Erich Anton Paul von Däniken nasceu no dia 14 de abril de 1935, em Zofingen, na Argóvia (norte da Suíça). Hoje vive em Beatenberg, nos Alpes do cantão de Berna. Antes de começar a escrever, fez curso profissionalizante na área de hotelaria, formando-se como cozinheiro. Tornou-se famoso na década de 1970 com o best-seller Eram os Deuses Astronautas? [Melhoramentos, 1968], em que descreve a hipótese da suposta vinda de seres extraterrestres, como sendo os deuses que visitavam o planeta Terra no passado.
Däniken é provavelmente o escritor suíço mais conhecido no exterior. Lançou 30 livros, traduzidos para 32 línguas e, segundo seus fãs, vendeu mais de 63 milhões de exemplares. O mais recente é A História Está Errada [Idea, 2010]. Nele o autor traz novas descobertas e revelações, demonstrando que a verdadeira história da humanidade é muito diferente da que conhecemos. O autor encontra paralelos estarrecedores entre livros misteriosos, como o manuscrito Voynich – que não foi decodificado até hoje – e o Livro de Enoch, tão antigo quanto a Bíblia, que trata do cruzamento entre mulheres humanas e “anjos” – ou seriam ETs?
A obra de Däniken influenciou também a ficção científica contemporânea. Um dos exemplos é o filme Stargate e respectivas séries de TV. Em 2003, foi aberto em Interlaken o Mystery Park, com o objetivo de expor suas teorias a um grande público, além dos livros. O parque fracassou e fechou suas portas em 2006. No ano de 2008 foi reaberto por seis meses e, desde abril de 2010, funciona com um novo conceito e novo nome: Jungfraupark.
(*) O garçom que se transforma em escritor de best-sellers e dedica sua vida à pesquisa de enigmas do planeta é um caçador de extraterrestres que nunca viu um disco voador. Swissinfo bateu um papo exclusivo com o escritor suíço Erich von Däniken, um homem ocupado, com calendário completamente tomado. Centenas de exemplares do CD Astropolis espalhados numa grande mesa localizada no centro do seu escritório, assim como diversas anotações das palestras que fará em breve. Ele chega bem-humorado e pergunta meu país de origem, se desculpando logo depois por não dominar muito bem o português. Durante a conversa, o escritor mostra que é tão cheio de surpresas como os livros que escreveu.
Quando começou o seu interesse por enigmas e mistérios? Como eu era uma criança impossível, meus pais acabaram me colocando num internato. Nesse estabelecimento jesuíta, onde era ensinado o grego e o latim, eu passei seis anos da minha vida. Ao mesmo tempo, eu era uma pessoa muito crente, como ainda sou hoje em dia. E na escola nós tínhamos que fazer traduções da Bíblia em vários idiomas. Nesse momento comecei a questionar a minha própria fé, pois a dúvida era saber se outros povos do mundo também haviam vivido as mesmas histórias fantásticas e estranhas como as dos israelistas.
E essa curiosidade acabou levando-o para bem longe da Suíça, ao Egito, como está escrito na sua biografia? Correto. Na escola eu tinha um amigo egípcio, cujos pais eram ricos. Um dia ele me convidou para conhecer seu país. Tinha 18 anos e essas viagens ainda eram feitas à navio. Chegamos em Alexandria, conhecemos as pirâmides e fomos para Saccara, onde vi túneis subterrâneos que não eram acessíveis para turistas na época. Fiquei tão impressionado com essa construção que nunca mais me esqueci desse dia. Assim começou meu fascínio pelo tema. As experiências que tive nesse país me marcaram profundamente.
Assim começa a carreira do escritor Erich von Däniken? Quando era jovem, meu maior interesse era a origem das religiões. Porém, através da leitura de antigos textos indianos, percebi que muitas das histórias se repetiam. Elas falavam de alguém ou algo que veio do céu acompanhado por fumaça, fogo, terremotos ou ruídos impressionantes. Então surgiu minha questão: se esses povos não estão falando de Deus, de quem então? Eu não estava procurando extraterrestres. A pergunta veio por si só. Então comecei a pesquisar e nunca mais parei.
