Conceituarmos o que seja Ufologia contemporânea é tarefa bastante difícil. Poderemos, no máximo, afirmar que é uma estranha e nova corrente a interferir em conceitos sociais, filosóficos, científicos e religiosos, todos cristalizados em posicionamentos quase que inarredáveis.
O ufólogo Luiz Gonzaga Scortecci de Paula, em artigo publicado na extinta revista Ufologia Nacional & Internacional (5), precursora de UFO ESPECIAL, sobre as correntes de pensamento e as práticas da pesquisa ufológica no Brasil, apresentou-nos uma definição bem interessante:
“As correntes de pensamento da Ufologia Brasileira se dividem em dois grandes grupos: a “UFO-logia” e a “Vimano-sofia”. A primeira ainda se dividiria entre cientifica e paracientífica, cada qual com divisões ele grupo, mas esta se refere exclusivamente aos contatos que vêm sendo mantidos com seres extraterrestres e sua investigação, em escala ordinal. Já a segunda, a “Vimano-sofia”, refere aos contatos psíquicos e pessoais com seres extraterrestres, em escala alfa-numérica. Suas divisões seriam: avançada, mística ou transcendental e esotérica ou “iniciática” (vide quadro).
A Ufologia pode vir à tona de muitas formas, místicas ou científicas, filosóficas ou tecnológicas, mas sempre trará consigo o germe da mutação, a necessidade de que o homem tem no sentido de adaptar-se a uma nova realidade que começa a afrontá-lo diretamente. Não importa a espécie e natureza da corrente; nada fica exatamente como antes quando um fenômeno ufológico nos envolve.
Podemos dizer que a Ufologia é tão antiga quanto o homem e que um dos primeiros pesquisadores foi o personagem bíblico Ezequiel, que, no livro do Antigo Testamento que leva o seu nome, narra com riqueza de detalhes um provável encontro com seres extraterrestres que pilotavam uma estranha máquina aérea. No decorrer do contato, Ezequiel foi admitido na Morada dos Deuses, um local imenso e, ao que parece, completamente fora das possibilidades da engenharia daquela época, que alguns estimam em 592 a.C. Desse grande edifício, Ezequiel forneceu-nos uma excelente descrição, tão perfeita como a referente à máquina aérea. O aspecto importante dessa narrativa reside no fato de que, milênios após, o cientista Joseph F. Blumrich, chefe do Departamento de Projeção e Construção da NASA, resolveu dar crédito às palavras de Ezequiel e transformá-las em realidade. O veículo descrito por Ezequiel transformou-se, para nosso espanto, em um moderno artefato aéreo, como tantos outros que cruzam diariamente nossos céus.
Estamos, porém, abordando o assunto da Ufologia contemporânea, do que acontece em nossos céus e, na maioria das vezes, debaixo deles. Ezequiel nos interessa apenas peta possibilidade de demonstrarmos que podemos, com a ciência do século XX, buscar a realidade de um passado que foge das linhas da história clássica e talvez nos leve de encontro ã verdade. E possível que a chamada Ufo-Arqueologia, descompromissada, por enquanto, com as ciências oficiais, como de resto ocorre com quase todo o movimento ufológico, informe a nós, do século XX, o que houve no longínquo passado.
Sabemos, hoje, mais sobre o passado do que os próprios humanos daquela época. Olhamos o passado como se estivéssemos no alto de uma torre, percebendo mais o conjunto do que pequenos detalhes sem importância. Da mesma forma, o espaço nos dá uma chance idêntica. A partir de naves orbitando em volta da Terra, poderíamos observar antigas formações artificiais que jamais seriam percebidas por alguém à superfície. Os estranhos desenhos da planície de Nazca, no Peru, são um excelente exemplo, já que somente a partir de determinada altura é que se pode visualizar os enigmáticos traçados. O que teriam sido? Que civilizações os teriam feito? Somente o tempo poderá, com a sua calma e sabedoria, dizer.
