
Dizem que a Ufologia nos permite trilhar muitos caminhos, em busca de informações e constatações a respeito do assunto. Conduz-nos a incríveis lugares, geralmente associados a aparições de UFOs, permitindo que sejam verificadas as predileções que os responsáveis por esses fenômenos têm sobre determinadas áreas. Minas Gerais contribui para esse tipo de resultado, porque sob vários aspectos, se revela como um estado atípico. Com seus limites geográficos ocupando considerável área da região Sudeste do Brasil é constituída por centenas de municípios, que servem de pontos de interseção entre as diversas culturas que caracterizam a riqueza histórica de nossa Nação, sinônimos de muitas conquistas e eventos marcantes, como a própria invenção do avião.
O inigualável teor paisagístico, com seus grandes parques nacionais, que abrigam por exemplo a Serra da Mantiqueira, onde prevalece uma vegetação típica e caracterizada por um terreno bastante montanhoso, se entendendo até a Zona da Mata mineira, abrangendo cidades como Santos Dumont e Barbacena, que são pequenas amostras dessa beleza, em que um cenário envolto por uma atmosfera de riquezas naturais desperta todo tipo de interesse.
Neste texto, uma completa apresentação e descrição de eventos diversos, como a história de um grupo de pesquisas, fundado na região, para mostrar sua rica casuística. Não se limitando numa ou noutra curiosidade, cada região do estado tem sua peculiaridade. Antes de ingressamos nas curiosidades dessas privilegiadas cidades em que o Fenômeno UFO numerosamente se manifesta, devemos frisar que existem outras, igualmente importantes, que mesmo não pertencendo a essas zonas de predileção, têm também seus casos isolados.
Ao se afirmar que a Ufologia abrange muitos lugares, focalizamos, por exemplo, a cidade de Santos Dumont, como principal precursora das atividades do Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas (Grumpu). A impressão que temos é que a cidade nos leva de encontro à Ufologia, já que o município não consta entre os mais citados pontos de acontecimentos. Conhecer sobre a casuística local é uma tarefa que se reveste de bastante trabalho, porém reveladores. Santos Dumont está situada na região sudeste do estado de Minas Gerais, na chamada microrregião de Juiz de Fora. Seus quase 60 mil habitantes ocupam uma área de 538 km2, distribuída em terreno montanhoso, causado pelo acidente geográfico da Serra da Mantiqueira. Sua altitude é de 838 m.
O município é formado, além da sede, por quatro distritos: Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, São João da Serra e Mantiqueira. Limita-se com as cidades de Ewbank da Câmara – marcada pela Ufologia por episódios como o conhecido Caso Hermínio e Bianca e outros que pertencem aos acervos do Grumpu. Também faz divisa com Juiz de Fora, Oliveira Fortes, Antônio Carlos, Barbacena, Aracitaba, Tabuleiro, Piau e Bias Fortes. Traçada por importantes rios da região como o Paraibuna, Santos Dumont possui clima tropical de altitude, com verões quentes e chuvosos e invernos acentuados, com temperaturas que oscilam entre os 09 e 29º C.
Levantamento minucioso
Todas essas características, são de uma típica cidade mineira, semelhante às demais da região sul do estado, que são conhecidas pelos tantos casos de UFOs registrados. É o que o grupo conseguiu constatar, após catalogação de cerca de 30 ocorrências ufológicas, somente no município e em áreas limítrofes, desde o período em que foi fundado, nesta mesma cidade. Reunindo fatos e dados, o trabalho levou os integrantes do grupo a acreditarem que seja esse o mais minucioso e talvez único trabalho de levantamento já realizado na região. Permitir que tais ocorrências cheguem ao conhecimento público é o objetivo desta análise, que tenta ainda agregar novos interessados em partilhar os mesmos interesses, com contribuições e indicação de novos casos, antigos ou não.
Seus integrantes contam que não é preciso andar muito para logo encontrar notícias de avistamentos ou histórias de alguém que tenha visto um UFO. Com um pouco de “faro ufológico” é possível encontrar-se referências a essas experiências, contadas principalmente por aqueles que vivem nas regiões rurais, embora o número de testemunhas encontradas no centro da cidade e próximas a rodovias seja igualmente elevado.
