Um dos locais brasileiros de mais intensa casuística ufológica é a extensa região da Chapada Diamantina, encravada na Bahia, que conta com ocorrências de praticamente todos os tipos. Qualquer pesquisa que se pretenda fazer na área tem grandes chances de ser bem sucedida, devido à abundância de testemunhas dispostas a narrar o que viveram. Para checar essa realidade de perto, o autor decidiu empreender uma viagem ao local e averiguar algumas importantes ocorrências, além de pesquisar interessantes sítios arqueológicos.
Quase todas as estradas que cortam a região já foram cenários de avistamentos ufológicos, e tanto moradores locais quanto viajantes que por elas trafegam tiveram impressionantes experiências. Esse é o caso do caminhoneiro Almir Silva, que relatou ter visto, junto com outras pessoas, um fenômeno luminoso de grandes proporções. Silva realizava um serviço com um caminhão-tanque na região quando, no crepúsculo, passou sobre ele e os demais acompanhantes uma luz que estimou ser do tamanho de um ônibus, a 20 m de distância. Alguns dos presentes entraram em pânico — situação que só não piorou porque o fato foi de curta duração.
O objeto observado não emitiu qualquer barulho e sua luz não se expandia, iluminando somente seu corpo. Silva afirmou não ter visto a fuselagem, só a luminosidade, apesar da pouca distância. Um dos acompanhantes do caminhoneiro, criador de cabras da região, também entrevistado, afirmou ver há muito tempo e com muita freqüência luzes inexplicáveis na região. “A população aqui considera aquilo assombração”, disse o homem atestando o que se sabe na Ufologia Brasileira: a Chapada Diamantina tem uma enorme incidência ufológica, mas ainda pouco documentada.
Vibração durante avistamento
Dois dos lugares que mais concentram episódios ufológicos na região são as cidades de Lençóis e Mucugê, fundadas no tempo do garimpo de diamantes e ouro na área. Nesta última o assunto não é tabu e são inúmeros os moradores que tiveram experiências e que não se importam em descrevê-las aos pesquisadores. Esse é o caso da dona Catarina de Souza, moradora do Vale do Capão, que relatou ter vivido momentos de muita emoção ao observar um objeto triangular que pairou silenciosamente sobre os coqueiros. Antes disso, ela disse ter sentido uma estranha vibração.
O objeto passou lentamente quase sobre onde ela e outras pessoas se encontravam, deixando um rastro de luz que logo esmaeceu. Tinha luzes laterais de cores branca e amarela, e luzes vermelhas e azuis embaixo. No dia seguinte, a testemunha voltou ao local e encontrou uma marca de queimado sobre uma vegetação de brejo. “Ali, a areia virou vidro”, disse. Casos como esse são tão abundantes na Chapada que encheriam muitas páginas de revistas.
Pinturas rupestres
Entre os episódios mais impressionantes do local estão alguns levantados pelo senhor Jacob Müller, ativo ufólogo de Mucugê. Juntos decidimos explorar um sítio arqueológico recentemente descoberto e não catalogado, cuja localização precisa Müller quer manter em segredo, para evitar visitação descontrolada e depredação. O local fica abaixo de uma parede de montanha e não existe trilha para se chegar até ele, sendo necessário abrir caminho em mata fechada. O ufólogo, apesar de seus mais de 80 anos, encontra determinação para alcançar praticamente qualquer ponto da Chapada Diamantina onde haja um caso para investigar ou um sítio para explorar.
O local por ele descoberto é um dos mais exuberantes sítios arqueológicos da Bahia, com uma parede repleta de imagens rupestres — são marcas impressionantes, como se impressas na rocha, não como pinturas ou entalhes. Entre elas há círculos desenhados com intrigante grau de precisão, além de objetos discóides. Müller acredita que sejam obra de sondas ufológicas que atuam na área. “Ao se aproximarem da rocha, de alguma forma elas deixam suas imagens gravadas na parede”, disse. A teoria é interessante, mas não confirmada.
Na Chapada não há como dissociar a exploração de sítios arqueológicos da pesquisa ufológica propriamente dita, e é intrigante que os pontos com maior incidência de avistamentos sejam justamente aqueles em que há maior concentração de pinturas rupestres. Müller também é protagonista de importantes ocorrências. Em um caso, ele estava em seu sítio, na área rural de Mucugê, quando sentiu pela janela um calor vindo de fora da casa. Ao sair para o quintal, deparou-se com uma esfera de mais ou menos 2 m de diâmetro pairando a pouca altura do solo, a alguns passos de distância. “Era uma luz branca intensa que emitia um tipo de estática”, afirmou.
“Efeito microondas”
Aquilo fez os pêlos de seu corpo se arrepiarem, além de causar uma espécie de formigamento. O artefato então se deslocou por sua propriedade e ele se sentiu compelido a acompanhá-lo. A bola seguiu na direção de um riacho que passa em uma depressão em sua propriedade, mas quando Müller, de cima do barranco, olhou para baixo, viu outro objeto na ribanceira, quase do tamanho de um ônibus.
A sonda entrou no objeto maior, que tinha cor escura e parecia metálico, e este se deslocou em alta velocidade. O artefato também foi testemunhado por vários vizinhos, inclusive um tratorista que trabalhava no local. “O que aquele carro enorme estava fazendo perto do rio?”, perguntou ao ufólogo, imaginando ser um automóvel perdido por ali. O aparelho deixou uma marca no solo com interessantes características: o capim estava queimado apenas no talo interno e na raiz, tendo o resto intacto e sem qualquer vestígio da ação de algo estranho — como um “efeito microondas”. Amostras foram colhidas pelo pesquisador, que as conserva até hoje.