
Existiriam povos vivendo debaixo de nós, no interior do nosso planeta? Haveria mesmo entradas para mundos escondidos na crosta terrestre, com estranhas simbologias e construções aparentemente inexplicáveis? Muito se fala sobre civilizações intraterrenas e essas são apenas algumas das perguntas que nos vêm à memória, mas seriam elas somente elucubrações ou teriam tais questões alguma base de realidade? Com a mente aberta, nunca é demais estudarmos outros pontos de vista, informações desafiadoras e opiniões diferentes, inclusive consagradas pela ciência, mesmo que julguemos tudo isso fantasioso. As teorias nesta área são abundantes, porém os fatos, mesmo que remontem à Antiguidade, ainda são difíceis de serem obtidos em investigações in locu.
O filho do grande explorador Jacques-Yves Cousteau, o também comandante Philippe Cousteau, faleceu em um misterioso acidente com seu hidroavião no Rio Tejo, próximo a Lisboa, em 28 de junho de 1979. Conta-se que no dia seguinte ele iria fazer revelações à imprensa acerca do resultado de recentes expedições realizadas a locais onde não apenas teria confirmado, mas também estabelecido contato com civilizações intraterrenas. Sua curiosidade pelo tema teve origem em novembro de 1975, quando pediu permissão ao governo grego para mergulhar no Mar Egeu — queria encontrar evidências arqueológicas da existência da Atlântida, a lendária civilização supostamente destruída na Antiguidade.
Permissão concedida, o comandante Philippe Cousteau e sua equipe foram atrás do aludido continente perdido. Segundo acreditava, a Atlântida estaria definitivamente localizada no Mar Egeu, ao largo da Ilha de Creta. Mas o que mais não chegou a ser revelado sobre sua descoberta, em razão de sua inesperada e pouco esclarecida morte? Parece uma constante e é no mínimo uma lastimável coincidência que pessoas que se dizem detentoras de segredos importantes para o mundo, quando pretendem revelar os fatos à população, não o podem fazer porque são vítimas de estranhos acidentes ou de mortes súbitas, muitas vezes nunca esclarecidas.
Registros da Atlântida
É possível encontrar várias alusões à mítica Atlântida em obras de diversos escritores e investigadores que marcaram a história, de exploradores a cientistas, de romancistas a filósofos e até esotéricos. Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, de 1622, fala da Ilha Branca ou da “morada dos bem-aventurados”, que não se alcançava senão pelo mar ou pelo ar e que simbolizava a existência do que denominou de “centro espiritual primordial”. No início do século XVI, Thomas Moore também já mencionava em sua obra Utopia uma região assim denominada, desconhecida, altamente organizada e liderada pelo Rei Utopos, na qual as instituições e leis eram sábias e justas — diferente das existentes hoje na face da Terra. O italiano Tommaso Campanella igualmente aborda temas semelhantes em seu livro Cidade do Sol, escrito em 1602, referindo-se a uma cidade desconhecida existente no alto de um cume, com uma sociedade altamente desenvolvida e alicerçada na harmonia e na ordem. Seriam todas coincidências?
Júlio Verne, o renomado escritor francês do século XIX, conta em Viagem ao Centro da Terra uma aventura na qual proliferam animais pré-históricos, estranhas criaturas, uma natureza exuberante e, mais notavelmente, uma rede de túneis que existiria ligando várias partes do interior da Terra, ao qual se adentra por meio de um vulcão. Em 1871, Bulwer Lytton publicou sua obra A Raça Futura, sobre um romance entre um homem da superfície com uma entidade feminina dos mundos subterrâneos que lhe mostra como está organizada a sociedade em que vive, demonstrando avançada evolução tecnológica e espiritual. Também descrevendo civilizações mais evoluídas, o escritor James Hilton fala em seu Horizonte Perdido de uma região inóspita nos Himalaias, denominada Shangri-lá, na qual imperam a harmonia e a evolução interior e exterior — seus habitantes teriam descoberto o elixir da longa vida. “Perder Shangri-lá uma vez é procurá-la por toda a vida”, dizia.
