Nos últimos 50 anos, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo tiveram contatos imediatos com alienígenas e, em muitos casos, contatos bem próximos. A maior parte dos incidentes é relativamente inofensiva, mas há um aspecto insensível, até cruel, dos extraterrestres que não pode ser ignorado. Desde os anos 70, e provavelmente até antes, coisas terríveis são feitas às pessoas no Brasil, talvez mais do que em todos os outros países juntos, e esses ataques ainda ocorrem. O livro Perigo Alienígena no Brasil, que acabo de publicar através da Biblioteca Ufo [Código LV-14], trata de acontecimentos verificados com dezenas de vítimas, a maioria das quais me contaram suas histórias no decorrer de anos de investigações de campo, em 13 visitas que fiz ao país entre maio de 1978 e setembro de 1999. Algumas pessoas não puderam dar seu testemunho porque ficaram incapacitadas ou morreram, vítimas de ataques extraterrestres.
Meu livro não tenta convencer as pessoas de que UFOs existem. A maior parte da população mundial já aceita, há muito tempo, a realidade do fenômeno. Qualquer investigador objetivo e de mente aberta chegará a esta conclusão. Mas notícias sobre esses incidentes são amedrontadoras para os moradores de pequenas cidades, vilarejos, fazendas e florestas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde ocorreu a maioria dos incidentes relatados na obra. Para essas pessoas, esse terror é muito real e tem vários nomes. Entre os mais comuns são Chupa, Chupa-Chupa ou Chupa Sangue. Muitos acreditam que o Chupa-Chupa, por exemplo, suga o sangue de humanos e animais – e há provas de que isso realmente acontece. Dependendo de com quem você conversa, o agressor alienígena é também chamado de luz, fogo, animal, verme, aparelho, máquina, coisa e objeto. É comum também ouvir a expressão disco voador, ou só disco. Poucos são os que usam a sigla UFO ou OVNI quando se referem às suas experiências. Pelo que constatei, para eles, isso é uma coisa verdadeira e pessoal, com uma identidade definida, um terror que vem do céu, sem aviso prévio.
O fato de que essas experiências violentas estão ocorrendo principalmente no Brasil não significa que os habitantes de outros países estejam livres de ataques. UFOs são vistos em todas as nações do mundo, e o que acontece aqui pode se repetir em qualquer lugar. Então, por que um norte-americano escreveria um livro sobre UFOs no Brasil? Porque minha busca por respostas a essa malevolência ufológica me fez percorrer uma parte tão grande desse país, que talvez nenhum outro pesquisador tenha estudado. Investiguei casos desde o meio do Amazonas até o sul do país, na fronteira com o Uruguai. Entretanto, concentrei meus esforços no Norte e Nordeste, onde ocorre muita atividade ufológica. O país possui mais de 170 milhões de habitantes, mas há apenas 300 a 400 ufólogos ativos, a maioria morando em grandes cidades. Vastas regiões e, às vezes, estados inteiros, não têm um único pesquisador. Muito do que acontece nem chega ao conhecimento da Comunidade Ufológica Brasileira.
Quando comecei a visitar o país para estudar incidentes ufológicos, eu dispunha de muito mais recursos que a maioria dos investigadores. Minhas quatro primeiras viagens (nos anos de 1978, 1979 e 1980) foram pagas por uma revista da qual eu era repórter, a National Enquirer. Isso me permitiu fazer muitas coisas que a maioria dos pesquisadores não podia, como passar semanas investigando cada caso, viajar, alugar carros, fretar aviões e barcos, contratar guias, intérpretes e o que mais fosse necessário. Foi durante essas primeiras visitas que comecei a ouvir histórias sobre pessoas que foram agredidas e mortas por UFOs. Até então, sempre achara que tais objetos fossem inofensivos, e comecei a me concentrar nesse aspecto danoso do fenômeno.
Saí da revista, em 1981, e desde então, voltei ao Brasil oito vezes, por minha conta, à procura de novas pistas sobre o porquê dos UFOs atacarem moradores daqueles locais. Duas dessas viagens, em 1997 e 1999, foram feitas após a publicação de meu livro nos EUA, com o título de UFO Danger Zone. Isso me obrigou a acrescentar um novo capítulo e atualizar vários já publicados. Esta busca por novas respostas faz parte de um profundo interesse que nutro pelos UFOs, desde cedo em minha vida.
