Mucugê é uma pequena cidade encravada entre serras a 1.000 m acima do nível do mar, situada em plena Chapada Diamantina, a aproximadamente 490 km de Salvador e 320 km do litoral em linha reta. Isso que lhe empresta um clima quente no verão, durante o dia, e frio no outono e no inverno. Desde o mês de setembro de 1994 até esse exato momento, esta pequena e pacata localidade está sendo palco de uma significativa onda ufológica cheia de episódios de grande valor para a casuística.
A Vila de Mucugê, como é seu nome original em língua indígena Tupi, foi no passado uma grande cidade fundada a partir da descoberta de diamantes e ouro por um indivíduo conhecido como Cazuzinha do Prado, um bandeirante e garimpeiro que atuou nas margens do Rio Mucugê [Editor: a palavra vem do nome de uma fruta silvestre natural da região]. Sua fundação é antiga, datando do ano de 1847, época em que a povoação, com mais de 150 anos de história, alcançou seu apogeu econômico, social e político por suas riquezas minerais. Mucugê chegou a ter 8 mil habitantes no século passado, porém experimentou o declínio quando a febre do ouro e dos diamantes exauriu-se.
Mucugê é uma cidade colonial que surgiu do garimpo. A cidade foi construída em estilo barroco e possui um famoso cemitério, em estilo bizantino, célebre nacionalmente por ter sido cenário da novela Pedra sobre Pedra, da Rede Globo. Mucugê, juntamente com Lençóis, Morro do Chapéu, Andaraí e Palmeiras — outras cidades da região da Chapada forma o conjunto de cidades históricas do garimpo e do ciclo de ouro e diamantes da Bahia. O padroeiro da cidade é São João Batista, sendo sua benção à cidade comemorada sempre no dia 24 de junho, coincidentemente também conhecido como o dia mundial da Ufologia…
A cidade possui hoje, na parte urbana, 2 mil habitantes. É encravada num planalto pedregoso e seus habitantes usam muita pedra como matéria prima em suas construções, desde muros, cercas, alvenaria, calçamentos até paredes. Mucugê tem na agricultura irrigada e no turismo emergente suas principais vocações econômicas. O município produz café, soja, feijão, cana-de-açúcar e batata inglesa — deste tubérculo, a cidade é a maior produtora do Norte e Nordeste brasileiros, com 5 mil hectares irrigados.
A PRESENÇA DE UFOs E TRIPULANTES NA CHAPADA DIAMANTINA REMONTA AOS ANOS 50, NOS PRIMÓRDIOS DA UFOLOGIA
Por alguma razão, algo que não é de hoje, os UFOs resolveram “ancorar-se” na Chapada Diamantina, provocando uma onda ufológica praticamente sem precedentes no Brasil e — segundo alguns ufólogos mais apressados — no mundo! Os avista-mentos e a presença de UFOs e seus tripulantes na Chapada remonta aos anos 50, ainda nos primórdios da Ufologia Brasileira. Toda a região da Chapada Diamantina, que situa-se no maciço principal da Serra do Sincorá, é cheio de montes, vales profundos, campos, planaltos, picos, grutas, cachoeiras, rios e cursos d\’água subterrâneos. Isso tudo sempre deu origem, como era de se esperar, a muitas lendas e mistérios. Seus principais rios são o Paraguassú, o Mucugê, o Rio Preto e o de Condas.
As observações de discos voadores, sondas não tripuladas e ufonautas já somam muitas em toda a região. Os mais antigos moradores de Mucugê nos contam que, entre os anos de 1953 e 1954, próximo do que hoje é a atual Fazenda Triângulo, a exatamente a 2 km do centro da cidade, um agricultor estava descansando depois do almoço quando testemunhou a presença de um UFO pousado no campo, próximo ao local onde estava. Curioso, aproximou-se do UFO e, de repente, uma voz que vinha de seu interior começou a dialogar com ele. “Não se aproxime, você poderá ser queimado”, disse-lhe a estranha voz, em Português. O camponês assustado perguntou à voz “quem são vocês? Por que não saem daí? De onde vocês vêm?”, recebendo uma inusitada resposta. “Somos de um planeta distante, nossa estatura é de 60 cm e preferimos não aparecer para não assustá-lo, Voltaremos dentro de aproximadamente 40 anos…”.
