Nesta última segunda-feira, 20 de janeiro de 2014, o Caso Varginha completou sua maioridade. Há 18 anos os ufólogos do Brasil aguardam a liberação de documentos a respeito do mais importante caso já ocorrido em nosso território, mas apesar da intensa pressão por transparência e abertura, a queda de um UFO no sul de Minas Gerais e a captura de sua tripulação permanecem assunto altamente secreto.
O Caso Varginha aconteceu em meio a uma intensa onda global de observações ufológicas que se estendia desde o segundo semestre de 1995 e nos meses que se seguiram à descoberta do evento descobriu-se que o sul de Minas Gerais foi também assolado por inúmeros avistamentos. Nada mais natural que os militares monitorarem a situação cuidadosamente, contando inclusive com o auxílio de seus colegas norte-americanos que enviaram um alerta quando um objeto não identificado desapareceu próximo a Varginha.
A ação extremamente rápida no recolhimento das criaturas, e possivelmente da nave que as transportava, comprova que o monitoramento estava acontecendo. Na madrugada daquele 20 de janeiro de 1996 o casal Eurico de Freitas e Oralina pôde observar um artefato cilíndrico sobrevoar lentamente sua fazenda, soltando muita fumaça e aparentemente com uma das extremidades danificada. O casal, que morava a 10 km de Varginha, descreveu depois aos pesquisadores como o UFO desapareceu por trás de uma elevação do terreno na direção da cidade, rumando para o bairro Jardim Andere.
ESTRANHAS CRIATURAS
Nas semanas e meses que se seguiram, uma equipe composta dos melhores ufólogos do país se lançou à investigação, surpreendendo-se a cada impressionante descoberta sobre os eventos. Na manhã daquele dia os bombeiros foram chamados para capturar uma estranha criatura vista por várias testemunhas em um terreno. O ser foi capturado com uma rede, depositado em uma caixa e depois colocado na traseira de um caminhão do Exército que acabara de chegar. O veículo seguiu rumo à cidade de Três Corações, onde se situa a Escola de Sargentos das Armas (ESA), a instituição militar mais próxima de Varginha.
Existe um único relato de uma testemunha, ex-militar, que afirmou ter visto sete militares do Exército com roupas camufladas e fortemente armados com fuzis FAL, fazendo uma varredura na mesma região por volta das 14h00. Essa pessoa disse que os militares entraram na mata, ouviu-se disparos e depois saíram carregando dois sacos pretos. Em um desses sacos havia alguma coisa que se mexia. Por volta das 15h30 as jovens Kátia Andrade Xavier, Liliane Fátima da Silva e Valquíria Aparecida da Silva retornavam do trabalho quando, ao atravessar um terreno ainda no Jardim Andere, avistaram um ser agachado de pele marrom, cabeça grande com três protuberâncias e olhos vermelhos. Apavoradas, saíram correndo.
Foram os rumores acerca do avistamento das garotas que levaram o advogado e então ufólogo residente em Varginha, Ubirajara Franco Rodrigues, a iniciar uma investigação que em pouco tempo atingiu proporções nunca imaginadas, e envolveria a elite da Ufologia Brasileira. Com a reconstituição dos fatos graças a essa investigação a teoria mais aceita é que a criatura vista pelas meninas foi capturada por volta das 20h00, após uma intensa chuva, pelo policial Marco Eli Chereze. Ele e seu colega, que haviam recebido instruções para vasculhar a região atrás de qualquer coisa incomum, levaram o ser para o Hospital Regional após a recusa de um atendente em um posto de saúde.
ESFORÇOS DE ACOBERTAMENTO
O ser acabou sendo transferido na madrugada do dia 21 de janeiro para o Hospital Humanitas, mais afastado do centro da cidade, onde uma ala inteira foi interditada. Apesar de o Caso Varginha carecer de fotos e filmagens, as centenas de depoimentos obtidos pelos ufólogos, que se complementam entre si, confirmam a ocorrência desses impressionantes fatos. A movimentação anormal de viaturas militares ao longo de toda aquela semana foi uma constante na região e muitas outras ocorrências surpreendentes ocorreram nos meses seguintes, muito provavelmente ligadas ao caso.