Bom Senso e UFOs — Mas até 1975, qualquer menção sobre o assunto me fazia tecer comentários céticos. Por causa dos meus 48 anos como repórter e editor de jornais e revistas, via o mundo a partir de uma perspectiva científica. Se o bom senso dizia que algumas coisas não podiam existir, então elas não existiam. E o bom senso dizia que os UFOs não existiam. Hoje, não tenho dúvidas de que eles existem, embora ainda não tenha certeza sobre fantasmas e outras coisas. Mas já não tenho a mente tão fechada para tais possibilidades. Essa crença nas visitas extraterrestres ao nosso planeta não surgiu de uma experiência pessoal, mas sim de ter conversado com pessoas que tiveram tais vivências – aproximadamente duas mil no Brasil e em mais nove países.
Para mim, esses fenômenos se tornaram reais na segunda semana de maio de 1975. Fui enviado a Wisconsin, na região centro-norte dos EUA, para investigar a história de um UFO que teria aterrissado na fazenda de uma família. Eu jamais tinha escrito uma matéria sobre esse assunto e nunca tinha levado a sério o fenômeno. Achava que as pessoas estavam vendo coisas que poderiam ser facilmente explicadas. Fiz o máximo de perguntas que pude a todas as 60 ou 70 pessoas que tinham tido experiências com UFOs, e fiquei surpreso com suas respostas. Talvez chocado. Não podia explicar nada do que elas tinham visto. Desde então, venho mantendo minha decisão de conhecer o máximo a respeito do assunto, o que me trouxe ao Brasil e me fez estar frente a frente com aspectos mórbidos da presença alienígena na Terra. Os UFOs são um mistério genuíno, tão intrigante e fascinante hoje quanto na época que aceitei sua realidade, em 1975. A única coisa que sei com certeza é que, quanto mais se aprende sobre o fenômeno, mais complexo ele se torna e mais se percebe como sabe-se pouco sobre o assunto. O que quer que seja, há um lado negro em sua manifestação, e o propósito de meu livro é revelar o suficiente sobre esse lado do Fenômeno UFO, na esperança de que possamos descobrir com o que estamos lidando. Ainda não há maneira de sabermos se estas naves misteriosas terão um significado perene para o povo da Terra, mas quando descobrirmos, poderá ser tarde demais. Para ilustrar
essa situação que se verifica nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, apresento dois dos inúmeros casos que pesquisei.
Horror na Noite — Vamos falar do caso de Francisco Henrique de Souza, que recebeu o apelido de Janúncio ainda quando criança. Quando ele foi atacado, ele conseguiu ver o UFO e seus perseguidores. Eram um homem e uma mulher que estavam aparentemente sentados dentro do misterioso objeto. A vítima tem 1,80 m de altura e é forte, apesar de seus 75 anos. Tem aparência rude, cabelos brancos e bronzeado permanente típico de um homem que passou a maior parte da vida arando a terra sob o abrasador Sol equatorial. Era um velho duro, moderadamente rico e poderoso, um dos maiores proprietários de terra da cidade em que mora, Santa Cruz (RN). Treze famílias viviam em sua fazenda e trabalhavam para ele, cultivando algodão, feijão, milho e cuidando dos animais.
Ele não tinha motivo para temer pessoa alguma, mas, após o episódio, tinha medo de sair à noite. Para ele, alguma coisa maligna se escondia no céu noturno e o apavorava. Essa coisa quase o pegou uma vez e ele não estava disposto a correr outro risco. Sua vida era relativamente tranqüila, até uma noite no início de janeiro de 1979, quando algo desceu do céu e tentou levá-lo. Ele tinha visitado um vizinho e, por volta das 20h00, estava voltando para casa, a quase três quilômetros de distância. Na metade do caminho, começou seu pesadelo. Um aparelho enorme e escuro subitamente apareceu sobre sua cabeça, sem aviso prévio. Era como se o brilho de seu cigarro fosse um chamariz, chamando a atenção da estranha máquina no céu, que o detectou. “Estava só a uns três metros acima de mim”, disse Janúncio, ainda assustado com a experiência, quando me contou a história, um mês após o ocorrido. “Eu não vi a coisa se aproximando e não fazia nenhum barulho. Apenas estava lá”.