Você já exerceu uma outra profissão antes de ser escritor? Na verdade minha família vinha do setor gastronômico. Depois de concluir a escola, eu fiz um curso de formação profissional como garçom. Quando escrevi meu primeiro livro, em 1966, Lembranças para o Futuro, era diretor de um hotel em Davos, nas montanhas suíças. Quando o livro se tornou um best-seller, abandonei então essa profissão.
E decidiu então estudar história ou outra ciência na universidade? Não. Eu cheguei a pensar no assunto, porém na época isso nem passou pela minha cabeça. O que eu estava querendo fazer não era ensinado em nenhuma universidade. Naturalmente é possível estudar antropologia, porém existem diferenças: veja, egiptologia não é a mesma coisa que estudos americanos. Sendo assim, eu decidi ser autodidata e comecei a coletar meus conhecimentos nos livros. Eu li sem parar e falei com especialistas, professores e cientistas, sobretudo nos Estados Unidos. Um relacionamento me levou a outro e assim montei uma rede de contatos no mundo inteiro.
Quantos foram os países que você conheceu? Já estive em todas as partes do mundo. Inicialmente meu interesse estava concentrado no Egito, Peru e Índia, porém depois passei a ter uma maior abrangência. Só no Peru já estive mais de quarenta vezes. Em Nazca, pelo menos vinte.
E como você organizava suas viagens? Nunca viajei como turista. Antes de ir para um país, pesquisava nos livros tudo sobre sua história e os temas que eu pretendia investigar. Então embarcava, muitas vezes acompanhado por um auxiliar e quase sempre com um bom equipamento fotográfico. Ficávamos então semanas ou meses trabalhando. Em Cuzco, no Peru, não existem apenas ruínas, se você subir nas montanhas é sempre possível conhecer novas coisas. Assim que eu escrevi meus livros.
Você já viu um disco voador ou um extraterrestre? Essa pergunta sempre me fazem. Pessoalmente eu nunca vi nenhum, mas costumo brincar dizendo que quando o Erich von Däniken aparece, os extraterrestres desaparecem.
E como você reagiria se visse um? Eu iria lhe perguntar como o universo surgiu e se ele é finito ou infinito.
Por que seu
s livros nunca falam de enigmas em países como o Brasil ou a sua própria pátria, a Suíça? Eu já estive algumas vezes no Brasil. Lá existem pinturas rupestres interessantes na região Nordeste, porém o país nunca foi habitado pelas chamadas grandes culturas como os incas ou maias. Esse é o caso da Suíça também. Essas culturas só existiram ao sul do equador até 23º paralelo.
Você ficou surpreso com a descoberta de novas figuras gigantes em Palpa, no Peru? Para mim isso não foi uma surpresa, pois sempre soube da existência delas. Essas figuras já existiam há uma eternidade, mas ninguém havia publicado nada sobre o assunto. Além disso, eu tenho certeza que outras ainda irão aparecer.
Por que a ciência tem tanta dificuldade para aceitar suas teses de contatos extraterrestres com essas culturas? A arqueologia é o setor responsável por encontrar respostas aos enigmas que apresento. Ao mesmo tempo, ela é uma ciência conservadora e que não leva à sério muita das hipóteses que estão sendo levantadas. Isso é uma questão dos modelos que os cientistas têm na cabeça ou do tempo em que eles vivem. O que não é levado em consideração hoje em dia, pode ser tema de pesquisa no futuro. Afinal a ciência vai se desenvolvendo. O que os cientistas precisam fazer é ler os livros de Erich von Däniken (risos).