Depois disso, a nave levantou vôo e foi embora, sendo que a testemunha, muito conhecida na região, espalhou a história para todos. Este caso de contato de 3o grau foi narrado em um jornal da época e passou de mão em mão na cidade, até estragar-se com o tempo. Porém, ficou marcada na comunidade de faixa etária mais velha a lenda, ou o fato, hoje bem lembrado por todos, de que em 40 anos aqueles seres voltariam. Hoje, com tantas observações de UFOs sendo feitas por centenas de pessoas de Mucugê, há quem garanta que as luzes de agora são dos UFOs daqueles seres que assustaram o camponês.
Nossa primeira iniciativa de pesquisa na região foi tentar localizar o jornal nos arquivos e bibliotecas da capital, para uma melhor elucidação e pesquisa do fato. Mas, até agora, nada conseguimos. De qualquer forma, passaram-se alguns anos e novamente observações voltaram a ocorrer. Em meados dos anos 60, uma outra nave em forma de charuto ou fuso, de cor prateada, foi observada por um grupo de adolescentes em plena luz do dia, voando silenciosamente e passando por trás do Morro do Cruzeiro, que circunda a cidade. No fim dos anos 70, novamente notícias e casos ufológicos voltaram a ocorrer na região de Morro do Chapéu, assim como acompanhamentos de veículos e pessoas por grandes UFOs e sondas em forma de globo (bolas de luz).
Destacamos neste grupo de casos o de um fazendeiro que após ser seguido várias vezes à noite, nas estradas da região, teve seu automóvel Opala levantado e levado pelo ar por 2 km, segundo nos contou o Sr. Carlos Machado, empresário e fazendeiro de café em Morro do Chapéu, à época. Outro caso interessante foi a tentativa de pouso de um UFO no pátio de um posto de gasolina no entroncamento do Distrito de Fedegoso, outra localidade da região, na mesma época do caso narrado pelo Sr. Machado. Esta ocorrência também causou grande furor em quem estava no local. Já mais recentemente, em 1988 e 1989, ocorreram novas observações de UFOs em Mucugê, próximas ao campo de aviação da cidade. Um desses casos marcou o pouso de um UFO de 6 m de diâmetro na Fazenda Floresta, de propriedade do Sr. Silvio Romero. A nave teria ficado aterrissada por nada menos do que 40 minutos, e teria até respondido aos sinais luminosos dirigidos a ela pelos moradores da fazenda, deixando marcas no solo. Na época, um jornal registrou o acontecimento em matéria sobre a Chapada Diamantina.
AO VER O UFO, ANTÔNIO COMEÇOU A PASSAR MAL E MORREU A CAMINHO DO HOSPITAL, DE PARADA CARDÍACA
Some-se a tudo isto a observação do Sr. Pompilho, antigo morador da cidade e encarregado da distribuição e operação locais de energia elétrica e água, baseado num lugar chamado Comércio de Fora, pró
;ximo a um pequeno riacho afluente do Rio Paraguassú. O Sr. Pompilho testemunhou a presença de um UFO pousado e, logo após, de 3 humanóides extraterrestres trajando roupas verdes e caminhando dentro de um capinzal. O homem era o pai do ex-bancário Júlio Antônio Bastos, falecido recentemente, vítima de problemas cardíacos e forte emoção experimentada quando tentava filmar pela terceira vez as misteriosas luzes no Morro do Capabode, juntamente com Márcio Medrado a equipe do jornal A Tarde², de Salvador.
A morte do ex-bancário foi quase fulminante, segundo contou-nos informalmente o jornalista Adilson Fonseca. Em apenas 2 minutos, Júlio sentiu-se mal e foi socorrido num veículo, porém já chegou morto no hospital municipal Augusto Medrado Matos. A causa mortis atestada pelo médico que estava de plantão foi ataque cardíaco. Mas não foi realizada autópsia, visto que a vítima já possuía um passado de cardiopatia acentuada e enfrentava ao longo do tempo vários problemas de saúde, entre eles a chamada “doença azul”. Júlio era funcionário do Banco do Brasil, onde era querido e estimado por todos os colegas e moradores da cidade, que prestaram-lhe uma homenagem fazendo feriado de meio expediente na cidade no dia do sepultamento, em 2 de novembro passado.