Por sua vez, a conhecidíssima e inspiradora escritora e teósofa russa Helena Blavatsky, que estimulou a criação de tantas linhas de pensamento esotéricas, descreve em várias obras, e mais concretamente em Ísis Sem Véu e em A Doutrina Secreta, um aludido colégio de sábios que denomina de Fraternidade Branca, responsável pelo que descrevia como “o governo oculto do mundo”. Blavatsky também fala de vários túneis que proliferariam no interior da Terra ligando locais díspares como da Cordilheira dos Andes ao maciço dos Himalaias — seria no Deserto de Gobi, da vizinha Mongólia, onde estaria a também mítica e recorrentemente citada Shamballah [Em sânscrito, um lugar de paz, felicidade e tranquilidade].
Agharta e Shamballah
O renomado Saint-Yves d’Alveydre, em Missão da Índia, também aborda estes fantásticos e até então insondáveis mistérios tratando minuciosamente de Agharta, outro reino interno relacionado à Teoria da Terra Oca, descrevendo todos os seus aspectos hierárquicos, filosóficos, sociopolíticos e até tecnológicos. Somando-se a ele, Ferdinand Ossendowski, em sua obra Animais, Homens e Deuses, fala de suas viagens pelo Oriente e de lendas ancestrais igualmente relacionadas a mundos subterrâneos, bem como do chamado Enigma do Rei do Mundo e suas profecias. Por que tantas pessoas de grande notoriedade e em variadas fases de nossa história insistem em tratar da mesma coisa — algo que remete à existência de mundos no interior da Terra?
Outro personagem ilustre que trata do mesmo assunto é o mestre tibetano Djwak Khul Mavalankar, que, por meio de Alice Bailey, refere-se à Shamballah como “lugar sagrado” e “sol central do planeta”, “ponto de onde se irradiaria a luz que ilumina todas as consciências e encaminha a evolução dos habitantes da Terra”, de acordo com seu texto. O tema volta à tona por René Guénon, intelectual francês que escreveu O Rei do Mundo, no qual conta inúmeras tradições existentes em todo o globo que descrevem a existência das citadas Agharta, Shamballah e ainda menciona as mesmas cavernas e túneis subterrâneos que se perdem nas profundezas da Terra.
Estudiosos dizem que em 19 de fevereiro de 1947 o almirante
Byrd pilotou até o centro do planeta, por uma brecha no Polo Norte (…) E há ainda outros nomes de respeito que podem se somar à bibliografia que trata dos mundos intraterrenos
Mais recentemente, o sábio espanhol Mário Roso de Luna também desenvolveu de maneira riquíssima a tradição cultural sobre os mundos intraterrenos, os quais chamava de mundos dos jinas em suas obras O Livro Que Mata a Morte e De Gentes do Outro Mundo. No Brasil, talvez por sua inspiração, seu amigo Henrique José de Souza também escreveu de forma sublime sobre os mundos internos. Em seu livro O Verdadeiro Caminho da Iniciação, Souza fala do país para qual Noé teria se dirigido com sua barca durante o dilúvio — que, segundo a tradição, seria um local subterrâneo, sugerindo relação entre o significado metafórico da palavra barca com o nome Agharta. Este assim chamado País de Agharta é por muitos denominado de Shamballah e as escrituras o descrevem como “uma ilha que nenhum cataclismo pode destruir”.
Seria um local no interior do planeta? E será que os habitantes da superfície poderiam colocá-lo em risco? Podemos assumir como certo que Agharta de fato existe ou existiu, sendo o celeiro das antigas civilizações? Estas são questões que merecem reflexão. E há ainda outros nomes de respeito que podem se somar à extensa bibliografia que trata dos mundos intraterrenos, como Raymond Bernard, Nicholas Roerich e Alexandra David-Neel etc. Seria tudo isso uma divagação de mentes férteis ou realmente há mais sobre este tema do que nos tem sido escondido por aqueles que detêm o poder? Sendo realidade, como os seres humanos deveriam se comportar diante disso, em termos evolutivos?
Sobrevoos nos polos
Em 1926, o vice-almirante da Marinha dos Estados Unidos Richard E. Byrd sobrevoou o Polo Norte e, em 1929, o Polo Sul, provando que não havia entradas secretas para o interior da Terra pelos polos, como se acreditava até então nos círculos esotéricos. Entretanto, os defensores mais ardorosos da Teoria da Terra Oca afirmam que, na verdade, ele teria encontrado tais aberturas e até voado para dentro do nosso planeta por uma dessas entradas. Tudo isso se presume com base em passagens do seu próprio diário de bordo, no qual ele descreveu a Antártica como a “terra do mistério eterno”, além de ter dito que “gostaria de ver a Terra além do Polo Norte. Aquela área além dele é o centro do grande desconhecido”. A que Byrd estava se referindo?
