira mão.
A.J. Gevaerd nos disse que acredita que a BAASS veio ao Brasil especificamente para vê-lo. E ele disse que havia apenas dois investigadores da BAASS, “Douglas Kurth, 99% certo”, disse ele, quando solicitado uma segunda confirmação, “e outro investigador”.
No último artigo, ele mencionou que a BAASS queria contratá-lo. Quando perguntado em que capacidade, ele disse:“Falamos sobre um contrato de serviços. Eu pesquisaria e investigaria casos antigos e novos para encontrar metamateriais”.
Infelizmente, ele não tem registros nem fotos de sua reunião com a BAASS.
Evidência fotográfica
Os arquivos ufológicos brasileiros chamam atenção dos Estados Unidos.
Crédito: Revista UFO
Então, um pesquisador brasileiro chamado João Marcelo Marques Rios, conselheiro da Revista UFO, que havia sido contatado há algumas semanas, enviou a Marc Cecotti um link para um vídeo público do YouTube publicado em 2011.
O vídeo mostra o presidente do grupo de estudos ufológicos Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas (CSPU), com sede na cidade de Sobral, entrevistando um indivíduo que acabara de participar de uma conferência da CSPU.
Segundo a legenda do vídeo “O CSPU (Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas) realizou a reunião mensal do grupo em 25 de setembro de 2009 no auditório central do SENAC Sobral. (…) Tais avistamentos estão atraindo a atenção de pessoas e até de grupos de pesquisadores internacionais, como ocorreu em maio, quando o CSPU recebeu a visita de uma equipe da América do Norte, da BAASS (Bigelow Aerospace Advanced Space Studies), empresa no campo da tecnologia espacial com base em Las Vegas e pioneira em módulos expansíveis para estações espaciais”.
De acordo com este vídeo, a BAASS estava na cidade de Sobral, em maio de 2009. Conseguimos entrar em contato com o grupo, que nos enviou um artigo datado de 01 de junho de 2009, conforme segue abaixo:
CSPU de Sobral recebe visita de pesquisadores americanos
O CSPU (Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas) realizou neste último dia 29, no auditório da Eletromil de Sobral a apresentação de diversos casos, recentes e antigos de aparições e contatos com OVNIs, de testemunhas oculares da região. Nesta data a equipe de ufólogos sobralense teve a satisfação de receber a visita do grupo de estudos da empresa americana BASS (Bigelow Aerospace Advanced Space Studios) que vieram de Las Vegas afim acompanhar os eventos, juntar informações e fazer uma relação internacional de troca de experiência fazendo avaliação de estudos de novas tecnologias. A equipe: Melissa Godoy, Tim Koonce, Lauren Hofmann, Lucas Gornechel, escolheram dentre o nordeste brasileiro a equipe do CSPU, pois há dez anos, a comunidade científica de Sobral realiza reuniões e acompanha os eventos ocorridos na Zona Norte. (…)
A equipe da BASS (Bigelow Aerospace Advanced Space Studies), testificaram sobre os estudos que a empresa realiza em diversos países do mundo, e sobre a intencionalidade da equipe em buscar o Centro Sobralense para manter relações internacionais. (Fonte)
Outras pesquisas nos permitiram encontrar vários outros artigos online sobre a visita da BAASS ao CSPU em Sobral em maio de 2009. Você poderá conferi-los aqui, aqui, aqui e aqui.
Agora tínhamos a confirmação da visita da BAASS e os nomes dos membros da equipe. Todos eles eram conhecidos por nós, exceto um. Acontece que aquele de quem nunca ouvimos falar, é o homem que está sendo entrevistado no vídeo do YouTube, aquele que falava português fluentemente e que fora o tradutor na reunião do CPU-CE, em outubro. Hélio Loyola confirmou.
Linha do tempo
Estávamos cientes de que uma viagem ocorrera no final de 2009, a partir das lembranças do Investigador. Mas as evidências que obtivemos agora indicavam uma viagem em maio de 2009. Pedimos a Loyola para esclarecer as diferentes datas.
Ele explicou que “primeiro eles vieram para o CPU de Fortaleza. Em Sobral, fomos nós que os enviamos para falar com o [ufólogo] que tinha e tem uma equipe de pesquisadores na região norte do Ceará”.
Então ele acrescentou: “Eles chegaram aqui em Fortaleza, se informaram sobre vários grupos de pesquisas sobre UFOs aqui no Ceará, porque essa era a chave para a passagem para outros grupos (…), em Sobral e em Quixadá . Eles nos mencionaram [CPU-CE] e os outros grupos acreditaram neles e forneceram toda a pesquisa.
Fotografia antiga mostrando o ufólogo Reginaldo Athayde e a equipe da BAASS
Crédito: CPU-CE
O presidente do CSPU os recebeu de braços abertos e forneceu todo o seu material de pesquisa na região, inclusive fazendo uma apresentação ao povo de Sobral interessado em casos de UFOs”.
Então, de acordo com Hélio Loyola, a BAASS voltou em outubro de 2009. Quando perguntado se uma equipe diferente veio em outubro, Loyola explicou:
“Eles eram os mesmos, tinha que ser porque já eram conhecidos e era mais fácil para eles obterem mais informações. Já ganhamos confiança e [tivemos que] ter certeza de que eles eram ufólogos”.
Em relação ao objetivo da segunda visita no Brasil, Loyola afirmou: “Vieram, porque Athayde não abriu os arquivos do CPU-CE para eles fotografarem todos os casos quando vieram pela primeira vez”.
Os supostos metamateriais foram mantidos na sede do CPU-CE, mas Hélio Loyola está certo de que a BAASS não recebeu nada. Ele acredita que os fragmentos permanecem no Brasil até hoje.
As datas exatas da visita ou visitas ainda exigem alguns esclarecimentos. Mas agora estabelecemos que a BAASS realmente visitou o Brasil pelo menos uma vez em maio de 2009 e temos evidências definitivas.
Hélio Loyola enviou a Marc Cecotti algumas fotos tiradas em maio de 2009. Como já conhecíamos os funcionários da BAASS, exceto aquele que falava português, e também tínhamos fotos deles, conseguimos confirmar rapidamente suas identidades.
Foto antiga mostrando ufólogos cearenses e membros da BAASS
Crédito: CPU-CE
Conclusão
Após várias semanas de investigação e conversas com várias testemunhas e fontes, foi estabelecido com evidências definitivas que uma equipe dos Estudos Espaciais Avançados da Bige
low Aerospace (BAASS) visitou o Brasil em várias ocasiões.
Sabemos agora que Melissa Godoy, Lucas Gornichec, Timothy Koonce e Loran Huffman foram para Fortaleza e Sobral em maio de 2009, e provavelmente uma segunda vez em outubro de 2009.
O testemunho de Gevaerd também indica que Douglas Kurth e outro indivíduo da BAASS visitaram o Brasil em uma ocasião diferente.
Com base em todos esses relatos, agora é certo que seu objetivo era coletar evidências e informações sobre eventos ufológicos, mas também sobre registros e arquivos de casos. E procurou recuperar possíveis metamateriais.
Isso parece se encaixar muito bem na história da BAASS, que foi tornada pública graças aos esforços de muitos pesquisadores. Agora esperamos que esses ex-funcionários da BAASS se apresentem e nos ajudem a entender melhor os objetivos do programa.
No momento em que escrevemos a conclusão deste artigo, fomos contatados por novas testemunhas que nos forneceram mais evidências sólidas. Compartilharemos nossas novas descobertas em um terceiro artigo em breve.
Fonte: OVNI Hoje