Astrônomos usando o telescópio Keck I, sobre o vulcão Mauna Kea, descobriram uma área quente no pólo sul de Saturno. As imagens infravermelhas sugerem um quente vórtice polar — num padrão em larga escala de tempo comparado a um fluxo de jato que acontece na atmosfera superior da Terra. É o primeiro vórtice quente descoberto no Sistema Solar. A equipe de cientistas diz que as imagens são as visões térmicas mais acentuadas de Saturno tiradas do solo. Acredita-se que esta quente capa polar contenha as temperaturas mais altas em Saturno. Os cientistas, no entanto, não deram uma estimativa de temperatura.
Na Terra, o vórtice polar ártico fica situado no leste da América do Norte, no Canadá e mergulha o frio ar do ártico para as planícies do norte dos Estados Unidos. Foram encontrados vórtices polares na Terra, Júpiter, Marte e Vênus sendo, todos, mais frio que seus ambientes. As novas imagens do Observatório Keck mostram a primeira evidência de um vórtice polar com temperaturas mais quentes.
“Saturno tem o primeiro vórtice polar quente que vimos porque se situa na luz solar durante 18 anos”, disse Glenn S. Orton, um cientista do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, em Pasadena, Califórnia. Saturno que usa muitos anos da Terra para realizar uma volta em torno do Sol só teve seu solstício de verão em 2002. “Se as temperaturas do sul forem somente o resultado da sazonalidade, então a temperatura deveria aumentar gradualmente com o incremento da latitude, mas isso não acontece”, afirma Orton.
“Vemos que a temperatura aumenta abruptamente por vários graus aproximando-se dos 70 graus sul e indo até a 87 graus sul. Uma coisa realmente quente dentro de um par de graus do pólo sul é algo que não consigo entender”, revela o pesquisador. Os cientistas poderão aprender mais através dos dados que vêm, atualmente, do espectrômetro infravermelho da astronave Cassini, que está na órbita de Saturno, informação que poderá complementar a descoberta de Keck, acredita Orton.