O profeta e sacerdote Ezequiel foi levado para a Babilônia, juntamente com o povo de Jerusalém, pelo rei Nabucodonosor em 597 a.C. Tal qual o segundo livro dos Reis, capítulo 24, versículo 14: “E transportou toda a Jerusalém, como também todos os príncipes e todos os homens valentes, dez mil cativos, e todos os ferreiros e artífices; ninguém ficou senão o povo pobre da terra”. Os exilados foram residir em Tel Abibe, onde o referido profeta presenciou, pela primeira vez, o aparecimento da glória do Senhor. Acredita-se que nessa época Ezequiel tinha uns trinta anos de idade, e a sua vida entre os cativos de Judá mudou completamente depois dessas visões. Citamos agora algumas passagens importantes de seu consagrado livro, desde seu exílio até a sua abdução por quatro seres desconhecidos.
“Cheguei a Tel Abibe, junto dos deportados que se haviam instalado às margens do rio Quebar, e ali permaneci por sete dias no meio deles, em sombria estupefação. Estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá sentados diante de mim, sucedeu que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre mim. Então olhei, e vi algo semelhante ao fogo. A aparência dos seus lombos para cima era como o brilho do âmbar, e para baixo, era fogo mesmo”. O profeta descreve a glória de Deus, ou a mão do Senhor, com inúmeros detalhes em frases repetitivas, tipicamente ezequielianas. Ezequiel começou o seu ministério profético depois de cinco anos recluso no cativeiro do rei Joaquim, sete anos antes da destruição do templo de Jerusalém, quando ainda morava próximo ao rio Quebar.
Ezequiel casou-se provavelmente no ano seguinte ao exílio. Mesmo em terra estrangeira, o profeta tinha liberdade de fazer as suas profecias. O retrato do caráter e da personalidade de Ezequiel parece firme e decidido. E em todo o seu livro podemos ver a sinceridade e o apego ao simbolismo, como também a sua preocupação em colocar todos os eventos ocorridos em uma ordem cronológica e detalhar minuciosamente todas as manifestações de Deus, sua majestade e transcendência. Alguns escritores acreditam que Ezequiel teve um ministério profético duplo entre a Palestina e Babilônia, isto porque suas revelações contra Jerusalém eram precisas. Nada se sabe sobre a morte de Ezequiel. A tradição diz que ele foi morto por um príncipe, por falar contra a idolatria.
Ele também previu a morte de Pelarias, filho de Benaia, narrada no capítulo 11, versículo 13: “E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatías. Então caí com o rosto em terra, e clamei com grande voz, e disse: Ah, Senhor Deus! Darás fim cabal ao remanescente de Israel?”. Alguns estudiosos têm analisado o comportamento incomum do antigo profeta e seus atos simbólicos, altamente imaginários. Para eles, Ezequiel era um cataléptico, neurótico, vítima de histerismo, psicopata e, até mesmo, esquizofrênico, paranóico, além de clarividente e dotado de poderes de levitação. É sob esta nova interpretação que devemos entender a narrativa do profeta Ezequiel. O avanço da ciência tem nos obrigado a isso, pois o propósito do Criador é o alargamento da nossa visão em relação ao universo e o homem como ser integrante dele.
MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI
O apóstolo João, no capítulo 14 de seu evangelho, disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. Estamos no fim do segundo milênio, e neste período muitas profecias dos finais dos tempos têm se cumprido, por exemplo: “Até o fim dos tempos muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”. O cristianismo anunciou a vinda de Jesus Cristo para que fosse estabelecido o reino de Deus. E este evento é visto pelo profeta Isaías no capítulo 66, versículo 15, assim: “Parque, eis que o Senhor virá com fogo, e os seus carros serão como o torvelinho, para retribuir a sua ira com furor, e a sua repreensão com chamas de fogo”. E o capítulo 19 do Apocalipse, último livro bíblico, justifica: “Porque com fogo e com a espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados”.
