A Teoria dos Antigos Astronautas ou do paleocontato, como preferimos chamá-la, é fascinante. Como tudo o que faz parte dos estudos ufológicos, seus caminhos são misteriosos e há que se ter muito cuidado antes de se afirmar algo, uma vez que sempre há filas de cientistas prontos a desacreditar o que dizem os ufólogos. Mas, de onde, afinal, veio a ideia de que a humanidade foi visitada, colonizada, instruída, civilizada e, segundo alguns, até mesmo criada por seres de outros planetas? E que evidências confiáveis temos sobre isso?
Justamente pensando nas respostas a essas intrigantes perguntas, decidimos escrever a obra Somos Todos ETs (Código LIV-037 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO e em anúncio nesta edição), buscando separar a fantasia da realidade, os fatos dos erros de interpretação. Nossa pesquisa cobre praticamente todas as regiões do planeta e nos levou à descoberta de muitas evidências que não são do conhecimento do público. Aqui, neste artigo, veremos parte delas. Vamos começar descobrindo de onde surgiu a ideia dos antigos astronautas.
Em 23 de março de 1984, vencido por um mal incurável, morria na cidade de Milão Peter Kolosimo, pesquisador consagrado na Itália e no exterior por seus trabalhos explicativos sobre os enigmas do universo. Autor de vários bestsellers e vencedor do importante prêmio literário italiano Bancarella, Kolosimo impôs-se, sobretudo em nível popular, por suas desmistificadoras reinterpretações de nosso passado histórico e mitológico, cuja base é a ideia de que a Terra possa ter sido visitada muitas vezes por criaturas extraterrestres.
O paleocontato é real
Embora ainda seja indicado nos ambientes acadêmicos apenas como um imaginativo sonhador que agradava ao público, Peter Kolosimo tinha o grande mérito de haver proposto à opinião pública, já nos anos 50, essa nova e desconfortável temática, fazendo-a emergir das águas estagnadas do conservadorismo científico. Certamente, o autor não chegou aos resultados de Erich von Däniken, que veio à tona depois dele. Porém, onde o italiano levantava hipóteses, o suíço indicava certezas absolutas, o que provavelmente foi a razão para o grande e persistente sucesso deste último, de acordo com o qual e em suas palavras, “a criação do homem é obra de seres alienígenas provenientes de outro sistema estelar”.
Na esteira dos dois estudiosos anteriores, Zecharia Sitchin integrou e atualizou todo o quadro, transferindo a origem da espécie humana para os mitos dos sumérios e para a chegada dos divinos e supremos anunnaki, que significa literalmente “aqueles que do céu vieram à Terra”. Segundo seus estudos e livros, seres celestes vindos do planeta Nibiru desembarcaram na Mesopotâmia e transformaram nosso planeta e história. Como criaturas divinas, teriam produzido o Homo sapiens por meio de uma mutação genética controlada, feita nos primatas terrestres, com o objetivo de obter mão de obra local para satisfazer as suas necessidades logísticas na Terra.
Seguindo as teses lançadas pelos mencionados três autores, muitos outros pesquisadores de vários países também se lançaram à aventura literária, e hoje temos uma infinidade de vertentes teóricas girando em torno da hipótese das visitas extraterrestres no passado. Só que há também toda uma literatura baseada em afirmações que têm mais o propósito de estarrecer do que o de propor uma abordagem séria para o problema — e a máquina editorial montou habilmente o negócio, focando na curiosidade que certas teorias despertam nos leitores. Afinal, o público demonstrou estar, de fato, muito interessado no tema.
Vale destacar também o trabalho do soviético Matest Agrest, professor em ciências físicas e matemáticas na Universidade de Sukhumi, no Mar Negro, cujas teorias relativas à presença de astronautas extraterrestres na Terra, em um passado distante, foram relatadas com muita ênfase pela Rádio Moscou, em 1960. Segundo o professor, seres descritos como anjos teriam construído a plataforma ciclópica de Baalbek, no Líbano, usando-a para a descida dos seus veículos espaciais. Também teriam feito contato com os patriarcas na Palestina e destruído as cidades de Sodoma e Gomorra, no Mar Morto, com armas comparáveis às nossas nucleares de hoje.
