Em uma conferência de Ufologia realizada no Rio de Janeiro, ainda nos anos 80, eu havia apresentado uma palestra sobre regressão hipnótica aplicada à pesquisa ufológica e fiz referência ao trabalho do doutor Silvio Lago, conhecido hipnólogo de Niterói que lidava com pacientes que tiveram traumas após encontros com seres extraterrestres. Após a palestra, fui apresentada a três homens que se mostraram muito interessados em conhecer o hipnólogo, pois precisavam de sua ajuda na recuperação de memórias atingidas por uma amnésia parcial, adquirida durante uma viagem de caminhão nas estradas de Goiás, a 100 km de Conceição do Araguaia, no dia 25 de setembro de 1980. O fato a que Elias Seixas de Mattos, Guaraci de Souza e Alberto Seixas Vieira atribuíam a perda da memória acontecera quando eles voltavam de
uma longa viagem de Manaus.
Seixas tinha comprado uma filmadora com a qual se encarregou de filmar algumas paisagens durante o passeio — todos estavam ansiosos para voltar às suas casas, no Rio de Janeiro. Porém, certos fenômenos insólitos começaram a ocorrer durante o trajeto, como os faróis do caminhão piscarem sem parar e o motor emitir sinais de irregularidade. Assustado, Seixas desligou os faróis, mas eles continuaram a repetir o pisca-pisca com rapidez. Alguns minutos depois, o motorista ouviu uma estranha voz, como se alguém estivesse falando diretamente com ele. “Elias, quero te falar”, lembra-se de ter ouvido o motorista de caminhão. Ao mesmo tempo, ele sentiu na nuca uma sensação de que algo frio e líquido o estivesse pressionando e virou-se para Souza dizendo: “Olha, estou sentindo umas coisas estranhas. Vamos parar”.
UFO vermelho cor de fogo
Em um piscar de olhos, Souza e Vieira, que também estavam na boléia do caminhão, viram descer do céu em direção ao veículo um raio azul, que Seixas não viu. Então, os três saíram do caminhão e perceberam que, a pouco mais de 1,5 km de distância, havia algo que lhes parecia uma fogueira sem fumaça. Aquela estranha figura no campo — na realidade um objeto — tinha cerca de 1,5 m de altura por 6 m de largura e formato cilíndrico, como de um charuto. Seixas e Souza sempre desejaram ver um disco voador e acharam que ali, no sertão de Goiás, iriam ter tal oportunidade. Assim, resolveram ir sem medo ao encontro do UFO que, a cada segundo, emitia uma faísca de luz branca. É bom lembrar que o resto do objeto era vermelho, na cor de fogo.
Vieira, o terceiro passageiro do caminhão, no entanto, não teve a mínima intenção de se arriscar e tentou se proteger do que viesse a ocorrer, ficando atrás dos colegas. A luz branca piscou quatro vezes e Seixas filmou esse fenômeno durante oito segundos com sua câmera. Vieira entrou imediatamente em pânico e os três homens tiveram medo de ser abduzidos e nunca mais reverem suas famílias. Então, voltaram para o caminhão sem jamais imaginar o que estava por vir instantes depois. Seixas começou então a dirigir normalmente o veículo e Souza, sentado ao seu lado, segurava um chapéu de palha com as costas no banco do veículo. De repente, sem nenhuma explicação, o chapéu voou, mesmo não havendo qualquer sopro de vento. Seixas então parou o caminhão para o amigo buscar o chapéu na estrada. Este saiu do veículo e foi seguido pelo motorista, que deste momento em diante não se lembra de mais nada, além do fato de que naquela hora se sentia sonolento e com a cabeça pesada.
Ao longo da estrada, o trio cruzou com outro caminhão e perguntou a um homem se este tinha visto um disco voador ou algo parecido à frente. A resposta foi negativa, o que fez Seixas parar outro motorista e, desta vez, pedir informação sobre o roteiro que seguiam. Eles continuaram a viagem em direção a Guaraí, onde fariam a próxima parada de descanso. O trajeto deveria durar quatro horas, só que estava parecendo ser muito mais longo, demorando bem mais. Quando atingiram a cidade, Seixas, Vieira e Souza pensavam que fossem mais ou menos 23h30, hora programada para chegarem. Mas, para a surpresa de todos, quando perguntaram as horas no posto de gasolina, foram informados que já eram 04h30 da madrugada!