Alguns estudiosos da Teoria da Terra Oca vão além e dizem que foi exatamente em 19 de fevereiro de 1947 que o almirante Byrd pilotou até o centro do planeta, por uma brecha que encontrou no Polo Norte. Segundo eles, há um diário secreto em que o piloto relataria que um aparelho voador tomou conta do seu avião com algum tipo de feixe de atração, e uma força o fez aterrissar em uma cidade no interior da Terra. Haveria também uma mensagem que lhe teria sido dita a fim de ser repassada aos seus governantes. Seu texto dizia que eles se consideravam guardiões da Terra e que não aprovavam o uso de armas nucleares na superfície. No entanto, uma vez recebida em Washington, a mensagem teve sua existência negada e encoberta — nada veio a público. O diário secreto, no qual teria sido relatado em detalhes seu voo pelo mundo intraterreno, foi publicado nos anos 90, quase 40 anos depois de sua morte.
Em entrevista concedida em 1947, Richard E. Byrd afirmou que, a 3.800 km dentro do Polo Norte, encontrou uma área de clima muito quente, com vegetação e montanhas, lagos e rios. Suas anotações precisas estão no diário: “As pessoas que ali vivem comunicam-se por meio de telepatia. Na verdade, elas não vivem na superfície. Debaixo dela, a alguns quilômetros de profundidade, existe uma grande cidade com milhões de habitantes e que se chama Agharta. Existem muitas cidades subterrâneas em várias partes do mundo, mas Agharta é a mais importante”.
Antigo agente da CIA confirma
Por outro lado, há quem defenda que o diário de bordo do almirante é falso, argumentando que em fevereiro daquele ano Byrd estava ocupado com uma expedição naval com 4.700 homens, chamada Operação High Jump, na verdade, a 20.000 km do Polo Sul. Ou seria essa informação apenas uma cortina de fumaça para encobrir o acontecimento da mídia e de opositores da Teoria da Terra Oca? Não se sabe, mas é conhecido que na época corria o rumor de que Byrd de fato encontrara um mundo de máquinas voadoras e de pessoas mais avançadas do que os humanos.
Esses registros no diário de bordo de Richard E. Byrd foram publicados por Virgil Armstrong, que alegava ser ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) e tendo por vários estudiosos tal posição confirmada. Armstrong afirma que o almirante viveu em Agharta por quase um mês e que a civilização subterrânea que ele encontrou era descrita como superior à nossa. O ex-agente também acrescenta que, imediatamente após a descoberta do diário de bordo, as rotas sobre a região foram declaradas confidenciais pelos serviços secretos norte-americanos, tendo sido ordenado que a área ou rota que conduzisse à cidade misteriosa devia ser guardada por bases militares dos Estados Unidos, a fim de não deixarem qualquer invasor descobrir o percurso.
Armstrong também revelou que o governo norte-americano chegou a estabelecer relações com o que se chamou de Grande Conselho de Agharta. E disse ainda que muitos dos objetos voadores não identificados que surgem em nossos céus seriam veículos de transporte usado pela população de Agharta e de outras cidades intraterrenas. “Uma parte dessa avançada tecnologia estaria então sendo passada ao Pentágono, como, por exemplo, os aviões invisíveis com tecnologia Stealth [Furtiva]”, declarou. Seria tudo isso mera invenção de Virgil Armstrong?
É importante destacar que o almirante Byrd recebeu o reconhecimento como brilhante oficial na forma de condecorações oferecidas pelo governo dos Estados Unidos. Ele aprendera a pilotar aviões entre 1916 e 1917, tornando-se o primeiro homem a sobrevoar o Polo Norte e depois o Polo Sul, ainda na década de 30 do século passado. Durante as três décadas seguintes, fez 11 expedições aos polos geográficos. Em 19 de fevereiro de 1947, ele foi para o Polo Norte para fotografar a aurora boreal, mas como não retornava à base, foi dado como desaparecido em ação. Porém, Byrd voltou em 11 de março, 20 dias depois, descrevendo o que chamou de “terra além do Polo N
orte, ou Agharta”. Ele foi elevado ao posto de almirante em 1950 e recebeu a Medalha de Honra do governo, em 1952. Portanto, seu reconhecimento dá ainda mais crédito aos seus relatos.