Um cientista, então diretor do Museu Romano de Lausanne, o chamou uma vez de impostor arqueológico. Eles não entendem nada da minha mensagem. Veja o Mystery Park: em nenhum dos pavilhões, shows ou exposições que apresentamos você encontra respostas. Tudo termina com uma pergunta. O problema é que esses cientistas não querem que algumas questões sejam levantadas, pois são pessoas antiquadas, avessas à modernidade. Eu só posso rir desse comportamento. Eles não leram meus livros e tentam me ridicularizar.
Como você revida as acusações? Na opinião desse diretor de museu, eu teria afirmado que os extraterrestres construíram as pirâmides ou as formações em Nazca para funcionar como aeroporto de disco voador. Isso é besteira, pois essas construções foram sempre obras de seres humanos! A pergunta que eu levanto é de outra natureza: eu gostaria de saber por que esses povos construíram templos gigantescos ou pirâmides. Se me respondem “foi por causa dos deuses”, eu quero saber que tipo de deuses. Seria o Deus da Terra, do Sol, o das estrelas, o dos terremotos ou o dos vulcões? Não há problema! Mas se os deuses falaram, passaram alguma informação, então já não é possível dar uma explicação natural para essas obras.
Então você considera que tudo o que você escreveu é correto? Não sou nenhum guru, ninguém precisa acreditam em mim. Meu esforço pode ser um pouco messiânico, mas não quero ser o dono da verdade. Existem outras explicações para os mistérios do planeta, mas o importante é levantar questões. Meus críticos já tiveram muitas vezes razão, às vezes eu. Isso em si não é um problema, pois se eu pegar um livro científico de vinte e cinco anos atrás, nós também iremos encontrar muitos erros ou informações incorretas. A ciência deve ser viva e esse é o caso do meu trabalho.
Depois do Mystery Park, qual é o próximo projeto de Erich von Däniken? Não tenho nenhum projeto próprio, mas nossa fundação está pagando para a realização de um pesquisa em Nazca, no Peru. Lá uma equipe científica não está realizando o trabalho de sempre como escavações, análises de fundamentos arqueológicos etc. As perguntas que eu faço são as seguintes: houve mudanças do campo magnético em lugares específicos? As linhas finas sobre as chamadas “Las pistas” teriam sido feitas com o mesmo material? As respostas virão.
(*) Entrevista original publicada em 14 de março de 2005 e realizada por Alexander Thoele.
“Extraterrestres são mestres, não destruidores”
(**) O mais famoso advogado dos extraterrestres, com milhões de exemplares de livros vendidos, autor controverso e mentor do Mystery Park completou 76 anos no dia 14 de abril. Em entrevista à repórter Sarah Pfäffli, do jornal Berner Zeitung, criticou “os idiotas do clima” e falou sobre o “maior mistério do mundo”: a mulher.
Senhor Däniken, suponhamos que existam extraterrestres, eles gostariam de nós? Se alguém é tão altamente desenvolvido que pode voar de planeta para planeta, então ele não é mais primitivo, o que supõe uma ética e moral muito diferente. Eu vejo os extraterrestres como professores, não como destruidores.
Há mais de quarenta anos procura uma prova de vida extraterrestre. O senhor não cansa? Não, minha vida me apraz. Eu nunca quero ter tempo livre. Fazer o que sentado em casa? Isso é horrível!
Está completando 76 anos. Sim. Beleza. Eu gostaria de ser dez anos mais jovem. Todo mundo gostaria de ser mais novo, mas não se pode retroceder no tempo.
Quando vai parar? Nunca.
Não quer se aposentar? Não. Só se eu tiver um ataque cardíaco, baixar no túmulo ou tiver um acidente. Caso contrário, eu continuo.
O que mudaria se surgisse a evidência de que existem extraterrestres? Seria um choque dos deuses. As pessoas não poderiam suportar isso. Nós todos fomos ensinados na escola de que não existem extraterrestres. E então, de repente, eles estão aí, e tudo que os cientistas, os seres humanos mais inteligentes nos ensinaram é questionado. Minha tarefa é mitigar esse choque dos deuses.
