A primeira fase da missão Exomars da Agência Espacial Europeia (ESA) se encontra rumando para Marte e o objetivo final no projeto, a ser atingido pela metade dos anos 2020, é trazer para a Terra amostras de solo marciano que possam conter exemplares de vida marciana, se esta existir. A missão deve entrar em órbita do Planeta Vermelho em outubro, e entre os primeiros objetivos está o de confirmar o achado da Mars Express, também da ESA, que detectou emissões sazonais em Marte em 2003.
Evidentemente, trazer amostras de Marte a fim de serem analisadas em laboratórios terrestres significa que as referidas amostras não podem ser esterilizadas. Devem ser acondicionadas em um recipiente capaz de aguentar as agruras do voo espacial e a reentrada em nossa atmosfera, a fim de que os cientistas encontrem as amostras intactas. Porém, como disse Sara Russel, do Museu de História Natural de Londres: “Temos que ter um plano para o caso de existirem formas de vida”. Como se sabe a tripulação da Apollo 11, a primeira a retornar da Lua em julho de 1969, foi mantida em um ambiente hermeticamente fechado para que os cientistas se certificassem de que os astronautas não haviam sido expostos a algum material ou patógeno em nosso satélite natural. Depois, claro, foi comprovado que não existe vida na Lua.
Sara Russel é coordenadora do projeto Euro-Cares, que está desenvolvendo tecnologias e procedimentos para a Instalação Europeia de Curadoria de Amostras, um sofisticado laboratório preparado para transportar e analisar as amostras trazidas de outros mundos. Ela comenta: “As chances de trazer micro-organismos marcianos acredita-se ser pequena, mas evidentemente temos que pensar no pior e nos preparar”. Um dos piores cenários seria o da cápsula de retorno cair de forma desgovernada, em um local não previsto ou até mesmo nas proximidades ou dentro de um centro urbano, e a preocupação é grande no sentido de que uma amostra dessas, e o que estiver dentro dela, não contamine o ambiente terrestre. A questão foi apresentada por Russel: “Se encontrarmos indícios de vida em Marte e colhermos uma amostra, devemos esterilizá-la, ou a preservamos para que possamos caracterizá-la e aprender com ela?”.
PRECAUÇÃO E CUIDADO NO ESTUDO DE AMOSTRAS DE VIDA ALIENÍGENA
Levará ainda uma década a fim de que tenhamos uma missão de retorno de amostras de Marte, e Sara Russel questiona se cápsulas de reentrada resistentes e de custo razoável poderão ser desenvolvidas a tempo. Ela diz: “Temos que pensar no risco de um pouso problemático ou queda, e garantir que a cápsula seja projetada de forma a que nada possa sair dela”. A empresa Space UK está desenvolvendo a cápsula e seu compartimento de contenção terá múltiplas camadas e será totalmente impermeável. Missões não tripuladas já trouxeram de volta amostras da Lua, em 2006 a nave Stardust da NASA chegou com amostras de um cometa e a nave Hayabusa do Japão obteve amostras do asteroide Itokawa em 2010. Contudo, Marte será o primeiro mundo habitável de onde serão enviadas amostras para a Terra e a comunidade científica começa a discutir os protocolos para lidar com essa nova fronteira de pesquisas.
Site oficial da missão Exomars
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Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.