Por ter nascido na África e vivido por quase 30 anos em vários países do continente — Angola, África do Sul e Sudão —, carrego para sempre a lembrança da cor e da luminosidade de suas intermináveis planícies, visões de sua imensa beleza e o cheiro característico daquela terra longínqua. Tudo isso torna o continente africano, especialmente ao sul do Deserto do Saara, inigualável. O céu do local, quando observado à noite, mostra uma profundidade e uma dimensão que só lá se consegue desfrutar — é onde temos a sensação de que há mais estrelas e de que o firmamento é maior do que em outros pontos da Terra. Naturalmente, o continente também é rico em ocorrências ufológicas, que passei a examinar de forma muito objetiva a partir de 1967, quando tive meu interesse despertado por alguns casos.
Na busca de respostas para eles, se fazia necessário o emprego de métodos científicos — ainda que sujeitos às limitações naturais que o local impunha. Mesmo assim, no processo de investigação ufológica que desenvolvi, entre as técnicas mais empregadas, além do contato com as testemunhas, estava a coleta de amostras e análises em laboratório de vestígios deixados por objetos voadores não identificados — isso incluía a produção de moldes em gesso de impressões deixadas no solo pelos trens de pouso dessas naves. Tudo isso somado a dezenas de relatos de observadores dos fenômenos, devidamente registrados em gravações e fotografias, estabeleceram um acervo pessoal com mais de 230 casos ufológicos meticulosamente documentados, ao qual chamei Afrika Files [Arquivos Africanos].
Ao partir de Angola, toda essa documentação foi acondicionada dentro de oito caixotes construídos especialmente para isso e despachada via aérea para Lisboa, em Portugal, para nova acomodação em um espaço mais amplo — mas, infelizmente, aqueles eram tempos difíceis na África e o material nunca chegou ao seu destino, como também nunca pôde ser recuperado. Assim, muitos dos casos investigados ficaram gravados apenas na memória, embora perfeitamente detalhados. Alguns deles serão descritos nesse trabalho, que tem o objetivo de mostrar quão rica e abundante é a casuística ufológica africana, um cenário que entusiasmaria qualquer ufólogo. Conheça-os nas páginas seguintes.
CASO 1 Resgate de um UFO documentado
Uma ocorrência africana de grande significado para a Ufologia se deu em 01 de dezembro de 1967, na cidade de Gabela, situada no distrito [Estado] do Kwanza Sul, na região angolana chamada de Amboím. Os ponteiros do relógio da torre da igreja local marcavam 20h30 e a pacata cidade de cerca de 30 mil habitantes, situada em um platô geográfico rodeado por colheitas de café, foi o palco de um evento ufológico espetacular. As 43 pessoas que se encontram na praça da igreja naquela hora presenciariam um show aéreo impressionante. “Tudo começou atrás da torre, a uns 3 km de distância e a 400 ou 500 m de altura. Duas enormes e potentes fontes de uma luz extremamente branca, estacionárias e afastadas uma da outra por cerca de 800 m, acenderam do nada no céu, durante 3 ou 4 minutos. Depois, muito lentamente, começaram a se aproximar e se fundiram em uma única, mais fraca e menor”, relatou o técnico agrícola Abel Nunes Teixeira, então com 50 anos.
Ele descreveu ainda que a luz foi passando do branco puro para um tom amarelado, e que sua forma começou a se alterar, como se estivesse sendo esticada ou espremida. O objeto se achatou ligeiramente e começou a crescer para os lados de maneira simétrica — suas novas extremidades ficaram onde as duas luzes iniciais apareceram. “O mais curioso foi a expansão daquela luz, que parecia que ia se acendendo por seções, tal como em um túnel ou em um corredor escuro, quando se acendem sequencialmente lâmpadas fluorescentes. E dessa maneira o aparelho passou a ter a forma de um tubo, comprido e cilíndrico”, disse Teixeira.
A essa altura, a senhora Maria de Fátima Gomes da Silva, formada em letras e mãe de dois filhos, casada com um proeminente engenheiro agrônomo da região e também testemunha do ocorrido, acrescentou que ainda havia inúmeras luzes menores no ar. Dona Mifá, como era conhecida, tinha 42 anos e era uma das mais respeitadas e belas mulheres da cidade. “Aquilo pareceu algo irreal, uma coisa que não é do nosso mundo. A coisa mudou de forma parado ali no ar, emanando luz por todos os lados. E bolas de luz menores saíram daquilo e apresentaram um comportamento organizado, focado em um objetivo definido. Isso fez com que todos nós ficássemos pasmos”, disse a senhora, então professora particular de francês.
Espetáculo sem igual
Dona Mifá e as demais testemunhas foram unânimes em dizer que não havia explicação plausível e racional para o que aconteceu naquela noite. Em certo momento, o objeto ficou reto e com a forma de um avião sem asas, mas com suas janelas — dezenas delas — alinhadas na metade superior do tubo. “Aquilo tinha, com certeza, quase um quilômetro de um extremo a outro, com uma altura de uns 6 m. E como a noite estava clara, dava para observar seus contornos redondos”, complementou a senhora. A intensidade da luz emitida pelo UFO não ofuscava, ajudando na sua visualização — e o artefato também não produzia qualquer ruído. Teixeira ainda se recorda que, no lado do aparelho voltado para os observadores, a cerca de um quarto de seu comprimento, surgiu uma luz com intensidade superior às demais, como se um grande portão tivesse sido aberto, deixando escapar a claridade interior.