Berço das ciências espaciais
As afirmações de Agrest tiveram, como se pode imaginar, um efeito explosivo. A notícia, revolucionária e de grande impacto, vinha justamente da União Soviética, que ainda era, para o Ocidente, um pouco como outro planeta. A imagem do bloco soviético como sendo o berço das ciências espaciais, adquirida pelo país com o lançamento do primeiro satélite artificial, contribuía para dar um peso ainda maior às declarações do professor de Sukhumi. Assim, de desconhecido que era, o nome de Agrest tornou-se famoso e sua teoria foi divulgada, no decorrer dos anos, por inúmeros autores, incluindo Kolosimo, Däniken e Sitchin.
Mas, por mais sedutoras e convincentes que sejam as evidências proclamadas como sólidas para provar a antiguidade das visitas extraterrestres, o fato é que, ao menos no caso de algumas delas, a verdade é outra. Em nosso livro Somos Todos ETs detalhamos cuidadosamente alguns casos famosos como o do astronauta de Palenque e do friso de Abydos, além de analisarmos outras evidências em profundidade.
Muito do que é dito sobre o fato de que cada povo interpretou os astronautas do passado conforme sua condição cultural vem da Bíblia. Não que seja o único exemplo, e claro que não é, mas por ser a interpretação mais famosa e a mais citada, começaremos por ela. No livro discorremos sobre o assunto de maneira pormenorizada, mas neste artigo só poderemos fazê-lo de forma breve.
Os anjos caídos
A Bíblia não faz menção específica sobre a criação dos anjos, como se sabe. Apenas o Livro do Apocalipse (12, 7-9) nos diz que “houve uma grande guerra no céu, Miguel e os seus anjos guerrearam com o dragão. E o dragão guerreou junto com ele e os seus anjos. Mas não prevaleceu e não se encontrou mais lugar para ele no céu. E foi lançado para baixo o grande dragão, a antiga serpente, que é chamado de Diabo e Satanás, o sedutor de toda a Terra, foi lançado sobre a Terra e todos os seus anjos foram lançados com ele”. Essa é a famos
a queda dos anjos.
Já o livro do Genesis nos informa que, “quando os homens começaram a se multiplicar sobre a face da Terra e as filhas deles foram nascendo, os Filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas e por isso escolheram para si aquelas que lhes agradaram”. Na citação, os citados filhos de Deus são os bem elohim no texto original hebraico, ou apenas elohim, plural do termo Eloah, que significaria Deus. Já elohim quer dizer deuses ou seres divinos.
O Judaísmo e o Cristianismo, entre outras religiões menos conhecidas, nos transmitiram a crença na existência e na constante presença dessa misteriosa raça, biologicamente semelhante ao homem, mas também totalmente estranha ao nosso planeta
No versículo 4, do mesmo capítulo 6, é especificado que “naquele tempo havia na Terra os gigantes, e depois também, quando os Filhos de Deus se aproximaram das filhas dos homens e estas geraram seus filhos. Eles são esses homens poderosos que desde os tempos mais antigos foram famosos”. Na realidade, no texto original hebraico encontramos que os tais gigantes são nephilim, do verbo N-PH-L, que significa “cair” ou “os caídos”.
Quando consultamos outros livros, como o do Jubileus e o de Enoque, vemos descrições de como os “filhos de Deus” e seus rebentos, oriundos da união com as mulheres humanas, começaram aos poucos a se tornar tiranos — seus hábitos de vida mudaram, seu comportamento se tornou cruel e sanguinolento, massacrando e escravizando os humanos. Ao ver os abusos de toda sorte que cometiam e testemunhar a monstruosidade dos filhos híbridos que geraram, Deus decidiu dar um basta naquilo e enviou seus soldados para acabar com o terror.
Diz o livro de Enoque que “os homens gritaram e o seu clamor subiu até o céu. Então, Miguel, Uriel, Rafael e Gabriel voltaram o seu olhar do alto dos céus e viram o sangue derramado em abundância na Terra e todas as injustiças que eram cometidas na Terra”. E o Livro dos Jubileus, mais direto, nos informa que “Deus se irritou profundamente contra os anjos que ele enviara à Terra, deu ordens para que fossem despojados de sua autoridade e aprisionou-os. E ele enviou a sua espada para o meio dos seus filhos. Cada um deveria matar o seu vizinho e começaram a matar uns aos outros até que caíram todos mortos pela espada e foram assim eliminados da face da Terra”
Os anjos não tinham asas
Pelo que lemos nesses livros antigos, os anjos caídos perderam o rumo de muitas formas e, ao fazê-lo, também ajudaram a moldar nossa história e nossos hábitos. Diz o Genesis, em seu capítulo 8, que “Azazel ensinou aos homens a fabricarem espadas, gládios, escudos e couraças, e mostrou-lhes os metais e a arte de trabalhá-los, e os braceletes e os ornamentos, o antimônio e como embelezar com isso as pálpebras, as pedras mais bonitas e mais preciosas, as tinturas de todas as cores e a revolução do mundo. A impiedade foi grande e geral. Eles fornicaram, erraram e todas as suas ações foram corruptas”.