INTERPRETAÇÃO DOS VERSÍCULOS BÍBLICOS
“Estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus. No quinto ano do cativeiro do rei Joaquim, veio na verdade a palavra do Senhor ao sacerdote Ezequiel, filho de Buzi, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve sobre ele a mão do Senhor”. De acordo com o fragmento acima, retirado do primeiro capítulo do livro de Ezequiel, o profeta viu surgir no céu uma nuvem que possuía um brilho ao redor. Ele afirma que estava junto ao rio Quebar, quando ocorreu a visão da glória divina e a presença de Deus. Prossegue dizendo: “E ali esteve sobre mim a mão do Senhor [a nave que o mantinha sob domínio]. Olhei, e eis que vinha do norte um vento tempestuoso, uma grande nuvem, com um fogo que emitia contínuas labaredas, e um resplendor ao redor dela; e do meio do fogo saía algo semelhante ao brilho do âmbar”. Essa parte pode ser interpretada como se o artefato cósmico emitisse uma luminosidade semelhante ao fogo.
“Do meio da nuvem saía a semelhança de quatro criaturas viventes. Esta era a aparência delas, semelhantes a um homem. Cada uma tinha quatro rostos, e quatro asas”. A proporção que a nuvem se aproximava, via-se a parte fixa da nave. Ele a descreve como semelhante a quatro animais. Em cada canto da nave podia-se perceber a presença de quatro seres estranhos pouco parecidos com o homem. Ezequiel dividiu a porção fixa da nave em quatro partes iguais, levando em consideração que cada parte era análoga a outra, chamou-as de criaturas viventes ou querubins. Cada criatura possuía quatro rostos e quatro asas – mecanismos responsáveis pelo sistema direcional da nave espacial maior.
“As suas pernas eram retas, e a planta dos seus pés era como a planta dos pés de um bezerro; e luziam como o brilho de latão polido”. Aqui, no versículo 7, o profeta descreve de forma direta o trem de pouso da nave. Compara-o aos pés de um bezerro, por possuir forma arredondada e brilhar sob intensa luminosidade. “E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados, e todas as quatro tinham seus rostos e suas asas, As asas de cada uma uniam-se à outra. Elas não se viravam quando andavam; cada qual ia para adiante de si”, A figura parecida com um homem que se encontrava na parte fixa da nave deveria ser o piloto.
As duas asas transmitiam a idéia de braços e mãos humanas. Tanto as asas que ficavam na parte superior como as que se localizavam na parte inferior e em todo o seu contorno estavam ligadas umas às outras. O profeta descreve no versículo 9, ainda do capítulo 1, a capacidade de locomoção do objeto voador. Tudo indica que os pilotos, no comando da nave, mudavam de posição em seus
assentos constantemente, mas permaneciam cada qual voltado para frente, assumindo a direção quando necessário. Confirma-se, portanto, o fato observado pelas testemunhas de avistamentos ufológicos: a grande capacidade e rapidez de deslocamento das espaçonaves.
O versículo seguinte conta que “… quanto à semelhança de seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita os quatro seres tinham rosto de leão; e à mão esquerda rosto de boi; também tinham o rosto de águia”. A parte fixa desta criatura metálica era caracterizada por quatro rostos: o homem, que se via representado na figura do piloto, entre as asas superiores e as inferiores, e que dirigia as criaturas viventes. O leão, que representava a porção fixa da nave, chamada de criaturas viventes (a parte que vence todos os obstáculos à sua frente). O boi, que significava exatamente a força de movimentação do animal metálico, representado do lado esquerdo do homem, devido ao movimento giratório das rodas em volta da parte fixa. E a águia, que consistia na capacidade do artefato metálico voar em grandes altitudes.
Em suma, o que o profeta quis dizer é que nenhum obstáculo podia deter o animal (a nave), visto que o mesmo possuía um piloto e uma força de movimentação que favorecia vôos em grandes altitudes. Na seqüência temos: “Os seus rostos e as suas asas estavam separados em cima. Cada qual tinha duas asas que tocavam as de outro; e duas cobriam os seus corpos”. As suas asas permaneciam estendidas. Cada criatura tinha duas asas unidas às da outra. Devido às duas asas que ficavam na parte inferior da nave, o profeta não podia visualizar o corpo do piloto por inteiro.
“Cada uma ia para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam e não se viravam quando andavam”. Ezequiel torna a afirmar, neste trecho, que a nave se dirigia para os quatro lados, pois em cada lado havia um piloto que a conduzia. Eles tinham a capacidade de manobrá-la, fazendo com que mudasse de direção sem realizar as curvas convencionais das aeronaves comuns. “Quanto à aparência das criaturas, era como ardentes brasas de fogo, como labaredas ou tochas. O fogo resplandecia entre elas; e do fogo saíam relâmpagos”. Ezequiel descreve o efeito das rodas iluminadas sob a parte fixa da nave. As rodas, em grande velocidade, produziam movimentos circulares ao redor dos misteriosos seres.