Foi desse “portão” que começaram a sair as pequenas bolas de luz, com cerca de 70 cm de diâmetro cada, todas de cor branca azulada, à exceção de duas, uma vermelha e outra mais alaranjada. Teixeira contou ao todo 22 artefatos, enquanto outras testemunhas do evento relatam até 25 bolas — mas todas descrevem exatamente da mesma maneira o comportamento organizado das esferas. “Elas foram saindo aos pares daquele grande e brilhante ‘portão’, e por alguns segundos pareceram estar perfiladas sobre o enorme objeto. As brancas logo se dispersaram em todas as direções de modo atabalhoado, para depois voltarem a se agrupar criando um anel de luz de talvez uns 300 m de diâmetro, mais abaixo e afastado, atrás do objeto grande”, disse a testemunha.
A seguir, de cada bola saíram dois feixes de luz, também brancos, apontados para o chão, que se estabilizar
am em algo fora do campo de visão dos observadores. Entretanto, as bolas de luz vermelha e alaranjada, que tinham permanecido estacionárias junto ao “portão”, partiram sobre a igreja e a praça a uma velocidade vertiginosa. A maior parte das testemunhas afirmou ter sentido receio de que as esferas fossem colidir com a igreja, dada a tremenda velocidade com que se deslocaram — mas elas reduziram drástica e instantaneamente a aceleração. Então, enquanto a bola laranja ficou imóvel sobre a praça, a uns 10 m de altura, a vermelha, bem lentamente, deu uma volta de 360 graus ao redor de sua torre e logo em seguida deslocou-se até perto das copas das árvores da praça.
Interrupção na música
Mário Jorge, um rapaz que se encontrava entre as pessoas aglomeradas no local, disse ver visto quando a bola alaranjada quase entrar pela janela de sua casa, ali ao lado. “Aquela luz apareceu de repente em frente à janela da sala. O menino foi o primeiro a vê-la e gritou para mim e para minha sogra, quando pudemos observar a esfera parada junto ao vidro. Aquilo se aproximou quase até tocar na janela”, disse a mãe do rapaz, dona Teresinha. Naquele momento havia um disco sendo executado no antigo aparelho de som da sala, mas o som foi interrompido durante todo o tempo em que aquela luz ficou junto ao vidro da janela, voltando a reprodução quando ela se afastou. “Já estou nesse mundo há 81 anos e se alguém viesse me contar que assistira a algo semelhante àquilo sobre a praça, eu não acreditaria”, comentou dona Maria das Neves, avó de Mário Jorge.
Há ainda mais detalhes do espantoso avistamento. Teixeira relatou também que em dado momento, cerca de 10 ou 12 minutos depois do aparecimento das luzes iniciais, as bolas de luz menores, que tinham formado um anel e fixado seus feixes de luz no solo, aumentaram a sua intensidade e começaram a pulsar coordenadas, passando do branco vivo a um azul muito claro. “Nessa altura, a bola vermelha e a alaranjada, que estavam nas ruas da cidade, se elevaram acima dos telhados das casas e partiram velozmente na direção das restantes. Ao chegarem no meio do anel de luz feito pelas bolas brancas, a vermelha e a alaranjada, desceram para o solo e não voltaram mais a aparecer”, completou.
A ocorrência ufológica pode ser considerada uma das mais fascinantes e bem documentadas da Ufologia Africana. As bolas “agarraram” um objeto sólido de forma redonda e o estavam transportando pelo ar, tal como um guindaste
Entre os observadores também estava o padre Emanuel da Nóbrega, que teve sua atenção atraída para um feixe de luz vermelha e em arco que, em determinada altura, havia saído do topo de uma das bolas brancas para o topo de outra. Enquanto durou a manobra, isso fez com que ambas as bolas abandonassem seu lugar na linha do anel de luz e subissem sua posição em relação às outras. “Àqueles que presenciaram os acontecimentos foi dado observar algo verdadeiramente incomum. E como os desígnios do Senhor são infinitos, talvez tenhamos observado a manifestação de outros seres inteligentes aqui no nosso mundo”, disse o padre Nóbrega em seu breve depoimento a esse autor.
Operação de transporte
A ocorrência ufológica pode ser considerada, ao mesmo tempo, uma das mais fascinantes e bem documentadas da história da Ufologia Africana. Teixeira ainda complementou que, assim que as bolas coloridas desapareceram, as brancas baixaram a sua intensidade luminosa e começaram a se elevar. Poucos segundos depois foi possível ver que os feixes de luz das bolas brancas, virados para o solo, tinham “agarrado” um objeto sólido de forma redonda e o estavam transportando pelo ar, tal como um guindaste portuário magnetizado transporta os contâineres. “Esse novo objeto não tinha nenhum ponto luminoso, mas era perfeitamente visível contra o céu. Sua superfície parecia ser feita de algum material polido, pois a luz dos feixes e a claridade das bolas refletiam nele. Deveria ter uns 200 m de diâmetro por uns 3,5 m de altura, e era de forma discoide com uma larga cúpula na parte de cima”, disse.
O enorme disco voador foi levado pendurado e passou por baixo do objeto maior, quando as bolas de luz subiram com sua “carga” até ao nível do portão por onde haviam saído. Nesse instante, os feixes de luz das bolas brancas que seguravam o disco encolheram o seu comprimento em sintonia, fazendo com que esse ficasse mais perto delas, e todos começaram a entrar no portão — devido à forte claridade que saía do interior do UFO cilíndrico, o disco ficou em contraste e foi possível confirmar o seu formato e tamanho. Logo depois, tudo desapareceu na claridade do interior do “portão” aberto. “Quando acabou aquela operação, o ‘portão’ foi fechado, a luz do objeto maior tremeu e ele começou a se deslocar, rodando sobre seu eixo central. Aquilo que tinha a forma de um cano virou a parte da frente para o sul e a traseira para nós, e partiu em velocidade moderada sempre subindo até desaparecer no horizonte, precisamente às 20h51”.