Mais tarde, naquela mesma manhã, quando foi abastecer o veículo, Seixas teve outra surpresa: o tanque de combustível estava praticamente cheio, faltando somente uns litros para que ficasse completo. Pela distância percorrida — 145 km — o caminhão deveria ter gasto no mínimo uns 20 litros de óleo diesel. Estes dois acontecimentos inexplicáveis preocuparam bastante os viajantes e, de alguma forma, ligaram isso ao fato de que estavam bastante sonolentos durante o último trecho da viagem. Na manhã seguinte, prosseguiram no itinerário previsto: Brasília, Belo Horizonte e, finalmente, Rio de Janeiro. Esta parte da viagem deveria ter levado no mínimo 20 horas, mas a fizeram em apenas 12 horas, não sabem como. Sem falar que, dois dias após a chegada ao Rio de Janeiro, Seixas descobriu ter gasto em combustível 12 vezes menos em dinheiro do que deveria, e isso também o deixou perplexo.
Fenômenos insólitos e inexplicáveis
Só que as estranhezas não pararam por aí. Pouco antes de concluir a viagem, mais precisamente em Duque de Caxias, Seixas deixou Souza em casa e, ao descarregar as bagagens, os faróis começaram a piscar rapidamente, como já havia acontecido antes. Ao ver isso acontecer, a esposa de Souza começou a ralhar, pedindo a seu filho que parasse com a brincadeira. Seixas foi embora intrigado e, ao chegar em casa, teve mais uma surpresa ao descer do caminhão: o capô levantou sozinho uns 20 cm, batendo com força ao se fechar novamente. Isso era mais inusitado ainda, pois como o capô estava enferrujado, o motorista sempre tinha certa dificuldade para abri-lo. Para complicar, outro fato estranho, porém bem mais simpático, se deu quando Seixas percebeu que um quisto que possuía em uma das mãos havia desaparecido — para sempre.
Era uma espécie de verruga de nascença que o motorista tinha e que, depois dessa série de estranhas ocorrências na viagem, simplesmente sumiu. Ansiosos por respostas, os três homens tentaram então a regressão hipnótica com a ajuda do doutor Silvio Lago. Queriam saber por que não conseguiam se lembrar de nada daquela noite e descobrir no que consistia aquela experiência tão incomum — os faróis piscando, o chapéu de palha voando sozinho, o capô batendo etc. Haviam relatado tais fatos somente aos familiares e a um amigo, quando encontraram esta autora no referido simpósio e resolveram confiar a mim a pesquisa do caso, sendo qu
e fui a primeira a analisá-lo em seus mínimos detalhes. Marcamos uma consulta com o doutor Lago, que tem extenso currículo de hipnose em vários contatados e abduzidos brasileiros.
Estado de imponderabilidade
Quanto à crença dos envolvidos, é importante citar que, na época, Elias Seixas e Alberto Seixas Vieira eram protestantes e Guaraci de Souza, espiritualista. A primeira regressão hipnótica, efetuada no consultório do doutor Lago, em Niterói, produziu resultados diferentes em cada um dos três abduzidos, todos surpreendentes. Seixas foi o primeiro a ser testado e também o que mais informações conseguiu revelar. Ele entrou facilmente em hipnose profunda, descrevendo o local em que se encontrava, dentro de um aparelho metálico em formato de ovo, flutuando em estado de imponderabilidade e de cabeça para baixo. De repente, segundo narrou o hipnotizado, rodopiava até a base do objeto, onde havia uns degraus que o conduziram para uma grande sala circular com uma mesa de apoio que acompanhava a volta da parede.
À frente de Seixas, no seu lado oposto, estava sentado um ser que manobrava algumas alavancas de várias cores. A sala onde estava o abduzido, dentro do UFO, era toda branca e aquela entidade vestia um macacão amarelo. Cautelosamente, Seixas se aproximou dele, mas ele continuou seu trabalho sem se virar. A esta altura da sessão hipnótica, disse ao doutor Lago que estava com medo. “Estou com medo, o que devo fazer?”, perguntou. “Faça perguntas ao ser”, respondeu o hipnólogo. Daí, Elias Seixas deu uma descrição mais detalhada do que estava ocorrendo, segundo revivia os fatos sob hipnose:
“O ser não me responde. Só vejo que está vestindo uma indumentária colante, tipo borracha, que o cobre todo, inclusive a cabeça. Meus braços ficaram dormentes. Estou tentando me aproximar, mas não consigo. É como se houvesse uma parede invisível. Agora ele está de pé e há uma janela à sua direita. O ser está me olhando com seus olhos estranhos, grandes e rasgados horizontalmente. Eles não têm pupilas e são de cor lilás. Seu nariz é longo, afilado e sua boca, apesar de possuir um formato bonito, não tem lábios”.
