
No dia 20 de janeiro passado, comemoramos o primeiro aniversário do Caso Varginha. Exatamente há um ano, na tarde de um sábado de verão, aparentemente um dia como outro qualquer, as irmãs Liliane e Valquíria Silva, acompanhadas da amiga Kátia Xavier, ficaram frente a frente, num terreno baldio do Jardim Andere, com uma misteriosa criatura. Depois de um ano de investigação, na qual progressivamente se envolveram outros pesquisadores, não existem dúvidas de que pelo menos duas criaturas foram realmente capturadas, em operações que envolveram militares do Exército, a partir da Escola de Sargentos das Armas (ESA), de Três Corações, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais.
Outros depoimentos confirmaram, também de maneira definitiva, o envolvimento do patologista Fortunato Badan Palhares nos exames das criaturas capturadas, desenvolvidos nas instalações da Unicamp. Para completar, recentemente surgiu uma testemunha ocular da queda de uma suposta nave: o empresário e piloto de ultraleve, Carlos de Sousa, mas a história está ainda sendo investigada. Segundo seu depoimento, gravado em vídeo, o UFO, com a forma de um charuto, teria caído no dia 12 de janeiro — uma semana antes do avistamento oficial no momento em que sobrevoava a Rodovia Fernão Dias, onde Carlos também trafegava.
Assim que percebeu que o objeto estava perdendo altura, o empresário seguiu a mesma trajetória e, ao chegar ao local alguns minutos depois, encontrou uma infinidade de fragmentos metálicos, além de dois caminhões do Exército, um helicóptero, uma ambulância e dezenas de militares que, por terem surgido antes, já recolhiam os pedaços da nave. A testemunha afirmou não ter visto o menor sinal de possíveis tripulantes e que, ao ser notada por um dos militares, foi imediatamente expulsa do local, que dista 12 km da cidade de Três Corações. Já a par de toda a história, fizemos uma busca minuciosa na região, procurando encontrar ainda algum vestígio, porém não houve sucesso.
Entretanto, o aspecto mais assustador do caso, que resolvemos divulgar só recentemente, é a morte misteriosa do policial militar Marco Eli Chereze, que participou da captura de uma das criaturas na noite de 20 de janeiro do ano passado. O óbito, ocorrido poucos dias depois, deu abertura para um inquérito policial que ainda está em curso na cidade de Varginha. O fato foi divulgado detalhadamente durante uma conferência para a Imprensa, realizada no último dia 20 de janeiro — justamente um ano depois —, quando, ao lado de Ubirajara, Pacaccini e Claudeir Covo, apresentamos aos jornalistas presentes as últimas informações. Na oportunidade, a própria irmã da vítima fez um pronunciamento aos veículos de comunicação.
Fazendo uma avaliação do caso após um ano, fica cada vez mais evidente a importância que as testemunhas militares representam para sua elucidação. Seus depoimentos, por questão de segurança, foram gravados em vídeo. Tivemos a oportunidade, como também já foi divulgado, de gravar o testemunho de um dos militares diretamente envolvidos nas operações. Estas fitas, cujas cópias estão espalhadas por vários estados do país, constituem uma documentação sem paralelo. No dia em que pudermos apresentá-las, sem comprometermos nossas testemunhas, os brasileiros — e por que não dizer a Humanidade — ficarão estarrecidos.
Talvez maior surpresa tenham ainda algumas de nossas autoridades militares. Os motivos certamente não serão as informações que estarão sendo apresentadas, visto que as mesmas já são de seus conhecimentos, mas as identidades de nossos informantes militares que, de alguma forma, são delatores e, portanto, traidores da Pátria e infratores da lei. Na verdade, em nossa opinião, homens que perceberam o momento histórico que estávamos vivendo. Compreenderam que se tratava de algo transcendente, que não poderia pertencer simplesmente a um grupo de privilegiados, mas a toda a Humanidade. Estes certamente terão um lugar na História, pois assumiram todos os riscos possíveis, tendo em mente apenas a divulgação da verdade.
