O sistema, em torno da estrela OGLE-2006-BLG-109L, é mais compacto que o nosso e está a uma distância de cinco mil anos-luz. “É como uma versão em menor escala do nosso Sistema Solar”, disse o astrônomo Martin Dominik, da Universidade St Andrews. “Encontramos um com dois planetas e com papel semelhante ao que Júpiter e Saturno desempenham no Sistema Solar. A estrela em torno do qual eles orbitam tem metade da massa do Sol, e estão a uma distância metade do que Júpiter e Saturno mantêm do Sol.” Segundo o pesquisador, a descoberta sugere que sistemas planetários como o nosso são mais comuns do que se imagina. “Eles podem ter se formado de maneira semelhante ao que ocorreu em nosso sistema. Se for o caso, o Solar pode não ser o único no Universo. Deve haver outros similares abrigando planetas como a Terra.”
Embora quase 300 planetas extra-solares já tenham sido identificados, os astrônomos nunca conseguiram encontrar sistemas planetários semelhantes ao Solar. Pelo que se sabe apenas 10% dos até agora descobertos abrigam mais de um planeta, disse Dominik. Entretanto, a uma platéia presente no encontro nacional da Royal Astronomical Society, em Belfast – Irlanda do Norte -, na qual o astrônomo afirma que os cientistas estão próximos de encontrar outros semelhantes ao nosso. Segundo Dominik, a técnica tradicionalmente aplicada para identificar planetas tende a detectar grandes satélites de gás orbitando a uma curta distância de suas estrelas-mãe. Os astros em torno da OGLE foram identificados através de uma nova técnica, que utiliza lentes gravitacionais. Dominik afirmou ainda que os avanços tecnológicos devem fazer com que “em breve” novos sistemas planetários sejam descobertos. O objetivo dos cientistas, ele acrescentou, é encontrar corpos como a Terra ou Marte. “Mas dificilmente esse tipo de descoberta será feita na órbita da OGLE-2006-BLG-109L, porque o sistema está muito distante para permitir a observação de planetas do tamanho do nosso” finalizou.