Teixeira teve a impressão de que a operação que içou o disco voador ao céu, quando foi transportado pelas esferas, era o resgate de uma nave acidentada ou avariada. “Eles não são daqui, da Terra. Só quem quiser faltar à verdade poderá afirmar outra coisa”. Mais tarde, depois de analisar friamente os fatos, a testemunha concluiu que o início dos acontecimentos não se deu de repente, do nada, como pensou a princípio, mas que o objeto maior já estaria naquele lugar, porém sem iluminação, invisível. E então, quando acendeu suas duas grandes luzes nas extremidades, tornou-se presente — e como só se viam essas duas luzes, pareceu serem de dois corpos separados, quando na realidade era um só.
Sinais evidentes de queda
Quando as luzes das extremidades convergiram para o centro e formaram um só corpo, fizeram-no de modo absolutamente idêntico, parecendo estar se deslocando sobre trilhos. Quando o artefato começou a se iluminar por completo, a observação das luzes se acendendo sequencialmente reforçou ainda mais a sua hipótese. O local onde o disco voador resgatado estivera pousado, ou tivera se acidentado, foi encontrado a 800 m da estrada limítrofe da cidade, já dentro da mata densa — o artefato abriu uma clareira de 300 m de diâmetro na mata. Havia pedaços de árvores e de arbustos espalhados por todos os lados, seguindo uma rotação em sentido horário. Árvores foram arrancadas pela raiz e outras cortadas ao meio. Alguns troncos de madeira que tinham caído dentro do perímetro da clareira estavam completamente carbonizados, assim como a vegetação ali existente.
uena cidade angolana de Gabela
Uma circunferência quase perfeita de 220 m de diâmetro estava claramente visível no centro da clareira, e a terra e os troncos de madeira ao redor se encontravam como que prensados ao solo, mostrando que ali estivera algo circular e muito pesado — e pelo que se podia perceber, também teria sido muito quente, pois ainda restavam pedaços de brasa espalhados pelo local, além de o solo estar bastante quente, dando a sensação de estar completamente seco e sem vida.
Foram recolhidas amostras de tudo que existia dentro do círculo onde pousou ou caiu o objeto, e até folhas das copas das árvores que ficaram em pé junto à clareira foram coletadas. Tudo foi entregue a um laboratório agrícola local que, ainda que equipado precariamente, era o único existente. Não havia qualquer marca ou vestígios de depressões no terreno feitas por qualquer tipo de trem de pouso, nem mesmo de pegadas. O que pousara ou caíra ali o teria feito “de barriga”, sem que houvesse indícios de que alguém saíra do artefato. O episódio aconteceu no início da noite de 01 de dezembro e a chegada das primeiras testemunhas ao local se deu às 11h00 da manhã seguinte, ou seja, pouco mais de 14 horas depois. Pelo que tudo indicava, o objeto em forma de disco que fora resgatado já estava no meio da mata antes de tudo ter começado — mas não se sabe quanto tempo teria permanecido lá.
Outra testemunha do fato, o senhor Orácio Mesquita, piloto e proprietário de uma fazenda de café na região, fez pelo menos 16 fotos do acontecimento com uma câmera Rolleiflex modelo TLR, mas somente em duas delas era possível perceber as luzes no céu com nitidez — infelizmente, as imagens não estão disponíveis pela razão descrita.
Aparelho descomunal
Cerca de 6 km ao norte da praça da igreja e ainda dentro da cidade, em um ponto mais elevado, fica o bairro da Aricanga. Ao se realizar uma pesquisa naquela vizinhança, foram encontradas 11 pessoas que de lá testemunharam o evento. Para o lado sul da praça, a mais ou menos 27 km em linha reta, ficava a sede de uma fazenda de café onde também foram encontradas mais cinco testemunhas, os guardas do turno da noite — eles disseram ter começado a observar o movimento das luzes sobre a cidade e depois viram o objeto maior passar sobre eles. Os guardas puderam também confirmar a estimativa de seu tamanho em cerca de 1.000 m de comprimento.
Todas essas 16 testemunhas relataram pormenorizadamente o que viram e, levando-se em conta os diferentes ângulos e distâncias dos pontos em que fizeram suas observações, as declarações que prestaram serviram para confirmar o que foi descrito pelos demais observadores. Depoimentos das 43 pessoas presentes na praça da igreja também foram recolhidos e confirmam os outros — a visualização coletiva teve a duração de 21 minutos e todos perceberam o fato praticamente da mesma maneira. Não resta a menor dúvida que o acontecimento foi real e físico, e 59 testemunhas assim o atestam.
Alto nível de radioatividade
Como se pode ver, esse caso é bastante rico, abrange várias áreas de manifestação, todas investigadas detalhadamente. Qualquer ufólogo — em especial aquele que pesquisa a ação de outras espécies cósmicas em nossos solos — teria muitos elementos nesse caso para se dedicar. Tudo que foi dito, foi comprovado. E como o acontecimento foi observado de três locais diferentes, com 33 km entre os mais distantes, conseguiu-se fazer um esboço praticamente em três dimensões do aparelho, enriquecendo ainda mais o conjunto de informações levantadas.
As marcas físicas deixadas pelo aparelho que esteve em contato com o solo ainda estavam fumegando quando foram encontradas. As análises laboratoriais das amostras colhidas no local mostraram que a terra estava completamente desidratada, tendo o solo sido submetido a uma temperatura superior a 600 graus centígrados por um longo período de tempo — o resultado dos exames também mostra que o índice de enxofre no ambiente estava 300 vezes acima do normal e o de alumínio, 40 vezes.
Ainda que sem fornecer valores, por não disporem de equipamento adequado para as medições, os analistas informaram que todas as amostras apresentavam um nível altíssimo de radioatividade, e que, por isso, não deviam ser manuseadas. Por outro lado, as análises do material colhido na periferia da clareira demonstram que estavam dentro dos parâmetros normais da composição do solo naquela região. Enfim, diante desse amontoado de evidências, de todos os testemunhos e das provas materiais levantadas, é impossível negar a autenticidade desse caso.