As chances de resgatarmos do passado informações científicas preciosas — e há muito procuradas — são imensas. Cientistas americanos, completamente desvinculados com a religião cristã, conseguiram nada menos do que uma projeção tridimensional das marcas do famoso Sudário de Turim, que a Igreja Católica garante conter a efígie de Jesus Cristo. Feito excepcional, fruto da tecnologia de ponta de nosso século, mostra os limites que poderemos atingir na busca da verdade perdida nos milênios passados. Alguns ufólogos, certamente ligados ao Esoterismo, afirmam que, nas proximidades da pirâmide de Quéops, no Egito, estaria enterrada nas areias uma espécie de aeronave, Vimana, origem principal das lendas árabes que culminam nos lendários tapetes-voadores. E isso particularmente nos leva a vislumbrar possibilidades imensas. Não foi necessário um engenheiro da NASA para que déssemos credibilidade às palavras de Ezequiel? E isso vem num momento em que novas informações arqueológicas sobre o passado egípcio, antes de trazerem um pouco de luz, jogam mais dúvidas sobre o porquê das megalíticas formações deixadas à posteridade.
Mas nem só de passado vive a Ufologia. No momento, talvez o que acontece em nossos céus seja mais importante do que aquilo que ocorreu há milênios. E claro que os fatos do passado podem resolver uma infinidade de problemas e dúvidas quanto à nossa própria existência, mas as de agora, reais e concretas, afetam-nos mais diretamente. Os UFOs estão aqui e agora, e tal como aqueles do passado, também não conseguimos entendê-los, e sequer conseguir a prova oficial de sua existência, o que é um incompreensível paradoxo perante o fato de que as observações, estatisticamente falando, aumentam a cada dia que passa.
Infelizmente, parte da responsabilidade do próprio mistério cabe ao homem e não aos alienígenas. Nada impede que o passado seja remexido e que até mesmo um pesquisador mais acurado demonstre que o elo perdido que completaria as teorias darwinianas, tenha a sua origem nos viajantes cósmicos, aqui chegados como náufragos do espaço, ou, numa visão próxima da ficção científica, como engenheiros genéticos dispostos a dar um “impulso extra” ao trabalho evolucionário da natureza. Não existem interesses imediatos ou, pelo menos, pragmáticos, nos vestígios do passado, mu
ito embora ele possa representar um rico manancial para a ciência contemporânea. Ninguém luta por dados históricos, exceto aqueles que, movidos por uma espécie de vaidosismo acadêmico, buscam novos esclarecimentos. Retornando à passagem bíblica narrada por Ezequiel, somente veríamos um interesse científico maior na hipótese em que ela fosse mais rica de informações, que desse condições a que fosse construída uma nave interestelar, ou, pelo menos, uma que nos levasse mais rápido e com segurança até a Lua. Se a hipotética Vimana enterrada no Egito fosse retirada incólume das areias do deserto, certamente veríamos uma verdadeira corrida às fontes do passado, que, em tais circunstâncias, adquire um grande peso. É como o caso dos galeões espanhóis que afundaram nas proximidades da América do Norte, cujo aspecto histórico interessa somente quando é possível determinar, com exatidão, o local dos naufrágios. E apenas aos caçadores de tesouros.
O segredo dos UFOs que cruzam os nossos céus é tão bem guardado como os avanços nucleares. Sabemos que as bombas existem para quem estão apontadas, que o mundo inteiro pode explodir completamente, mas desconhecemos como funcionam tais artefatos. Na Ufologia vemos algo semelhante, vemos os UFOs nos céus com nossos próprios olhos, que representam a melhor forma de testemunhos de que necessitamos para o nosso próprio convencimento, mas tudo é feito de forma a que nos julguemos vítimas dc ilusões, que nossos sentidos físicos foram atraiçoados. Vários são os motivos causadores disso, alguns até bem pragmáticos e verdadeiramente imorais. Temos de partir, com todas as nossas forças, dc uma premissa básica e que jamais poderá recuar um milímetro de sua posição: a de que os UFOs são reais! Somente depois poderemos partir para outras premissas, não menos importantes mas que dependem totalmente da primeira.