Seus colegas de trabalho afixaram uma faixa dizendo “Estamos em luto”, bem no centro da cidade. Depois disso, foi deflagrado um movimento liderado na cidade pelo ex-capitão aposentado da Marinha Sérgio Piléla, para a construção de um monumento ou uma placa alusiva a Júlio Antônio Bastos, em sua memória e citando os UFOs que agitaram e deram notoriedade a vida da pacata Mucugê. Piléla quer que algo fique gravado para as gerações futuras lembrarem-se desse período que, para a cidadezinha, é algo histórico. E para a Ufologia também.
A onda de UFOs em Mucugê abrange muitas observações e várias outras testemunhas. Além disso, há registros constantes de acompanhamento de veículos por essas naves, seus pousos, aproximações e tentativas de rapto de populares. Os caminhoneiros de Mucugê escrevem um capítulo especial neste contexto que narramos aqui. O motorista Luiz Carlos, residente na cidade há muitas décadas, teve nada menos do que 7 experiências com discos voadores. A primeira delas foi na Serra dos Gerais, nas cercanias de Mucugê, numa noite há muitos anos, quando chegava à cidade após uma viagem. Luiz Carlos foi seguido por um longo trecho do caminho por uma bola de luz não identificada, da qual até hoje se lembra com susto.
Em outras observações, o caminhoneiro foi seguido por vários objetos, sendo um deles em forma de globo luminoso, cuja cor variava do vermelho para o amarelo e laranja, aparecendo sempre na subida das serras, como que vindo de Andaraí para Mucugê. Em uma dessas fantásticas e assustadoras oportunidades, o motorista sentiu um forte calor na cabine de seu caminhão Mercedes Benz 1113, e pode observar a bola de luz bem mais de perto. “Aquilo possuía a forma de uma bacia ou panela emborcada”, disse-nos emocionado. Noutras vezes, os objetos que o seguiram responderam inteligentemente aos sinais luminosos que Luiz disparava de seu caminhão. Pelo menos em uma dessas ocorrências o rapaz estava na companhia de várias pessoas, que ocupavam a carroceria do veículo e viram o globo de luz avermelhada — conforme tantas outras testemunhas de Mucugê também o descrevem.
O irmão do caminhoneiro Luiz Carlos, de apelido “Gobertinho”, também já observou UFOs na Serra dos Gerais, em Mucugê. Gobertinho nos contou que, certa vez, vinha de Boninal e Barra da Estiva quando foi seguido por um globo de luz que perturbou-lhe bastante sua viagem noturna. “De repente, uma luminosidade extraordinária brilhou toda a estrada. A luz era tão forte que o caminhão podia andar de luz apagada. Dava para ver tudo direitinho, como se fosse dia”, disse-nos o caminhoneiro. Depois de vários quilômetros percorridos, o UFO foi-se embora misteriosamente, exatamente como tinha surgido: do nada.
A zona urbana de Mucugê também foi palco de várias observações de UFOs interessantes, especialmente perto do Rio São Pedro. Lá, um médico recém chegado à cidade observou, numa noite do último mês de outubro, por volta de 2 h da madrugada, um estranho ponto de luz que ficou visível por alguns minutos. A dona do Restaurante Diamante, popular ponto de encontro da cidade, também observou um UFO próximo a um morro nos fundos de Mucugê. Era uma bola luminosa amarelo-avermelhada que fez evoluções por uns 5 segundos, sobrevoando silenciosamente a região e depois sumindo entre as serras.
Edi Carlos Soares, um jovem de 17 anos que está agora cursando a Iª série do 2º grau, testemunhou no dia 13 de novembro passado, entre 01h40 e 01h50, o mesmo objeto, mas desta vez próximo ao cemitério Santa Izabel. “Aquilo ficou ali por alguns segundos e logo após pareceu penetrar na montanha atrás do cemitério. Ou talvez se desmaterializou próximo ao rochedo”, declarou Edi. O caçador Edmilson Silva Matos também levou um susto com estes fenômenos. Edmilson estava caçando no mês de setembro último quando passou por uma experiência ufológica. “Vi uma bola grande com luz forte que veio em minha direção. Eu estava armado mas não quis atirar”, resumiu o jovem, que garante que não sai mais à noite para suas habituais caçadas na Serras de Mucugê. “Tenho medo de um novo caso com UFOs…”.