Esse assunto é longo e há sobre ele muito o que dizer e muitas evidências a mostrar, mas que em um artigo não é possível reproduzir na íntegra. Mas, para esclarecimento dos leitores, gostaríamos de ressaltar o fato de que, originalmente, os anjos não tinham asas e nem eram retratados com elas — as asas foram acrescentadas depois, por influência de imagens gregas, nas quais os anjos foram concebidos como homens alados, tal como aparecem pela primeira vez em As Crônicas (Capítulo 21, 16).
Nos textos anteriores ainda são descritos utilizando uma escada para descerem do céu para a Terra. O Judaísmo e o Cristianismo, portanto, nos transmitiram a crença na existência e na constante presença dessa misteriosa raça, biologicamente semelhante ao homem, mas também totalmente estranha ao nosso planeta. E, hoje, um crescente número de desconcertantes indícios parece provar, sem sombra de dúvidas, as tradições bíblicas, mas sob uma forma mais moderna e tecnológica. Vejamos agora o que existe sobre o Grande Dragão lançado à Terra.
O Leviatã bíblico
A meticulosa descrição que o Livro de Jó (Capítulo 41, 6-25) nos dá sobre o Grande Dragão é ainda mais desconcertante. Leviatã, nome com o qual o Grande Dragão é chamado no texto do Velho Testamento, bem como em outros lugares, é uma palavra hebraica com sentido mais obscuro. A tradução literal do termo, de fato, corresponde exatamente a “alguma coisa que é enrolada de modo espiral”, o que dá a ideia de um corpo alongado e cilíndrico. Sabemos, em todo caso, como salienta Taddei Ricciotti em A Bíblia Sagrada Comentada por Giuseppe Ricciotti [Florença, 1949], que, embora ele fosse geralmente representado como habitante dos mares, os judeus atribuíam-lhe uma proveniência celeste, pois eles o consideravam responsável pelos eclipses solares.
A Bíblia o descreve tendo “o corpo como se fosse de escudos fundidos em conjunto, composto de escamas que se encaixam. Cada uma está tão junta da outra que nem o ar passa entre elas. Estão tão interligadas que não se consegue separá-las. O seu espirro é um esplendor de fogo e os seus olhos são como as pálpebras da aurora. Da sua boca saem tochas, como faíscas de fogo vivo. Das suas narinas saem fumaça, como de uma caldeira acesa e fervente. O seu sopro acende carvões e uma chama salta da sua boca. Os músculos da sua carne são compactos. Quando ele se ergue, os anjos tremem. Faz ferver o mar profundo como uma caldeira, o revolve como um pote de unguento. Atrás dele resplandece o caminho”.
Não é difícil, por tal descrição, pensarmos em uma aeronave metálica de forma oblonga e ativa no céu, como uma nave-mãe preparada para lançar, em alta altitude, aparelhos menores de reconhecimento, também usados na água como um meio anfíbio semelhante aos modernos OSNIs. E há, além disso, uma esteira como as deixadas pelos atuais UFOs e as mesmas descrições de luminosidade, nebulosidade e de efeitos térmicos que lemos nos testemunhos modernos. Além disso, a descrição bíblica chega a indicar a presença de janelas luminosas que muitas vezes constam dos relatos atuais, quando diz que “seus olhos são como as pálpebras da aurora”.
Histórias sobre seres anfíbios de grande conhecimento, que saíram das águas para instruir a humanidade, perpassam várias culturas — há lendas em várias partes do mundo falando sobre “deuses-peixe” qu
e surgiram para ajudar os homens. Se, como indica nossa interpretação da Bíblia, o Leviatã era, na verdade, um grande UFO que foi abatido e jogado no mar, talvez seus tripulantes tenham saído e se misturado aos humanos, ajudando nossa primitiva espécie a evoluir e a se civilizar.
