Editor: Dona Luísa Helena da Silva é mãe de Liliane e Valquíria. No dia 29 de abril, por volta das 22h00, 4 homens bem vestidos foram à sua casa com o intuito de suborná-la com dinheiro e bens, para que suas filhas desmentissem seu relato. Dona Luísa, pelo contrário, além de não desmentir o fato, vem a público, através de UFO Especial, descrever sua revolta:
LUÍSA HELENA DA SILVA — Não posso falar quem são essas pessoas que tentaram me subornar, porque nunca os vi e nem os conheço. Mas sei que, em uma segunda-feira, já faz uns 15 dias, eles vieram aqui às 22h00. Não sei por que eles vieram à noite, acho que para ninguém os reconhecer na rua. Não costumo receber visitas nesse horário. Eram quatro homens, estavam todos de terno e tênis escuro. Dois deles aparentavam ter aproximadamente 40 anos, e os outros dois eram mais novos. Eram dois claros e dois morenos, um deles até claro demais, parecia-se com russo. Não pareciam militares. Pensei, nesse momento, que pudesse ser gente da polícia, mas acho que não são. O que sei é que esses homens, com certeza, não são daqui de Varginha. Mas dois tinham sotaque do pessoal daqui do Sul de Minas.
FRACASSA TENTATIVA DE SUBORNO
Minha filha mais velha, Juliana, estava na escola e meu marido, trabalhando. Só estávamos eu, Liliane, Valquíria e Fernanda, a mais nova, que já estava dormindo. Bateram palma em frente ao portão; Valquíria foi atender e disse que tinha quatro homens lá fora. Pensei que pudesse ser o Ubirajara com repórteres, ou alguma coisa do tipo. Enquanto fui ao quarto trocar de roupa, eles foram entrando, não esperaram para ver se podiam entrar ou não, foram chegando e entrando, invadindo minha casa. Falaram meu nome, como se já me conhecessem, dizendo que queriam “bater um papo” comigo e com as meninas sobre o ET que elas viram. Falaram que era a única hora que podiam estar ali e me pediram para trancar o portão porque a conversa era particular e não poderia receber nenhuma visita. Fiquei com medo mas, assim mesmo, a Valquíria foi trancar o portão.
Primeiro, perguntou às meninas o que tinham visto, fazendo uma entrevista com elas. Enquanto elas falavam, um deles anotava tudo, outro perguntava e os outros dois nem sequer conversavam, apenas ficavam olhando. Ninguém dava ordens. Como sempre, elas contaram a história, com os mesmos detalhes que contam para todos. Perguntei se tinha sido o Ubirajara que os havia mandado para cá. Um dos homens me disse que não tinha nada com o Ubirajara e que era para eu esquecê-lo. Depois de terem ouvido as meninas, perguntei quem eram, disseram-me que não nos interessava saber. Eles perguntaram às minhas Filhas qual era o sonho delas, qual era a minha profissão, quanto eu ganhava, onde meu marido trabalhava e se a casa era minha. Queriam saber qual era minha maior preocupação e se as meninas estavam trabalhando, mas não entrei em detalhes.
Se eu desse a minha palavra de que não falaria nada sobre eles terem me procurado — principalmente para o Ubirajara e o Pacaccini — fariam Lima ótima proposta para mim. Afirmaram que eram “a mina de ouro que eu e minhas filhas jamais pensamos em ter”. Falaram que sabiam que eu era pobre, empregada doméstica, que vivia de salário, da dificuldade da minha vida, e que o meu marido não ganhava nem dois salários mínimos. Ofereceram uma proposta para mim, dizendo ser irresistível, que não queriam me comprar mas que essa ajuda era milionária.
Foram bem educados comigo, mas fiquei com muito medo e lenho até hoje. Não tenho mais sossego, porque depois da entrevista que cu dei ao Fantástico não sei o que poderá acontecer. Afinal, sou mãe de quatro filhas e não tenho segurança nenhuma na vida. Como estava com medo, dei a minha palavra. Disseram que queriam que eu fosse com minhas filhas, e mais ninguém, para falar, não nas TVs “michurucas” daqui de Varginha, e sim numa de fora. Era para desmentir que as meninas não tinham visto nada e outras coisas a mais que eu tinha que ensaiar com eles. Eu queria saber quem iria garantir que realmente eu receberia o dinheiro. Disseram que se eu ficasse com medo de pegar o dinheiro vivo — era muita grana —, bastava eu dar um documento para eles que abririam uma caderneta para mim.
Eu fiquei tão encucada que nem perguntei quanto era o dinheiro. Eles só disseram que eu poderia comprar uma casa, pagar as dívidas e parar de trabalhar de doméstica. Fiquei tão nervosa e preocupada… Perguntei se não havia um número de telefone para eu ligar um outro dia e dar a resposta. Disse que precisava pensar. Eles não aceitaram e disseram que voltariam a nos procurar. Dei minha palavra de que não iria contar para ninguém. Saíram daqui às 23h55. Eu não sei o que me fez mudar de idéia e contar para os pesquisadores, fiquei muito nervosa e não dormia. Contei a uma pessoa de minha confiança que está até cuidando disso para mim.