CASO 2 Um espetáculo aéreo em Luanda
Depois de um jogo de futebol entre o Liceu Salvador Correia e a Escola Industrial de Luanda, na capital de Angola, um grupo de nove estudantes resolveu ir a um restaurante local fazer uma refeição, quando teve uma grande surpresa. Eram 19h00 de 16 de maio de 1968 e a noite já começara a cair úmida, quente e estrelada, quando os jovens se sentaram na fachada do estabelecimento, que àquela hora já estava praticamente lotado. Eles ainda não tinham sido servidos quando Francisco Cunha chamou a atenção dos companheiros para uma luz que se encontrava sobre o mar, a cerca de 3 km de distância e a uma altura de cerca de 50 m — todos olharam e puderam observar que se tratava de algo em tom branco e meio amarelado, com nuances muito pálidas em verde claro.
Uma luz branca e outra vermelha piscavam nas laterais da maior, como as de aviões. Por se encontrar estacionária, os observadores deduziram que se tratava de um helicóptero, mas Cunha não ficou convencido disso, pois tais aeronaves não têm luzes com aquelas tonalidades. Passados 10 minutos, a estranha luminosidade se mantinha na mesma posição, quando Cunha voltou a insistir que aquilo não podia ser um helicóptero e fez com que todos voltassem sua atenção novamente para o artefato. Foi quando observavam a luz realizar determinados movimentos inusitados, como descer, subir, voltar a descer e elevar-se novamente, desenhando um W no ar. Nesse instante, muitos outros clientes e até o garçom Antonio Manuel de Freitas já estavam observando aquele estranho aparelho.
Mas mal aquela luz interrompeu suas evoluções e um segundo objeto, que se encontrava bem mais alto no céu — e por isso tinha sido inicialmente tomado como uma estrela —, começou a descer em velocidade moderada na direção da primeira. Seu tamanho foi aumentando à medida que se aproximava, até parar a cerca de 100 m acima da luz inferior,
quando seu clarão se tornou bastante forte e em um tom branco puro — aquilo tinha 3 ou 4 vezes o tamanho da luz inicial.
Um objeto arredondado
Agora, praticamente todos os clientes do restaurante já estavam com os olhares fixos no acontecimento, e assim foi possível observarem os raios ou feixes de luz que saíram da parte de baixo da luz maior para a parte superior da luz menor. Eram brancos e entrecortados, parecendo reticências ou balas tracejantes, como as dos filmes policiais — ao receber esses feixes, a luz menor oscilou ligeiramente e se apagou. Nesse instante, a luz maior partiu dali a uma velocidade vertiginosa, regressando ao ponto onde se encontrava inicialmente, mais alto no céu. Enquanto isso, no lugar da luz menor, que se apagara, já era possível observar a silhueta de um objeto arredondado. Esse artefato começou a se mover muito lentamente em direção à costa e, ao chegar a 200 m da praia, mudou repentinamente de direção efetuando uma curva de 90 graus sem nunca parar, prosseguindo muito lentamente para o norte — sempre em paralelo à costa até desaparecer na noite. No momento em que o aparelho efetuou a curva em ângulo reto, ele se encontrava no ponto mais próximo das testemunhas, sendo possível vê-lo com bastante nitidez e verificar que não produzia qualquer ruído.
O aparelho tinha formato oval, como uma bolha, e dava a sensação de ser feito de metal como aço polido. Tinha uma pequena cúpula no topo que parecia ser transparente, mas nada do seu interior era visível — seu comprimento seria de 4 ou 5 m e não deveria chegar a 2 m na parte mais alta. “Era um pouco maior do que um automóvel normal”, afirmou Luis Filipe Patudo Valle, um dos estudantes. Entrevistados individualmente, os nove jovens produziram testemunhos iguais, e o garçom que os atendeu confirmou a versão dada por eles.
Estranho silêncio
É difícil saber quantos clientes teriam visto o fenômeno, pois o estabelecimento tinha capacidade para 250 pessoas e estava praticamente lotado. Os jornais locais nada noticiaram do incrível avistamento, o que é difícil de entender havendo tantas testemunhas e o fato ter sido largamente comentado. Dois anos mais tarde, em 1970, em conversa com o matemático e professor universitário J. Torres, esse confidenciou que também se encontrava no bar naquela noite e tinha assistido ao ocorrido, fazendo uma descrição perfeitamente idêntica às recolhidas anteriormente.
CASO 3 Encontro com um robô alienígena
Porto Amboím é uma pequena cidade costeira a mais de 300 km ao sul de Luanda, que até meados dos anos 60 era de importância estratégica para o escoamento do café daquela região do distrito angolano [Estado] de Kwanza Sul. Os arredores relativamente próximos da cidade de Gabela eram constituídos na grande maioria por plantações de café, altamente produtivas. Foi em uma dessas fazendas, localizada a 34 km da cidade, que em 07 de outubro de 1968 se deu um acontecimento espetacular. Cesar Dias d’Almeida, o gerente da propriedade e então com 51 anos, e sua esposa Helena Maria, de 47 anos, se encontravam na sala da casa da fazenda, após o jantar, ouvindo o noticiário no rádio, quando o fato ocorreu.