Seres anfíbios
A lenda, escrevem os astrônomos Carl Sagan e Iosif Shklovsky no seu Intelligent Life in the Universe (A Vida Inteligente no Universo, New York, 1966), sugere que tenha havido um contato entre seres humanos e uma civilização não humana caracterizada por imensos poderes às margens do Golfo Pérsico, talvez nas proximidades da antiga cidade suméria de Eridu, no quarto milênio a.C. ou antes. Os dois astrônomos apontam que existem muitas tradições antigas relacionadas a “instrutores divinos”, os chamados apkallu, seres que eram meio homem e meio peixes, e relatam a descrição fornecida a este respeito pelo histórico Beroso, sacerdote babilônico de Bel-Marduque, contemporâneo de Alexandre Magno, feita a partir de textos cuneiformes que remontam há milhares.
Segundo Bel-Marduque, um dia surgiu um ser saído do Golfo Pérsico em direção à Babilônia cuja aparência era muito estranha, pois “seu corpo era semelhante ao de um peixe. Mas sob a cabeça de peixe escondia-se outra, assim como escondia pés humanos sob a cauda”. O ser, chamado Oannes, que passava o dia entre os homens, lhes ensinou vários assuntos — ele não comia a comida humana e à noite voltava para as profundezas.
Outro exemplo de conhecimento astronômico em povos primitivos vem dos nativos maori da Nova Zelândia, que têm uma rica e vasta tradição cultural a respeito de estrelas e planetas, que deve tê-los ajudado a chegarem nas ilhas da Polinésia
Mas os apkallu, seres anfíbios divinizados, também estão presentes em outros textos da tradição antiga. Sagan e Shklovsky lembram o relato de Abideno, antigo historiador grego, que narra que sob o reino de Amarilus, de Pantibiblon, um semidemônio chamado Annedotus, semelhante a Oannes, saiu do mar uma segunda vez. E sob o seu sucessor Daos, ainda em Pantibiblon, “quatro personagens de dupla aparência saíram do mar para a terra e os seus nomes eram Euedocus, Eneugamus, Eneuboulos e Anementus”. Da sua parte, Apollodoro lembra que sob o reino de Euedoreschus, de Pantibiblon, “surgiu outro personagem, de nome Odacon, emergido do Golfo Pérsico e caracterizado pela mesma complexa aparência, metade humana, metade peixe”.
Também nos antigos textos da Índia encontramos a presença de seres anfíbios, cujo palácio era tão deslumbrante que rivalizava com o dos deuses. Em determinado momento, esses seres entraram em conflito com os deuses e uma grande guerra aconteceu. No final, os seres anfíbios foram banidos definitivamente para as profundezas, para nunca mais voltar. É muito interessante notar, como ressaltam Sagan e Shklovsky, que “a natureza inequívoca deste relato de contatos com seres superiores é notável. Oannes e os outros apkallu são diversamente descritos como animais dotados de razão, como semidemônios ou personagens. Nunca são descritos como divindades”. E isso em todas as lendas, de todos os povos, dos mais diversos locais. Os antigos diferenciavam bem os seres anfíbios dos seres divinos. Mas de onde eles vieram?
Os apkallu eram representados como entidades aquáticas, mas também munidos de asas — o que indicava a sua inequívoca origem celeste, assim como o Leviatã bíblico. Evidentemente, Oannes era da mesma natureza, cuja descrição remete a uma figura vestida com escafandro, ou seja, com cabeça e pés humanos escondidos sob a cabeça e o corpo de peixe, o que nos evoca mais significativamente a imagem de um moderno homem-rã, um mergulhador. Esta é a criatura celeste que, segundo as afirmações de Beroso, lançou as bases da civilização humana.
Examinando outras regiões da Terra, temos o mito pré-colombiano de Orejona, ser anfíbio celeste surgido no Lago Titicaca e caracterizado por mãos espalmadas, que teria tido para o antigo povo da América do Sul o papel de instrutor celeste. Mais recentemente, no Japão, no tempo de Heian, entre os séculos IX e XI, surgiram os misteriosos kappas, ou “homens de caniços”. Como confirma o arqueólogo, historiógrafo e professor Komatsu Kitamura, esses seres anfíbios estavam ligados a veículos semelhantes a grandes conchas, capazes de se moverem a grande velocidade tanto sobre a água como no céu. E os conhecimentos que dividiram com a humanidade incluía preciosidades astronômicas.
Mas não encontramos um cenário semelhante apenas no Oriente Médio. O termo Stonehenge, literalmente “pedras suspensas”, é comumente indicado não apenas como um lugar, mas também o colossal e complexo Cromeleque que se ergue há não menos de 4.000 anos na planície de Salisbury, no sul da Inglaterra. A fama e o interesse em torno desse monumento megalítico, que permaneceu para testemunhar a evolução cultural das populações da Europa pré-histórica, devido à sua estrutura única ao mundo, são amplamente justificados pela sua enigmática função.