Estruturas subterrâneas
O ex-agente da CIA Virgil Armstrong também revelou outros elementos do diário secreto de Byrd: “O almirante descreve em detalhes que nas cidades subterrâneas vivem pessoas com traços delicados e milhares de anos de vida, embora a idade não marque suas características”. Para Byrd, segundo o ex-agente, os habitantes de Agharta sabiam o segredo da imortalidade e, quando considerassem que já tinham vivido o suficiente, seriam eles mesmos que escolheriam o momento de desencarnar. “As mulheres dão à luz apenas uma ou duas vezes durante sua vida e a gestação dura apenas três meses. As crianças nascem em templos e os partos ocorrem sem dor”, completou Armstrong.
Na região da Capadócia, na Anatólia Central, Turquia, há uma cidade chamada Derinkuyu. Por baixo deste local, com cerca de 10 mil habitantes, descobriu-se outra fabulosa cidade subterrânea, encontrada acidentalmente em 1963. Com 20 andares, calcula-se que chegue a 85 m abaixo da terra, sendo que seu primeiro nível os arqueólogos acreditam ter sido construído pelo menos 1400 anos antes de Cristo. Nessa cidade, naturalmente hoje abandonada, poderiam viver até 20 mil pessoas — e ainda existem ali locais para criação de gado, plantações e armazéns para alimentos. Uma das hipóteses para sua existência explica que sua construção fora motivada para que os antigos turcos se protegessem das constantes invasões. Seus habitantes ficariam fechados em seu interior por trás de portas circulares de 1,5 m de altura por 0,5 m de espessura, cada uma pesando cerca de 500 quilos.
E isso não é só: o local conta com um túnel de 8 km que conduz a outra cidade subterrânea chamada Kaymakl. Incrivelmente, o antigo historiador grego Jenofonte já relatava tais cidades em sua obra Anábasis. Ele dizia que nelas havia cozinhas coletivas, escolas, uma igreja cruciforme, prensas para vinho e azeite, tabernas e cantinas, um grande número de habitações e até um bar. Por Derinkuyu e Kaymakl passa um rio subterrâneo que provia água aos seus habitantes, que, além disso, tinham um excelente sistema de ventilação com 52 poços. Como tudo isso é possível? Em pleno século XXI os engenheiros ainda ficam confusos com a tecnologia empregada naquela época.
Nos textos sagrados
Existe a possibilidade de que nessas regiões tenha havido forte influência do Império Zoroastriano, vindo da Pérsia, uma das zonas mais antigas e misteriosas do mundo. A religião zoroastriana era monoteísta, tendo sido fundada antes do século VI a.C. pelo profeta Zaratustra — a quem os gregos chamavam de Zoroastro. Sua fé era baseada entre o bem e o mal e seu Deus principal era Ahura Mazda, O Criador. O Zoroastrismo influenciou o Hinduísmo, o Cristianismo Judaico e o Islamismo. Hoje se tem como certo nos círculos ufológicos que Ahura Mazda, geralmente representado como um homem alado na literatura e artes da época, era nada menos do que um ser extraterrestre.
No segundo capítulo do texto zoroastriano Vendidad ou Videvdat, Ahura Mazda salva a humanidade de um desastre ambiental, semelhante à história de Noé no Antigo Testamento. Os Avestas, uma parte das escrituras sagradas do zoroastrismo, narram que o grande profeta Yima recebeu instruções para construir um refúgio subterrâneo semelhante a Derinkuyu, e ele o fez na forma de uma cidade sob a terra com vários níveis para proteger um grupo seleto de pessoas e animais — não de um dilúvio, mas de uma era glacial. O Vendidad a nomeia como O Inverno do Mal. Segundo a maioria dos climatologistas, a última era glacial atingiu seu pico cerca de 18 mil anos antes de Cristo e terminou 8 mil anos depois. Será possível que Derinkuyu tenha sido construída como refúgio desse devastador inverno global?