A investigação começa quando se busca por histórias contadas como “casos assombrados”, fatos geralmente tratados como as muitas lendas que pertencem a uma espécie de folclore localizado, como o “lençol voador”, a “irmã da Lua” e principalmente a tão comentada “mãe d’ouro”. Histórias que de tempos em tempos sofrem adaptações devido à modernidade que invade nossas culturas. Aqueles que estudam essas mudanças, podem encontrar também, outros tipos de tentativas de explicações por parte dos protagonistas. Poderá o investigador ouvir comparações tais como “parecia um hambúrguer” ou “era tipo um pedaço de satélite”. Alguns dos membros do Grumpu residem em Santos Dumont e sabem que bastou uma luzinha no céu, para logo serem acionados.
“As pessoas daqui dizem não acreditar nesses fenômenos, mas curiosos é que não faltam nessas horas”, comenta Miguel Fonseca, membro da instituição, que também já viu um UFO por volta de 1978. Os casos de avistamento são todos reportados ao presidente do grupo, Márcio Teixeira, que sempre que possível desloca-se até o local para auxiliar na verificação dos fatos – agora, residindo provisoriamente em Portugal, interage a distância.
O que também tentamos explicar, é que muitas aparições que são associadas aos UFOs, não resistem a uma investigação mais aprofundada, o que confirma as estatísticas de que a maioria dos casos são fenômenos mal interpretados. Felizmente, não houve ainda, na cidade, registros de fraude ou má fé, implícitas nos casos já pesquisados.
Estudando o assunto há 14 anos, o grupo já encontrou casos significativos e que merecem destaque. Temos por exemplo, um caso de avistamento que fora pesquisado em Santos Dumont, uma semana após seu acontecimento, em 13 de jan
eiro de 1996 (dias antes do Caso Varginha). Nessa mesma ocasião ocorreram outros avistamentos, um pouco mais distantes, como na estrada de acesso a Varginha e próximo a Três Corações, no sul de Minas. Existe ainda muitos outros casos verificados na cidade, que antes se chamava Palmyra. Em 1932, em homenagem ao seu mais ilustre filho – o inventor Alberto Santos Dumont – a cidade passou a chamar-se Santos Dumont. Uma coisa é certa, os sandumonenses são autênticos observadores do céu e sempre olharam para ele de forma diferente. O inventor Alberto Santos Dumont parece ter percebido isso primeiro que todos, portanto, olhos a postos.
Casos ufológicos de Santos Dumont
As lembranças de Jandira Romano, mulher idosa, porém de muita lucidez, fazem-na contar que certa vez, por volta de 1945, após uma chuva torrencial que despencou sobre a cidade, provocando muita cheias, uma aparição de algo incrível no céu foi motivo de muito temor. Ela conta, com certa imprecisão, que uma gigantesca cruz bastante iluminada chegou bem perto das casas, no bairro onde morava. “Naquela época havia poucas casas, eu morava no bairro que hoje é chamado de João Gomes Velho e estava chovendo pouco naquele momento”. Em seu relato, ela se recorda que as pessoas estavam nas janelas observando o riacho que havia transbordado e estava a ponto de invadir as casas, quando subitamente apontaram para o céu ainda chuvoso. Nesse instante ela também pode ver.
“Tinha umas luzinhas enfileiradas, cheias de cores e faziam um X ou sinal da cruz. Lembro que comecei a rezar e pedir graças para aquilo sumir, e sumiu do mesmo jeito que apareceu, mas era grande”, conta Jandira, que nunca se preocupou ou buscou compreender o que era. Somente se recorda, dessa passagem, quando conversa sobre casos antigos. Ao ser questionada sobre o que poderia ser a tal formação luminosa, busca explicar em suas palavras que são mistérios de Deus. “Podia ser um aviso para fazer as pessoas rezarem”. É impossível e desnecessário buscar por nomes de outras testemunhas, afinal casos desse tipo são contados a todo instante. O fato é que esses acontecimentos mostram que objetos no céu já se faziam presentes antes das pesquisas ufológicas.
Entre essas e outras passagens, muitas lembranças permanecem vivas na memória de seus mais antigos moradores. Historiadores locais e contribuições de pessoas como Mônica Castelo Branco, que gentilmente recebeu os ufólogos, revelam que resgatar a história da cidade e citar fatos vividos pelo seu povo são tarefas importantes e necessárias ao crescimento cultural do local. Os registros mais antigos, de alguma documentação que cita a realidade ufológica no município data dos anos 70, sendo que as melhores e primeiras citações pertencem possivelmente aos colecionadores do extinto jornal A Voz Mariana.