Embora seu propósito tenha sido matéria de discussão ao longo do tempo, Stonehenge é hoje considerado — graças a uma série de análises realizadas com o auxílio de cálculos eletrônicos, entre os quais lembramos o do astrônomo norte-americano Gerald Hawkins — uma espécie de sofisticadíssimo observatório astronômico e um verdadeiro computador, com o qual era possível prever, com extrema precisão, os eclipses do Sol e da Lua. Stonehenge expõe o problema da antiga relação entre o homem e o céu, presente quase inexplicavelmente, também em civilizações não caracterizadas por escrita e por uma organização urbana.
Conhecimentos celestes
Outro exemplo notável de conhecimento astronômico em povos primitivos vem dos nativos maori da Nova Zelândia, que têm uma rica e vasta tradição cultural a respeito de estrelas e planetas. Esse conhecimento deve tê-los ajudado quando partiram de seus desconhecidos lugares de origem para chegarem nas ilhas da Polinésia, um formidável feito de navegação neolítica. De acordo com um explorador de 1814, eles “deram nomes a estrelas e constelações. Era normal para eles, no verão, permanecerem despertos grande parte da noite para observarem o movimento dos astros, para calcularem os tempos em que surge essa ou aquela estrela”.
A observação mais importante, e aparentemente a mais inexplicável, feita pelos maori foi a de que um dos planetas, que chamavam de Parearu, era circundado por um anel. É fácil compreender, por meio de suas lendas, que se referiam a Saturno. O fato é que, sem um telescópio, essa característica não pode absolutamente ser observada. Um discurso análogo relacionado a Saturno foi feito por outra população primitiva, os pigmeus da Floresta de Ituri, na África Central. Jean Pierre Hallet, o antropólogo francês que se tornou membro honorário da tribo Efé e viveu com eles por 18 meses, foi surpreendido ao descobrir que os nativos tradicionalmente chamavam Saturno como Biba Tiba Abutsiua Ani, ou “a estrela de nove luas”.
Outros exemplos de conhecimento astronômico de nossos antepassados vêm da população africana dos dogon, na República do Mali e, claro, do povo maia da mesoamérica pré-colombiana. Muito já foi dito e escrito sobre o espantoso conhecimento desses dois povos — cada um deles dono de informações que a civilização europeia só alcançaria séculos depois. Para o leitor interessado em pormenores sobre esses dois povos, e em saber como o conhecimento astronômico que possuíam se liga diretamente aos seres anfíbios, sugerimos a leitura de nosso livro Somos Todos ETs. E aqui cabe perguntar: se os anjos, os deuses e os apkallu eram astronautas, como eles chegaram até nós?
Como construir uma nave
A Índia é um país que transmitiu com extrema clareza as suas lendas relativas a voos e combates míticos em um passado distante. Os deuses e os heróis daquela nação combatiam nos céus, mas não voando em dragões ou pássaros — eles usam os vimanas, aeronaves pilotadas e munidas de “armas terríveis”, segundo as escrituras hindus. Em 1931, James Churchward foi o primeiro autor ocidental a citar diversos textos indianos antigos que acenam para essas misteriosas aeronaves.
Por exemplo, no Ramayana, um dos mais importantes poemas épicos e livros sagrados da tradição hindu, há uma bela descrição de um grande vimana em decolagem: “Quando a madrugada se levantou, Rama [Personificação do divino], pegando a carruagem celeste, se preparou para partir. Essa carruagem tinha uma propulsão própria. Era grande e com uma pintura refinada. Tinha duas pontes e muitos cômodos com janelas, e estava envolta em bandeiras e faixas. Emitia um som melodioso ao percorrer o seu caminho no ar. A carruagem Pupsaka, que lembra o Sol e pertence ao meu irmão, foi levada pelo poderoso Ravana. Essa excelente carruagem voadora, movendo-se automaticamente, está pronta para você. Ela, que se assemelha a uma nuvem brilhante no céu, encontra-se na cidade de Lanka”.