“As criaturas viventes corriam e voltavam como a aparência de um raio”. O profeta procura através do raio descrever a velocidade desenvolvida pela nave, haja vista a dificuldade de encontrar um exemplo melhor que pudesse corresponder aos rápidos deslocamentos do objeto voador. “Ora, enquanto eu estava olhando para as criaturas viventes, eis que uma roda aparece junto a cada uma delas. Uma para cada um dos seus quatro rostos. O aspecto das rodas, e a obra delas, era como o brilho de crisólita, e as quatro eram iguais. Seu aspecto e obra era como se houvesse uma roda no meio de outra”. Como a nave já havia pousado e o sistema de força estava desligado, foi possível ver as quatro rodas em torno das criaturas. Todas as rodas estavam iluminadas de verde e dispostas uma dentro da outra.
É notória a capacidade de relatar com riqueza de detalhes todos os sistemas convencionais de uma aeronave. “Quanto às suas pinas, eram altas e formidáveis; e as quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos ao redor”. As tais rodas eram altas, possuíam buracos circulares que compunham o sistema de arrefecimento. “Quando as criaturas andavam, ao lado delas iam também as rodas; e quando se elevavam da terra, elevavam-se as rodas”. Após vários contatos obtidos com essa nave, o profeta percebeu que as rodas eram conjugadas à parte fixa, denominada por Ezequiel de seres.
MOVIMENTO DAS ASAS E RODAS
O profeta afirma que as rodas complementavam o sistema de força desses seres: “Para onde o espírito queria ir, iam os seres, mesmo para onde o espírito tinha de ir; e as rodas se elevavam ao lado deles, porque o espírito do ser vivente estava nas rodas”. Acima da parte fixa, ou das criaturas viventes, Ezequiel vê uma abóbada de vidro transparente. “Por cima das cabeças das criaturas viventes havia a semelhança do firmamento, como o brilho do cristal terrível, estendido por cima, sobre as suas cabeças”. A partir daí, Ezequiel começa a detalhar a cabine de comando da nave: “Debaixo do firmamento as suas asas estavam direitas, uma de encontro à outra; e cada uma tinha duas asas que lhe cobriam o corpo de um e do outro lado. Quando elas iam, eu ouvia o ruído das suas asas, como o ruído de grandes águas, como a voz do Todo-Poderoso, o ruído de tumulto como o ruído de um exército. Quando paravam, abaixavam as suas asas”.
Ezequiel menciona o som produzido pelo movimento das asas e das rodas, comparando-o ao som das águas, à voz de Deus ou ao estrépito de um exército. Observamos na seguinte frase: “Quando paravam, abaixavam as suas asas”, que o profeta Ezequiel refere-se ao momento em que os pilotos desligavam o sistema de força, ocasionando a parada das rodas e das asas. “Ouvia-se uma voz por cima do firmamento que estava por cima das suas cabeças; quando paravam abaixavam as suas asas”. Estando ele atento a tudo que se passava diante de seus olhos, notou que uma voz ecoou do alto, onde estava a abóbada. É de lá que as ordens de comando eram determinadas e suas ações percebidas quando as asas baixavam.
“Sobre o firmamento que estava por cima das suas cabeças havia a semelhança de trono, como a aparência de pedra de safira; e sobre a semelhança do trono, havia um semblante com a aparência de homem”. No versículo 26, a testemunha passa a descrever a cúpula de comando e o próprio comandante. É narrada neste versículo — como também em outros trechos do livro de Ezequiel — a presença do Deus de Israel. O Deus que se manifestava no passado aos profetas eleitos era visto num corpo físico e real, e tido como o Senhor dos Exércitos, possuidor de vinte mil carros (naves). “Vi como brilho de âmbar, como o aspecto de fogo pelo interior, e havia também um resplendor ao redor dele”. Como a cabine de comando era de cristal, ou seja, de vidro, toda a luz projetada pela nave ficava retida em seu interior, de maneira que quem estava dentro ficava totalmente envolto pela luminosidade.