Devido à vestimenta que cobria todo o corpo do ET, Elias Seixas não viu se tinha orelhas, mas conseguiu enxergar uma parte do pescoço através de uma abertura triangular no tecido que o vestia. Portava um cinto alto com uma placa de luzes multicoloridas. Seus braços eram exageradamente longos, com mãos finas — cada uma com cinco longos dedos. Era alto, com aproximadamente 2 m de altura — enquanto Seixas media 1,7 m. O ser apontou para a janela, como se estivesse chamando por Seixas, que resolveu ir ao seu encontro e observar o que se passava do lado de fora da nave. “Vi três esferas muito grandes e coloridas, e olhei também estrelas cruzando rapidamente sobre o fundo azul do céu”, disse o hipnotizado.
Após ter mostrado a paisagem ao abduzido, o alienígena foi embora sem responder as inúmeras perguntas que Seixas lhe fizera. Ao fim dessa primeira sessão de hipnose, Seixas conseguiu se lembrar de mais alguns detalhes, acrescentando às suas declarações que o extraterrestre possuía em seu cinto luzes coloridas que pareciam estar em sintonia com as luzes do painel de controle e suas pequenas alavancas. Seus pés apresentavam um arco muito pronunciado e eram cobertos com o mesmo tecido da roupa que vestia o resto do corpo. Já em uma segunda sessão hipnótica, realizada em 09 de outubro de 1981, novamente no consultório do doutor Silvio Lago, novos fatos puderam ser apurados. Para essa sessão, o médico chamou o astrólogo e escritor norte-americano Gary Dale Richman, que então residia no Rio de Janeiro, para participar do procedimento.
Sem conseguir movimentar os braços
O abduzido Elias Seixas repetiu a narração de sua tremenda experiência desde o exato momento em que entrou no objeto em forma de ovo, mas ainda acrescentou vários detalhes. Por exemplo, disse que o artefato rodopiava sem parar e que em seu interior havia uns degraus cobertos com uma espécie de tapete vermelho que levavam a uma sala cujo teto lhe pareceu rebaixado. Naquele exato momento, o abduzido sentia muita dor no peito e não conseguia movimentar os braços, embora as pernas funcionassem. A pedido de um tripulante, Seixas olhou pela janela e ficou muito assustado ao perceber que estava a uma grande altura do solo. Resolveu perguntar ao extraterrestre de onde ele provinha e obteve a seguinte resposta: “De um lugar cheio de luz!”
Neste momento da hipnose, o doutor Lago pediu que o paciente fizesse uma descrição mais detalhada de seu abdutor: “Fale mais sobre esse ser que estava perto de você”. E Seixas: “Ele tem olhos puxados, com a esclerótica branca e as pupilas de cor lilás. São olhos que parecem ser feitos de fogo. É como se houvesse uma tocha dentro deles. Seus braços são muito longos, mais longos que os meus”. No momento em que começou a falar dos olhos, Elias Seixas ficou agitado e fez uma declaração que modificou a narrativa a respeito dos olhos do extraterrestre feita na hipnose anterior, quando foram descritos como sem pupilas. Nesta hora, a hipnose mudou repentinamente a lógica de seu decorrer e Seixas começou a dizer várias vezes a frase “é muito grande, é muito grande”.
Esta mudança de atitude demonstrava que o abduzido poderia ter sido transportado para outro lugar naquele momento, conseguindo descrever o que viu ao doutor Lago e às outras pessoas que se encontravam no consultório. “O que está acontecendo?”, perguntou o doutor Silvio Lago. “Aqui não há árvores, as coisas estão envoltas em [Não consegue concluir a frase]. Agora estamos próximos. Espere um pouco, há pessoas. Eu vejo muitas pessoas. Todos estão trabalhando, são pequenos. Chegamos. Todos têm a cabeça abaixada. É interessante, eles andam assim [Demonstra como]. Suas cabeças são diferentes das nossas: são grandes, maiores que seus corpos. Ele [Seu abdutor] não me deixa tocá-los. Ah, como gostaria que deixasse. Ninguém olha para mim, ninguém me vê, eles são muito pequenos”.
Vendo o progresso da narrativa do abduzido, o hipnólogo pediu que continuasse, e Elias seguiu: “Aqui não há luz nenhuma. Mas, espere, agora apareceu uma luz grande andando e todos correm ao encontro dela. Deve ser um trem ou algo parecido. Eu estou com o pé embaixo da marquise, mas ninguém me vê”. Elias Seixas estava preocupado com o fato de nenhum ser daquele lugar conseguir vê-lo. Isso nos levou à conclusão de que ele deveria estar em outra dimensão da matéria que não
a nossa. Podemos ousar dizer que, embora tudo o que via naquela dimensão fosse real, Seixas não era real para os ETs — da mesma forma que, quando somos visitados por extraterrestres, muitas vezes não conseguimos enxergá-los, pois se encontram em outra dimensão.