Há muitas descrições dos vimanas e das poderosas armas com as quais estavam equipados, das batalhas épicas em que se envolveram e da dizimação que podiam produzir, mas aqui gostaríamos de falar sobre um dos livros antigos em especial, o Vymaanika Shastra, que não tem a ver com os deuses e a mitologia da Índia. O texto é simplesmente uma descrição detalhada dos vimanas em caráter não narrativo e poderia ser definido como uma espécie de tratado científico ou de manual técnico. Isso fica evidenciado pelo próprio título, que poderia ser traduzido como “ciência aeronáutica”.
Esse livro hindu se inicia com uma definição dos vimanas: “Os especialistas na ciência aeronáutica chamam vimana um veículo que pode voar no ar de um lugar para outro”. São, então, revelados os 32 segredos sobre o funcionamento das naves que um piloto deve aprender, subdivididos em três categorias conforme a estrutura do veículo, de sua decolagem e aterrissagem, e de sua capacidade de manobras. Entre esses 32 segredos, o manual inclui o que hoje poderia ser definido como habilidades nas tomadas fotográficas, meios de detecção e de mascaramento de radar, expansão e contração das asas, projeção da luz, uso de energia solar e também o uso de mísseis ar-ar, armados com feitos térmicos e gases venenosos.
Veículos voadores no passado
Depois de haver indicado as indumentárias necessárias e as dietas mais oportunas para os pilotos dos vimanas, o texto aborda o tema da metalurgia. Ao contrário de muitas narrações literárias, o Vymaanika Shastra insiste na fabricação metálica desses meios voadores — e enfatiza que só metais especiais caracterizados pela capacidade de absorver o calor são apropriados para esse objetivo. Fala-se de três tipos de ligas, denominadas Somaka, Soundalika e Mourthwika, que, misturadas, podem criar 16 qualidades de materiais metálicos capazes de absorver o calor. A descrição das ligas metálicas é extremamente detalhada e temos, também, uma dissertação sobre diversos modelos de espelhos e lentes para instalar a bordo. Suas características vão desde funções observacionais e visuais, até utilizações defensivas e ofensivas.
O chamado Espelho de Pinjula, por exemplo, oferece uma espécie de escudo visual, impedindo que os olhos dos pilotos sejam cegados por raios maléficos. E menciona-se o uso de uma força prejudicial chamada Marika — empregada para abater as aeronaves adversárias em voo —, cuja natureza e efeitos não parecem diferentes daquilo que hoje chamamos tecnologia laser. À luz desses escritos, torna-se impossível acreditar que toda essa descrição técnica primorosa, que aqui abreviamos, seja apenas mitologia.
Ainda na Ásia, desta vez na China, há muitas evidências de que astronautas de outros mundos estiveram e permaneceram durante algum tempo em nosso planeta. Uma das nações mais antigas do mundo, a China é repleta de lendas e de objetos que nos fazem pensar que muito do que é considerado como mito seja, na verdade, uma descrição de fatos e objetos reais. E vale lembrar, claro, que os próprios chineses colocam a origem de seu povo no céu [Ver box].
Os indícios, porém, existem em todo o globo, mostrando que se os astronautas alienígenas realmente estiveram na Terra, eles exploraram o planeta inteiro. To
dos os continentes, sem exceção, mostram evidências de construções que não se encaixam nas possibilidades arquitetônicas dos povos aos quais são atribuídas e muitas delas, notadamente no Egito e América do Sul, parecem ter sido feitas aproveitando-se de ruínas muito mais antigas. De Nazca, no Peru, à Grande Pirâmide, no Egito, os mistérios se acumulam.
Embora as Linhas de Nazca sejam hoje imensamente conhecidas, foi apenas em 1939 que pilotos, voando sobre o deserto, tiveram a visão global do que havia ali. Perto da costa peruana já havia sido identificado o chamado Candelabro dos Andes, um gigantesco sinal em forma de tridente que parece indicar o caminho para o interior do continente sul-americano para quem vem do Oceano Pacífico. O propósito da existência dos desenhos e linhas, entretanto, ainda é motivo de controvérsias.
Paul Kosok, um dos primeiros estudiosos das linhas, afirmava que elas representavam “o maior livro de astronomia do mundo”. A sua hipótese de que as linhas foram concebidas e usadas como um calendário astronômico foi seguida por Maria Reiche, uma astrônoma e matemática alemã que pesquisa os desenhos desde a metade dos anos 40. Porém, os estudos detalhados feitos em computador pelo astrônomo norte-americano Gerald Hawkins, em 1968, não confirmam a teoria de Reiche. Já Marcel Solignac, especialista do Departamento de Comida e Agronomia da Organização das Nações Unidas (FAO), se declarou propenso a acreditar que os famosos desenhos deveriam ter sido traçados “para decifrar as mudanças de estação através de observações estelares”.