Passava um pouco das 19h00, a noite estava escura e a temperatura era amena, quando começara a chover forte e a água já ia encharcando o solo. Como habitualmente ocorre naquela região, a chuva se fazia acompanhar de trovões fortíssimos e de potentes relâmpagos. Mas tudo transcorria normalmente até o rádio sair do ar e as luzes da residência, alimentadas por um gerador a diesel, começarem a piscar, baixando e aumentado a sua intensidade — como a situação se manteve durante algum tempo, d’Almeida, julgando se tratar de algum problema no aparelho, preparou-se para sair de casa e enfrentar a chuva, a fim de ir verificar o que se passava. O local onde estava ficava a uns 350 m da residência e era ladeado por um grande armazém, onde existia uma máquina de descasque e ensacamento de café, e por outro armazém que servia de oficina e abrigava os tratores e caminhões da fazenda.
D’Almeida calçou as botas e vestiu a capa, já se dirigindo à porta para sair, quando ouviu alguém gritar: “Patrão, patrão, tem gente junto ao gerador. É uma coisa muito esquisita”. Era um dos guardas que naquele momento subia correndo a escada de acesso à grande varanda da habitação. O gerente indagou o que era e notou o extremo nervosismo do funcionário. E como esse continuou repetindo a mesma coisa, d’Almeida entrou de novo em casa e foi pegar sua carabina de caça — a essa altura, Helena, preocupada com a situação, que parecia cada vez mais estranha, disse para o marido tomar cuidado. Ela era uma mulher extremamente organizada e controladora, e quando as coisas saíam dos eixos, ficava nervosa.
Pirâmide de seis lados
Assim que saiu da casa, Cesar Dias d’Almeida notou que os cães da fazenda não se encontravam nas proximidades, como sempre acontecia. Ao perguntar ao guarda onde estavam, ouviu como resposta que ele não tinha ideia. “Não sei patrão, parece que eles sumiram”, disse o funcionário Manoel Domingos. A ausência dos cachorros alarmou o gerente, pois aquela era uma situação anormal. Os 11 enormes cães de guarda, todos da raça Baía dos Tigres, nativa de Angola, eram animais bastante ferozes que davam sinal de tudo o que ocorria — não se detinham diante de nada. Por outro lado, durante a noite, quando estavam soltos, permaneciam quase sempre nas redondezas, geralmente junto ao posto de guarda da propriedade. Sempre que d’Almeida saía de casa, logo se aproximavam abanando os rabos, saltando e latindo, mas naquela noite não havia nem sinal deles…
A estrada de acesso ao local onde ficava o gerador fazia uma curva acentuada para a esquerda e descendente, pois os armazéns estavam situados 7 m abaixo do nível da casa e não eram visíveis a partir dela. Ao fazer tal curva, de imediato d’Almeida reparou um imenso clarão de luz branca no enorme pátio em frente à construção — mas não entendeu de onde vinha, pois não era de qualquer uma das máquinas da fazenda. À medida que se aproximava, p&o
circ;de constatar que a luminosidade era emanada por um objeto com a configuração de uma pirâmide de seis lados, com aproximadamente 3 m de altura por outros 3 m de base. Aquilo estava a 1 m de altura do chão, mas apoiado nele por meio de uma espécie de tripé. Uma abertura em um dos lados se ligava ao chão por uma rampa e, apesar da forte iluminação, parte do seu interior era visível — havia ali um assento no centro com um painel repleto de instrumentos em volta.
A estrutura exterior do UFO era lisa e lembrava vidro fosco, e o tripé de sustentação parecia ser de aço. Um ruído vindo do armazém fez com que d’Almeida e Domingos parassem de observar o objeto e concentrassem sua atenção no novo cenário. Assim viram saindo do interior da construção, que se encontrava em escuridão total, um enorme vulto que ficou iluminado pela única lâmpada existente no exterior e pela própria claridade emanada do artefato. Tinha configuração humanoide perfeita e proporcional, com mais de 2,5 m de altura, e dirigiu-se para o aparelho — mas as testemunhas estavam entre ele e o ser, o que as permitiu observá-lo bem de perto. Seu andar pesado parecia não estar certo e sua postura era demasiadamente rígida. A entidade caminhava muito direito e quase não dobrava os joelhos, o que lhe dava o aspecto de boneco.
“Só podia ser um robô”
D’Almeida levantou a arma e preparou-se para atirar, mas, quando mirou o meio da testa da criatura, reparou em seus olhos e viu que eram amarelos e desprovidos de vida. Nesse momento, o ser mudou ligeiramente de direção, ficando de frente para a rampa do UFO. Para executar esse movimento, primeiro parou, depois rodou ambos os pés e então reiniciou sua caminhada. D’Almeida decidiu baixar sua arma, pois, apesar da inusitada situação, teve a sensação de que não havia perigo. A entidade passou a menos de três metros de onde se encontravam d’Almeida e o guarda, e nem sequer notou sua presença — foi como se não existissem. Seu rosto, mesmo tendo formato humano, lembrava as feições de um felino, como um grande gato. A criatura estava vestida com um macacão azul claro colado ao corpo, tendo um capuz da mesma cor cobrindo a cabeça e luvas e botas cinzentas claras.
Como ainda chovia, Cesar Dias d’Almeida notou que os pingos de água, quando caíam sobre sua roupa e rosto, pareciam estar batendo em uma superfície dura, arrebentando com ruído. As luvas do ser apresentavam apenas o polegar evidente, sendo o restante dos possíveis dedos um só bloco, como no caso de luvas para o frio. Seu braço direito caía inerte ao longo do corpo, enquanto o esquerdo fazia um ângulo de 90 graus dobrado para frente. Na mão, curiosamente, o estranho trazia um pequeno saco de 250 gramas de café, que era usado como amostra. “Nesse instante me dei conta de que aquilo só podia ser um robô. Sua postura, o andar, os olhos e a maneira como a água ressaltava na sua roupa, além do fato de nos ter ignorado, só podia me fazer pensar que se tratava de um robô”, afirmou d’Almeida.
