Pesquisadores especulam, há muito tempo, que podem existir em Titã crateras com metano líquido – e esta estrutura de 235 km por 75 km pode ser um exemplo disso. Mas eles estão sendo cautelosos na interpretação do relevo fotografado, que tem o que parece ser uma “margem” mais suave. Os cientistas dizem que pode se tratar simplesmente de depósitos sólidos e escuros na boca de um vulcão.
“Este relevo é único em nossa exploração de Titã até agora”, disse Elizabeth Turtle, que trabalha na equipe de Cassini na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. “Seu perímetro lembra, de maneira intrigante, as margens de lagos da Terra que são suavizadas pela erosão e depósitos feitos pela água”, acrescentou ela. O relevo fica na região com maior nebulosidade de Titã, que provavelmente é o local mais de mais recente chuva de metano.
Isso, associado à suavidade das linhas do perímetro do relevo, estimula os cientistas a especularem sobre o que pode estar preenchendo esse suposto lago. “Uma explicação alternativa é que esse relevo já foi um lago, mas secou e deixou para trás depósitos escuros”, disse Turtle. Apesar das previsões iniciais, não há provas definitivas de crateras cheias de líquido em Titã. A sonda Cassini ainda não está em uma posição favorável para usar suas câmeras e verificar se há reflexos de possíveis superfícies líquidas na região polar sul da lua de Saturno. O aparelho deve passar por Titã mais 39 vezes.
Leia também: Missão Cassini-Huygens, Nasa (em inglês).