“Como a aparência do arco que se vê na nuvem em dia de chuva, assim era a aparência do resplendor em redor. Esta era a aparência da semelhança da glória do Senhor; quando a vi, caí com o rosto em terra, e ouvi a voz de quem falava”. Nesta citação, fica evidente que a nave projetava outras cores também, assim como o arco-íris. Por isso dizia-se que essa iluminação representava a verdadeira manifestação da glória de Deus. Enquanto Ezequiel manteve-se atento à visão que estava tendo, surgiu uma voz do alto, chamando-o de Filho do Homem. Tal episódio deixou o profeta pasmado e atônito durante sete dias.
Diz o segundo capítulo do livro de Ezequiel: “Então o espírito me levantou, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo: Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar, E assim o espírito [nave] me levantou entre o c&
eacute;u e a terra; nas visões de Deus me levou a Jerusalém”. Apesar de ter seguido o Senhor, Ezequiel estava amargurado, mas a mão do Pai o abençoava. Passados os sete dias, ainda atônito e em estado de choque devido à inédita experiência, o profeta ouviu de novo a palavra do Senhor, que disse: “Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo. Então levantei-me, e saí. Eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória do Senhor que vi junto ao rio Quebar, e cai com o rosto em terra”.
O profeta Ezequiel é transportado pela nave até Jerusalém, distante 1100 km de Tel Abibe – percebe-se claramente que esse caso foi uma abdução. Após Deus revelar-lhe as abominações que o povo e as lideranças faziam, Deus o trouxe novamente à Babilônia, onde morava. Ezequiel continua mais adiante, no capítulo 11, versículo 24, falando sobre sua abdução: “A glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade. O espírito levantou-me, e me levou na visão pelo Espírito de Deus para a Caldéia, para os exilados. Assim se retirou de mim. E falei aos cativos todas as coisas que o Senhor me tinha mostrado”.
Davi, o rei da Babilônia, sendo ameaçado de morte pelos seus compatriotas, solicitou a Deus o seu livramento, e o Senhor veio em seu auxílio transportado por uma nave. Tal fato é relatado com detalhes pelo salmista no capítulo 18 a partir do versículo 6, onde aparece a nave indo ao encontro de Davi para salvá-lo. “Do alto Ele estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas. Levou-me para um lugar espaçoso”. Em ação de graças pela proteção de Deus, o rei Davi faz ainda outras considerações no livro dos Salmos, capítulo 27, versículo 5: “Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão [cobertura]; no recôndito do seu tabernáculo [nave] me esconderá; sobre uma rocha me elevará”.
“Sobre o firmamento que estava por cima das suas cabeças havia a semelhança de trono, como a aparência de pedra de safira; e sobre a semelhança do trono, havia um semblante com a aparência de homem”. no versículo 26, a testemunha passa a descrever a cúpula de comando e o próprio comandante. é narrada neste versículo — como também em outros trechos do livro de Ezequiel — a presença do deus de Israel. O Deus que se manifestava no passado aos profetas eleitos era visto num corpo físico e real, e tido como o senhor dos Exércitos, possuidor de vinte mil carros ou naves
ABDUÇÃO DO PROFETA ELIAS
O profeta Elias é transportado aos céus por uma nave. Em sua descrição, Elias diz que a carruagem ou a nave estava envolta por uma chama de fogo de cor flamejante. O primeiro livro de Reis, capítulo 18, fala sobre a mensagem divina recebida por Elias, na qual o Senhor ordena que o profeta se apresente diante do rei Acabe: “E será que apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te levará não sei para onde; e, vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando ele, matar-me-á. Todavia eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade”. No Novo Testamento encontramos textos que também consideram as naves como o principal meio de transporte dos eleitos. Os Atos dos Apóstolos, capítulo 8, versículo 39, diz: “E quando saíram da água, o espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco (…) e Filipe se achou em Azoto”.
Nos escritos judaicos, a função dos seres desconhecidos era a de sustentar a plataforma onde estava o trono de Deus, transformando-a numa espécie de carruagem celestial. Tanto os querubins de Ezequiel como os serafins de Isaías tomaram-se figuras importantes nas obras judaicas, pois eram vistos com freqüência junto aos ofanins. As escrituras de João, consideradas pseudo epígrafes não se apresentam na forma original, visto que há uma mistura de figuras simbólicas antigas. Apesar desses símbolos parecerem estranhos para os dias atuais, sobretudo para aquelas pessoas que não dão atenção aos antigos escritos judaicos, para aquela época, eram perfeitamente compreensíveis.