Na cultura indígena americana
Não se sabe a data exata de construção dessa cidade e é impossível datar suas pedras por carbono 14. Também não se sabe se haveria outras causas desconhecidas para sua construção. Poderia ter sido feita como um abrigo das guerras que ocorriam em nossos céus entre outros seres, os deuses citados nos antigos livros hindus, como o Bhagavad Gità ou Drona Parva? Eles falam dos vimanas, veículos metálicos e de grande potência que singravam o firmamento naquela época, que presumivelmente eram de várias civilizações que aqui vinham, pois certos textos históricos dão conta de que elas guerreavam entre si naquela remota Índia, causando explosões e devastação.
As cavernas do sudoeste dos Estados Unidos também albergaram todos os povos nativos que lá existiram. E em suas tradições eles relatam igualmente povos vindos do interior da terra, incluindo eles mesmos. Os índios da etnia Hopi, por exemplo, procuraram abrigo debaixo da terra conduzidos pelo que chamavam de “povo das cobras”, que os levava às profundidades. Eles também mencionavam o “povo das formigas”, um grupo de homens que os protegeram de uma tempestade de fogo vinda dos céus e de tempestades de gelo. Os hopi, que sobreviveram a tais cataclismos, teriam vivido com o “povo das formigas” em algum lugar subterrâneo e então voltado à superfície, na qual expandiram seu império.
Em Agharta, as pessoas vivem milhares de anos, embora a idade não marque suas características (…) As mulheres dão à luz apenas uma ou duas vezes durante sua vida e a gestação dura apenas três meses. As crianças nascem em templos e sem dor
Os xamãs e anciãos nativos norte-americanos também revelam que, antes de tais seres terem saído de seus habitats subterrâneos, foram ainda recebidos por “povos das estrelas”, deuses que vieram do espaço. É riquíssima a história destes indígenas, que vem sendo relatada de pai para filho há gerações, resistindo ao tempo. Em Dulce, território indígena no estado norte-americano do Novo México, sempre houve abundância de relatos de UFOs que saem de fendas na terra, e talvez por isso a presença militar nessa área passou a ser constante — há quem diga que as Forças Armadas dos Estados Unidos já tenham feito contato com seres extra ou intraterrenos. Mas, apesar dessas opiniões extravagantes, é fato que os relatos de avistamentos ufológicos naquela zona existem
desde séculos atrás. Que razão especial fez com que os militares se estabelecessem permanentemente ali, afastando os próprios habitantes locais do hotspot de manifestações de UFOs?
A misteriosa Caverna dos Tayos
Na província de Morona Santiago, no Equador, está localizada a Cueva de los Tayos, ou Caverna dos Tayos, e uma tribo local da etnia Shuar — nome que significa caçadores de cabeça — protege a região e seus mistérios. Esses indígenas ocupam selvas do Equador e do Peru e foram chamados pelos conquistadores espanhóis de jibaros. São conhecedores da localização da caverna e adotaram como missão primordial guardar esse segredo. Paolo Carlo Crespi, um padre católico que era muito estimado pelos índios Shuar, por tê-los ajudado sem nada exigir em troca, tem uma particular participação neste mistério. A tribo lhe oferecia presentes com características muito especiais — eram artefatos intrincados, alguns feitos de ouro e outros metais preciosos, que frequentemente apresentavam entalhes com símbolos elaborados e não associados à cultura local.
O renomado escritor suíço Erich von Däniken, autor de Eram os Deuses Astronautas? [Editora Melhoramentos, 1968], acredita que esses artefatos provinham de seres com tecnologia muito avançada. Por isso, o explorador escocês Stanley Hall foi investigar o mistério e viajou em 1975 para Cuenca, no Equador, para analisar a coleção do padre Crespi. Um dos artigos que recebeu era uma placa metálica com 36 inscrições que até hoje ninguém soube traduzir. No ano seguinte ele organizou uma expedição com mais de 100 pessoas para explorar Tayos, dentre as quais o astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua. Ao entrar na caverna, por uma passagem na selva que era conhecida do Exército Equatoriano, os exploradores ficaram fascinados com o que encontraram: zonas enormes e aparentemente escavadas por alguém ou algo, que se escondiam na vegetação. O diretor da Associação Geológica Britânica, Brian Kelly, em 1976, admitiu que era difícil explicar aquelas grandes entradas encontradas na caverna.