Janúncio comparou o UFO grande silo, desses de guardar sementes e grãos. Devia ter pelo menos uns seis a sete metros de altura e a parte de baixo redonda, com três a quatro metros de diâmetro. “Uma porta abriu no fundo e vi um homem e uma mulher sentados em bancos como num carro. Estavam parados, vivos. Não se mexeram em nenhum momento. A mulher parecia estar usando um vestido”. Quando a porta abriu, saiu dela muita luz e a vítima sentiu como se estivesse sendo puxada para dentro do objeto. “Era como um imã. Agarrei-me a uma palmeira e enrolei os braços e as pernas em volta dela. A luz era muito quente e eu estava apavorado”.
Janúncio pesa cerca de 70 kg e, embora estivesse se segurando a árvore com toda a força, o puxão do UFO era tão intenso que ele começou a ser arrastado para cima, ao longo do tronco, até seus pés se afastarem do chão. “Isso aconteceu cinco vezes. Para cima e para baixo, para cima e para baixo… Meu peito ficou todo arranhado”. Ele disse também que começou a chorar e achou que ia morrer. “Então, quando o homem e a mulher viram que eu não ia largar da árvore, eles derrubaram uma coisa como óleo quente para me fazer soltar. Senti que estava entre o fogo e a frigideira. Não podia me mexer. O negócio queimou meus braços e me machucou muito, mas tinha medo de soltar. Quase morri”.
Uma porta abriu e vi um homem e uma mulher sentados em bancos como num carro. Estavam parados e não se mexeram em nenhum momento. A mulher parecia estar usando um vestido
— Janúncio, nordestino de 76 anos que foi abordado por extraterrestres
Ele ainda contou que tudo durou menos de dois minutos. Janúncio acredita que, se tivesse demorado mais, teria morrido, porque o local estava muito quente. “Como eu não larguei da árvore de jeito nenhum, eles fecharam a porta, a luz se apagou e a coisa foi embora rápido, como um relâmpago”. O objeto subiu bem alto no céu e desapareceu, e o homem não ouviu som algum em nenhum momento do episódio. Quando seus olhos se acostumaram à escuridão novamente, ele correu para casa. Suas roupas estavam encharcadas de suor.
Evidências Físicas — As queimaduras e os arranhões de Janúncio já estavam curados quando falei com ele. Não vi nenhuma marca em seu corpo, mas não tinha motivos para duvidar de suas palavras. Ele ficou doente por dois dias e não conseguia comer. Tinha dor de cabeça, seu peito estava arranhado e vermelho, e seus braços tinham queimaduras como se fossem de cigarro. Quando lhe perguntei o que achava que era o objeto, me respondeu: “Não sei. Acho que era um disco voador, porque já ouvir falar disso antes. Não faz muito barulho. É como um objeto invisível, onde você só pode ver as luzes. Para mim, não era deste mundo. Todos aqui têm medo dessa coisa. Todo mundo já viu a luz. Na semana passada, viram todas as noites e um homem ficou com tanto medo que se borrou todo na hora”. Ele ficou em silêncio por um minuto, olhando para o outro lado da sala. Então, suspirou e disse: “Achei que aquela coisa ia me levar. Agora, não saio mais à noite. Tenho medo que ela volte”. Não é para menos.
Esse caso sempre teve um significado especial para mim. Conversei com outras pessoas que tiveram experiências piores mas, por muitos anos, o contato de Janúncio foi o modelo pelo qual medi os outros. Poucos são os que se comparam em horror, força bruta e rudeza. O UFO exerceu uma força tão poderosa sobre o homem que ele foi puxado sobre a árvore cinco vezes, embora permanecesse agarrado a ela com toda a firmeza. Quando os tripulantes do objeto não conseguiram pegá-lo dessa forma, derramaram líquido quente sobre ele, para forçá-lo a se soltar. E como isso não funcionou, o objeto desapareceu instantaneamente – sem fazer ruído.
Isca de Ufo — Um dos maiores problemas para a compreensão do Fenômeno UFO é que ele é extraordinariamente complexo. Todas as vezes que pensei ter desvendado uma pequena parte dele, surgia algo novo e contraditório, que me deixava mais longe das respostas. Quase todos os que aceitam a existência dos UFOs deduzem que eles são veículos tecnologicamente avançados, pilotados por habitantes de civilizações superiores que habitam outros mundos. Eu mesmo acreditava nisso e, de certa forma, ainda creio. Por isso, fiquei surpreso quando descobri que as tripulações dos discos voadores, às vezes, agem de forma primitiva. Derramar líquido quente em Janúncio para forçá-lo a largar de uma árvore foi um método rudimentar.
