Incrivelmente, Minas Gerais se anuncia assim, permitindo remontar dados de épocas que sequer imaginamos, mas que para a ciência é perfeitamente possível. Por pelo menos dois mil anos, os antigos habitantes do território onde hoje é o Brasil devem ter saído de suas cavernas para caçar ou coletar alimentos, cautelosos e olhando para todos os lados. Eles sabiam que em algum lugar, um dos mais perigosos predadores que já viveram no planeta, o tigre-dente-de-sabre [Smilodon populator], poderia estar à espreita para fazer deles o seu almoço. Incursões em ciência, cultura, mistério e muita diversidade chamam a atenção de qualquer um quando se ouve falar de Minas Gerais, que tem a honra de representar até mesmo o inventor do avião – a pouco mais de um século.
O mesmo tempo que levou a ciência atual a por fim a uma das muitas polêmicas e incertezas existentes. Da tecnologia atual aos tempos mais remotos, evidências da pré-história mostram que o estado abrigou também animais como uma gigante preguiça terrícola, de 2,5 m de altura, que rondava as savanas dessa parte do Território Brasileiro há uns 10 mil anos. São fatos por demais importantes para a ciência, que, percorrendo os mesmos caminhos, verificou depois, ser o solo mineiro o chão em que pisava a raça Lagoa Santa, com populações de características físicas parecidas com os grupos negróides – distinta e mais antiga do que a dos índios encontrados pelos portugueses –, além de um dos mais antigos cemitérios das Américas. Esses representam alguns dos achados que tornam a pré-história de Minas Gerais uma das mais fascinantes para a arqueologia brasileira e mundial.
A confirmação da contemporaneidade entre o homem pré-histórico e alguns dos animais extintos do período pleistocênico e, ainda, a existência de mais de 500 sítios com pinturas rupestres que resistiram à passagem do tempo e mostram as mudanças sofridas pelas muitas formas gráficas e temáticas de pinturas rupestres, compartilhadas por populações de diferentes regiões, servem para definir tradições arqueológicas do estado. As semelhanças nos grafismos evidenciam influências culturais entre grupos, mesmo distantes uns dos outros, e também com outras artes, que, no entanto, parecem indecifráveis. Esses fatos são amostras de que estamos falando de um estado que recebe justificado nome duplo. Gerais parece pouco, diante de tanta diversidade.
As Minas, das conhecidas águas do sul do estado ou dos mais ricos metais e rochas – como ouro, esmeralda, diamante e tantos outros minérios –, se confundem com as descoloridas regiões formadas por calcário, características por suas grutas e onde se apresentam sítios que podem gerar ainda muitas surpresas – algumas das quais sequer conseguimos descrever. Sua natureza sem igual ainda nos apresenta a Serra do Cipó, que abriga espécimes únicos no mundo. É uma região de tantas formas que parecem competir entre si, de tanta exuberância e tamanho. Lá são permitidos o nascer de rios, o verdejar de montes e cerrados, e todo tipo de vegetação possível, que fornece meios de sobrevivência ao homem. Não só da terra se obtém esplendor, mas também dos céus, que para aumentar ainda mais o mistério, despeja em Minas uma grande quantidade de meteoritos, superando todos os outros estados brasileiros.
Tantas atrações curiosas parecem já ter despertado igual interesse por parte de desconhecidos visitantes cósmicos, que não só fazem visitas como assustam as populações, perseguindo, aparecendo e sumindo. Às vezes escolhem determinados lugares ou épocas, como revelam os pesquisadores mineiros, que, como cientistas do assunto, cumprem papel semelhante ao dos paleontólogos e astrônomos, causando e despertando interesse e mais buscas por descobertas. Existem constatações reais de que UFOs surgem nas zonas rurais e em pequenas cidades. Sabe-se lá desde quando se fazem presentes, ou mesmo se um dia ficaram igualmente curiosos com as pontudas presas do tigre-dente-de-sabre…