Naquele momento, Elias Seixas descreveu a marquise em que se encontrava quando interrompeu para dizer que estava com sede. Foi então interpelado por Richman, que estava presente na sessão e lhe sugeriu que pedisse ao seu abdutor para fazer algo que saciasse sua sede. A resposta foi surpreendente. “Peça ao ET para saciar sua sede”, pediu Richman. “Ele colocou a mão no meu ombro e a sede passou. Agora ele está me mostrando tudo. Esta é uma rua estreita, tem mais ou menos 1,5 m de largura. Espere aí, tem alguém chegando. É alguém como eu e está vestindo camisa. São duas pessoas, um é negro e outro é branco. Só que ele [O abdutor] não permite que eu me aproxime”. Neste ponto, Seixas se revoltou com tal atitude e começou a reclamar, soluçando desesperadamente. “Por que fizeram isso? Eu queria apenas perguntar por que eles também estavam aqui”.
“Homenzinhos andando por aqui”
O experiente doutor Silvio Lago deu comandos hipnóticos para que o abduzido se soltasse e falasse mais: “Tudo bem. Descreva as redondezas de onde você se encontrava”. E Elias Seixas faz o que lhe foi pedido: “Estou em pé sob uma marquise de um edifício alto. Há uns homenzinhos andando por aqui, que parecem feitos de material plástico, pois são cinzentos. Há também uma ‘loja’ que está fechada. Não consigo colocar os pés no chão, meu corpo está muito leve”. Esse detalhe é mais uma clara evidência de que ele realmente deveria estar em uma espécie de outra dimensão. “Que diferença existe entre isso e um sonho?”, perguntou o doutor Silvio Lago. “Um sonho? Um sonho é apenas um sonho”. A declaração fez surgir uma série de perguntas entre nós, que acompanhamos o caso passo a passo. Que situação seria aquela? Temos que admitir a existência de outras realidades, tão reais quanto a nossa — não há alternativa. Mas isso nos leva longe em nossas suposições.
Elias Seixas nos informou que permaneceu por um longo tempo naquele lugar, sem especificar quanto tempo era esse, e que as “lojas” — ele agora as mencionava no plural — começaram a ser abertas. Falou também que seu abdutor o deixou só por alguns segundos e disse que, “quando ele me deixa só, meu braço fica dormente. Estou cansado, eu sei que devo ir embora”. Nesse instante, outro ser, parecido com o que acompanhava Seixas, apareceu e o levou para um lugar onde havia muitos UFOs metálicos, circulares, azuis e verdes, todos apoiados sobre hastes. Então mandaram-no subir uns degraus e entrar em um deles através de uma porta que se fechou após ele passar.
Uma viagem a outras dimensões
Dentro daquela pequena nave, Elias Seixas descobriu a existência de um piloto, com quem o abdutor trocou algum tipo de comunicação. O primeiro estava sentado de costas para o abduzido, mas mesmo assim era possível notar que era do mesmo tipo que o abdutor. O ser ficava sentado em um compartimento de formato triangular e à sua frente havia uma tela parecida como a de uma TV. Mais tarde, Seixas descobriu que existiam 16 compartimentos na nave, todos de formato triangular e formando um complexo parecido com o desenho de uma bússola. O piloto, cujas feições ele não viu, ficava observando a tela e permitia que Seixas também o fizesse — juntos viram uma praia a grande distância. Seixas estava sendo levado de volta e percebeu estar se distanciando do planeta deles que, conforme a nave se afastava, ia se tornando apenas uma grande esfera no espaço.
O ser tem olhos estranhos, grandes e rasgados, sem pupilas e de cor lilás. Seu nariz é longo, afilado e sua boca, apesar de possuir um formato bonito, não tem lábios
Segundo Elias Seixas, o piloto era “boa praça” e até conversava com ele em português, fazendo brincadeiras para descontrair a viagem. Este tripulante se comunicava sem movimentar os lábios, exceto quando ria, momentos esses em que Seixas pôde ver seus dentes. Na tela de TV apareciam, agora, o mar e umas praias com muitos coqueiros — mas não se tratava do Brasil. Seixas viu carros e muitas pessoas olhando para cima e apontando em direção ao UFO. Estavam de bermudas, queimadas de Sol, uns correndo para se esconder, outros acenando. Seixas se lembrou de ter visto esse tipo de pessoas em algum filme. Naquele momento do transe hipnótico, interessei-me em conhecer melhor o piloto da nave e perguntei algumas coisas a Seixas, sob hipnose.