A criatura ainda trazia na cintura um cinto largo, em tom cinza claro, com três compartimentos na frente, como se fossem três pequenas caixas — a do meio era maior e estava aberta, e do seu interior emanava uma luz branca, como a do objeto, mas que pulsava regularmente. Ao chegar à rampa de acesso ao UFO, o ser parou, seu corpo inclinou-se ligeiramente para frente e só então começou a subir, com movimentos notoriamente mecânicos. Quando atingiu o fim da rampa, parou de novo, inclinou-se ainda mais para frente, a fim de poder penetrar no objeto, e sentou-se em um banco. O ser então abriu um compartimento e nele colocou o saco de café. Amarrou-se com o que pareceu ser um cinto de segurança que passava sobre os ombros, barriga e tornozelos, e de dentro da caixa de onde saía a luz, com ambas as mãos e cuidadosamente, tirou uma pequena bola luminosa que colocou no painel à sua frente, encaixando-a em uma saliência lá existente.
Zumbido de abelhas
O estranho é que, mal terminou de executar essa operação, o possível robô desligou — como se tivessem cortado sua energia. Os braços desceram e se colaram ao banco, a cabeça inclinou-se ligeiramente para frente e toda a sua atividade cessou. Logo a seguir a rampa se elevou sem fazer qualquer ruído, fechando por completo o lado em que se encontrava — agora já não se notava qualquer indício que pudesse fazer crer que ali antes havia uma abertura. A luminosidade do aparelho diminuiu bastante, pulsou ligeiramente e um baixo ruído, como o zumbido de abelhas, se fez ouvir enquanto ele se elevava do solo com uma oscilação bastante acentuada, não provocando qualquer alteração no ar à sua volta. O tripé de pouso recolheu e, tal como na abertura lateral, nenhum indício restou que demonstrasse sua existência.
O artefato então começou a rodar sobre seu eixo no sentido anti-horário e foi subindo lentamente até cerca de 30 m de altura — enquanto o zumbido e a luminosidade iam aumentando, inclinou-se cerca de 15 graus em relação ao solo e de súbito partiu em velocidade vertiginosa rumo ao espaço, deixando atrás de si um tênue rastro leitoso de luz branca. Seu tamanho foi diminuindo até que desapareceu por completo. A essa altura, o gerente percebeu a tremenda tensão em que se encontrava e, enquanto tentava relaxar, olhou à sua volta. Já Domingos, o guarda, estava caído de costas a uns 2 m dele. Logo foram surgindo, saídos do mato, sete outros trabalhadores da fazenda — alertados por dois dos guardas, também presentes, eles tinham ido ver o que estava acontecendo, mas optaram por se esconder quando se depararam com aquele cenário irreal.
A mão direita de d’Almeida, que segurava a carabina, estava fechada com tanta força que ele sentiu dificuldades e até dor para abri-la. Nesse instante a chuva já havia parado e tudo estava no mais profundo silêncio. Domingos estava bem, apenas desmaiara quando o robô foi em sua direção. O gerente conseguiu se acalmar e verificou meticulosamente o terreno, constatando que havia marcas deixadas pelo trem de pouso do UFO, assim como cinco pegadas deixadas pelo robô impressas no so
lo amolecido pela chuva. Falou com o pessoal presente, que lhe cobrava uma explicação do sucedido, e pediu a todos para que não se esquecessem de nenhum detalhe do que tinham acabado de ver.
Investigação in loco
Ele então voltou para casa e contou o fato à sua esposa, que não quis acreditar no que ouvia, julgando que fosse brincadeira — só se convenceu de que era verdade quando o marido entrou em contato via rádio com outra fazenda, a 60 km dali, onde esse autor se encontrava. Cesar Dias d’Almeida era meu familiar por afinidade e sabia de minha dedicação ao estudo de fenômenos como o que ele acabara de testemunhar, e por isso solicitou minha intervenção. Em seguida à surpresa inicial com o relato dos acontecimentos pelo rádio, sugeri que mandasse isolar a área e tapasse as marcas deixadas no solo com lona ou plástico, para que não fossem danificadas ou apagadas. Era impossível partir para lá naquela hora, pois uma chuva torrencial estava caindo na região, e quando isso acontecia, uma larga faixa de terreno que era atravessada por uma picada ficava completamente alagada, interditando a passagem de qualquer veículo — a investigação do caso só teve início às 14h00 de 08 de outubro, o dia seguinte.
Amostras e instrumentos
Rui Manuel Oliveira Mendes, topógrafo e analista do laboratório agrícola da cidade de Gabela, acompanhou a investigação trazendo consigo diversos frascos para coleta de amostras e instrumentos de medição. No local exato da aterrissagem as marcas estavam tapadas e não haviam se alterado, e apesar de a terra ainda estar ligeiramente úmida, tinham consistência suficiente para permitir que fossem efetuados moldes de gesso do trem de pouso e das pegadas — que tinham a forma normal de botas ou sapatos de sola lisa e dimensões gigantescas, de 58 cm de comprimento por 17 cm na parte mais larga.
Surgiu um enorme vulto robótico que ficou iluminado pela única lâmpada existente no exterior e pela própria claridade emanada do UFO. Tinha configuração humanoide perfeita e proporcional, com mais de 2,5 m de altura, e dirigiu-se para o aparelho
Curiosamente, a impressão de ambos os pés era exatamente igual e não havia diferença de formato entre o esquerdo e o direito. Por medições que Mendes efetuou para determinar a resistência e consolidação do solo, foi possível calcular que o tal ser tinha um peso superior a 200 kg. Já os moldes do trem de aterrissagem mostraram uma circunferência perfeita com diâmetro de 45 cm cada, e as três tinham na parte inferior, enterrada no solo, uma saliência em forma de U invertido, com as “pernas” cilíndricas de 8 cm de comprimento por 4 cm de espessura. Novamente devido às medições efetuadas por Mendes calculou-se que o aparelho teria cerca de 1.500 kg — mas análises de amostras recolhidas do terreno abaixo de onde ele pousara não indicaram nada de relevante.