As perguntas são muitas e as respostas poucas, ou quase que inexistentes. Neste assunto, quem sabe fala pouco e ainda impede que os outros digam alguma coisa. Um simples “ufólogo de fim-de-semana”, que luta com total carência de recursos, pode, sem que o saiba, estar intrometendo-se em áreas classificadas como ultra-secretas. Ao procurar dados acerca de um evento ufológico qualquer, tal pesquisador poderia alcançar fatos com os quais ele jamais poderia sonhar, como a possibilidade de saber que as forças armadas de seu país estariam mantendo, sob o mais completo sigilo, corpos de extraterrestres mortos em acidentes com suas espaçonaves. O caso de Roswell, ocorrido no ano de 1947 no Novo México, Estados Unidos, é um claro exemplo. Conforme foi possível investigar, uma espaçonave alienígena enfrentando problemas mecânicos — o termo mecânico refere-se tão somente a uma analogia com nossas espaçonaves — chocou-se com o solo, oportunidade em que a Força Aérea dos EUA recolheu destroços e corpos. Tudo foi feito para desmentir o ocorrido e formar uma aura de desconfiança à volta das testemunhas, no que houve muito eficiência, já que até hoje só se conseguiu uma série de dados que não chegam à veracidade do ocorrido. Felizmente, alguns episódios do ocorrido não puderam ser camuflados, como a declaração do Tenente Walter Haut, oficial de informações da Base Aérea de Roswell, divulgada sem a chancela do comandante Willian Blanchard:
“Base Aérea de Roswell, Roswell, NM.
“8 de julho de 1947.
“Os diversos boatos relativos aos discos voadores tornaram-se ontem uma realidade quando o setor de informação do 509º Grupo de Bombardeio da VIII Força Aérea, Aeroporto Militar de Roswell, teve a sorte de tomar posse de um disco, graças à cooperação de um fazendeiro local e do gabinete do xerife de Chaves County.
“O objeto voador pousou em uma fazenda das proximidades de Roswell no decorrer da semana passada. Como não tinha telefone, o fazendeiro guardou o disco até poder entrar em contato com o gabinete do xerife, que por sua vez notificou o Major Jesse A. Marcel, do Setor de Informação do 509e Grupo de Bombardeio.
“Providenciou-se imediatamente para que o disco fosse recolhido na residência do fazendeiro. Examinado na Base Aérea Militar de Roswell, foi mais tarde confiado pelo Major Mareei «j autoridades competentes”. (6)
Como sempre, a área oficial logo providenciou o desmentido às palavras do apressado tenente, dizendo que o objeto recolhido fora identificado como sendo um balão meteorológico, tipo de artefato que durante muitos anos serviu para justificar as observações efetuadas no mundo inteiro. Nunca algo serviu tão bem aos interesses das forças armadas…
Felizmente, os UFOs parecem não muito inclinados ao contato com representantes de quaisquer países. Assim, a verdade poderá vir mais facilmente à tona, muito embora os ufólogos privados não disponham de meios adequados a esse tipo de pesquisa. Entretanto, como o mistério, diante de tudo o que já ocorreu nesse controvertido campo, aparenta estar centrado do lado errado, isto é, do lado dos homens e não dos alienígenas, tais dificuldades poderiam ser facilmente supridas, bastando que algumas informações classificadas como altamente secretas fossem liberadas a grupos de ufólogos idôneos. Quem sabe até mesmo seria possível entender as razões que levam ao silêncio por parte das autoridades e, juntos, prosseguirem com o mistério até que a Humanidade esteja pronta para absorvê-lo em condições que não termine cm trauma coletivo. Em certos casos é melhor contar com a ajuda de um pesquisador solitário, trazê-lo para o nosso lado e mostrar-lhe todas as razões do silêncio, do que permitir que ele chegue sozinho à solução do enigma e termine por arranjar problemas para todos. Se eu penso que a bomba atômica é um perigo c que um indivíduo, trabalhando sozinho, está próximo de alcançar o meio de fabricá-la, desconhecendo, porém, as razões de que disponho quanto à ameaça ao mundo inteiro, certamente ele ficará bem melhor ao meu lado. O que não se deve é permitir que um assunto dessa natureza fique confinado única e exclusivamente ao meio militar, o qual, sem dúvida alguma, prepara-se continuamente para a guerra e jamais para a paz. Somente poderíamos admitir uma situação dessas a partir do momento em que ficasse comprovado, sem qualquer dúvida, que o planeta está seriamente ameaçado por forças alienígenas, o que até agora ninguém demonstrou.