Entretanto, em termos de primitivismo, nada se compara ao que os alienígenas fizeram quando tentaram levantar pessoas do chão com ganchos nas extremidades de cabos suspensos das naves. Isso aconteceu com dois homens, um com 40 anos de idade e outro com 76, na época. Ambos sobreviveram, mas a vida do mais velho foi arruinada e ele nunca mais se afastou de casa até seus últimos dias. O mais jovem era Hermelindo da Silva, um fazendeiro que possuía um bar de beira de estrada, logo na saída do vilarejo de Vargem Grande, no Vale das Velhas, em Minas Gerais. Ele morava com sua mulher, sei
s filhos e o cunhado. Às 02h00 de 09 de setembro de 1996, Hermelindo estava indo a pé para casa em companhia de seu cão quando o céu subitamente se iluminou, ficando tão claro quanto o dia. O homem e o animal ficaram nervosos, pois bem acima deles apareceu um objeto iluminado, com cerca de três metros de diâmetro, cercado por tons de amarelo e violeta. O artefato tinha um orifício escuro no fundo. “Fiquei apavorado, o cachorro rosnou bravo, mas teve algum tipo de choque e saiu correndo, aterrorizado”, disse.
De repente, a luz se apagou. Hermelindo achou que o objeto tinha ido embora e correu até a porta traseira do bar, tentando destrancá-la. Mas estava nervoso demais e precisou ficar de pé na entrada, sob o telhado que se estendia até lá. Forçou a vista para ver o que estava acima dele, mas não conseguiu detectar nada. “Então a luz acendeu de novo. Estava acima do telhado e me cegando. Agarrei um pedaço de pau, joguei-o para cima e ele atingiu alguma coisa sólida. Fiquei um pouco assustado e a luz apagou novamente”, disse-me. Até aquele momento, o UFO emitia um som estranho, como um zumbido, mas quando ele se apagou o som também parou. Hermelindo ouviu um silvo, como o barulho de uma pequena lamparina a gás. Alguma coisa atingiu-o no ombro e o derrubou. Tomado de pânico, ele saltou e começou a correr em direção à sua casa, mas a luz apareceu novamente, cerca de sete ou oito metros acima dele. Nesse momento, algo ainda mais estranho começou a acontecer.
“Desceram quatro cabos com ganchos e alguém tentou me pegar com aquilo”, disse. “Eu estava tentando me desvencilhar dos ganchos quando uma criatura pequena desceu, escorregando por um dos cabos”. A criatura descrita por Hermelindo se movia como um ser vivo e parecia ser um homem. Segundo sua narrativa, tinha pouco mais de um metro de altura e estava completamente coberta com alguma roupa cinza, dura e polida. O rosto do ser não era visível. O homem, que tem 1,80 m de altura e é forte, não conseguiu segurar a roupa do ser, mas conseguiu agarrá-lo com os braços. “Ele parecia de metal. Tentei jogá-lo no chão, mas ele tremeu. Fiquei tão assustado que o larguei e ele caiu”. Antes que Hermelindo pudesse se mexer, a criatura passou um gancho em volta do tornozelo esquerdo e subiu correndo por um dos cabos para dentro do UFO. Hermelindo caiu, mas foi imediatamente puxado do chão, sendo içado pelo pé na direção do orifício no centro do objeto.
“Aquilo era do tamanho desta sala”, disse o homem, enquanto conversávamos em seu pequeno bar. “O orifício estava aberto e era roxo. Eles tentaram me puxar através do buraco, e quando eu cheguei perto, senti um calor terrível”. O UFO começou a se afastar enquanto arrastava Hermelindo para cima, seguindo na direção da casa dele. O tempo todo, ele ficou gritando por socorro e acabou acordando seu cunhado, que estava agora observando a luta através de uma janela. Enquanto ele era arrastado, sua perna direita balançava violentamente, e foi isso que o salvou. “Meu pé direito bateu na borda do buraco, fazendo soltar o gancho de meu tornozelo”.