A história de que um padre, antigo conhecido da cidade, foi testemunha de uma observação de disco voador em pleno centro, por volta de 1976, preencheu a imaginação de muita gente. Esse foi um caso clássico para a época, servindo inclusive como editorial do citado jornal. Após esse, que foi um marcante episódio, foram verificados outros e cada vez mais freqüentes acontecimentos ufológicos, algumas pessoas ainda se recordam da ocasião em que um grande objeto iluminado pousou no alto da caixa d’água, no Bairro Graminha, em direção norte, distante apenas um quilômetro do centro da cidade. “Esse foi um dos casos mais conhecidos, já documentados pela impressa escrita em Santos Dumont”, comenta Miguel Fonseca, que lamenta a dificuldade de obter esses registros.
Integrantes do Grumpu observam luzes
Miguel José de Campos da Fonseca é uma das referências na cidade quando o assunto é Ufologia, pois sempre revelou seu interesse pelos estudos que envolvem o fenômeno dos objetos voadores não identificados. Igual a muitos outros, seu ingresso se deu após a observação de um UFO, que provocou nele uma grande curiosidade. Até o momento sem respostas, ele tem a certeza de que os discos voadores existem. O ano era possivelmente 1978, por volta da 01h00, de noite de maio, quando Miguel e sua esposa Elza da Fonseca dormiam em sua residência, localizada próxima ao Hotel Cabangú. Ele teve seu sono interrompido por uma luminosidade seguida de reflexos que adentraram seu quarto através da janela. Segundo ele, as paredes, móveis e objetos foram iluminados com muita intensidade. Esse fenômeno durou pouco tempo, dando a impressão de que algo muito luminoso teria passado por seu quintal.
Mesmo um pouco confuso, devido à sonolência e pelo fato inusitado, levantou-se movido pela curiosidade e dirigiu-se até a janela para verificar o que poderia ser. A princípio, pensou ser algum carro, levando-o a certa preocupação, porém não ouvira qualquer barulho. Ao abrir a janela, teve uma visão espantosa, uma enorme bola de luz de cor branca que se encontrava a cerca de 500 m de sua casa, do outro lado da rodovia BR-040. Não compreendendo o que poderia ser, chamou sua esposa para também contemplar a visão daquele objeto, que não possuía forma definível. Nesse momento, não se configurava ainda ser um UFO, pois estava estático e sua luz oscilava ao mesmo tempo em que aumentava a luminosidade. Passados poucos segundos, a luz iniciou evoluções vagarosamente e desceu um pouco mais, talvez até o solo, como indica Miguel, ficando desta vez parcialmente encoberta por algumas árvores, porém seus reflexos eram demasiadamente fortes e vistos por todos os lados, do que passou a chamar de aparelho.
“Parecia solda elétrica, os raios luminosos atravessavam pelos galhos e folhagem das árvores”, afirma Miguel, que na época tinha cerca de 30 anos de idade. Com seu bom nível de instruções, chega a ser preciso nas descrições. Continuando seu relato, ele afirma que o objeto permaneceu ali, por algum tempo, talvez uns cinco minutos, e que ao final dessa permanência simplesmente começou a subir lentamente em zigue-zague até adquirir maior velocidade e altitude para depois desaparecer. Miguel se recorda de detalhes como a agitação dos cães, e julga esta como uma das mais extraordinárias experiências de sua vida. Incansável buscador, jamais abandonou a leitura sobre Ufologia, sendo membro do Grumpu, desde a sua fundação.
Assim como Miguel, outro integrante do Grumpu, Evander Gonçalves Ferreira, hoje exercendo a profissão de advogado, também revela ter avistado algo estranho no céu. Coincidentemente, nas proximidades do local do relato ant
erior, na Rua Vicentino Gustavo Nascimento. Evander tinha 13 anos, por volta do ano de 1986, e se recorda que à noite tinha o costume de ficar defronte a sua casa, ponto de privilegiada visão, por estar bastante alto. Estava observando o movimento dos veículos que passavam pela rodovia BR-040 quando em dado momento, viu a certa distância, uma luz que se movimentava um pouco a sua direita, em direção à Copasa, e à medida que esta se aproximava aumentava sua intensidade luminosa.