Conexões culturais inexplicáveis
Apesar de a expedição ter encontrado uma câmara tumular com objetos que remontam a 1500 a.C., nenhum tesouro foi descoberto e nem indícios semelhantes às oferendas da coleção do padre Crespi. Assim, a pergunta que fica no ar é: se Tayos não era a origem desses misteriosos artefatos, de onde eles teriam vindo? Hall insistiu em sua investigação e, 15 anos depois, em 1991, o explorador seguiu o equatoriano Petronio Jaramillo, que afirmava ter encontrado a caverna por meio de uma passagem secreta que conhecia desde 1946 — ele teria visitado a caverna pela primeira vez ainda adolescente. Hall contou que tivera de passar por debaixo d’água e atravessar um túnel submarino para voltar à superfície. Disse ainda que vagueou por entre várias câmaras repletas de antigas relíquias, incluindo uma vasta sala de livros com detalhes em ouro e outros metais e escritas irreconhecíveis. Provavelmente, eram semelhantes às das placas metálicas da coleção do padre Crespi.
Jaramillo também revelou que havia coisas que se pareciam com fórmulas naquele lugar. Teria a caverna sido habitada por uma antiga civilização que lá escondeu seus tesouros e conhecimentos? Não sabemos, pois, infelizmente, antes que pudesse levar o explorador escocês à entrada submarina da caverna, Jaramillo faleceu levando consigo o segredo. Por sua vez, Hall morreu em 2008, antes que desse continuidade à sua busca pela “biblioteca de metal”, como a chamava. Mas sua filha Eileen decidiu continuar o trabalho do pai e em sua procura pelos artefatos originais do padre Crespi descobriu que muito da coleção havia desaparecido misteriosamente pouco antes de sua morte, em 1982. Teriam sido confiscados ou teriam os Shuar levado o tesouro de volta para a gruta?
Dentro da extravagante Teoria da Terra Oca — que tem elementos que nos fazem refletir —, há considerações sobre tipos de vida que poderiam habitar o interior do planeta. Seriam seres inteligentes com tecnologia mais avançada do que na superfície?
Eileen continuou a investigar artefatos em outros pontos do Equador. Tais como os objetos do padre, encontrou alguns que apresentavam incríveis semelhanças com outras culturas que, de acordo com muitos arqueólogos, a antiga civilização equatoriana desconhecia completamente. Há, por exemplo, várias estátuas com o crânio alongado de uma cultura costeira que datam de entre 600 a.C. e 1600 d.C., como às que apareceram no Egito. Sua forma é idêntica. Como explicar esta conexão? Teria havido influência egípcia na cultura americana ou será que ambas foram influenciadas por outra civilização, talvez uma de fora do nosso mundo e que andava por todas as partes?
Na península de Yucatán, no México, 1.100 km ao norte de Morona Santiago, existe outra caverna misteriosa cujos poços naturais dão acesso a grutas por baixo da floresta. Mas, em 2007, o arqueólogo mexicano Guillermo de Anda descobriu algo que diferenciava tal caverna das demais em seu país. Registros deixados por jesuítas do século XVII indicam a existência de um templo subterrâneo dos maias debaixo da selva, que, entre outras coisas, contaria com várias cavernas, algumas delas descobertas perto da aldeia Tahtzibichen — muitas das quais estão submersas e ligadas entre si.
Mitologia dos maias
Investigadores mergulharam na região e encontraram templos, artefatos e ossadas misteriosas. O Popol Vuh, registro escrito da mitologia dos maias, fala destacadamente sobre entradas para mundos internos, tais como o reino subterrâneo de Xibalba ou o Sítio do Medo, governado pelos cruéis Senhores dos Mortos. Segundo o Chilam Balam, o livro dos sacerdotes Jaguar, “a estrada para as estrelas descia do céu e os 13 deuses maias vieram à Terra”. Adeptos à Teoria da Terra Oca adotam tais informações, provenientes tanto das culturas indígenas norte-americanas como das tribos da Amazônia e da cultura maia, enquanto argumentam que é verdadeira a existência de outros mundos físicos em direção ao núcleo do planeta.