Cortes no Corpo — O UFO continuou em seu caminho e desapareceu, mas o infortúnio de Hermelindo continuou, pois ele caiu de uns seis metros de altura sobre um pé de iúca, uma planta que tem folhas pontudas como uma navalha. Sofreu vários cortes e arranhões. Quando se livrou da planta, Hermelindo correu até a casa e chutou a porta, quebrando a tranca para abri-la. Passou o resto da noite contando e recontando a história à esposa e ao cunhado. Tinha cortes no joelho, nos braços e no corpo, e também nos pulsos, na testa e no rosto. Quando eu o encontrei, ele ainda se queixava muito da perna esquerda. Seu pé direito estava inchado e, o joelho, com hematomas. Reclamou também de uma sensação de ardor no pé esquerdo. Disse-me que, no dia seguinte ao episódio, foi a uma farmácia e lhe deram uma pomada.
Em Belo Horizonte, o pioneiro ufólogo Húlvio Brandt Aleixo soube do incidente e imediatamente foi a Vargem Grande. Ele confirmou que o caso era um dos mais estranhos dentre os mais de 300 contatos imediatos que já investigou no Vale das Velhas, conhecida região mineira onde fenômenos ufológicos são constantes. “Entrevistamos também o farmacêutico, que confirmou que Hermelindo estava muito nervoso e chocado. Mas não tinha sintomas aparentes de queimaduras, apenas de edema”, explicou o pesquisador quando nos contou sobre o caso pela primeira vez, em 1986. Foi Húlvio quem me levou a casa da vítima, em setembro de 1991, para que pudesse ouvir a história da própria fonte. Foi assim que fiquei sabendo que, quando Hermelindo caiu do gancho, seu cunhado abriu a janela e viu o objeto inteiro, não só o fundo, como a vítima tinha visto. “Aquilo era cônico, mas com um topo redondo. Era como um UFO em forma de sino”, disse o rapaz. Seu cachorro pode ter também sido vítima do contato, pois morreu três meses mais tarde, de causas desconhecidas.
A segunda experiência com “ganchos extraterrestres” que conheço envolveu um senhor idoso chamado Antônio Amador de Lima. Ele morava na cidadezinha de Santo Antônio, 80 km a sudeste de Santa Cruz, onde Janúncio teve seu contato, no Rio Grande do Norte. Amador trabalhara como agricultor durante toda sua vida e, embora já estivesse com 75 anos, estava terminando um longo dia de trabalho quando o fato ufológico aconteceu. Era uma noite de sábado, em novembro de 1979, e ele estava cuidando de algumas plantas em uma fazenda a oeste da cidade, preocupado com uma infestação de insetos.
“Eram 19h00, estava escuro e eu vi uma luz voando na minha direção”, disse o agricultor, quando o entrevistamos em janeiro de 1980. O ufólogo e conferencista Rogério de Almeida Freitas, na época estudante universitário em Natal (RN), foi o primeiro pesquisador a investigar esse caso. Numa viagem que fiz à localidade, Freitas me acompanhou e traduziu a conversa que tive com Amador. “A luz me assustou porque eu já tinha ouvido falar de disco voador, e quando vi aquilo, comecei a andar na direção de casa. Mas depois de alguns metros, o objeto disparou uma luz sobre mim. Eu tinha ouvido que se um disco voador chegar perto, a melhor coisa a fazer é deitar-se no chão. E foi isso que eu fiz,
deitando sobre o meu lado esquerdo”.
Ele ainda conta que a luz chegou bem perto dele e que sentiu ter sido levantado do chão uns 50 cm. Agarrou então uma planta com a mão esquerda, para não subir ainda mais, e levantou o braço direito para se proteger daquilo. “Me virei e vi uma coisa como uma corda, descendo do disco voador. Tinha quatro ganchos na extremidade e um deles prendeu minha camisa pelas costas. Eu fiquei pendurado no gancho”. Amador viu uma janela e pessoas sentadas, mexendo as pernas. Segundo descreveu, eram duas mulheres e um homem, e se pareciam com gente normal. Os rostos das mulheres eram estranhos e feios, com cabelos curtos e pretos. Quanto ao homem, Amador primeiramente viu apenas suas pernas, mas depois constatou que tinha também uma espécie de barba. “As mulheres usavam blusas com tiras e sem mangas. Seus braços eram amarelos. Eu as vi sentadas e mexendo as pernas”.