Já bem próxima, talvez uns 300 ou 500 m de onde estava e a uma altitude estimada também em 500 m a luz de coloração entre o amarelo e o laranja parou de forma surpreendente. Passados poucos segundos, uma luz de menores proporções e de mesma coloração também permitiu ser observada, ficando ambas próximas por alguns instantes. Evander conta que um vizinho chegou a tempo de também observar as luzes realizando as estranhas evoluções, e posteriormente se distanciando aos poucos, até ficarem muito próximas a um morro, em direção oeste, e depois desaparecerem. Embora já distantes, a impressão que teve é de que as luzes pareciam fazer parte uma da outra. Evander porém não arrisca citar detalhes, porque já fogem à sua memória. Também estudioso de Ufologia, defende que devemos ser extremamente cautelosos com os relatos.
UFO de grandes dimensões
Evander Gonçalves cita que outros UFOs luminosos foram igualmente observados nos céus de Santos Dumont, na mesma época, desta vez na localidade de Pedreira, causando grande alvoroço nos moradores. Embora ele não tenha observado os UFOs, recorda que muita gente viu e contou sobre a presença de um estranho aparelho, de grandes dimensões, com coloração vermelha e formato triangular, que voava vagarosamente sobre o céu noturno. Possivelmente haja quem se recorde de tudo isso, pois foi uma espécie de avistamento coletivo, e tudo indica que durou muito tempo. Devido a fatos como esses, Evander iniciou desde então seus estudos sobre o assunto, conseguindo enumerar alguns casos que fizeram parte de uma pequena onda de avistamentos, por volta de 1986. Coincidentemente, época em que os UFOs invadiram oficialmente o Brasil, na comentada “Noite Oficial dos UFOs”, que foi um exemplo claro dessa realidade.
O Grumpu ainda não estava formado, quando subitamente, aqueles que viriam a ser seus integrantes souberam que bolas de coloração vermelha estavam sendo vistas em diferentes pontos da cidade, sendo que desta vez de forma mais curiosa, pois os UFOs passaram a ser vistos durante o dia, o que aumentou em muito a riqueza dos depoimentos. Os primeiros casos surgiram como boatos nas escolas. Pessoas no bairro da Glória haviam testemunhado, em fevereiro de 1990, uma bola esférica do tamanho de um balão, realizando evoluções, por volta da 18h00. Uma funcionária da Malharia Cosme e Damião, meses depois, contou a este autor que sua família não só havia observado como também reagiu à presença de tal objeto, chegando a se esconderem em sua casa. Eram dias de Carnaval, e devido ao feriado prolongado, algumas pessoas saíram para acampamentos na localidade de Ponte Preta, onde há uma represa, cujo curso d’água permite banhos.
Grupos de jovens religiosos, que ali estavam, também viram um objeto parecido, em fevereiro daquele mesmo ano. Devido ao verão, a luz solar ainda estava intensa por volta das 18h00. Um jovem de nome aqui preservado, por motivos de sua conhecida religião, disse que viram uma esfera de grandes dimensões, de cor vermelha e que emitia luz própria. Em novembro de 1990, uma tia de Evander contou que por volta das 16h00 duas esferas vermelhas de tamanho estimado em 50 cm, passaram voando bem próximo à localidade onde mora. A constatação veio logo depois, quando distante cerca de dois quilômetros do ponto desta possível observação, Marlene R. Teixeira, contou ao seu filho que havia acabado de ver uma coisa incrível voando sobre o trevo de São Sebastião da Barra, localidade onde moravam, na saída norte da cidade, com acesso à BR-040.
Caso Quatro Sondas
Marlene conta que não se tratava de um objeto muito grande e que era precisamente esférico, não havia frestas, furos ou qualquer detalhe e que passou em velocidade moderada, porém muito baixo, talvez a uns 150 m de altitude e em direção sul-norte. Anos depois, precisamente em novembro de 1997, Marlene juntamente com o esposo relataram outra ocorrência, digna de nota, que ficou conhecida como Caso Quatro Sondas. Era por volta das 22h00 quando Marlene Romano, 47 anos, e Jurandyr V. Teixeira, 49 anos, observaram quatro aparelhos luminosos no céu. Eles estavam em frente à sua residência, próximo à BR-040, no trevo de São Sebastião da Barra, e descreveram em seus depoimentos objetos bastante pequenos, de aproximadamente 60 cm de diâmetro, que tinham coloração vermelha e formato esférico. Voavam a baixa altitude e em grande velocidade, à cerca de 250 m de onde as pessoas se encontravam.