No oráculo do templo construído pelo rei Salomão na cidade de Jerusalém, em Israel, foram postos dois gigantescos querubins de quase seis metros de altura. Eles eram feitos de pau de oliveira e cobertos de ouro, conforme está descrito no capítulo 6 do primeiro livro dos Reis e no capítulo 9 da epístola dos Hebreus. Os querubins sustentavam o trono do Senhor. Nos Salmos, capítulo 18, Davi fala sobre o meio de transporte do Deus Todo-Poderoso: “Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento”. No ano de 1840 d.C., o arqueólogo francês Paul Emile Botta assombrava o mundo com a grande descoberta do palácio real de Dario e Xerxes, na coluna de Corsabade, Turquia. A princípio, pensava-se que o palácio poderia ser de Sargão, o rei assírio citado no Velho Testamento pelo profeta Isaías.
Durante os anos de 1843 a 1846 d.C., Botta fez escavações para poder limpar a área que limitava as construções do palácio. Vendo as dificuldades encontradas pelo arqueólogo, o governo Francês providenciou mecanismos para facilitar seu trabalho e, mesmo assim, Botta encontrou obstáculos, como o clima, as estações e os nativos. Os operários paravam de trabalhar por causa das ameaças de Paxá, o governante da Turquia, que achava que Paul Botta estava interessado somente em ouro.
Quando se anunciou a descoberta de tal palácio, foram vistos inúmeros animais alados, com vários metros de altura, na entrada principal do templo. A função deles era fazer a guarda dos deuses. Esses animais alados constituem um acervo cultural incalculável, juntamente com a decifração da escrita cuneiforme pois, através deles e da Bíblia Sagrada, a História já pode conhecer os primórdios da civilização. Hoje, através de uma das estátuas dos animais alados, sabemos qual era a aparência física dos deuses astrais assírios, identificados como os quatro pontos cardeais: Marduk, o touro alado; Nebo, o ser humano; Nergal, o leão alado, e Ninurta, a águia.
As grandes descobertas arqueológicas — onde se faziam presentes os animais alados — ocorreram em 1845 d.C., na colina de Nenrode, pelo arqueólogo Henry Layard. Seus achados apoiavam-se nos resultados positivos de Botta. No transcorrer de suas escavações, Henry deparou-se com um leão alado, esculpido em alabastro, bem conservado e cuja expressão era calma e majestosa. O modelo de suas feições revelava segurança na execução e um surpreendente conhecimento artístico, tão significativo que jamais poderíamos esperar, por tratar-se de uma obra extremamente primitiva. Com as escavações seguiu-se uma série de descobertas sobre a vida cotidiana daquela época. Foi, assim, descoberto o palácio do rei assírio Assurnasirpal, que viveu entre os anos de 884 e 859 a.C.
QUERUBINS JUDAICOS E KARIBUS ASSÍRIOS
Os touros alados com cabeça de homem tinham a aparência física semelhante aos querubins descritos na Bíblia Sagrada, e desempenhavam a função de guardiões. Tanto a teologia como a arqueologia têm tentado alcançar a mensagem simbólica existente nas representações de animais, encontradas entre os vários povos da antigüidade. Mas o que significam estes animais mitológicos e qual a mensagem que escondem? Por que esses animais alados (homem, leão, touro, águia) encontravam-se em grande destaque entre as antigas nações?
Certamente, essas perguntas não têm e não teriam respostas, se o profeta Ezequiel não tivesse descrito sua experiência sobre a visão dos seres viventes e da glória do Senhor no capítulo primeiro de seu livro. E através da narrativa de Ezequiel que somos capazes de entender o verdadeiro significado dessas imagens aladas, que por muitos anos mantiveram as atenções dos estudiosos em uma interpretação racional e científica. Era da vontade de Deus que, no tempo devido, essa interpretação se fizesse conhecer, para que os mistérios alheios ao nosso entendimento se tornassem conhecidos a partir da Escritura Sagrada. Com a finalidade de nós, cristãos, que esperamos o cumprimento das profecias, sabermos o momento certo das suas execuções.
