Uma mudança no eixo magnético da Terra obrigou o aeroporto de Tampa, nos Estados Unidos, a fechar para reformas. A derivação do pólo norte magnético levou a administração do aeroporto, que fica na Flórida, a repintar as pistas de pouso para que as informações de direção permanecessem compatíveis com o indicado pelas bússolas.
O nosso pólo magnético tem se movido a uma velocidade de mais de 60 km/ano em direção à Rússia, dizem os pesquisadores. Com isto, bússolas de todo o mundo apontam para direções levemente diferentes, alterando a leitura de instrumentos que dependam de suas medidas. Além de aviões, navios e até mesmo o aplicativos para celular, como o Google Maps e programas de astronomia podem ser afetados pelo movimento – mas nada que uma atualização não resolva.
Apesar de aviões comerciais disporem de equipamentos como GPS, que não dependem da posição exata do norte magnético, os padrões aeronáuticos ainda se baseiam na medida de bússolas convencionais. Por isto o aeroporto de Tampa será fechado e suas pistas repintadas indicando a nova direção relativa delas em relação ao pólo, informou o jornal local Tampa Bay Tribune.
[Nota da Redação UFO: Na verdade, tal procedimento é relativamente comum na aviação. Inúmeros aeroportos já passaram por isso e continuarão acertando esses alinhamentos de pistas durante as décadas. Igualmente, como podemos constatar abaixo e nos hiperlinks inseridos, não é nenhuma grande novidade o fato magnético, que deteve maior atenção exatamente no mês de janeiro, mas do ano passado. Também é importante não confundir pólo norte magnético com Pólo Norte geográfico e nem Pólo Norte astronômico. Aí está o grande equívoco e mistura realizadas por fontes de conteúdos duvidosos e fantasistas, dirtorcidos de conceitos científicos. Leia também sobre a conjectura de inversão dos pólos.]
Cientistas confirmam movimentação do pólo norte magnético (National Geographic, jan 2010)
O pólo norte magnético da Terra está avançando em direção à Rússia a quase 64 km por ano devido a mudanças magnéticas no núcleo do planeta, afirma nova pesquisa. O núcleo é profundo demais para que os cientistas detectem diretamente seu campo magnético, mas os pesquisadores podem inferir os movimentos acompanhando como o campo magnético terrestre muda na superfície e no espaço.
Agora, novos dados analisados sugerem que existe uma região de magnetismo em rápida transformação na superfície do núcleo, possivelmente sendo criada por uma misteriosa “pluma” de magnetismo proveniente do interior do núcleo.
“Essa região pode estar deslocando o pólo magnético de sua posição de longa data no norte do Canadá”, disse Arnaud Chulliat, geofísico do Institut de Physique du Globe de Paris, na França.
Em busca do Norte – O norte magnético, que é o lugar para onde as agulhas das bússolas realmente apontam, está próximo, mas não exatamente no mesmo lugar do Pólo Norte geográfico. Neste momento, o norte magnético está próximo à ilha canadense Ellesmere.
Por séculos, navegadores usam o norte magnético para se orientar quando estão distantes de pontos de referência reconhecíveis. Embora os sistemas de posicionamento global tenham em grande parte substituído essas técnicas tradicionais, muitos ainda consideram as bússolas úteis para se orientar sob a água ou no subterrâneo, onde não há sinal dos satélites de GPS.
O pólo norte magnético se deslocou muito pouco desde a época em que os cientistas o localizaram pela primeira vez em 1831. Depois, em 1904, começou a avançar rumo ao nordeste num ritmo constante de 15 km por ano.
Em 1989, ele acelerou novamente e em 2007 cientistas confirmaram que está agora galopando em direção à Sibéria a um ritmo de 55 a 60 km por ano. Um deslocamento rápido do pólo magnético significa que mapas do campo magnético devem ser atualizados com mais freqüência para que usuários de bússola façam os ajustes cruciais do norte magnético para o verdadeiro Norte.
O pólo itinerante – Geólogos acreditam que a Terra tem um campo magnético porque o núcleo é formado por um centro de ferro sólido cercado por metal líquido em rápida rotação. Isso cria um “dínamo” que o comanda. Os cientistas suspeitam há muito tempo que, como o núcleo fundido está em constante movimento, mudanças em seu magnetismo podem estar afetando a localização na superfície do norte magnético.
Embora a nova pesquisa pareça sustentar essa idéia, Chulliat não pode afirmar que o pólo norte vai um dia mudar para a Rússia. “É muito difícil prever”, disse Chulliat.
Além disso, ninguém sabe quando e onde outra mudança no núcleo poderá se manifestar, fazendo o norte magnético se mover rumo a uma nova direção. Chulliat apresentou seu trabalho em um encontro da União Geofísica Americana, em São Francisco.