Escrever um livro sobre experiências pessoais com relação ao Fenômeno UFO não é nada fácil. Organizar os pensamentos de maneira que se tornem concisos, precisos e consistentes para quem vai ler é o tipo de tarefa que requer esmerado empenho. Tais experiências, tão conturbadoras e inusitadas, tendem a distorcer nosso ponto de vista. O mesmo não ocorre com obras científicas, sacras, de fatos históricos e biografias, por exemplo, que são textos diretos e exatos. Já a Ufologia não tem esta prerrogativa, e ainda assim obras sobre casos ufológicos atraem um enorme número de pessoas, fazendo com que permaneçam por algumas horas fisicamente paradas, como que revivendo as experiências narradas. Já foi dito que os UFOs unem as pessoas, e algumas se sentem verdadeiras personagens daquela obra. Durante algum tempo, o leitor se desliga do mundo exterior para se tornar um ufólogo na Selva Amazônica, um contatado dos tempos da Segunda Guerra Mundial ou um amigo daquele autor cuja história está lendo.
Centenas de escritores publicam suas idéias sobre a presença alienígena na Terra todos os anos, mas somente algumas dezenas o fazem de modo verdadeiramente competente, levando o leitor a uma revelação. Nesse grupo se enquadra um senhor, à época com 65 anos e falecido em 2008, que descreveu um significativo episódio ocorrido em sua vida em uma obra pitoresca, algo que mudou toda sua maneira de encarar a existência humana. Antônio Nelso Tasca passou por uma experiência que há décadas vem sendo bastante discutida nos meios ufológicos. O então pacato corretor de imóveis do interior de Santa Catarina, que já foi, entre outras coisas, agricultor no estado da Bahia, professor e radialista, foi vítima de uma abdução alienígena que lhe deixou profundas marcas — mas não todas negativas.
Tasca era filho de italianos, nasceu em Garibaldi (RS) e até os nove anos de idade só sabia falar a língua paterna. Foi criado dentro da rigorosa fé católica, tanto que pensou em tornar-se padre, mas acabou se casando com “a bondosa Thereza”, como descrevia sua primeira esposa, com quem teve seis filhos. Até falecer, Tasca não foi o mesmo, desde a abdução por seres extraterrestres em uma nave espacial, em 14 de dezembro de 1983, quando tinha 48 anos. Nesse singular acontecimento, tornou-se portador de uma mensagem de paz transmitida por seres alienígenas e foi incitado a manter relação sexual com uma mulher de outro planeta, a bela Cabalá.
O fato se deu em uma noite quente de dezembro, quando Tasca dirigia seu automóvel Brasília ano 81 em direção à sua casa, em Chapecó (SC), por uma rodovia que dá acesso à BR-282. De repente, ele se sentiu atraído para uma estrada de terra, “obedecendo a um comando estranho”, segundo descreveu. Parando a alguns metros do asfalto, já na tal estrada, viu logo adiante algo que à primeira vista parecia ser um ônibus de uma viação local, pois tinha sua cor característica, branco esverdeado.
“Inexplicado sentimento de satisfação”
Logo em seguida Tasca notou que o veículo não possuía rodas, estava a cerca de um metro do solo e apresentava formato circular, com cerca de 10 janelas. “Experimentei um inexplicado sentimento de satisfação”, afirmou posteriormente, referindo-se a um tipo de sentimento já registrado por muitos outros abduzidos. Antônio Nelso Tasca se aproximou do objeto com o intuito de observar melhor do que se tratava, mas logo recuou porque sentiu ondas de calor provenientes do aparelho. Ao retornar ao seu carro, saiu do UFO uma esteira de grande luminosidade, de um metro de largura, que o pegou pelos pés e o conduziu até a nave. Quando acordou, o pacato corretor estava deitado com braços e pernas como se colados ao corpo, em um ambiente escuro e muito frio. “Fui assaltado pela pavorosa idéia de que estava enterrado vivo”, concluiu naquele momento. Foi então que apareceram dois ou três seres que começaram a tocar suas pernas com algum instrumento fino. As criaturas — que não pôde definir devido à escuridão — falavam emitindo sons que pareciam grunhidos de cachorro. Depois, ergueram Tasca ainda imóvel e o levaram para outro ambiente, onde a temperatura era bem mais agradável.