Analisando a descrição da nave, percebemos que os karibus assírios eram, na verdade, a forma que aqueles povos encontraram para designar o animal metálico que aparecia nos céus de suas terras e nas demais nações da antigüidade. O homem dotado de inteligência representava o piloto da nave; o leão, animal que vence os obstáculos, era a parte fixa e visível da nave; o boi, que representa a força da nave, estava simbolizado nas rodas do objeto voador. Segundo as antigas civilizações, as rodas eram responsáveis pela locomoção do animal mitológico. Na opinião do doutor James M. McCampbell, o sistema de força desses UFOs seria “uma propulsão, baseada na radiação de microondas, que poderia ser a chave de todo o sistema”. A energia eletromagnética, na faixa de 300 a 3000 megahertz, poderia ter sido uma das principais características dos UFOs do passado. Essa força estimularia, a partir da ionização dos gases nobres, o surgimento de arcos coloridos ao redor dos UFOs, além de produzir um plasma branco em sua superfície. Também anularia a luz dos faróis dos automóveis ao incrementar a resistência dos filamentos de volfrâmio. Essa energia deteria os motores de combustão, suprimindo a corrente na bobina, e precipitaria giros loucos nas bússolas, além de esquentar as baterias dos carros através da absorção direta de energia do ácido e interferir em rádios e TVs.
De acordo com o doutor McCampbell, a energia eletromagnética também cortaria a transmissão de energia elétrica, calcinaria as raízes da grama nos lugares das aterrissagens e esquentaria internamente o corpo humano, induzindo-o à paralisia temporária. Como podemos notar, os sistemas de propulsão dos UFOs estão baseados num mecanismo desconhecido, que produz massa efetiva, com a dupla vantagem de promover impulso ascensorial, anulando a gravitação e logrando grandes alterações com forças moderadas.
Essa foi a maneira pela qual as antigas civilizações procuraram estabelecer um parâmetro entre a figura mitológica e as naves que apareciam nos céus de suas terras. As naves eram consideradas como a união de animais. A associação destas qualidades com seu poder de destruição era algo fantástico e invencível, por isso esses animais permaneciam guardando a entrada dos palácios e templos. Assim podiam ser vistos, também pelos judeus, na figura alada dos querubins que guardavam o Senhor e, ao mesmo tempo, carregavam a carruagem de Deus.
É chegado o momento de compreendermos as profecias. As interpretações especulativas dos homens nos textos proféticos caem por terra à proporção que a verdade se estabelece. O aumento do conhecimento da ciência tem como propósito divino a preparação do homem moderno para a compreensão — em termos racionais e científicos — da existência do Criador e de seu domínio. A predisposição dos eleitos e o entendimento das narrativas bíblicas, cujas interpretações referem-se às ações de Deus, infelizmente, são tidas até hoje como mistérios insondáveis.
Identificação dos quatro seres viventes
Algumas interpretações valiosas sobre o significado do termo “seres ou criaturas viventes”, usado pelo profeta Ezequiel, podem ser encontradas no livro O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Apesar de estarem relacionadas aos primitivos escritos sagrados, tais interpretações não são primárias. Afinal, elas dizem que os seres viventes simbolizam as forças naturais da Terra, as quatro extremidades do planeta ou os quatro ventos. Nesse caso, representariam poderes terrenos ou as agências divinas que controlam a Terra ou seriam os quatro signos do Zodíaco, poderes celestiais que exercem influência sobre os céus e sobre a terra. Ou seres celestes literais, que realizam tarefas determinadas do alto?
Essas figuras não seriam seres literais, mas meros símbolos do método de controle do Pai Celestial. Poderiam também ser os quatro evangelhos. Talvez as quatro igrejas patriarcais. Quem sabe os quatro grandes apóstolos, que simbolizariam os ministros do evangelho. Ou os mestres da Igreja, ou ainda, as principais faculdades da alma humana, que conduzem o homem a Deus. Os olhos das rodas, na visão de Ezequiel, são transferidos aos próprios seres celestiais, conferindo-lhes a propriedade da visão completa.
Analisando por outro ponto de vista, a figura dos quatro seres pode representar a quádrupla providência divina, onde o boi indica o princípio, o espírito de sacrifício e de expiação. O leão, o espírito de coragem vitoriosa e de ação positiva. O homem mostra a simpatia pelo ser humano, o benefício de todas as operações divinas em favor dos homens. E a águia, por sua vez, representa o espírito de esforço em busca de ideais implantados no homem. Ela era a estrela orientadora da vida humana, por contar com poderosas asas. Na visão das quatro criaturas viventes fica subentendido que o propósito da inteligência completa é revelar a glória de Deus aos homens. Há uma vig
ilância incessante dos ofanins sobre o trono de Deus, que repousa sobre a abóbada celeste, pois Ele visa somente o bem da Humanidade.