Uma das poucas referências aos desenhos de Nazca nos escritos antigos foi feita por Luis de Monzon, um magistrado da comitiva dos conquistadores espanhóis do século XVI. Monzon observou que os velhos índios falavam de certos viracochas, ou “estrangeiros”, que eram de uma raça diferente e vieram de “outro país” para Nazca antes dos incas. Parece que os índios vindos depois deles os escutavam com reverência, considerando-os de natureza divina, e construíram em sua honra as pistas ainda hoje visíveis após a sua partida. Sejam quem fossem esses viracochas, no entanto, a evidente, profunda e inquietante ligação de Nazca com o céu e os espaços astrais existe e persiste.
Os brancos vindos do céu
Porém, Viracocha é também o nome de homem branco e barbudo que surgiu no Lago Titicaca muito tempo antes dos incas. Diz a lenda que ele foi uma grande personalidade e instruiu os indígenas em cada campo da cultura e da civilização, pregando o amor e a não violência. Encontramos essa figura, com as mesmas características, em todas as outras culturas pré-colombianas — é o Kukulcan dos maias, o Quetzalcoatl dos astecas, o Bochica dos chibchas. Ele teria introduzido junto aos índios a escrita, o calendário, o algodão, a tecelagem e as boas leis. Um dia ele e seu povo partiram, prometendo retornar, e daí vem o fato de os monarcas pré-colombianos, diante de Cortéz e Pizarro, acharem que estavam diante do prometido retorno dos brancos vindos do céu. O infeliz resultado dessa confusão, todos conhecemos.
Outro mistério que nos chama a atenção são as construções monolíticas feitas pelos incas. Eles não usavam cal nem cimento para manter os imensos blocos de pedra unidos e, ainda hoje, dado o sistema perfeito com que foram colocados no lugar, suas paredes permanecem intactas, apesar dos muitos séculos passados e dos terremotos que constantemente atingem o Peru. Como os construtores dessas inabaláveis estruturas conseguiram transportar blocos de várias toneladas por distâncias imensas é uma incógnita que desorienta até os modernos construtores. Os índios de hoje dizem que os antigos incas tinham “anjos arquitetos” a seu serviço, os quais conheciam as artes da magia e podiam ordenar aos blocos gigantes que se separassem das rochas e muniam-se de asas para transportá-los. Quando olhamos para o colossal tamanho dos blocos utilizados pelos incas, não é difícil acreditar que o trabalho tenha sido feito por “anjos arquitetos”. Mas quem eram eles?
Ainda no âmbito da relação entre os habitantes da América Latina e os visitantes espaciais em época primitiva, em 2011 foi tornada pública a notícia de que, há 80 anos, uma equipe do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), presente no sítio arqueológico de Calakmul, no México, trouxera à luz uma série de pedras com baixos-relevos e gravuras. As figuras mostram, caso tudo seja autêntico, algo desconcertante. Há veículos voadores em forma de sino e criaturas celestes sobre-humanas que os controlam, descendo do céu com uma inconfundível roupa espacial, ou algo semelhante àquela típica dos deuses maias. Divindades ou alienígenas?
Aeronaves celestes
As imagens dessas extraordinárias gravuras parecem referir-se a alguma atividade precisa do Sol, talvez a uma explosão solar ocorrida no passado ou à utilização da nossa estrela como uma espécie de “portão estelar”, capaz de permitir deslocamentos extradimensionais pelo cosmos. E são ilustradas pelo menos três aeronaves celestes, que parecem observar um corpo planetário, provavelmente a Terra. Todos nós ainda aguardamos a confirmação da autenticidade das peças.
É fato conhecido que os maias dispunham de surpreendentes conhecimentos matemáticos e astronômicos, cuja origem é muito controversa. Eles, aparentemente, não conheciam o uso da roda, como foi observado por vários arqueólogos. Mas a cultura maia não ignora a esfericidade da Terra, pois em seu Popol Vuh, o livro sagrado dos maias quíchuas, podemos ler expressões do tipo: “E contemplavam ao redor deles o giro do ciclo e a face redonda da Terra”. Redonda, mas quem via a nossa Terra do espaço?