Aquela entidade feminina fixou-me o olhar com tal intensidade que tive a impressão de estar sendo invadido e devassado até as mais íntimas reentrâncias da alma
Após os seres saírem, o ambiente tornou-se incrivelmente claro, pois a fonte de luz não provinha de uma lâmpada, e sim de todas as partes daquele local. Tasca viu-se então em uma sala de mais ou menos
3 m de comprimento por 2,5 m de largura e 2 m de altura, cujas paredes pareciam feitas de alumínio. Não haviam cantos como os de um cômodo normal — o chão, a parede e o teto se juntavam de modo convexo, em uma única peça. Também não havia porta nem janelas. Naquele momento, o abduzido notou que estava nu, pois até aquele instante não tinha percebido esse fato, e viu suas roupas no piso da sala, pegando-as para vestir. De repente, de uma entrada, surgiu para o corretor uma pequenina mulher de 1,2 m de altura, usando um longo vestido e sapatilhas cor de anil. Aquele ser tinha cabelos lisos até os ombros e repartidos ao meio, e uma pele macia de tom rosa claro.
Os braços do estranho ser, assim como as mãos e dedos pareciam com os de uma criança de 12 anos, e sua boca era um pouco maior do que o normal, porém com lábios avermelhados e carnudos. Para Tasca, no entanto, o que chamou mais a atenção foram seus intrigantes olhos azuis. “Ela fixou-me o olhar com tal intensidade que tive a impressão de estar sendo invadido e devassado até as mais íntimas reentrâncias da alma”, revelou o protagonista do inusitado fato. Para ele, aquela era uma experiência única: estava diante de um ser extraterrestre, sem saber por quê. Movido pela curiosidade, o corretor pensou em fazer perguntas, mas antes ainda de poder pronunciá-las a alienígena já as respondiacomo se lesse seus pensamentos. A criatura conversou com ele através de telepatia por longo tempo. Disse que seu nome era Cabalá, identificando-se como uma mensageira do mundo de Agali. “Tenha calma, sou de paz e amor”, teria dito. A pequena mulher ainda afirmou que ambos estavam a 180 m abaixo do nível do mar.
Enquanto conversavam, começou a ecoar uma indescritível música, que parecia ser produzida por violinos. Depois, do mesmo modo que apareceu a misteriosa porta, surgiu um painel cheio de botões de onde a mensageira retirou dois frascos de líquidos que Tasca teve que beber. “Você acreditou na minha existência, sempre desejou que este encontro acontecesse e é dotado de mente cósmica”, respondeu Cabalá quando perguntada por Tasca através da mente sobre o motivo de estar naquela nave espacial. Ele sentia uma forte vontade de abraçar e beijar a pequena mulher, que de maneira enigmática lhe atraía tanto.
Uma insólita relação sexual
De repente, igualmente como apareceram a entrada e a mesa de botões, surgiu uma espécie de divã, onde Cabalá se deitou. Ela ergueu o vestido e pôs-se nua à frente de Tasca, que não pôde mais conter seus desejos. “No silêncio daquela sala de poucos metros quadrados, um homem do planeta Terra e uma mulher do mundo de Agali, dando cumprimento à extraordinária incumbência que a ambos impuseram os seres agalianos, pertenceram-se por alguns momentos na intimidade de um ato de amor”, descreveu Tasca em sua obra, de forma romântica e emocionada. Outros abduzidos, em circunstâncias semelhantes, narraram tal processo de forma traumática e dolorosa.
No entanto, até falecer o corretor achava que não houve amor naquela ação, somente “uma conjunção de corpos”, como dizia. Considerava que não foi capaz de fazer a intrigante extraterrestre, nem por um instante, feliz. Depois da relação, Cabalá transmitiu a ele uma mensagem de exatas 438 palavras, que, segundo ela, deveria ser divulgada a todos os povos da Terra [Veja box]. Para gravá-la na mente de Tasca, a alienígena utilizou uma espécie de diadema e repetiu duas vezes o pronunciamento. Disse ainda que daquela união nasceriam dois filhos, Mada e Madana, e logo após retirou-se da sala, do mesmo modo que apareceu, através de uma porta que surgiu repentinamente na parede. Pouco tempo depois, a escuridão voltou a tomar conta do lugar e, aparentemente, os mesmos três seres retornaram e voltaram a cutucar o corretor com o aparelho fino.