Depois que aparecemos no Fantástico para falar da tentativa de suborno, tenho certeza que eles vão aparecer novamente. O Pacaccini sabe da minha vida e se alguém chegar querendo ajudar a gente, é lógico que vou agradecer. Mas não deixaria minhas filhas mentirem, principalmente sobre uma coisa tão séria. Por mais humilde que nós somos, elas não vão mentir. Elas falam a verdade de coração, tem muita gente envolvida…
Por enquanto, estou trabalhando no mesmo emprego, mas ouvi uma conversa de que vai durar só esse mês, porque andam ligando muito para o meu emprego. Não sei como descobrem o telefone; parece que tem li ma pessoa que sonda a gente, é muita amolação. Eu estou trabalhando daí o pessoal liga querendo falar comigo. O meu marido está sem emprego, pediu até as contas na firma porque está muito doente (é cobrador da Via Sul, uma empresa de ônibus). Para ser sincera, a minha vida ficou um inferno depois que tudo isso aconteceu.
A ANGÚSTIA DA MÃE
No dia em que ela, viram aquele bicho, fiquei com um aperto no coração que nunca tive na minha vida. Fui atrás delas, pois já estavam muita atrasadas. Quando cheguei na esquina, a Liliane estava chorando… Ajudei ela a chegar e a sentei na calçada, onde falou pra mim o que tinha acontecido, dizendo que tinha visto um demônio. Fiquei muito enfezada com aquilo; falei que se tinham visto o demônio, eu iria lá ver o que ele queria com elas.
Enquanto isso, chegou a irmã da moça da loja com uma camionete, daí eu falei pra ela me levar até o local. Coloquei a Kátia na frente — ela estava tremendo — e em questão de uns quinze minutos eu estava lá. A única coisa que eu vi foi a pegada do bicho, só no lugar onde estava. Vi marcas do jeito que estão falando mesmo: pareciam três dedos, o do meio sendo menor. Parece até um abacaxi: a pata era redonda, mas com três pontas, tamanho 46 mais ou menos, com um cheiro muito esquisito.
Quando cheguei bem perto, senti um odor que nunca tinha sentido na minha vida, um cheiro de podridão que chegava a arder meu nariz. Uns t
rês dias eu fiquei com aquele cheiro no nariz (provavelmente cheiro parecido com amoníaco). Esse cheiro não lembra nenhum bicho, talvez de limpeza. Eu abaixei pra ver; falei para as meninas que queria ver se tinha rastros de demônio, porque jamais passou pela minha cabeça que elas fossem ver um ser de outro planeta, do outro mundo, sei lá. Aqui em casa nunca assistiram a um filme de ET, só agora é que estamos convivendo com isso.
Autoridades se negam a dar entrevista
Após várias tentativas da equipe de reportagem de UFO Especial para conseguir uma entrevista com o professor de Medicina Legal da Unicamp, doutor Badan Palitares, acusado de ter feito a autópsia do ET capturado em Varginha, resolvemos parar de incomodá-lo e não ligamos mais para a universidade, pois, segundo sua secretária Isabel, ele sempre “está em uma reunião e de lá vai para outra, hoje vai ser impossível falar com ele, tente amanhã”, ou ainda, “acabou de sair, se tivesse ligado há dois minutos…”. Constatamos que o professor é uma pessoa extremamente ocupada e não teria tempo a perder com uma entrevista à UFO Especial.
O mesmo aconteceu quando telefonamos à Escola de Sargentos das Armas (ESA), em Três Corações. Um dos soldados que nos atendeu disse que linha ordens expressas para não se falar mais sobre o assunto e que não adiantava insistirmos, porque o general Sérgio Lima — acusado de ser o responsável pela retirada do ET de Varginha — não iria nos atender. O curioso foi que um dos soldados com quem falamos, contou-nos que \’\’acho que pode ter mesmo aparecido um extraterrestre lá em Varginha. Eu acredito nessas coisas, pois já vi luzes estranhas no céu”. O atendente logo se apressou em isentar-se: “…mas se o general souber disso…”
A equipe de UFO Especial, respeitando uma ética jornalística onde diz que se deve ouvir todas as partes envolvidas e citadas, cumpriu seu trabalho. Se o professor Badan Palhares e o general Lima não puderam (ou não quiseram) nos atender, ficam registradas, pelo menos, nossas insistentes tentativas de ouvi-los e darmos espaço, nessa revista, para se defenderem de tais afirmações que, eles próprios já disseram em outras reportagens serem ridículas e infundadas. Se assim fossem, porque não falaram conosco? Ninguém melhor do que os próprios supostos responsáveis para nos provarem que essas acusações não têm fundamento.