Conforme o noticiário TVI24, o observatório de Genebra teria assegurado nesta terça-feira não ter encontrado provas de um planeta extraterrestre semelhante à Terra. A declaração do prestigiado centro de investigação viria, assim, refutar a suposta existência de Gliese 581g [Quinto planeta de sua estrela], anunciado por astrônomos financiados pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) no mês passado, como potencialmente habitável.
O orbe teria uma massa três vezes superior à nossa, o que significa que se trata de um corpo rochoso e não gasoso, como Júpiter. Casos semelhantes já tinham sido anunciados anteriormente, mas naquela zona em que se encontra Gliese 581g a temperatura é suficiente para que a água se mantenha no seu estado líquido à superfície planetária.
Segundo os pesquisadores da Universidade da Califórnia e o instituto de ciências Carnegie, e estrela encontra-se a vinte anos-luz da Terra e localiza-se na constelação Libra, tendo deduzido sua existência através da análise de dados levantados durante vários anos por eles mesmos e pelos seus colegas europeus do CERN.
“O fato de termos conseguido detectar este planeta tão próximo e tão rapidamente diz-nos que planetas como este devem ser comuns”, declarou Steven Vogt no comunicado da descoberta, citou a MSNBC. Por sua vez, o observatório suíço reanalisou os seus dados retirados há seis e 5 anos, levando-os a concluir que a existência é duvidosa.
“Não vemos nenhuma prova de um quinto planeta”, declarou Francisco Pepe, membro da equipe de investigação à revista Science, repetindo o mesmo anúncio feito na semana passada durante um congresso em Turim, Itália. “No entanto, também não podemos provar que não exista um quinto planeta”, reconheceu o cientista.
O Estadão já havia citado em outra ocasião a clara rivalidade existente entre os astrônomos. De acordo com a revista Scientific American, o impasse opõe dois dos grupos mais renomados de caçadores de planetas do mundo. Dois dos colaboradores de Pepe, Michel Mayor e Didier Queloz, foram os primeiros a descobrir um planeta em órbita de uma estrela semelhante ao Sol, em 1995. A equipe de Butler e Vogt, por sua vez, já descobriu centenas de planetas.