“Parecia que aquilo tinha saído do chão. Os objetos faziam movimento igual ao de um foguete e depois sumiram atrás do morro”, afirmam os dois, que apontam ainda sobre uma terceira testemunha. Todos observaram que as luzes se desprenderam do solo e foi possível ouvir alguns ruídos baixos, possivelmente provenientes dos objetos. Outra testemunha das quatro sondas é o vigia noturno da Fibra Automóveis, instalada próxima dali. Ele disse que as luzes se movimentavam com velocidade impressionante, impedindo uma melhor visualização. Elas percorreram uma longa distância, até sumirem atrás de um morro. Após apurar-se a existência de eventos comemorativos que pudessem justificar o avistamento, não foi encontrado qualquer indício de festividade nas redondezas. O local onde supostamente se desprenderam os objetos luminosos fica numa estrada de terra que dá acesso ao Horto Florestal, onde há uma confluência de dois rios. O lugar é quase isolado, tendo apenas um humilde casebre.
OS UFOs e seus padrões
Em 1990, outros eventos foram catalogados, alguns com pouca ex
pressividade, porém juntos, esboçaram uma onda ufológica. Esse período prevaleceu até o início de 1991, sendo inclusive um dos motivos que levaram à formação do grupo. Os UFOs, na maioria das vezes, apareciam à noite, ou nos fins de tarde, em forma de pontos luminosos, de coloração vermelha ou objetos maiores, de cor branca e amarela. O encontro da Ufologia Mineira com a do estado vizinho ficou marcado após as constatações advindas dos estudos realizados pelo pesquisador Marco Antônio Petit, co-editor de UFO, que concentra suas pesquisas na região da Serra da Beleza e Santa Isabel, no Rio de Janeiro, localizada à cerca de 120 km de Santos Dumont. Pesquisas revelaram que ambos estavam lidando com algo real, que apresentava um tipo de padrão, tanto nas evoluções e número de objetos, quanto pelos fatores que parecem atrair ou provocar os fenômenos, tais como: zonas de serra, altitude, clima, pequenos vilarejos e outras semelhanças.
Em maio de 1992, alguns militares viram objetos luminosos sobrevoando a BR-040, quando faziam o percurso Valença, Rio de Janeiro, Santos Dumont. No mês de maio é comemorado o aniversário da cavalaria mecanizada. Para o evento foi deslocado da unidade militar de Valença, no Rio de Janeiro, um grupo de praças do Exército brasileiro. Saíram do 1º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, dois soldados, dois cabos e um sargento. Passavam pelo município de Ewbank da Câmara (MG) já quase anoitecendo quando dois militares que se encontravam na cabine da viatura, um caminhão, observaram uma luminosidade de cor vermelha sobre um morro. Continuaram a viagem sem dar muita atenção ao fato, pensando tratar-se de alguma luz de torre, antena ou sinalizador.
Chegando ao município de Santos Dumont, distante aproximadamente 10 km do ponto onde tiveram o primeiro avistamento, observaram novamente a mesma luz. Desta vez, estava ao lado do motorista como se estivesse seguindo-os. Curiosos, pararam a viatura e chamaram os soldados e o cabo que estavam na carroceria lonada para que também observassem aquele fenômeno. Enquanto olhavam, a luz reduziu seu tamanho, moveu-se para a direita atravessando a rodovia, ficou estática novamente, aumentando seu volume e desapareceu após três minutos. “Parecia que ia explodir, tinha a cor de um ‘Ponto 50 Traçante’ e não fazia nenhum barulho”, disse um dos cabos.
Chegando ao 4º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, em Santos Dumont, os militares relataram o caso ao sargento da guarda, mas ele ironizou dizendo: “Doido aqui já tem…”. Alguns soldados que estavam de serviço na guarda de entrada, que prestaram serviço militar em 1992, certamente lembram desse episódio. A viatura não transportava nada de especial, simplesmente suprimentos de rotina e os militares portavam armamento individual. Esse tipo de avistamento é típico da região, pois existem muitos casos de luzes avistadas nas estradas.
