O lançamento bem sucedido do foguete Falcon 9 nesta segunda-feira (3), que aconteceu na Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia, por si só já seria notável mas rendeu quatro novos recordes para a SpaceX – um sinal claro de que a empresa liderada por Elon Musk, e a indústria espacial comercial em geral, está amadurecendo rapidamente.
Primeiro, esse foi o 19º lançamento da SpaceX no ano, ultrapassando a marca de 18 lançamentos em um ano, que foi conquistada no ano passado. Depois, o Falcon 9 conseguiu entregar 64 satélites em órbita de uma só vez – um recorde nos Estados Unidos (a Índia detém o recorde mundial para uma leva de lançamento de satélites, quando colocaram 104 satélites em órbita de uma vez, em 2017).
Além disso, o propulsor reutilizável utilizado desta vez, conhecido como B1046, se tornou o primeiro foguete de primeiro estágio do Falcon 9 a ser utilizado para três lançamentos diferentes – os outros dois aconteceram em 11 de maio e 7 de agosto deste ano.
Por fim, esse mesmo propulsor já foi lançado a partir de três diferentes estações: do complexo 39 de lançamento do Centro Espacial Kennedy, do complexo 40 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral e, agora, a partir do complexo de lançamento 4E da Base da Força Aérea de Vandenberg na Califórnia, conforme noticiado pelo Florida Today.
Successful deployment of four microsats and the upper and lower free flyer with additional payloads for Spaceflight SSO-A: SmallSat Express confirmed. Follow @SpaceflightInc for further mission updates.
— SpaceX (@SpaceX) 3 de dezembro de 2018
Lançamento bem-sucedido de quatro satélites miniaturizados e os free flyers superiores e inferiores com carregamentos adicionais para Spaceflight SSO-A: SmallSat Express confirmados.
Falcon 9’s first stage booster for this mission previously completed two launches and landings this year. pic.twitter.com/VXkN0IEGVR
— SpaceX (@SpaceX) 3 de dezembro de 2018
O propulsor de primeiro estágio do Falcon 9 para esta missão já havia completado dois lançamentos e pousos neste ano.
Nada mal, SpaceX. Mas, para ser justo, a empresa privada de foguetes teve alguma ajuda; a única consumidora desta missão, a SpaceFlight Industries, comprou o acesso exclusivo ao Falcon 9 – e essa é a primeira vez que a SpaceFlight Industries faz algo do tipo, como lembra a CNN. O lançamento simultâneo de 64 satélites aponta para a tendência do uso de satélites mais compactos e baratos. Isso mostra também que a necessidade para o desenvolvimento de foguetes pesados e poderosos está caindo.
A missão desta segunda-feira, batizada de SSO-A: SmallSat Express, incluiu 15 “microsats” e 49 “cubesats” – “sats” como abreviação de satélite. Mais de 34 organizações públicas e privadas de 17 diferentes países estiveram envolvidas, incluindo os Estados Unidos, Brasil, Austrália, Canadá, Itália, Polônia, entre outros.
A Spaceflight Industries mandou 64 satélites em uma carga com seis metros de altura, que foi dividida em duas partes. Em um comunicado, a companhia descreveu esse como “um dos empreendimentos mais complexos” que já realizou. A SpaceX foi a responsável pelo lançamento do Falcon 9, enquanto a Spaceflight Industries lidou com “todos os processos de planejamento, engenharia, integração, garantia de missão e engenharia de sistemas, procedimentos normativos e de políticas, contratação e desenvolvimento de negócios para a missão”, conforme consta no comunicado.
Quando o Falcon 9 chegou ao espaço na terça-feira (4), os satélites começaram a surgir. “Uma série de seis distribuições, ocorrendo entre os 13º e 43º minutos após a decolagem, será seguida pelas próprias distribuições da Spaceflight”, explicou a SpaceX em um comunicado. “A distribuição da Spaceflight deverá acontecer em um período de seis horas.”
Entre os satélites presentes na carga estão o dispositivo australiano que conectará dispositivos remotos à internet e um par de SkySats – um dos EUA e outro da Finlândia – que serão utilizados para monitorar aviões e navios. O foguete também lançou um satélite experimental de astrobiologia desenvolvido por um grupo de estudantes do ensino médio da Flórida, conforme a reportagem da CNBC.
Mr. Steven is stationed in the Pacific, as SpaceX will attempt to catch and recover the fairing this mission. pic.twitter.com/A7aBSJoFfc
— SpaceX (@SpaceX) 3 de dezembro de 2018
Mr. Steven está estacionado no Pacífico, e a SpaceX tentará capturar e recuperar a carenagem nesta missão.
O propulsor reutilizável B1046 conseguiu pousar com sucesso em um navio autônomo após o lançamento, mas o pouso da carenagem da carga não saiu como planejado. A carenagem – uma estrutura em formato de cone que protege satélites, equipamentos, comidas e outros itens durante a jornada no espaço – deveria ser resgatada na rede de um navio de recuperação conhecido como Mr. Steven. Em vez disso, ela pousou no oceano, um desdobramento que aparentemente não abalou o CEO Elon Musk.
Falcon fairing halves missed the net, but touched down softly in the water. Mr Steven is picking them up. Plan is to dry them out & launch again. Nothing wrong with a little swim.
— Elon Musk (@elonmusk) 3 de dezembro de 2018
A carenagem do Falcon se perdeu da rede, mas tocou suavemente a água. Mr. Steven conseguiu recuperá-la. O plano agora é secá-la e fazer um novo lançamento. Não há nada de errado com um pequeno nado.
De fato, é difícil se chatear depois de um dia tão bem sucedido.
Fontes: CNBC, SpaceFlight Industries, CNN, Florida Today
Colaboração: David Vanzin
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