O caso da Floresta de Rendlesham, também conhecido como Caso Bentwaters, é considerado o “Caso Roswell da Inglaterra”. As ocorrências principais se deram nos dias 26 e 27 de dezembro de 1980, envolvendo pessoal da Força Aérea norte-americana (USAF), que naquela época da Guerra Fria utilizavam as bases de Bentwaters e Woodbridge da Real Força Aérea britânica (RAF). O principal nome da ocorrência é o do coronel Charles Halt, segundo em comando da base. Os dois governos envolvidos sempre foram acusados de acobertar as informações mais importantes sobre o evento e recentemente surgiram ainda mais indícios nesse sentido.
No calor dos acontecimentos daqueles dias, em meio a uma onda ufológica que, conforme se sabe agora, motivou avistamentos em outras localidades mais distantes do palco principal, recentes liberações de documentos via Lei de Liberdade de Informações (FOIA) deixaram claro que um grande esforço foi feito para acobertar os fatos. As evidências disponíveis apontam que o governo britânico chegou a elaborar planos para a evacuação de prisões nas proximidades das bases, a HM Prison Highpoint North, além de Blundeston Prison e Hollesley Bay Youth Correctional Center. Conforme o pesquisador Nick Redfern (autor de MIB: Os Verdadeiros Homens de Preto, grande sucesso da Biblioteca UFO) e principal nome a vasculhar os arquivos oficiais, isso comprova que as ocorrências, de uma extensão ainda não inteiramente conhecida, de fato foram muito sérias.
Nick Redfern aponta o interesse que o caso despertou em Lord Hill-Norton, que entre 1971 e 1973 foi chefe da equipe de Defesa da Grã-Bretanha. Ele pressionou por respostas e finalmente se descobriu que muitos dos registros haviam sumido. Em 23 de janeiro de 2001, em sessão na Câmara dos Lordes, Hill-Norton exigiu do governo respostas quanto a instruções para preparar uma evacuação das prisões entre 25 e 30 de dezembro de 1980. Registros das prisões Blundeston Prison e Hollesley Bay Youth Correctional Center não revelaram nada anormal. Porém, em HM Prison Highpoint North descobriu-se que o livro de registros de dezembro de 1980 havia desaparecido. A única informação a respeito foi uma possível indicação de que o livro havia sido destruído por engano. O lorde continuou a pressionar por respostas, exigindo acesso aos registros de radar das várias bases da região do incidente e surgiu a informação de que as fitas eram apagadas de forma rotineira para serem reutilizadas.
O Acobertamento
Em maio de 2011, graças à FOIA, um grande volume de documentos sobre o Caso Rendlesham foi liberado para o público, chamando a atenção, inclusive, da mídia em geral. Logo se descobriu que havia grandes lacunas nos registros e memorandos internos que também foram liberados mostraram que o Ministério da Defesa (MoD) suspeitava que “uma tentativa deliberada havia sido feita para eliminar os registros relacionados ao incidente”, conforme pode ser lido. Essa suspeita de destruição de registros já aconteceu antes, envolvendo até o próprio Caso Roswell, o encontro do navio HMS Manchester com um UFO no Mar do Norte em 1999, e até mesmo no Brasil, onde os pesquisadores ainda aguardam a liberação total dos arquivos relacionados à Operação Prato da Força Aérea Brasileira em 1977, além de toda a documentação produzida pelo Exército a respeito do Caso Varginha, de 1996.
Mais casos nas proximidades
A Floresta de Rendlesham, com 1.500 hectares, se situa em Suffolk, condado do leste da Inglaterra, foi chamada de Caso Bentwaters, em alusão à base da Real Força Aérea (RAF) que ali existe. Vizinha à Base Woodbridge, as duas instalações eram utilizadas pela Força Aérea Norte-Americana (USAF), quando da ocorrência dos avistamentos de UFOs em 26 e 28 de dezembro de 1980. Mas o que poucos sabem, mesmo dentro da Ufologia Mundial, é que o local foi palco de outros acontecimentos igualmente misteriosos.
Um deles aconteceu em 1983, no final de outubro, na vila de Hollesley. Essa localidade dista a poucos quilômetros de Rendlesham, e as testemunhas deste caso descrevem como observaram, à noite, um grande objeto triangular escuro pairando sobre a vila por cerca de 15 minutos. O UFO possuía luzes nos vértices que lançavam alternadamente flashes de luzes, e Ron Macro, uma das pessoas que viu o objeto, afirmou que as luzes se mantiveram fixas o tempo todo e eles ouviram um som agudo vindo do intruso. Outras testemunhas foram Pauline Osborne e Debbie Foreman, que dirigiam por Hollesley quando o UFO surgiu, e ao se aproximarem do ponto sobre o qual o objeto pairava o motor começou a falhar, as luzes do veículo a enfraquecer, e finalmente este deixou de funcionar. As pessoas de Hollesley cobraram uma explicação da RAF, porém não obtiveram resposta além da declaração do capitão McCollom, que afirmou: “Nada foi observado no radar, não posso dizer mais nada além disso”.
Dez meses depois outro caso ainda mais estranho aconteceu, desta vez diretamente sobre a Floresta de Rendlesham. A ocorrência envolveu a tripulação de um pequeno avião Britten-Norman Trislander, que experimentou uma colisão com um objeto não identificado. A aeronave teve vários danos, felizmente não o suficiente para deixar a tripulação em perigo, que pôde aterrissar sem muita dificuldade. A própria Autoridade Civil de Aviação da Grã-Bretanha se envolveu no caso, e acabou liberando um relatório sobre o incidente de 24 de agosto de 1984. Está descrito como o avião enfrentou uma leve turbulência quando a tripulação sentiu um impacto. Foi constatado após o pouso que a hélice do motor da esquerda fora atingida, e um de seus pedaços chegou a penetrar na cabine e sair pela janela. Foram encontrados vários buracos na fuselagem e danos no motor e aileron. Três pedaços de metal que não faziam parte do avião foram encontrados, incluindo um pequeno cilindro magnético. O relatório termina com: “O UFO não foi identificado, e não há informação sobre sua natureza ou origem”. É importante salientar que no relatório o termo UFO não foi utilizado como sinônimo de nave alienígena, mas chama atenção a colisão ter ocorrido justamente sobre a Floresta de Rendlesham.
Assista ao documentário que reanalisa o caso (legendado):
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