Moradores de pelo menos 40 municípios gaúchos se assustaram com a passagem de uma bola de fogo no céu na noite dessa quinta-feira (6). Uma espécie de meteoro, o bólido avistado tem o tamanho de uma bola de futebol e viajou da Argentina ao Brasil a uma velocidade de 50 mil km/h — percorreu 200 quilômetros em 13,5 segundos. De acordo com os relatos, por volta das 22h35, um corpo celeste com uma imensa cauda de fogo passou rapidamente pela atmosfera. Houve até mesmo informação sobre barulho de explosão e janelas e paredes que tremeram.
ATENÇÃO | Relatos de observação de um bólido (meteoro) nesta noite em grande parte do Rio Grande do Sul. Informações de avistamentos na fronteira com o Uruguai, Planalto Médio e Litoral Norte. pic.twitter.com/HsWizEzJJ8
— MetSul.com (@metsul) 7 de junho de 2019
A análise foi feita por Marcelo Zurita, diretor-técnico da Brazilian Meteor Observation Network (BRAMON), após ter acesso a imagens do fragmento de rocha espacial que ingressou na atmosfera terrestre. O fenômeno, que não é incomum, também foi relatado na Argentina, no Uruguai e em Santa Catarina.
Segundo a apuração feita pelo BRAMON, o meteoro teria sido gerado por uma rocha espacial pesando entre 7 e 12 quilos e teria surgido a 57 quilômetros de altitude perto da cidade argentina de 25 de Mayo. A passagem do objeto durou um pouco mais de 10 segundos até atingir a altitude de 27 quilômetros ao norte da cidade de Jari, no Rio Grande do Sul.
Mapa preliminar da trajetória do bólido. BRAMON
De acordo com o observatório, houve suspeita de que a bola de fogo poderia se tratar da reentrada de lixo espacial. Mas não havia nesta data nenhuma reentrada prevista pelas entidades de monitoramento de satélites e lixo espacial.
Fakes news espalhadas em redes sociais
Alguns áudios que circulam no WhatsApp afirmam que o bólido teria caído na Usina da Ceriluz, na cidade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, deixando municípios da região sem energia. Após pronunciamento de dois setores da empresa de eletrificação, ficou descartada a notícia. A empresa alega que nada aconteceu na Usina. Inclusive, sequer há registro de pontos sem energia na área atendida pela Ceriluz.
Alguém me diz o que é isso?
Um meteoro?
Meu irmão gravou agora a pouco na nossa cidade Quaraí/RS pic.twitter.com/h0uAMyD2qM— MARIAH SEM H (@onepandacrazy) 7 de junho de 2019
Saiba mais sobre o bólido
Qual a diferença entre meteoro, bólido e asteroide?
Zurita explica que o sistema solar, além de planetas e satélites, é composto por pequenos pedaços de rocha que ficam na órbita do Sol. Alguns deles são minúsculos e têm menos de um grama. Quando um desses fragmentos entra na atmosfera da Terra, provoca um fenômeno luminoso. Na prática, o bólido é um meteoro (fireball); o que o diferencia dos demais é que ocorre uma explosão no fim. O asteroide é maior, com mais de um metro de diâmetro.
Por que foi afastada a hipótese de lixo espacial?
Quando o bólido foi avistado na quinta-feira, especulou-se que poderia se tratar da reentrada de lixo espacial na Terra. As características de velocidade afastaram a hipótese. “A diferença básica entre um meteoro e uma reentrada de lixo espacial é a velocidade. O lixo espacial é mais lento”, justifica o especialista.
O fenômeno é comum?
Zurita afirma que estudos recentes estimam que cem toneladas de material espacial entram na Terra todos os dias. A maioria são pequenos fragmentos, do tamanho de um grão de areia. Algo semelhante ao observado na noite de quinta, diz o especialista, ocorre em torno de uma vez a cada 15 dias: “Objetos tão brilhantes assim é mais difícil”.
Há locais mais propícios para a queda de meteoros?
Zurita afirma que não. Mas boa parte cai nos oceanos, já que as águas somam a maior parte da superfície terrestre. O especialista diz que o Rio Grande do Sul está sendo privilegiado neste ano: em abril um bólido foi avistado no litoral.
Por que houve barulho e tremor?
Esses fragmentos, quando atingem as camadas mais densas da atmosfera, liberam muita energia. “Quando isso acontece, a atmosfera vai freando o objeto até chegar ao ponto em que o material se fragmenta e há choque sônico. Esse barulho é um grande deslocamento de ar que provoca tremores nas paredes e janelas”, explica Zurita.
A BRAMON alerta que é importante registrar que as análises ainda são preliminares, mas podem ficar bem mais precisas se surgirem novas imagens e depoimentos do fenômeno. Para tanto, solicitamos que aquelas pessoas que viram, filmaram ou fotografaram esse meteoro, enviem seu relato através do formulário disponível em http://bramon.imo.net.
A medida em que novas informações ou imagens forem disponibilizadas, os dados serão refinados e a matéria será atualizada.
Fonte: BRAMON e Zero Hora
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