Reconhecimentos científicos
Mas há qualquer sustentação científica à hipótese que trata de mundos interiores? De acordo com a ciência moderna, a crosta de gelo do Polo Norte tem 50 km de espessura. Abaixo disso, encontra-se rocha fundida e aquecida pelo núcleo giratório da Terra, com um corpo s&o
acute;lido de ferro e níquel do tamanho da Lua. Tais dados foram deduzidos pelos cientistas a partir de medições da gravidade terrestre, de estudos de magnetismo e de ondas sísmicas, porém nunca ninguém chegou a ver tais zonas. A pergunta que todos se fazem diz respeito à possibilidade de a superfície gélida do polo guardar a entrada para um mundo abaixo da superfície terrestre? Esta crença faz parte da Teoria da Terra Oca. Segundo ela, como o próprio nome diz, o interior do planeta não é sólido, mas vazio — e suspenso no núcleo desse espaço estaria um Sol interno. Por mais fantásticas que pareçam essas hipóteses, a noção de uma Terra oca adquiriu credibilidade científica por meio de um dos fundadores da astronomia moderna.
Edmund Halley, o descobridor do cometa que recebeu seu nome, apresentou à instituição científica Royal Society, de Londres, em 1961, a hipótese de que a Terra seria oca e que conteria várias esferas em seu interior. Isso porque todos os anos o polo magnético do planeta movia-se um pouco para oeste e se acreditava que suas esferas internas giravam em rotação independente da superfície. Halley também sugeriu a possibilidade de camadas interiores suportarem algumas formas de vida. Antes, em 1818, o capitão do Exército dos Estados Unidos John Cleves Symmes Júnior tinha anunciado que havia grandes aberturas em cada polo, pelas quais se poderia entrar nos confins da Terra — até então, ninguém conhecia nem mesmo a Antártida.
Dentro da reconhecidamente extravagante Teoria da Terra Oca — mas que tem elementos que nos fazem refletir —, há considerações sobre tipos de vida que poderiam habitar o interior do planeta. Seriam eles seres inteligentes com tecnologia mais avançada do que na superfície? A maior parte dos adeptos desta hipótese, bem como a maioria dos relatos ligados ao tema, mesmo os mais fantasiosos, defendem que civilizações subterrâneas detêm tecnologia mais desenvolvida, como raios laser, armas fantásticas e naves voadoras como discos voadores e OSNIs [Objetos submarinos não identificados], que seriam seus meios de transporte. Esses seres, ainda que vivam sob a Terra, estariam ligados a povos vindos das estrelas. A tudo isso se soma a ideia de que os nazistas mantiveram contato com tais civilizações e receberam secretamente parte de seus conhecimentos — o que se endossa pelos insolúveis mistérios que cercam a morte de Hitler, o desaparecimento de seus oficiais e o descomunal avanço em sua tecnologia daquela época.
Dificuldade de se obter prova
Mas cadê a prova disso tudo? Em 1970, o autor e editor Ray Palmer conseguiu uma fotografia do Polo Norte fornecida pela Administração Federal de Serviço Ambiental, órgão do Departamento de Comércio norte-americano, que mostraria uma área escura no meio do Polo Norte. Para ele, essa era a prova final da existência de uma entrada para o interior da Terra por meio daquele ponto. Entretanto, a foto era, na verdade, apenas uma composição realizada por computador a partir de 40 mil fotografias tiradas por satélite no período de 24 horas. A intenção era mostrar o planeta visto de um ponto diretamente acima do polo — mas na época do ano em que as fotos foram registradas, a região estava em prolongada escuridão devido ao inverno ártico.
Seja como for, ainda há fatos para os quais as explicações fornecidas pela ciência não nos satisfazem. Por exemplo, a superfície da Terra mede cerca de 510 milhões de quilômetros quadrados e, como é aceito de forma unânime, pesa “apenas” seis sextilhões de toneladas [Ou 5,97 × 1024kg]. O número é realmente grande, mas, segundo cálculos de proporção, se o interior do planeta é considerado sólido e de característica metálica, seu peso teria que ser muito maior. Isso não é só. Outras questões não resolvidas em torno dos polos podem ser respondidas admitindo-se a Teoria da Terra Oca. Entre elas a origem das auroras boreais, a formação dos icebergs constituídos por água doce, a produção de marés nos polos, o vento norte no Ártico — que fica mais quente quando se navega para além dos 70 graus de latitude. Eles também explicariam por que se encontram sementes tropicais, plantas e árvores congeladas dentro das águas doces dos icebergs e por que pássaros e outros animais migram para o norte no inverno, quando a sobrevivência é mais difícil e os alimentos são escassos.