PRESSÃO INSUPORTÁVEL: UFOLOGIA BRASILEIRA É TESTADA PELOS MILITARES — Em nenhum outro caso da Ufologia Brasileira nossas Forças Armadas foram tão pressionadas. A mídia em geral percebeu que algo de muito importante tinha acontecido realmente no Sul de Minas, abrindo espaço de maneira nunca vista antes. A cada comunicado oficial negando o envolvimento dos militares no caso, ficava mais evidente a tentativa de acobertamento. O caso teve até repercussão internacional e isso comprova de certa forma que vivemos novos e progressivos tempos. Há quase 50 anos, em Roswell, no Novo México, um simples desmentido militar foi suficiente para desacreditar em termos públicos a história da queda de uma nave extraterrestre.
Os acontecimentos verificados em Varginha possibilitaram também uma união sem precedentes de vários ufólogos e grupos de pesquisa, que servirá com certeza para um maior amadurecimento da Ufologia Brasileira. No dia 20 de janeiro deste ano, quando estávamos no Sul de Minas, tivemos consciência de que estávamos vivendo basicamente a mesma luta que acompanha nossa Humanidade nos últimos milênios de sua História. De um lado, aqueles que vivem pela manutenção da ignorância, a partir de interesses religiosos, econômicos e militares, que no passado, por exemplo, silenciaram Giordano Bruno através de uma fogueira inquisitória, por ousar declarar a existência de mundos habitados. Do outro, pesquisadores e divulgadores de um fenômeno que acompanha nossa Humanidade desde seus primórdios, e que na realidade pode ser o responsável, entre outras coisas, pela nossa própria presença no planeta.
As pesquisas continuam e outras testemunhas estão se apresentando. Poucos dias atrás, outro depoimento importantíssimo foi conseguido, o de João Bosco Manoel, um dos civis que estavam no local onde foi capturada a primeira criatura. Hoje, temos a consciência de que tivemos acesso até agora a uma parte ínfima do que aconteceu, mas pouco a pouco estamos reconstituindo, detalhe por detalhe, o mais extraordinário caso da Ufologia. O trabalho não é fácil, pois muitas das testemunhas, inclusive civis, estão ainda amedrontadas, com receio de falar. O caso certamente provocará ainda muitas surpresas.
Garantir o futuro das pesquisas
Com relação a esse um ano de Caso Varginha, temos consciência de que o m&eac
ute;todo de investigação utilizado não foi compatível com a importância do caso. Cometemos vários erros. O primeiro e mais fatal de todos foi o de subestimar a capacidade do Serviço Secreto do Exército. Acreditamos também que dentre as sucessivas seqüências de falhas, a principal foi a de compartilhar com a Imprensa cada passo dado em relação às pesquisas realizadas. Através dela fizemos com que os resultados das investigações e as providências que iríamos tomar chegassem aos militares, facilitando ainda mais a montagem das estratégias de acobertamento.
Outro erro foi a divulgação dos nomes dos militares envolvidos. Conseguimos com isso enterrar de vez qualquer chance de algum deles falar, mesmo que em off, a respeito da captura das criaturas. Isso sem contar que as reuniões realizadas pelos ufólogos não serviram aos propósitos a que foram convocadas. Gastou-se muito tempo em entrevistas e pouco foi discutido sobre os caminhos a serem trilhados. O Caso Varginha acabou dando início a uma nova fase na Ufologia Brasileira. Acreditamos que é de extrema necessidade que se reúnam todos os documentos e informações de posse dos pesquisadores e que se faça um verdadeiro “pente fino” em todas as provas já conseguidas.
É necessário voltar ao início, para que se apure, em definitivo, o que deve ser considerado como relevante. As investigações não deverão ser encerradas tão brevemente, pois novas pistas aparecem e mais elementos são incorporados a cada dia. O que lamentamos é que estas informações estejam fragmentadas. As pessoas que no início estavam participando do processo, hoje já não estão mais. Muitos documentos foram extraviados. Essa falta de união fez com aparecessem pesquisas paralelas que, por vezes, não contribuíram em nada. Precisamos entender que estes dados fazem parte de um quebra-cabeças e cada um de nós tem uma peça para ser incorporada ao jogo. É necessário que se convoque com urgência os pesquisadores para uma reunião séria, deixando de lado os contratempos acumulados nesse ano.
Eduardo e Osvaldo Mondini