Quando o senhor terá alcançado seu objetivo? Quando eu tiver levado o espírito do tempo ao ponto de a maioria dos cientistas dizer: sim, realmente vale a pena investigar o modelo desse von Däniken, devemos estudar isso mais profundamente nas universidades.
Ainda está longe disso. Talvez dez anos.
O senhor ainda tem esse tempo? Não, daí não estarei mais aqui (risos).
O que acontecerá com seu ideário após a sua morte? Temos uma organização global, a Sociedade de Pesquisa de Arqueologia
, Astronáutica e SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que só nos países de língua alemã tem 8.000 membros, desde acadêmicos até leigos. Se eu entregar o gongo, o trabalho continuará e passará à próxima geração.
E o que acontecerá com o senhor? Acredita numa vida após a morte? Sim. A palavra “fé” aqui é correta. Eu acredito nisso, mas não tenho a menor evidência. Isso não é científico. Nós seres humanos somos todos tão vaidosos que pensamos que mesmo depois da morte não acaba tudo. Esse é o nosso desejo, nosso anseio. Mas científico isso não é.
Considera-se um homem muito religioso. Como essa religiosidade combina com a sua fé em alienígenas? Suponhamos por um minuto que eu tenha razão. Que extraterrestres tenham estado aqui e os seres humanos tenham pensado erroneamente que eram deuses. Daí a próxima pergunta tem de ser: de onde eles vieram? No final, está novamente a criação. Não se perde Deus quando se trata de extraterrestres. Pelo contrário, meu Deus tornou-se cada vez maior.
O senhor frequentou um internato jesuíta. Sim, e eu nunca fui seduzido por ninguém (risos).
Esse tempo o marcou? Muito. Lá eu aprendi a argumentar e a pensar logicamente. Todo o meu fascínio por extraterrestres começou lá. Ao traduzir textos bíblicos, fiquei perplexo. O que seria se eles significassem algo totalmente diferente? Se os deuses, na verdade, fossem extraterrestres? Estas questões me fascinaram.
Chama isso de fascinação. Pode-se ver isso também como uma fuga da realidade. De maneira alguma. Os outros, todos os que obedecem cegamente ao espírito da época dominante, não querem ver a realidade.
Mas há problemas reais no mundo diante dos quais o senhor fecha os olhos ao ir em busca de extraterrestres. De forma alguma! A propósito, o mundo está cheio de idiotas completos que se ocupam de tais problemas supostamente reais. Eles nos contam absurdos, por exemplo, que o CO2 é responsável pelo aquecimento global. Quando ouço isso, tenho arrepios!
Acha que isso é absurdo? Qual é então a sua explicação? Eu me ocupo de milênios. Há milhares de anos houve um aquecimento do clima, quando derreteram geleiras que atingiam até o Jura [Cadeia montanhosa na fronteira na Suíça com a França]. Naquele tempo, ainda não existia CO2! A mudança climática é um fato. Mas o CO2 não é sua causa.
Ao contrário do senhor, os pesquisadores do clima fornecem evidências claras. Isso é um absurdo. Quando se acompanha um pouco essa discussão, vê-se que há uma enorme controvérsia entre os cientistas a esse respeito. Agora uma tendência simplesmente se impôs. Mas não queremos falar agora de questões do meio ambiente.
Se existem tantos indícios favoráveis à sua teoria, por que não há mais as pessoas que acreditam nela? Isso é a preguiça do nosso pensamento, contra a qual eu luto. O espírito do tempo – Zeitgeist, em alemão – é um fenômeno de massa. Todo mundo quer ser razoável, ninguém quer se tornar ridículo. Suponha que um conselheiro federal conte aos seus colegas numa reunião que viu extraterrestres. Eles o proibiriam de falar sobre isso com alguém! Até mesmo se o Papa dissesse que viu um UFO, ele seria declarado louco. O espírito do tempo não permite isso. Minha tarefa é perfurar o espírito do tempo, até que a opinião mude gradualmente.