Isso foi tudo o que conseguiu se lembrar por muitos anos. Quando acordou da experiência, Tasca estava deitado no mato próximo à BR-282, a cinco quilômetros de onde fora seqüestrado e a 13 km de sua residência. Encontrava-se perto de uma fábrica e foi até lá pedir o telefone emprestado para ligar para a família. Pouco tempo depois seu filho apareceu, mas antes de irem para casa resolveram passar no pronto-socorro do Hospital Santo Antônio, em Chapecó. Exames preliminares feitos, sem seqüelas evidentes detectadas, e dirigiram-se a casa, onde familiares e amigos os aguardavam com enorme ansiedade. E foi lá, em meio à alegria do reencontro, que todos notaram nas costas de Tasca a primeira prova de que algo realmente inusitado havia acontecido: um ferimento que parecia ter sido feito com ferro em brasa — a marca demonstrava a letra W. Uma das coisas mais interessantes nesse fato é que o machucado não doía nem quando era apertado.
Queimaduras com metal em brasa
Diante daquela situação surgiram variadas suposições para tentar definir o que realmente era aquela marca e, principalmente, como tinha surgido. “Aos olhos do leigo, aqueles sinais não passavam de queimaduras feitas por um corpo sólido incandescente e com formas muito bem delineadas”, descreveu Tasca. As lesões nas costas do corretor foram examinadas pelo médico Júlio Zawadski — o mesmo que o havia atendido no pronto socorro — e mais dois médicos. Entretanto, nenhum dos três conseguiu detectar o agente físico para os referidos sinais. Tratava-se de uma incógnita e até ele falecer as marcas existiram no corpo de nosso protagonista, embora bem menos salientes. O ferimento nas costas de Tasca era somente mais um item nessa enigmática aventura por que tinha passado.
Depois do fato, o corretor, criado como católico fervoroso, do tipo que rezava para todos os santos, passou a crer ainda mais que a fé em Deus é absolutamente necessária, mas desistiu de acreditar nos dogmas impostos pela Santa Sé — tais como o batismo, as orações, o catecismo, a primeira eucaristia, quaisquer tipos de rosários ou novenas. Não freqüentou mais missas, não fez mais confissões e nem comunhões. E lembrou-se que, quando adolescente, ainda pensando em ser padre, imaginava-se perdendo a alma. Isso pelo simples fato de observar uma jovem banhar-se em um rio das redondezas onde morava. Após receber a mensagem de Cabalá, então, este conceito tornou-se mais forte dentro dele.
Ainda que não mais compartilhasse das mesmas posições que a Igreja Católica, Tasca acreditava que o surgimento da vida era uma obra extraordinária de Deus, que teria feito os organismos vivos nascerem e evoluírem, durante milhões de anos, até o estágio em que se encontram atualmente. Mas estas transformações, segundo Tasca, ocorreram — e continuam acontecendo — porque a vida terrestre sofreu a interferência de um plano superior para seguir a Teoria da Evolução tal qual a conhecemos. Outros abduzidos, em diferentes épocas da história moderna dos discos voadores, fizeram alusões à intervenção de seres ou energias conduzindo programas ou processos de evolução da vida em nosso planeta. A história de Tasca ficou bastante conhecida nos meios ufológicos logo após ter sido divulgada pela imprensa, quando passou também a ser o centro das atenções de Chapecó.
Espalhando a mensagem recebida
Antônio Nelso Tasca foi entrevistado inúmeras vezes por jornais e emissoras de rádio, investigado outras tantas vezes por pesquisadores e ufólogos, a quem detalhou sua abdução, sempre divulgando a mensagem que lhe fora transmitida. E foram as palavras de Cabalá que mudaram toda a vida deste pacato senhor, tanto que resolveu escrever um livro sobre sua experiência ufológica, seguindo a orientação de seus abdutores: relatar a todos os povos da Terra as advertências da mensageira de Agali. Em Um Homem Marcado por ETs, que a Revista lançou em 2001 e que recebeu uma segunda e ampliada edição em 2007, Tasca fala sobre como os seres humanos tratam a natureza, os outros mundos e sua própria existência, a partir dos ensinamentos de Cabalá. A leitura é fascinante e nos remete à busca de algo maior que a Humanidade planetária [A segunda edição tem o código LIV-020 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Tenha calma, sou de paz e amor, disse-me Cabalá (…) Você acreditou na minha existência, sempre desejou que este encontro acontecesse e é dotado de mente cósmica
Segundo o autor, a exploração do espaço é extremamente necessária para o homem expandir seus conhecimentos e pensamentos. “A vontade dos terrestres em desbravar o universo e o avanço da tecnologia tornam esse acontecimento cada vez mais próximo”. Tasca crê ainda que a raça humana brevemente estará em condições de evolução muito diferentes das atuais, espalhando-se por diversos planetas do Sistema Solar. Ele acredita que o homem
está se preparando e sendo preparado gradativamente para sua mais nova experiência, muito superior a todas por que já passou: conviver pacificamente com outras formas de vida, neste e em demais mundos.