CASO 4 Ajuda de outro mundo no deserto
Em 1969, chamava-se Deserto do Kalahari o território no sudoeste africano administrado pela África do Sul, que hoje é majoritariamente conhecido como Deserto da Namíbia e pertence a esse país, atualmente independente. Os nomes podem ter mudado, mas aquela vastidão arenosa e árida continua lá, quase intocada e fazendo fronteira, ao norte, com Angola. Como todo deserto, é um lugar inóspito e traiçoeiro, merecedor de todos os cuidados por parte de quem se aventura a adentrá-lo — é necessário ter um mínimo de conhecimento de navegação para dirigir corretamente um veículo de tração nas quatro rodas em dunas de areia fina, para se poder penetrar no deserto fora das poucas trilhas existentes. Essa regra elementar não foi respeitada por três amigos angolanos.
Os irmãos gêmeos Antonio Luís e Luís Antonio Pires Conceição, juntamente com o seu amigo Pedro Marques, resolveram ir até à cidade de Windhoek, capital do então Sudoeste Africano, partindo na manhã de 17 de março de 1969 da cidade de Moçâmedes, no sul de Angola, com destino à fazenda de gado do tio dos gêmeos, cujos limites correspondiam à linha de fronteira entre os dois países. Eles estavam em um jipe Land Rover 108 sem cabine e todo aberto, e como não conseguiram encontrar qualquer trilha que os guiasse, decidiram continuar deserto adentro — assim mesmo, confiando apenas em seu senso de orientação. Depois de terem percorrido 130 km, ao descerem uma duna, Marques, que dirigia, perdeu o controle do veículo e o jipe capotou. Como o carro começou a se inclinar lentamente, eles tiveram tempo de saltar sem que ninguém se ferisse.
Uma surpresa surreal
O jipe parou no fundo da duna, de rodas para o ar. Sem qualquer possibilidade de sair daquela situação ou mesmo qualquer tipo de meio de comunicação, o trio preparou-se para permanecer no local até que sua ausência fosse notada e alguém iniciasse a busca por eles. Ficaram naquela situação por quase meia semana, suportando temperaturas de até 50º C durante os dias e o oposto durante as noites, sem qualquer agasalho disponível e tendo que se abraçar uns aos outros para não congelarem. Nada tinham com o que se alimentar e lhes restava beber a água do radiador do jipe, cheia de ferrugem e de terra, para não morrerem de sede — todos estavam ficando debilitados muito rapidamente, e o gêmeo Luís Antonio já começava a ter convulsões e febre.
Pouco depois do início da terceira noite perdidos no Kalahari, no dia 19, Antonio Luís e Marques, que ainda se encontravam lúcidos, viram uma série de luzes de diversas cores piscando sobre o cume da duna. “Alguém nos achou, vieram nos buscar”, exclamou Marques, levantando-se com dificuldade, acenando e gritando: “Estamos aqui!” As luzes saíram do lugar onde estavam e se dirigiram para eles, mas, em vez de descerem a duna, voaram ao nível dessa e estacionaram no ar, a uns 12 m de altura sobre os sobreviventes do acidente. “Mas o que é aquilo?”, questionou Antonio Luís, surpreso. Naquela altura, o trio pôde constatar que as luzes eram provenientes de um aparelho em forma de disco com cerca de 30 m de diâmetro. “O aparelho era perfeitamente redondo, como dois pratos de sopa, um sobre o outro. As luzes se encontravam em toda a sua volta, na junção dos dois pratos, e piscavam tal como as dos carros”, descreveu mais tarde Antonio Luís.
As luzes observadas eram azuis, verdes, amarelas e alaranjadas. Não se ouvia qualquer barulho, mas o ar ficou ligeiramente agitado, como se soasse uma brisa su
ave. O fundo do UFO era escuro e fazia lembrar o diafragma de uma câmera fotográfica, conforme explicou Marques. Subitamente, o centro do fundo do aparelho se abriu e um halo de luz forte saiu dele, rodeando os três amigos e o jipe. “Era uma luz que não se projetou de imediato, mas foi crescendo e se alargando em forma de cone, desde a sua fonte, até nos alcançar. Ao sermos atingidos por ela, uma sensação de dormência tomou conta de nós. Parecia algo meio sólido, como um gel”, disse Pedro Marques. Os testemunhos dos dois amigos são exatamente iguais ao fazerem essa descrição.
O grupo começou então a se sentir puxado para cima, na direção da base do forte halo de luz, como se todos tivessem ficado sem peso algum, levitando no ar. Enquanto era içado pela estranha luz, já a mais de 2 m de altura do chão, Antonio Luís viu Marques ligeiramente mais abaixo, sendo também sugado, e observou seu irmão adormecido e encostado à lateral do jipe, onde eles o haviam colocado. Ainda conseguiu gritar: “Pedro, olha o meu irmão. Ele não pode ficar ali sozinho. Luís, Luís, acorde”. Foi aí que reparou que Marques também estava desacordado, sem sinais de vida, enquanto era levitado pela luz. A seguir, começou a se sentir muito leve e teve a noção de que ia perder os sentidos. “Foi a mesma sensação de quando fui operado do apêndice e tomei uma anestesia geral”, disse. Depois desse episódio,
não se lembra de mais nada.