Enfim, a ideia de que a Terra teria orifícios nos polos faz parte de um conhecimento que fora adquirido no silêncio meditativo de santuários secretos. De acordo com essa proposição, o planeta era originalmente uma bola de matéria incandescente, mas uma parte de sua massa teria ficado em suspensão no centro, posteriormente dando origem a um Sol interior. Enquanto isso, materiais sólidos se acumularam na periferia, formando a crosta compacta devido à força centrífuga gerada pela rotação sobre seu eixo. A concavidade interior se comunicaria com o exterior por meio das aberturas polares, sendo aquecida e iluminada pelo Sol central do planeta. A teoria assim justifica as auroras boreais, que seriam geradas pelo choque energético entre o Sol interior e os polos magnéticos exteriores.
Os mundos subterrâneos
Segundo relatos de pessoas e grupos que dizem ter estabelecido contato mental ou físico com habitantes de cidades interiores do planeta, que, por sua vez, coincidem com registros filosóficos, mitológicos e religiosos, o mundo intraterreno estaria dividido e teria suas regiões bem delimitadas. Na concavidade interior se situariam três áreas, o Mundo de Badagas, o Mundo de Duat e, finalmente, o Mundo de Agharta. Em cada um deles haveria sete cidades principais, somando, portanto, 21 cidades — Shamballah seria a 22ª cidade e sendo considerada o Sol Central. Esses mundos seriam habitados por uma civilização extremamente avançada e teriam flora e fauna próprias, que poderiam justificar as estranhas migrações de aves e animais mencionadas anteriormente.
Na relação que se estabelece entre a Teoria da Terra Oca e a Ufologia existe a hipótese de que tanto parte dos UFOs como dos OSNIs já registrados seriam a prova da avan&ccedi
l;ada tecnologia dos povos intraterrenos. Na tradição oriental, especialmente a hindu, tais objetos voadores e subaquáticos seriam os chamados vimanas, também já citados acima. E acima disso tudo há ainda o fato de que muitos investigadores acreditam que as civilizações do interior da Terra teriam ligação direta com visitantes extraterrestres, ou ainda que sua própria proveniência possa ter sido extraterrestre.
A também anteriormente citada Morada do Rei do Mundo, ou Mansão dos Deuses, para muitas tradições religiosas controlaria e dirigiria toda a evolução da vida, quer no interior como no exterior da Terra. É também onde se encontrariam as hierarquias criadoras, os arquétipos de toda a humanidade. Considerando-se que nesses mundos interiores e exteriores o estágio de evolução estaria muito mais à frente da que conhecemos, seus habitantes estariam organizados socialmente de modo sinárquico — a sinarquia, poder exercido por uma elite secreta, impediria a eleição por meio de votações ou a existência de partidos políticos e grupos religiosos, porque não são necessários. Talvez venha daí a tradução de Agharta como sendo O Mundo dos Justos e Perfeitos o Reino das Almas Superadas.
Alquimia nisso tudo
Para encerrar, é interessante citar que uma das chaves dos alquimistas na elaboração da chamada Grande Obra era a tentativa de obtenção de um novo elemento denominado vitriol, palavra formada pelas iniciais em latim de Visita interiorem terrae, rectificandoque, invenies occultum lapidem [Visita o interior da terra, retificando-te, e encontrarás a pedra oculta]. A tal pedra oculta seria a tão festejada pedra filosofal dos alquimistas, que daria o elixir de longevidade ao homem.
Há também uma aludida relação desses mundos subterrâneos com o conhecimento dos ditos centros energéticos humanos. Sabe-se que o homem possui sete chacras principais e um oitavo, gerador oculto de todos. De forma semelhante, diz-se que existem sete centros planetários principais, mais um. Cada cidade de Agharta corresponderia a um dos chacras da Terra, que constituem o bojo ou essência dos sistemas geográficos em evolução sobre a Terra. Eles estariam localizados no Peru, México, América do Norte, Austrália, Egito, em Portugal e na Índia — e mais um, correspondendo a Shamballah, o oitavo, estaria no Brasil. Esses seriam os lugares onde estariam as consideradas verdadeiras Terras Santas.
De acordo com várias escolas esotéricas, a real iniciação da pessoa ocorre quando o homem se liga ao seu verdadeiro ser em todos seus planos de evolução — é quando o iniciado se torna consciente de si mesmo, tanto interna como externamente, o que possibilita que as portas dos mundos subterrâneos se abram para seu retorno ao paraíso mítico outrora perdido.