James Carrion, ex-diretor da MUFON, torna a causar polêmica no meio ufológico. Seu novo livro, The Rosetta Deception (CreateSpace Independent Publishing Platform, 2014), descreve os primeiros acontecimentos da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, em 1946. Carrion demonstra, por meio de uma detalhada reconstrução dos fatos baseada em documentos tornados públicos somente nos anos 90, como serviços de Inteligência norte-americanos elaboraram um plano para obter os códigos de comunicação russos.
O livro desagradou alguns membros da comunidade ufológica, entre os quais o veterano Stanton Friedman. Ele disse em recente entrevista que a obra de Carrion é bobagem, embora tenha admitido que não o leu. James respondeu em seu blog afirmando que Stanton não utiliza um de seus próprios enunciados, o que diz: “Não me venha com fatos, minha cabeça já está feita, e se você não puder contestar as informações, ataque a pessoa que as divulga”. Carrion ainda destacou alguns fatos, como os esquemas rígidos das comunidades de Inteligência quanto à necessidade de saber, a imensa quantia em dinheiro que esses serviços recebem, a realidade de a desinformação ser uma atividade bem antiga, largamente usada na Segunda Guerra Mundial, e outros.
The Rosetta Deception revela a história de como, após a Segunda Guerra Mundial e a crescente hostilidade entre Estados Unidos e União Soviética levando a Guerra Fria, espiões russos se infiltraram nos EUA, contando ainda com simpatizantes comunistas. Para combater essa ameaça tanto esse país quanto seu aliado, a Inglaterra, tornaram a utilizar as armas com que haviam derrotado o Eixo, simulação, contraespionagem e quebra dos códigos secretos do inimigo. Com esse objetivo, plantaram na imprensa uma série de informações a respeito de testes de mísseis soviéticos sobre Suécia, Finlândia e Noruega, em 1946. Esses países rapidamente detiveram a circulação de informações sobre os alegados testes, a fim de impedir que os russos soubessem que tinham sido bem-sucedidos. Assim, os espiões soviéticos se voltaram para a imprensa norte-americana.
DESINFORMAÇÃO LARGAMENTE UTILIZADA NA UFOLOGIA
O jornal The New York Times participou ativamente do ardil e de julho a agosto de 1946 os espiões russos copiaram essas notícias e as enviaram a seu governo. Porém, as empresas de telégrafo RCA, Western Union e ITT enviaram tais comunicações à Agência de Segurança do Exército (ASA), a precursora da atual Agência de Segurança Nacional (NSA). Os técnicos de Inteligência, então, examinaram cópias das notícias dos jornais e as compararam com as mensagens criptografadas dos espiões, quebrando assim o código secreto soviético. O fato de muitas dessas notícias serem hoje atribuídas a aparições de UFOs sobre os países escandinavos em 1946 incomodou algumas pessoas no meio ufológico, de acordo com James Carrion. Na entrevista que pode ser ouvida no link abaixo, ele aponta os problemas da Ufologia, especialmente no destaque dado a certos indivíduos de passado questionável divulgam histórias extraordinárias, das quais não apresentam qualquer evidência. Mas isso, segundo Carrion, não impede que essas pessoas continuem prestigiadas no meio ufológico.
Da mesma maneira como denunciou na entrevista que concedeu para a edição 191 da Revista UFO, James Carrion questiona os métodos da MUFON, cujo mote é a análise científica do Fenômeno UFO, mas que em seus programas para o Discovery Channel somente continua a repetir as mesmas alegações sem qualquer novidade, e sem qualquer análise científica dos fatos. Ele igualmente denuncia as estranhas ligações da MUFON com Robert Bigelow, proprietário do Skywalker Ranch e sobre o qual paira uma aura de mistério com nenhuma transparência dos envolvidos. Carrion alerta que muitos dentro da Ufologia se dedicam mais a perpetuar o mistério do que em resolvê-lo, e afirma que apesar de seus questionamentos defende a existência de vida fora da Terra por uma questão estatística, levando em consideração a enormidade do Universo. Conforme diz: “Acredito que a comunidade de Inteligência usa o Fenômeno UFO, a mitologia para acobertar operações mais mundanas, inclusive na Área 51. Para quem quiser se dedicar à Ufologia, não preste atenção às alegações, e sim no ruído e nos rumores em torno delas. Entre nesse campo de mente aberta, ponha de lado suas crenças, e preste atenção aos personagens nesse meio. Cheque as fontes, cada pequeno fato. Tenha um sincero desejo de descobrir a verdade, não importa o quão dolorosa seja”.
Ouça as críticas de Stanton Friedman a The Rosetta Deception
Leia a resposta de James Carrion em seu blog
Ouça uma entrevista de James Carrion falando de seu livro e dos rumos da Ufologia
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Terra Vigiada não é um livro comum, mas um verdadeiro dossiê fartamente documentado que comprova que inteligências extraterrestres observam e monitoram nossos arsenais atômicos. O livro contém dezenas de depoimentos prestados por militares norte-americanos que testemunharam a manifestação de discos voadores sobre áreas de testes nucleares, nas décadas de 40 a 70, comprovando que outras esp
écies cósmicas mantêm nossas atividades bélicas sob severa e contínua vigilância. Hastings vai mais além e mostra em Terra Vigiada que não é incomum discos voadores interferirem nos experimentos de lançamento, muitas vezes inutilizando as ogivas nucleares a serem detonadas, ou sobrevoarem silos de mísseis armados.