Luzes vermelhas na estrada rural
Certamente um dos mais impressionantes registros pertencente aos arquivos do Grumpu, é o de um caso que ocorreu no dia 10 de junho de 1993 entre Santos Dumont e Oliveira Fortes (MG), com Geraldo Ribeiro e sua família. Eram 21h30, quando faziam de carro o percurso entre as duas cidades por uma estrada rural. Percebendo algumas luzes vermelhas mais à frente, próximas à estrada, Flávio Ribeiro, 15 anos, alertou seu pai, que naquele momento conduzia o veículo, sem lhe dar muita atenção. Passados alguns instantes o garoto perguntou a seu pai: “Onde estão os carros que eu tinha visto à frente?”. E obteve uma resposta ainda mais desatenta: “Deve ter entrado em algum sítio, deixa de ser cismado”.
Porém, Flávio continuou insistindo e pediu que o pai parasse o veículo para que pudessem verificar se não havia ocorrido algum acidente. Geraldo mais uma vez acalmou o filho, pensando que ele poderia estar impressionado com um acidente presenciado no início da viagem, ao passarem pelo trevo de São Sebastião da Barra. Nesse momento, sua esposa Maria da Conceição comentou também ter visto as luzes vermelhas naquele trecho, no entanto, ele ainda tentou persuadi-los dizendo que o carro à frente poderia estar em alta velocidade, e por isso, se distanciado muito rápido deles. Mas Maria e o filho continuaram insistindo que não poderia de maneira alguma ser um carro, pois a estrada era de terra e nenhuma poeira tinha sido jogada em seu veículo. Geraldo decidiu então retornar ao local para se certificar de que realmente nada de anormal havia acontecido naquele trecho.
Ao seguirem pelo caminho de volta, quase no mesmo local do avistamento, viram novamente as luzes vermelhas paradas na estrada. Estacionaram o carro à cerca de 150 m da luminosidade e puderam notar que havia uma formação de cinco luzes vermelhas, com brilho não muito intenso, semelhante à lanterna traseira dos automóveis. Geraldo estava impressionado, pois era impossível a existência de carros naquele local, de difícil acesso. De repente, duas das luzes se desprenderam do solo realizando um incrível vôo em direção ao veículo em que Maria Conceição ficara aguardando. Em pânico, Flávio gritou para que sua mãe saísse do carro, temendo que as luzes pudessem atingi-la. Então, a mulher foi de encontro ao marido e filho e os três se esconderam na mata, para observar o fenômeno.
Uma das luzes ficou planando em cima do carro, a três metros de altura, enquanto a outra fazia movimentos estonteantes em zigue-zague. “Só vendo para explicar…”, afirmou Geraldo. Naquele momento, sentiram-se tomados por medo e admiração. Maria Conceição logo imaginou que fosse alguma manifestação divina. Flávio decide então atirar pedras em direção às luzes, para afastá-las do carro. Feito isso, os objetos luminosos que estavam próximos do veículo foram de encontro aos outros e desapareceram. Todo esse avistamento durou cerca de cinco minutos. Após tamanho susto, as testemunhas retornaram a estrada de acesso a Oliveira Fortes (MG).
Quando passaram pela localidade de Ponte de Cimento, tentaram comunicar o avistamento à polícia militar de Santos Dumont. O policial que os atendeu, garantiu que estaria enviando uma viatura até o local, já que não ficava muito distante. No outro dia, estando em Santos Dumont, Geraldo comunicou novamente o fato à polícia, que lhe respondeu que o caso fora solucionado. “Trata-se de uma munição especial do 4° Esquadrão de Cavalaria Mecanizada do Exército de Santos Dumont. Chama-se ‘Ponto 50 Traçante’ e é muito utilizada em treinamento na região de Oliv
eira Fortes”. Na época, Geraldo afirmou que as luzes avistadas por ele e sua família naquela noite não se tratavam de munições de guerra, nem tampouco de manifestações de Deus. “As pessoas me chamaram de doido, mas eram aparelhos voadores”.
Atualmente ele evita comentar o assunto, pois foi muito ridicularizado por alguns amigos que souberam da história. Já sua esposa acredita que o fato tenha alguma ligação com eventos religiosos, e que seja um aviso divino, pois na época fazia tratamento médico para uma doença que fora curada tempos depois do avistamento.