A vítima desse ataque monstruoso chegou a chorar ao narrar os fatos que viveu, numa demonstração clara e inequívoca da emoção que aquilo lhe causou. Por uns minutos, Amador ficou incapaz de continuar a narrativa de sua experiência. Estávamos na sala de estar da casa onde ele, que estava viúvo há sete meses, morava com sua filha, o genro e uma neta. A sala estava cheia de gente que tinha vindo sabe-se lá de onde para ouvir a entrevista que fazia. Depois de algum tempo, já recuperado, Amador continuou. “Ouvi uma das mulheres dizer: ‘Aí vem um velho bom que podemos levar conosco para o nosso mundo’. Fiquei apavorado”. Da posição em que Amador estava pendurado no gancho, o objeto parecia ter a forma de um charuto e estar a uns seis metros acima dele.
Medo do Disco Voador — Ele não gritou por socorro. “Fiquei com medo de que, se gritasse, o objeto me levaria embora. Estava chorando, mas não queria chamar ninguém. O tempo todo não larguei da arvore que tinha agarrado. Uns 15 minutos depois, minha camisa rasgou e eu caí ao chão”. Ele viu ainda o objeto girar umas três ou quatro vezes sobre seu eixo e depois ir embora. Era marrom, quase o dobro do tamanho de um carro, e quando se afastou podia-se ver uma luzinha vermelha na parte de trás. Amador aproveitou correu para casa. “Era uma sensação muito estranha. Não sentia nada nas pernas e estava com muito medo. Depois, fiquei doente por uma semana e parei de trabalhar, porque não queria voltar para casa à noite”.
Amador não ia mais a lugar algum após escurecer. “Tenho medo que o disco voador volte”, explicou-me em voz baixa. Depois de 12 anos do ocorrido, em agosto de 1992, voltei a Santo Antônio com a pesquisadora norte-americana radicada no Rio de Janeiro Cynthia Newby Luce, e descobri que Amador tinha morrido cinco anos depois do incidente, em fevereiro de 1985. “Ele nunca mais voltou a trabalhar”, disse-nos sua neta, Maria Pontes. “Envelheceu rápido e parecia muito mais velho que sua idade”, complementou. O homem começou a ter problemas de coração logo após a terrível experiência. Suas pernas inchavam e as mãos tremiam. Era muito forte e trabalhava muito, mas isso foi antes de seu contato, quando diariamente acordava às 03h00 para trabalhar e voltava para casa entre 19h00 e 20h00.
“Depois daquilo, meu avô não trabalhou nenhum dia mais”, disse a neta, uma alfabetizadora de adultos que ainda era adolescente quando Amador teve o contato. Após o acontecido, ele ficava no quarto, deitado na rede. Só se levantava de vez em quando. Nunca saía. Sempre teve bom apetite e comia com vontade antes, mas, depois do incidente, passou a comer pouco. A personalidade de Amador também mudou. “Ele sempre era exigente com as coisas. Tinham de ser mais ou menos do jeito que ele queria pois, do contrário, ele ficava irritado. Mas depois do que aconteceu, ficou pior. Tudo tinha de ser exatamente como ele queria, e às vezes ficava tão bravo que não conversava mais até o fim do dia”, declarou Maria.
Amador também não gostava de falar sobre sua experiência, o que é compreensível. Antes, nem sequer acreditava em discos voadores. Mas depois daquela noite, começou a acreditar. Sua neta se lembra de tê-lo visto contar um detalhe a mais sobre o que lhe aconteceu, que ele próprio não nos relatara na entrevista de 1980. Amador teria dito à família que pôde identificar o sexo dos tripulantes do UFO pelas suas vozes. Isso é algo de extrema raridade na casuística ufológica mundial, mas tem sido registrado aqui e ali. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde todo tipo de absurdos relacionados aos nossos visitantes extraterrestres acontece, não é de se espantar com isso. Ainda assim, pelo que se sabe, apesar da imensa gravidade dos fatos que lá constatei, como esses dois casos especiais e dezenas dos que descrevi em meu livro, não tenho conhecimento de que as autoridades brasileiras estejam fazendo algo para conter o terror e pânico daquelas humildes pessoas.