Num local chamado Distrito Cascavel também tem havido várias observações de UFOs, Lá estão situadas várias fazendas agro-industriais e trabalha-se à noite preparando a terra e o campo para o plantio. Assim, como era de se esperar, encontramos em toda a vasta região dezenas de depoimentos de tratoristas, agrônomos, gerentes de fazenda, agricultores etc, todos relatando sobrevôos de UFOs à noite sobre os campos e instalações das fazendas e plantações. Nos últimos anos, esses casos aumentaram bastante, segundo afirmam os assustados observadores. Também segundo os relatos de pessoas ligadas a área, UFOs costumam sobrevoar os tratores e as máquinas agrícolas para depois pousarem nos campos arados e entre os aspersores e equipamentos de irrigação.
Neste ano, a primeira notícia sobre UFOs na Chapada Diamantina aconteceu acidentalmente em junho, quando técnicos e especialistas do Centro de Recursos Ambientais (CRA), órgão ligado ao Governo do Estado, filmavam com uma câmera as aberturas e brechas da Gruta dos Brejões. Procuravam documentar o comportamento da fauna local, quando observaram a passagem de um objeto elíptico emitindo estranha claridade ao cruzar o campo visual da câmera. O filme foi exibido num telejornal da TV Bahia, de Salvador, filiada à Rede Globo, chamando atenção de todo o Estado e, posteriormente, com outras matérias no Fantástico, de todo o Brasil.
A TV Bahia convocou o ufólogo baiano Luiz Alberto, do Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEEAS)³, para dar seu parecer e opinião sobre
o filme. Luiz. então atestou positivamente a autenticidade da seqüência filmada, confirmando tratar-se de um UFO. Curiosamente, Luiz esteve na organização do 3º Congresso Nacional sobre Discos Voadores, ocorrido em outubro último em Salvador [Editor: veja matéria completa em UFO 34], quando, durante uma exposição de fotos junto ao evento, realizada no Shopping Barra, alguém não identificado deixou um bilhetinho na recepção relatando o início da onda de aparição em Mucugê…
O OBJETIVO É EXAMINAR O “TEATRO DE OPERAÇÕES” DE FATOS INTRIGANTES E PREOCUPANTES PARA A UFOLOGIA
Após a realização deste Congresso, que marcou era na Ufologia Baiana, novos filmes diurnos e noturnos de UFOs isolados ou em formação foram obtidos na Chapada Diamantina. Algumas dessas seqüências foram feitas por um espeleólogo e pelo ex-bancário Júlio, e foram mostradas também no Fantástico. Em fins de outubro, o repórter da TV Bahia Zé Raimundo e sua equipe foram a Mucugê e também conseguiram documentar o fenômeno, que atingiu outros caminhoneiros e caçadores da região. Porém, nesta ocasião todos estavam mesmo e envolvidos com a comoção da notícia da morte do ex-bancário, no Morro do Capabode.
Assim, devido a polêmica suscitada por tais fatos, nós, da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF)4, resolvemos ir pessoalmente à região e avaliar a questão. Para lá nos dirigimos junto a Alberto Romero, do Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zenith (G-PAZ)5, José Vicente, professor da Universidade Católica da Bahia, físico e representante do Núcleo de Pesquisas Ufológicos (NPU)6 naquele Estado, e Pedro Silveira, colaborador de UFO. Essa viagem se repetiria outras vezes, pois nosso objetivo era examinar in loco o “teatro de operações” de tantos fatos intrigantes para a Ufologia.
Nossa primeira viagem foi realizada em 5 de novembro passado, direto para Mucugê, lá chegando por volta das 20h30, após um percurso de quase 500 km. Já durante o trajeto fomos coletando relatos e colhendo informações, notícias, opiniões e comentários de outras pessoas que para lá também se dirigiam. Deu para sentirmos, logo na saída de Salvador, como a população daquela cidade é habituada a observações ufológicas. Nosso motorista mesmo, Sr. Aniceto, foi o primeiro a declarar já ter observado o fenômeno há algumas semanas, entre Andaraí e Mucugê, subindo as serras logo após o anoitecer. Muita surpresa nos aguardava…
Antes de chegarmos à cidade, a cerca de 8 km, já encontramos diversos grupos de pessoas em muitos carros e camionetes, todos reunidos em locais estratégicos fazendo vigílias e observando o céu num clima de contatos imediatos. Logo que chegamos à cidade encontramos a equipe do jornal A Tarde, da capital, que pela segunda vez dirigiu-se à Mucugê para cobrir os fatos, já de conhecimento público. Assim, combinamos um trabalho conjunto para, nos dias seguintes, visitarmos fazendas, irmos ao Morro do Capabode e observar (ou tentar observar) as misteriosas luzes na serra, num roteiro pré-determinado. Nossa primeira note de vigília foi realizada no dia seguinte e encerrada por volta de 01h30 da madrugada, depois de conseguimos observar por 3 vezes as misteriosas luzes entre as serras.