OS UFOs VOLTAM À CIDADE
Na noite de 11 de fevereiro de 1997, o jovem Marcelo da Silva, 24 anos, morador da Rua 23 de Outubro, no Bairro das Flores, comenta ter visto algo no céu que não sabe explicar. Tinha a cor entre o branco e o azul e curiosa forma anelar, semelhante a uma roda feita de luz néon. Estava relativamente distante, mas realizou vôos sobre o centro da cidade. “Veio de muito alto, sempre descendo e após uns dois minutos seguiu em direção a Cabangú. Minha mãe contou ter visto uma coisa dessas meses atrás, mas não acreditei”.
Um ano depois, por volta das 05h00, em um dia qualquer de fevereiro de 1998, Geraldo Esteves, homem muito popular na cidade e de hábitos matutinos, estava na varanda de sua casa, localizada na Rua São José, próxima ao cemitério municipal, onde pode contemplar uma brilhante massa luminosa que realizava evoluções sobre o centro de lazer Tangará Tênis Clube, localizado no centro da cidade. Homem interessado pela vida religiosa, nega qualquer comparação com o planeta Vênus, muito brilhante nesse horário. Em conversa com este autor, explica com gestos as evoluções que o objeto realizava lentamente e acrescenta o seguinte: “Desta vez vi uma coisa esquisita mesmo, aquilo era lindo e brilhava muito, não havia sol ainda e portanto só ele estava no céu”.
Avistamento coletivo
No dia 14 de janeiro de 2001, Mário Teixeira, 55 anos, por volta das 23h00, assistia televisão e aguardava o início do Rock in Rio quando, ao sair para a sacada da casa de sua tia, no Bairro Cabangú, viu uma grande luz seguindo em direção ao conhecido Bar Faria. Ficou sem entender o que era aquilo e procurou outro ângulo de visão. Feito isso, avistou novamente a luz, que se apresentava desta vez como uma enorme roda, cheia de holofotes que iluminavam o solo, fazendo com que a vegetação de uma fazenda, além de um lago próximo dali, ficassem completamente iluminados. “Chegou a ficar tudo branco”, como descreve Mário. Ele avalia ainda, que o objeto era muito grande, com mais de 20 m de diâmetro e que era mesmo parecido com os discos voadores do cinema. Logo depois, ele seguiu voando vagarosamente em direção leste. No mesmo ano, uma manhã ficou marcada para centenas de moradores, quando dois objetos pequenos e brancos passaram a ser vistos sobre a cidade, pouco antes das 09h00. Esse objeto permaneceu no céu de Minas por mais de cinco horas, chamando a atenção da TV Globo de Juiz de Fora, que noticiou os fatos em seu jornal do horário de almoço. Além de tirar o sossego de pesquisadores, como José Ricardo Dutra, que de Barbacena pôde registrar um dos objetos em vídeo, por cerca de 30 minutos, ativou outro membro do Grumpu, João Marcelo Marques Rios, na cidade de São João Del Rey. Esses avistamentos desencadearam uma série de relatos, que chegam às centenas, provocando inclusive declarações por parte de oficiais da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCar), situada em Barbacena.
Em Santos Dumont, a diretora do Grupo Escolar Vieira Marques teve de paralisar temporariamente as aulas matutinas daquele dia, pois alunos e funcionários ficaram demasiadamente curiosos e atentos à passagem dos UFOs sobre a cidade. Um dentista também registrou o caso em vídeo, porém resiste em contribuir com os estudos acerca do caso. De Belo Horizonte, sede do Grumpu, Márcio Teixeira ativou informantes de todo o estado e teve confirmação visual inclusive de Carmo do Rio Claro, onde o consultor Mauro Silva fez um rápido registro por volta das 13h30. Intensificadas pesquisas descartam a possibilidade de tratar-se de balão meteorológico, já que o único lançamento naquela data, possivelmente fora realizado às 10h00, em Lagoa Santa (MG), distante 250 km dos avistamentos. Em Santos Dumont, esses pontos brilhantes permaneceram realizando evoluções por cerca de 40 minutos, tempo suficiente para que muitos pudessem atestar a incrível realidade de que os UFOs nos visitam e não se importam em serem vistos.
Enfim, a casuística local não pára e por vezes é necessária uma completa catalogação dos acontecimentos. O trabalho do Grumpu na região da Zona da Mata e cidades próximas, como Barbacena, Juiz de Fora entre outras, busca agregar novos colaboradores e intercâmbios. Acrescentar novas evidências sobre a realidade da presença dos UFOs não só na região, mas como também em todo estado, seria uma notável contribuição aos estudos ufológicos.