Outro tipo de alerta que é enunciado na mensagem do planeta Agali é a falta de um controle demográfico efetivo — o que, para Tasca, seria mais um motivo para nos aventurarmos por novos mundos. Assim o ser humano estaria conquistando diferentes partes do universo e sanando um problema que poderá vir a acontecer no futuro bem breve, o super povoamento. “A população da Terra cresce de maneira acelerada e desordenada. Precisamos tomar medidas urgentes para que o planeta continue habitável”, esclareceu o corretor em seu livro.
As advertências recebidas do mundo de Agali trouxeram a Tasca questionamentos sobre o cosmos e a vida que ele nunca tinha imaginado. O aumento da população da Terra é um deles, assim como as relações entre humanos e extraterrestres. Seja pela forte impressão que a intrigante mensageira do planeta de Agali deixou em sua alma ou pelo teor expresso nas advertências, foi a partir daquele episódio que o protagonista mudou sua maneira de encarar o futuro da humanidade e dos demais planetas, ainda desconhecidos, que compõem o universo. No momento em que Tasca viu aquele estranho objeto parado à beira de uma estrada, sua vida já havia mudado por completo. As horas que ele permaneceu em companhia dos ETs que o cutucavam dentro da nave, os incríveis minutos que esteve com Cabalá ou mesmo no tempo que ficou sozinho, aprendeu coisas que o marcariam para sempre.
A incrível experiência dentro do “túmulo de gelo”, como o autor chamou o local onde permaneceu por algum tempo, praticamente imóvel, até ser levado a outro lugar pelas criaturas, foi bastante assustadora. Mas, em seguida, ele provou a sensação de conhecer a mensageira, embora se sentisse confuso e inseguro diante daquela situação. Tinha também uma indescritível e estranha sede. Sua vontade, assim como o estado de desordem, foi sanada quando Cabalá lhe deu dois frascos de líquidos para beber. Tasca recorda desta fase de sua abdução com um certo ar de saudade, pois a bebida tinha gosto de amora branca silvestre. Ele somente voltaria a sentir este sabor alguns dias depois — tempo em que apenas conseguiu se alimentar à base de líquidos —, quando assaltado pelo impulso repentino do vômito.
Durante todo o período em que o abduzido permaneceu com Cabalá, esta pronunciou apenas uma única palavra, instantes antes de lhe fazer portador das revelações para os povos da Terra — “amór”, teria dito a mensageira de Agali, com um acento agudo na letra O. As advertências, bem como toda a conversa, foram transmitidas através do já mencionado diadema. “Sua voz não correspondia ao timbre de uma mulher jovem, mas continha a desarmonia comum à voz de um surdo-mudo que passasse pelo aprendizado da fala”, descreveu Tasca. A partir das revelações feitas pela ET, o corretor questionou em sua obra como seria o futuro da humanidade — pois, segundo a mensageira, o homem terá que “desvendar os enigmas que ainda existem na terra, no mar e no ar”. De acordo com as advertências, o ser humano também terá que se preparar para “o período de extraordinários acontecimentos de que a Terra será palco, dentro de pouco tempo”.
Uma responsabilidade assumida
Para Tasca, tudo isso já estava acontecendo com as constantes provações pelas quais os mais diversos povos da Terra passam quase todos os dias. Para se ter idéia, na época do lançamento da primeira edição de seu livro, estava ainda recente uma notícia divulgada pela ONU que dava conta de que 60% da população do planeta viviam na miséria ou estado ainda pior. “Considerei muita responsabilidade estar ali, diante daquela fêmea, recebendo instruções para transmitir ao mundo informações que ela garantiu serem vitais à nossa sobrevivência. Por que eu?, desabafou Tasca. As inquietações que o abduzido demonstrava de forma telepática foram removidas por Cabalá, que restabeleceu-lhe a serenidade sacando-lhe o sentimento de inferioridade que o abatera.