Miragem estranhamente real
Sem saber quanto tempo depois, Luis Antônio abriu os olhos e percebeu que estava deitado de costas na areia, com o Sol escaldante queimando seu corpo. Olhou para o lado e viu seu irmão e Marques deitados na mesma posição. Completamente tonto e com a cabeça estalando de dor, conseguiu se ajoelhar e começou a abanar ambos os companheiros, gritando: “Antonio, Pedro, levantem-se!” Marques acordou quase em seguida, mas Antonio Luís demorou mais alguns minutos para voltar a si — e quando todos já estavam lúcidos, olharam em volta para ver se entendiam o que lhes havia acontecido e se deram conta de que ainda estavam no deserto, mas ao lado de uma estrada, ao fim da qual, a uns 3 km de distância, era possível observar o mar e algumas construções. Claro, eles pensaram que estavam vendo uma miragem!
Mas um pouco depois conseguiram se recompor melhor e então constataram que, além de não saberem onde se encontravam, o jipe não estava com eles. Além disso, Luís Antonio, que tinha permanecido desacordado e ardendo em febre o tempo todo, agora parecia estar fisicamente melhor do que os outros — ele não se lembrava do UFO, mas Antonio Luís e Marques recordavam-se de tudo, até de terem sido sugados pelo aparelho. Amparando-se uns nos outros e caminhando com dificuldade, resolveram seguir a estrada em direção às construções. Sentiam uma sede mortal e seus organismos nem sequer eram capazes de produzir saliva. Tinham dores de cabeça terríveis e os seus corpos pareciam latejar.
Curiosas cicatrizes
Como o Sol estava muito forte, tiraram suas camisas e as enrolaram na cabeça para melhor se protegerem. Feito isso, Antonio Luís reparou umas marcas no lado esquerdo das costas do irmão, no ombro e perto da coluna. Verificando melhor, constatou que se tratava de duas pequenas cicatrizes, quase juntas — uma perfeitamente circular e com pouco mais de 1,5 cm de diâmetro e a outra, ao lado, completamente reta. “Luís, quando foi que você fez esses machucados aí nas suas costas? Que cicatrizes são essas?”, perguntou Antonio Luís. O irmão não soube responder e afirmou que não tinha qualquer cicatriz naquele local. Marques se aproximou e confirmou a existência das marcas, depois observando outras idênticas também nas costas do outro gêmeo, e no mesmo lugar. “Não pode ser. Vai ver que eu também tenho a mesma coisa”, exclamou. Mas nada encontrou em suas costas naquela hora — apenas mais tarde notou que também tinha as mesmas cicatrizes, mas no lado exterior da sua perna direita, cerca de 10 cm abaixo do joelho.
À medida que se iam aproximando das construções, aparentemente à beira-mar, suas forças iam falhando cada vez mais, e só conseguiram continuar caminhando porque acabaram tendo certeza de que não se tratava de uma miragem. Mas antes mesmo de alcançarem o local urbanizado, foram vistos por moradores e um jipe foi enviado ao seu encontro. Já medicados, ficaram sabendo que estavam em uma fábrica de farinha de peixe de Porto Alexandre, localidade relativamente perto de Moçâmedes. Quando se identificaram e contaram o sucedido — omitindo a parte referente ao UFO por receio —, souberam que há três dias radioamadores de várias partes do país estavam relatando seu desaparecimento.
Antonio Luís, Luís Antonio e Pedro Marques souberam ainda que aquele já era o dia 21 de março — quatro dias depois de terem iniciado a fatídica jornada — e que o jipe em que tinham sofrido o acidente fora encontrado no dia anterior, mas a 310 km dali. Só não descobriram como foram parar naquele lugar e o que lhes tinha acontecido durante aquele período. Ficaram também sem saber como Luís Antonio tinha se curado de um momento para o outro e como todos tinham adquirido as mesmas cicatrizes em seus corpos. Como o tio dos gêmeos era homem de grande influência e poder daquela região, a seu pedido o caso nunca foi comentado pela imprensa.
Em voo sobre a Angola, pilotos avistam estranho objeto pousado
por Luis Vieira de Matos
Outra interessante ocorrência ufológica também se deu na cidade angolana de Porto Amboím, constando do livro OVNIs em África [Coimbra Editora, 1987], do aviador R. A. F. Castel-Branco, famoso ufólogo que trabalhou na antiga companhia Linhas Aéreas de Moçambique. O caso remonta a agosto de 1954 e se passou nas proximidades da costa de Angola, sendo amplamente noticiado pela imprensa da capital, Luanda. Conta Castel-Branco que em um dos voos habituais entre essa cidade e Lobito, com escalas em Porto Amboím e Novo Redondo, todas na costa atlântica africana, o comandante João Craveiro Lopes e o radiotelegrafista João Alexandre Ramos avistaram algo incomum em rota.
Era por volta das 07h00 e ambos voavam rumo ao sul, estando a cerca de 110 km de Luanda, já nas proximidades de Porto Amboím, quando o fato se sucedeu. A altitude de voo era baixa, aproximadamente 1.500 m, quando Ramos avistou algo estranho no solo a cerca de 1 km de onde estavam. Ele alertou o comandante para o fato e ambos puderam constatar que, fixo no solo, via-se perfeitamente um objeto estranho e com uma configuração absolutamente diferente de tudo o que conheciam — mesmo sendo experientes aviadores.
A parte inferior do artefato, que parecia ter uns 5 m na linha lateral visível, se encontrava encoberta por capim e se via apenas sua parte superior, que terminava com uma espécie de cúpula que dava a impressão de ser construída com algum tipo de vidro. Enquanto a parte mais baixa apresentava uma cor escura, que não foi possível definir, na superior havia uns reflexos coloridos perfeitamente assinaláveis — que davam a ideia de mudar de cor entre o vermelho escuro e o amarelo, conforme a posição do avião. Na parte superior daquele aparelho se percebiam três arestas que terminavam na junção da cúpula com a parte inferior. Ramos fez um esboço do objeto, retocado depois por Craveiro Lopes, e a figura desenhada tinha o perfil característico dos clássicos discos voadores.