Irene — Seria uma nave este objeto no qual você está viajando?
Seixas — Claro que é uma nave e estão me mostrando vários lugares do planeta Terra. Acabei de passar pelo Haiti, onde vi, além das praias, muitos navios no porto.
Irene — Como é o rosto do piloto? É diferente do outro humanóide que lhe acompanhava?
Seixas — Seu rosto é mais arredondado e os olhos não têm o mesmo brilho. As pupilas são pretas, têm pálpebras e sobrancelhas. Não possui barba, seus lábios são finos e há um buraco no queixo. Não é possível observar a coloração da pele, pois a cabeça e todo o corpo estão cobertos por uma vestimenta de um material parecido com borracha.
Irene — Como Acabou a viagem?
Seixas — O homem me disse para abrir a porta e saltar. Aí acabou. Acabou tudo. Quando desci, o piloto me agradeceu, disse que gostou de mim e estava satisfeito.
Irene — Ele disse se voltaria algum dia ou se você passaria novamente por alguma experiência assim?
Seixas — Minha cabeça dói muito agora. O ser está dizendo que devo ir embora agora. Está dizendo que preciso ir embora. Tchau. Agora ele fala que ainda vamos nos encontrar um dia.
Irene — Você acredita nisso?
Seixas — Claro que sim. Ele prometeu e disse que virá quando eu menos esperar. Se ele vier eu irei e terei mais coragem. Mas poderia então nunca rever minha filha. Eu a amo tanto [Seixas se emociona muito neste momento].
Richman — Você disse que, quando estava com sede, ele colocou a mão no seu ombro e a sede passou. Isso aconteceu mai
s vezes?
Seixas — Deixe-me ver. Ah, sim. Ele colocou algo aqui em meu peito, algo pequeno que parecia ser de metal cromado. Estou cansado. O objeto tinha a grossura de um dedo e ficou colado em meu peito, colado à pele.
Richman — Deixou alguma marca? Tinha alguma finalidade?
Seixas — É para ele poder me localizar, para poder contatar-me.
Richman — E quanto a seus amigos, eles te viram descer?
Seixas — Não, não me viram, porque eles estavam falando que já era de dia.
O ano da abdução de Elias Seixas foi 1980 e muitos dados citados neste relato eram novos para nós, como, por exemplo, o da promessa de voltar para buscar o abduzido e o aviso que o encontrariam onde quer que estivesse. A pesquisa das abduções alienígenas ainda estava em seus momentos mais tenros e precisávamos aprender muito com os casos ufológicos que fossem aparecendo. Hoje sabemos que famílias inteiras são levadas por ETs. Mas, naquela época, três pessoas juntas serem abduzidas era algo inédito. E não estou incluindo neste trabalho o relato fornecido sob hipnose dos outros dois integrantes da abdução, Guaraci de Souza e Alberto Seixas Vieira, que descreveram menos detalhes do que Seixas por causa do medo que sentiram na ocasião — um fator que contribui para que os
relatos se tornem mais distorcidos.
Objetos experimentais de ETs
Souza, por exemplo, sequer conseguiu regredir hipnoticamente, apesar de todas as tentativas do doutor Silvio Lago. Ele não entrou em transe. E quanto ao objeto colocado no peito de Elias Seixas, soubemos mais tarde que se tratava de um implante, destes que em outros casos são colocados nos ouvidos ou cavidades nasais das vítimas [Veja box]. O desejo dos ETs de conseguirem se comunicar conosco e manter contato com um ser humano escolhido por eles demonstra claramente que somos objetos experimentais diante de suas inteligências.
Mas muitas perguntas permanecem em aberto. Entre elas, qual seria a finalidade disso tudo? Não há mais dúvida de que nossos visitantes extraterrestres fazem experiências genéticas conosco, como a extração de sêmen e óvulos humanos para engendrar novas raças ou reparar outras defeituosas [Veja detalhes no DVD Levados, código DVD-031 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Mas quem se beneficiaria com isso? Elias Seixas foi abduzido novamente e lhe foi extraído esperma em uma operação dolorosa, que o deixou impotente durante semanas. No entanto, passou a desenvolver poderes de cura e todos os dotes paranormais que são o corolário das abduções. Ele segue sua vida normalmente.