Ainda falando sobre peças e artefatos desconcertantes, gostaríamos de abordar os ooparts. Esse estranho termo, que é uma abreviação para a expressão em inglês out of place artifacts, ou “artefatos fora do lugar”, é utilizado para indicar objetos reconhecidos como produto de uma inteligência de tipo humana, encontrados em sítios arqueológicos de idade muito anterior ao nível tecnológico dos tais artefatos. Algo como se encontrar um telefone celular dentro de um sarcófago egípcio aberto pela primeira vez.
Ooparts em todo o mundo
Os ooparts estão disponíveis nas mais diversas regiões, às vezes em tumbas e locais de interesse arqueológico, mas também em depósitos geol&oacu
te;gicos com milhões de anos. A recusa da arqueologia tradicional em estudar e considerar esses artefatos como eles merecem levou ao surgimento, a partir do século XIX, de grupos de pesquisa que procuraram datar os artefatos fora do lugar e fornecer uma resposta adequada às questões sobre a sua presença anormal. Em nosso livro descrevemos uma longa lista desses objetos, aqui veremos alguns deles.
Os primeiros que examinaremos são os cilindros de cal descobertos em Nova Caledônia, na Oceania. Louis Chevalier, pesquisador do Museu da Nova Caledônia, em Noumea, capital da ilha, descreve os cilindros como tendo entre um e 1,75 m de diâmetro, por 2,5 m de altura. São feitos de um composto de cal duríssimo e homogêneo, contendo fragmentos de conchas que fornecem uma datação por radiocarbono que vai de 5.120 a 10.950 a.C. A data mais próxima é anterior, em cerca de 3.000 anos, época em que se supõe que o homem tenha chegado ao Pacífico Sudoeste, vindo da região da Indonésia. Os compostos de cal das antigas civilizações mediterrâneas não chegam a centenas de anos antes de Cristo.
Mesmo sendo muito conhecida e descrita em livros, artigos e documentários, não poderíamos deixar de falar sobre a Esfinge de Gizé. As antigas tradições clássicas dizem que, quando os egípcios chegaram ao Vale do Nilo, já encontraram a Esfinge enterrada na areia. Durante séculos, os egiptólogos negaram esta hipótese. Hoje, após as pesquisas do geólogo norte-americano Robert Schoch, os vestígios de dejeção pluvial que erodiram sua superfície levam a pensar que o monumento tenha sofrido os danosos efeitos de uma tumultuosa corrente durante séculos. Como desde o tempo dos egípcios sempre se provou que o local é desértico, a idade da Esfinge deve atingir algo em torno de 13.000 anos. Coincidentemente, nessa data e pela posição da colossal estátua leonina, ela deveria estar frente justamente para a Constelação de Leão.
Funções energéticas
Ainda no Egito não podemos deixar de citar a Grande Pirâmide. Sua construção é atribuída a Quéops, mas não há nada que prove isso, a não ser uma pequena inscrição que pode ter sido colocada pelo faraó, em um monumento preexistente, antiquíssimo e utilizado por seus remotos e desconhecidos construtores para outras finalidades. Hoje a pirâmide é entendida como uma estrutura plausivelmente edificada por arquitetos pré-egípcios. Originalmente, não tinha funções funerárias, mas provavelmente energéticas, centradas no misterioso Djed ou Tet, o símbolo da energia e da eternidade na cultura egípcia, que teria sido colocado no seu interior. O Tet seria um enigmático dispositivo técnico capaz de produzir energia que, segundo a tradição, era semelhante àquele atribuído à pirâmide em degraus de Djoser, em Sakkara.
Outro objeto misterioso encontrado no Egito diz respeito a lentes de cristal. Como documentou o estudioso Robert Temple em seu trabalho The Crystal Sun (O Sol Cristal, Endeavour Press, 1967), no Egito Antigo se utilizavam técnicas para produzir lentes polidas que podiam competir com as atuais — o problema, porém, é que na época não era divulgada a tecnologia necessária para fazê-las. Um artefato de cristal de rocha encontrado em Heluan, no Egito, e que remonta à época do faraó Semempses, se parece em todos os aspectos com uma lente de cristal polida, e o fato de que não se tenha notícia de como essas lentes foram construídas não pode certamente negar que tenham existido. Qual seria a sua origem? O que foi exposto neste artigo é apenas uma pequena amostra dos mistérios do passado que não podem ser explicados a menos que se recorra a uma hipótese extraordinária. Se ela está ligada diretamente a extraterrestres ou se a uma civilização humana antiquíssima e há muito extinta, apenas os estudos dirão. O que sabemos, e afirmamos com certeza, é que a Teoria dos Antigos Astronautas não pode ser descartada.