O senhor é um otimista. Sim, eu não acredito no apocalipse nem em outras teorias do fim dos tempos. Nós sempre sobrevivemos.
Sempre termina suas palestras com as palavras “Não acreditem em mim”. Com isso, simplifica as coisas e escapa de qualquer crítica. Ouça. Nós temos dois tipos de ciências: as exatas, que sempre fornecem resultados repetíveis, e as ciências agregadoras, como a arqueologia. Nestas tem-se uma opinião com base em indícios, e esta opinião vale até ser refutada por novos indícios. Eu sou um representante de uma ciência agregadora, eu forneço provas de indícios.
E a partir disto o senhor constrói toda uma teoria. Eu construo um edifício de indícios. Todos estes indícios conferem. Se algo está em um texto antigo, pode-se controlá-lo. Ou quando eu digo que neste ou naquele país há esta ruína, isto também pode ser provado. Só que a minha interpretação é diferente da de um pré-historiador ou de um teólogo.
“Fantasistas mantêm o mundo em suspense, e não os contadores de ervilhas”, é o seu credo. Se descreve como um fantasista. O senhor melhorou o mundo? Eu não quero melhorar o mundo, apenas mudar, romper o espírito do tempo, abrir a “visão de túnel”. As incitações para isso vêm sempre de fantasistas. Um livro de Júlio Verne, por exemplo, incitou o primeiro técnico de foguetes, Hermann Oberth, aos cálculos graças aos quais Wernher von Braun finalmente realizou o vôo para a Lua.
O senhor critica a “visão de túnel”. Por que vive examente aqui nos Alpes bernenses, onde o estreitamento é ainda maior? Lá em cima é mais aberto. Moro em Beatenberg, no lugar mais bonito do mundo. Eu sempre quis viver nas montanhas. Eu amo esta paisagem e a população me acolheu calorosamente. No começo as pessoas eram um pouco fechadas em relação a mim. Por isso, fiz uma palestra gratuita. A sala estava completamente cheia. Eu disse a mim mesmo: seja cauteloso, só não diga nada contra Deus. No final, todos aplaudiram, e eu disse que todos poderiam me tratar por “você”. Na manhã seguinte, as crianças que passavam de bicicleta me chamavam: “Olá, Erich!”
Vai comemorar o seu aniversário? Não. Estarei numa turnê de palestras no Leste Europeu. Eu provavelmente vou passar meu aniversário no carro.
Disse certa vez que o maior mistério do mundo ainda é a mulher. Sim, isso nenhum homem entende. As mulheres são realmente seres diferentes.
Extraterrestres?(Risos). Não, as mulheres simplesmente têm uma missão diferente, afinal, elas podem ter filhos. Elas também têm uma carga de hormônios diferente dos homens. Por isso, a sua lógica é diferente da do homem. Nenhuma é melhor do que a outra. Mas esta lógica diferente é razão pela qual nós homens nunca podemos compreender as mulheres.
Há algo em sua vida de que se arrependa? Muitas vezes eu talvez devesse ter calado em vez de dizer algo em voz alta. Mas tais pensamentos de nada adiantam, para fazer algo melhor teríamos de ter o conhecimento do futuro, e isso não se tem.
E o que o senhor ainda quer vivenciar? Eu
sempre quis encontrar o Papa. Mas isso provavelmente não vai mais acontecer. E eu gostaria de viajar num submarino americano. E de estar num desses gigantes porta-aviões. Isso são sonhos de menino.
Agrada-lhe o papel de provocador? Na minha área, sim, porque aí eu sei mais do que qualquer outro. De resto, nem tanto.
Através da provocação se chama a atenção. O senhor precisa disso? Eu não procuro essa atenção. Simplesmente é assim. Eu perfuro o espírito do tempo. Pronto, é 16h15, agora ainda posso trabalhar algumas horas.
(**) Entrevista publicada em 14 de abril de 2010, realizada por Sarah Pfäffli e tradução de Geraldo Hoffmann.