Diante de um quadro dessa natureza, resta ao ufólogo amador a análise de condições menores que sobram de grandes eventos. Assim, um pesquisador tem de recorrer aos testemunhos indiretos, relatos de pessoas que, na maioria das vezes, não possuem sequer a capacidade de descrição do que viram. Daí a fragilidade dos eventos examinados por pesquisadores independentes perante a avalanche de contra-informações oficiais oriundas de setores que dese
jam a mais completa manutenção do segredo ufológico. Entre o depoimento de um analfabeto e os dados de radar, é óbvio que a verdade será sempre aquela que revestir-se de dados mais convincentes, altamente tecnológicos, que jamais poderá ser contradita.
Aparentemente não corremos um risco imediato à segurança do planeta. Se pudéssemos ter a certeza de que essa é a preocupação dos militares, aceitaríamos de bom grado o mistério que envolve a ação oficial. Até ficaríamos satisfeitos com o fato de que há uma preocupação relativa à nossa segurança física. Mas, quando observamos que o armamentismo, sob todas as suas formas, assola as nações do mundo, gerando gastos já calculados em milhões de dólares por hora, perdemos a esperança de que a segurança do planeta seja a prioridade número um. Capturar um UFO é, sem sombra de dúvida, um objetivo de caráter nitidamente armamentista, ao qual somente interessa a possibilidade de um salto tecnológico que projete militarmente a nação que conseguir isso. Que rumos poderia tomar a Humanidade? Certamente imprevisíveis e perigosos para a nossa evolução. O homem não está preparado para um passo dessa natureza e terminaria por colocar fogo no planeta.
O assunto UFO não deve, de maneira alguma, ficar confinado exclusivamente ao meio militar
Temos, então, um verdadeiro caudal de correntes ufológicas, onde parece que os meios governamentais já levam uma dianteira incrível sobre os pesquisadores independentes, o que compromete por completo um lado que não poderia ser suprimido. Os militares, por exemplo, têm os recursos tecnológicos, as instalações apropriadas e a possibilidade de impor o segredo e punir quem o revele. Aos demais restam migalhas, porém sobram-lhes alternativas que o meio oficial dificilmente alcançará, como o fato de que aqueles são ufólogos por convicção, por amor ao que fazem e à verdade. Um estudioso ligado ao governo, no entanto, poderá exercer as suas funções sem necessitar, em nenhuma ocasião, de acreditar no que faz. Entre um e outro, ficamos com aquele que tiver uma motivação interior, já que parece mais do que evidente que um contato definitivo, se houver, será feito com pessoas do povo, jamais com militares armados.
Nos capítulos anteriores, deixamos bem salientado o fato de que a Ufologia provoca em todos nós profundas alterações de ordem espiritual. Isso não tem nada de anti-científico ou ilógico, pois a ameaça nuclear também desencadeia reação semelhante e ninguém a contesta. E os “contatados”, que não foram muitos, deram indicações quanto a esse aspecto que nos deixa muito pensativos. Havendo uma superioridade tão grande por parte dos extraterrestres, em relação ao ser humano, por que ainda não houve uma invasão, o completo domínio do planeta? Estará no militarismo ou no misticismo a resposta ufológica? Seriam os ufonautas nossos parentes cósmicos? Cada um deverá rever seus próprios conceitos a esse respeito e determinar, com clareza, o que espera da Ufologia. Antes dessa etapa, os pesquisadores independentes poderão ficar tal qual uma garrafa arrastada pelas correntes oceânicas: um dia, talvez, alguém arranque a rolha e leia a mensagem que está do lado de dentro.
Algumas das características mais marcantes dos ETs são:
• crânio extremamente desenvolvido e de tamanho desproporcional em relação ao corpo
• baixa estatura — normalmente apresentam-se entre 90 cm a 1,20 m
• corpos frágeis, de estrutura extremamente delicada
• seus órgãos faciais parecem ser extremamente desenvolvidos em relação aos nossos
• boca sem função, atrofiada
• ouvidos sem função, também atrofiados — devem se comunicar telepaticamente
• olhos profundos e de visão de 180 graus.