Há locais de maior ou menor incidência ufológica nas serras que compõe a Chapada Diamantina. Particularmente, no Distrito de Sumidorzinho há grande agitação nesse sentido, e para lá nos dirigimos no dia seguinte, já 7 de novembro passado, num verdadeiro “rally ufológico”. Com a ajuda da Prefeitura Municipal de Mucugê, que cedeu-nos uma caminhonete D-10, fomos àquela localidade, que fica logo após a Fazenda Quebra Cangalha, investigar interessantes ocorrências. A viagem foi de quase 4 horas de estrada de chão, no meio da Caatinga nordestina, descendo e subindo serras, riachos, pontes de madeira, mata-burros e muitas cancelas de fazendas!
Finalmente, com a ajuda do vereador daquela região, o popular Zé de Dito. alcançamos o locai onde morava o garimpeiro Sr. Francisco Costa (“Neno”), que viu uma estranha luz no alto de uma montanha próxima (Neno para lá se dirigiu no dia seguinte, à procura de diamantes, pois na região é forte a crença popular de que o aparecimento de luzes noturnas indica jazidas de minérios ou diamantes). Entrevistamos Neno intensivamente, até que ele confirmasse seu avistamento de 18 de novembro passado e o posterior acidente no alto da Serra do Bastão.
Disse-nos Neno que foi empurrado por “algo desconhecido”, caindo num precipício de centenas de metros. Mas se isso tivesse de fato ocorrido, ele fatalmente morreria, No entanto, o homem apareceu ileso 2 horas depois da queda, o que levou Alberto Romero a suspeitar de abdução. A testemunha foi levada para Salvador, onde foi submetida à regressão hipnótica para recuperação do lapso de memória em que poderia ter estado no interior de um UFO.
Aparentemente, na região de Mucugê se verificam fatos semelhantes aos registrados na Serra da Beleza, pelo ufólogo Marco Antonio Petit (7) [Editor: veja matéria completa em nossa edição UFO 31] Se traçarmos um paralelo entre os episódios e fatos de Mucugê e os acontecimentos da Serra da Beleza, próxima a Santa Izabel do Rio Preto, no oeste do Rio de Janeiro, descobriremos que os fatos se assemelham demais. Tanto num Sugar quanto no outro verifica-se a existência de globos e bolas de luz que parecem penetrar nas rochas, morros e montanhas — ou desmaterializar-se diante dos observadores, sempre à noite. Para completar o quadro de comparações, em ambas as regiões nota-se a existência de minérios (cristal, diamante, ouro etc). Mas qual seria o paralelo que se pode traçar entre esses 2 lugares?
De qualquer forma, há um fantástico clima de contatos imediatos na cidade, especialmente nos fins de semana, quando muitas pessoas vindas de diversos lugares fazem do Morro do Capabode um point ufológico animado. Toda essa gente, vinda da capital, de outras cidades da Bahia c até de outros estados e países, se pergunta: afinal, o que querem os UFOs em Mucugê e na Chapada Diamantina? Depois de 2 viagens e inúmeras dificuldades, com 2.300 km percorridos, muitos fatos e dados foram investigados por nossa equipe, que ficou sumamente intrigada com tamanha atividade e movimentação de UFOs na região. O que querem “eles”, no entanto, é uma pergunta tão difícil quanto complicada para nós, ufólogos, respondermos de forma clara, num lance tão obscuro que mais se assemelha a um quebra
-cabeças de incontáveis facetas e múltiplos lados, sem pistas claras e objetivas.