A alienígena então afirmou que os dois mundos, a Terra e Agali, estariam interligados a partir daquele instante “por uma ponte de 46 pilares e pelos nossos filhos Mada e Madana”. É certo que estas — e as anteriores — são expressões incomuns dentro do universo que compõe o rico cenário ufológico, especialmente o das abduções alienígenas, mas ainda assim são visivelmente latentes do recipiente e representam uma única faceta deste complexo tema. Por todas essas extraordinárias situações, e principalmente por causa das advertências que recebeu, Antônio Nelso Tasca decidiu publicar seu livro, para divulgar a significativa mensagem de paz e conscientização transmitida por uma alienígena de um planeta que ela identificou como Agali. A obra de Tasca difere de outras do gênero justamente nesse ponto, por ser escrita por um contatado devidamente comprovado e respeitado pela Comunidade Ufológica Brasileira e internacional.
Em Um Homem Marcado por ETs o autor discorre sobre sua adolescência, seus primeiros contatos com UFOs e sondas, o grande encontro com Cabalá e as mensagens divulgadas por ela. O livro também possui um apêndice em que o corretor transcreve uma das três sessões de hipnose por qual passou. Quanto ao planeta Agali, até falecer Tasca não sabia exatamente onde estaria o mencionado mundo, se nas profundezas de nossos oceanos ou em algum universo paralelo. No entanto, o que mais importava para ele eram as advertências anunciadas pela mensageira. Mesmo após a publicação de seu livro, Tasca garantia a todos que ia continuar divulgando-as a todos os povos da Terra, sem desanimar. Foi o que fez até falecer.
A mensagem de Cabalá à Terra
É preciso que sejam imediatamente desativadas as armas de guerra capazes de acabar com qualquer espécie de vida aqui existente. Além de toda a sua apavorante e mortífera devastação, uma guerra nuclear total colocará a Terra fora da sua rota celeste e causará graves distú
;rbios à vida de mundos vizinhos, alguns em dimensões que o homem terrestre ainda desconhece. É preciso que sejam abolidas as dominações políticas, econômicas e financeiras de nações sobre nações. O imperialismo contraria o direito de igualdade dos povos e se constitui em uma nova e solerte modalidade de escravização.
É preciso que sejam preservadas a essência da vida humana e as suas funções naturais de reprodução. Em estrelas próximas e em outras inatingíveis ao homem atual, a vida surgiu do sopro do eterno espírito criador de todas as coisas, Deus, razão pela qual não deve ser objeto de experiências imponderáveis que terminarão em desastre genético irreversível. É preciso que, dentro do mais rigoroso critério de justiça e moral, com vistas à solução dos problemas sociais resultantes da proliferação humana desordenada, sejam instituídos órgãos que, por vias científicas naturais, planejem e executem programas de controle populacional e de melhoramento biológico do homem.
É preciso também que o homem conquiste outros mundos do universo e ali encontre lugares adequados para as suas futuras emigrações e novas fontes de energia e subsistências. Mas, antes, deve conquistar o seu próprio mundo, desvendando-lhe os enigmas que ainda existem na terra, no mar e no ar, conservando-lhe os elementos naturais de vital importância, defendendo-o da sutil pirataria do exterior e curando-lhe as imperfeições humanas do corpo, da mente e do espírito.
E é preciso ainda que, atendidas estas exortações, a humanidade esteja preparada para o período de extraordinários acontecimentos de que a Terra será palco dentro de pouco tempo. Os grandes eventos serão prenunciados por estranhas manifestações telúricas e sinais celestes de magnífico esplendor e inquietante beleza. Mestres da suma sabedoria tornarão a vir à Terra, renovarão ensinamentos maravilhosos e ajudarão a estabelecer nova sociedade política. Renascerá o paraíso terrestre, pleno de luz e amor. Então, através de meios e energias ora sequer supostos, o homem conhecerá os côncavo-convexos dimensionais da Terra, viajará às profundezas do universo e não sentirá o cansaço do tempo. E, como sublime conquista da capacidade criadora humana, será posta em ação a máquina do poder absoluto, engenho que, entre muitos outros prodígios, dará à espécie humana a visão mais feliz e assombrosa de toda a sua história: a ressurreição dos mortos na faixa dos quatro xis.