No dia 22 de janeiro a criatura, de acordo com os testemunhos, já morta, foi levada para a ESA, e em 23 de janeiro um comboio militar saiu daquela instituição com destino ao Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas. Depoimentos colhidos ali confirmam que a equipe do conhecido legista Fortunato Badan Palhares realizou a autópsia de uma das criaturas capturadas. O mais surpreendente, entretanto, foram alguns testemunhos de que a equipe de Palhares pediu que fossem trazidos diversos alimentos, iogurte, frutas, verduras, leite e outros. Igualmente a presença de militares na Unicamp naqueles dias era intensa.
A PESQUISA CONTINUA
A investigação também revelou a presença de militares norte-americanos e funcionários da NASA na ESA e na Unicamp. Quanto a Marco Chereze, que havia tocado na criatura sem qualquer proteção, foi internado em 07 de fevereiro e veio a falecer em 15 do mesmo mês. Da certidão de óbito, liberada somente muito tempo depois, constava que ele morreu por insuficiência respiratória aguda, septicemia e pneumonia bacteriana. Outros fatos da mesma época são a assinatura de um acordo entre Brasil e Estados Unidos para pesquisa espacial, durante a visita do então Secretário de Estado Warren Christopher, e a visita do então administrador da NASA, Daniel Goldin, ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Um dos eventos mais surpreendentes e nunca explicados daqueles meses foi a primeira reunião do Alto Comando do Exército fora de uma capital. O então Ministro do Exército, Zenildo Zoroastro de Lucena, juntamente com 29 generais, reuniram-se em Campinas, para uma pauta que seria mais adequada para oficiais de menor escalão. Testemunhas dão conta de que o autêntico motivo foi visitarem as criaturas capturadas em Varginha. A atitude de todas as instituições envolvidas, entretanto, sempre foi a de negar todos os fatos, como em 08 de maio de 1996, quando o então comandante da ESA, general Sérgio Pedro Coelho Lima, leu uma declaração para a imprensa e negou-se a responder perguntas. Pressionado, disse que os militares envolvidos no caso trabalhavam em prol do Exército e da Nação, e não tinha que provar nada para ninguém.
Muitos outros fatos possivelmente ligados ao Caso Varginha ocorreram e foram explorados em livros como o de Ubirajara Rodrigues, O Caso Varginha, da Coleção Biblioteca UFO, e Incidente em Varginha, escrito por Vitório Pacaccini. O caso foi alvo de inúmeras reportagens na imprensa brasileira e mundial, e também descrito em documentários. Igualmente inspirou obras de ficç
;ão científica, como De Roswell a Varginha (Tarja Editorial, 2008) do consultor da Revista UFO Renato A. Azevedo, e outras. A Ufologia Brasileira tem feito sua parte, propondo uma cooperação com nossas Forças Armadas nos moldes da que existe em países vizinhos, e move um esforço mundial pela liberdade de informações com a Carta de Foz do Iguaçu 2013. Resta ao governo fazer a parte dele.
Programa Comando da Madrugada especial sobre o caso Varginha, parte 1, parte 2, parte 3
Completa cobertura do Caso Varginha no site INFA
Relembre trechos do Caso Varginha (1996)
Presidente Dilma afirma ter respeito pelo ET de Varginha
15 anos do Caso Varginha segundo jornalista da Veja
Ministério da Defesa e ufólogos acertam canal de comunicação inédito no mundo
Carta de Foz do Iguaçu 2013 já está no Ministério das Relações Exteriores
Saiba mais:
Livro: O Caso Varginha
Na manhã de 20 de janeiro de 1996, algo extraordinário aconteceu na cidade de Varginha, sul de Minas Gerais. Duas estranhas criaturas foram observadas por moradores de um bairro da cidade e depois capturadas por uma unidade do Corpo de Bombeiros local, em conjunto com uma pequena tropa do Exército. Este é o famoso Caso Varginha, que ficou nacional e mundialmente conhecido na época como um dos mais impressionantes acontecimentos ufológicos de todos os tempos.