A CASUÍSTICA REGISTRADA NA CHAPADA DIAMANTINA É HOJE, DE LONGE, UMA DAS MAIS FARTAS DO BRASIL
Queremos ir além das luzes dos UFOs, porém as respostas definidas estão além de nossas possibilidades atuais. Por isto, é necessário irmos mais fundo em toda esta questão. Um exemplo e ponto-chave em tudo isso é o que ocorreu na Fazenda Triângulo, do Sr. Jacob Müller. Lá encontramos marcas e buracos no solo, de onde recolhemos amostras de terra e vegetação queimadas, além de rochas e outras. Trouxemos tudo para Salvador, para análises a serem realizadas com a cooperação de órgão públicos c laboratórios particulares. Temos que determinar se há radiação, resíduos ou o quê nas amostras, que foram cuidadosamente colhidas e serão encaminhadas pelo professor José Vicente.
Na Fazenda Triângulo encontramos 2 buracos no solo, o primeiro (e maior) tinha forma retangular e possuía 40 cm de profundidade por 30 x 8 cm de boca. O segundo tinha dimensões menores e era circular. Foi tirada terra dos dois buracos, sendo que, no segundo, constatamos a existência de uma lama branca e meio endurecida, como que vitrificada. E as últimas notícias sobre observações de UFOs na Chapada Diamantina continuam a chegar a todo instante de Mucugê, especialmente os fatos que ocorreram nos dias 10 e 12 de dezembro passado no Distrito de Guiné, onde as mesmas luzes noturnas multicores passaram cm frente às testemunhas, vagando pela Serra do Rio Preto.
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1 – Emanuel Paranhos Corrêa é colaborador da Revista UFO e presidente da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), endereço: Caixa Postal 69, Centro, 42700-000 Lauro de Freitas (BA).
2 – A equipe do jornal A Tarde era formada por Adilson Fonseca e Waldir Argolo .
3 – Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEEAS), endereço: Rua da Paciência 193, 1º andar. Rio Vermelho, 40210-800 Salvador (BA).
4 – Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), Caixa Postal 69. Centro, 42700-000 Lauro de Freitas (BA).
5 – Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zenith (G-PAZ). Caixa Postal 2113. Rio Vermelho, 40210-970 Salvador (BA).
6 – Núcleo de Pesquisas Ufológicos (NPU), Caixa Postal 1366, Centro, 80001-970 Curitiba (PR).
7 – Marco Antonio Petit é presidente da Associação Fluminense de Pesquisas Ufológicas (AFEU), endereço: Caixa Postal 95404, 25741-970, Itaipava (RJ).
Cidade Perdida é uma das Lendas da Chapada
Mucugê é um pequeno município de pouco mais de 2 mil habitantes residindo na sede. Está a 494 Km de Salvador (BA), numa altitude média de 1.200 m acima do nível do mar. Tem clima frio e subtropical na região da Caatinga, e está em pleno coração da Chapada Diamantina, uma região cheia de mistérios e lendas, que já foi uma das mais ricas áreas de garimpo do pais no século passado. Em 1860, a cidade chegou a ter mais de 6 mil moradores, atraídos pelo garimpo, principalmente de diamantes, mas hoje sobrevive das lembranças e de alguma agricultura irrigada de café, milho, feijão, algodão, alho, cebola e batata. Faia se chegar à cidade, percorre-se 46 km, a partir de Andaraí, na saída da BR-242, de estrada de barro, sinuosa e entre as serras.
Isolada em meio às serras da Chapada Diamantina, a cidade não conta com restaurantes nem hotéis, e o visitante tem que se contentar com apenas duas pousadas e um único local para refeições, que é o Restaurante Popular Diamante. Das lendas que existem na cidade, a principal e a mais antiga delas é a de uma civilização perdida que desapareceu e deixou vestígios em alguma região próxima ao atual município. A Cidade Perdida, como é conhecida, já foi motivo de muitas especulações, inclusive a de que existe uma carta deixada por um bandeirante ao rei de Portugal, indicando como chegar no local. Segundo o comerciante Aloysio Paraguassú, “essa carta foi trazida há uns 15 anos por um grupo de gaúchos, indicando que a cidade ficava acima do Rio Una, próxima a Bastião (ninguém sabe informar onde) e que haviam vestígios de várias ruínas de casas, como se tivesse sido soterradas por alguma espécie de. terremoto”, disse.
— Jornal A Tarde, Salvador (BA), 11 de novembro de 1994.