Marte, o Planeta Vermelho, é alvo da curiosidade dos homens desde a mais remota antigüidade. Davam-lhe os israelitas um nome que significava abrasado, precisamente por causa de sua cor avermelhada. Já os gregos atribuíam-lhe um nome que se traduz por incandescente, além disso, chamavam-lhe, também, de Hércules. Para as nações indígenas, era Angaraka, que é o mesmo que carvão ardente, e Lohintaga, o que quer dizer corpo vermelho. Desde que a História o assinala até nossos dias, o planeta Marte sempre foi visto como o lugar mais propício à vida fora da Terra. A cultura popular evidencia essa crença através da literatura, dos quadrinhos, dos filmes etc.
Em 1897, H. G. Wells escreveria The war of the worlds (A guerra dos mundos), em que retrata a impiedosa invasão terrestre por seres marcianos, fazendo de nós, terráqueos, completos escravos de seu povo. Este clássico foi celebrizado pela transmissão radiofônica de Orson Welles, em 1938, que espalhou o pânico entre a população norte-americana. Hoje não é diferente, e o recente anúncio da descoberta de bactérias num meteorito, bem como a missão Pathfindere a enxurrada de filmes como Mars attacks! (de Tim Burton) só vêm a demonstrar o quanto a idéia de que Marte comporta vida continua presente. Tanto que, quando os casos dando conta de “marcianos” pareciam se escassear, eis que surge um no melhor estilo anos 50.
TREM DE POUSO – Conforme apurou o ufólogo Paulo H. Baraky Werner, do Centro de Investigação e Pesquisa de Fenômenos Aéreos Não Identificados (CIPFANI), em 09 de dezembro de 1996, por volta das 18h30h, o marceneiro Plínio Bragatto, de 74 anos, voltava para o sítio em que trabalha como caseiro, situado no Pico do Ibituruna, em Governador Valadares, Minas Gerais. No caminho passou no bar de Carlos Andrade e comprou quatro latas de cerveja. Na subida, parou para descansar sentando-se numa pedra à beira da estrada, e aproveitou para tomar duas cervejas. Já estava escuro quando Plínio notou um estranho objeto de forma ovalada aparecer no céu.
A nave com várias “pernas” (trem de pouso) desceu próxima a ele. Uma porta se abriu e uma escada com um pequeno corrimão surgiu. Do interior da nave, um ser com quase 2 metros de altura acenou convidando-o a entrar e conhecer o objeto por dentro. Sem hesitar, ele o adentrou e ficou admirado com o conforto que havia em seu interior. “Tudo era aveludado e em tom azul”. Assim que familiarizou-se com o ambiente, os seres convidaram-no para conhecer seu planeta de origem. Bragatto diz que aceitou sem preocupação: “Eu vi que eram gente boa”. Deviam ser aproximadamente 19h30 quando a nave partiu, segundo ele, “…para o planeta Marte “.
A viagem não duraria mais do que uma hora. No caminho, conta que passou por uma avaliação médica. No disco, além do comandante, havia uma mulher e outro homem, Usavam roupa colante com vários medalhões dourados. A fisionomia era bem parecida com a nossa. Mas o cabelo nascia da metade da cabeça para trás.
Tinham uma boca enorme, orelhas e nariz. “Eram feios”, na concepção de Bragatto. Durante a viagem, o feliz contatado declarou ter comido uma fruta parecida com mamão, uma empada e tomado uma bebida. Não demorou muito e o marceneiro chegou a “Martiolo, capital de Marte”. Lá, “tinha mais gente me esperando do que quando o Papa veio visitar o Brasil”. Assim, a nave pousou e todos vieram receber o visitante do planeta “Bacha”, pois é assim que eles chamam a Terra, O contatado alegou ter apanhado uma pedra do chão e escondido. Viu um grande rio, com milhares de prédios, carros enormes e times de futebol com quinze componentes cada. O céu estava cheio de aparelhos e o tráfego de transeuntes era intenso e contínuo. “As pontes são feitas de borracha, e construídas em questão de dias”.
Um dos seres chegou próximo a Bragatto e perguntou se ele sentia saudades de casa, pois já estavam em Marte há mais de oito horas. Na viagem de volta à Terra, o caseiro afirma ter visto uma televisão muito estranha, em que as imagens flutuavam no ar (uma espécie de holografia). Declarou ter visto animais parecidos com dinossauros. E muitas outras coisas. No percurso da viagem, perguntou se os seres voltariam. Um deles respondeu (em uma língua parecida com o Espanhol ou Italiano) que retornariam em maio de 1997. Ou quando as tempestades fossem menos intensas, pois, segundo eles, “…cinco naves já sofreram acidentes por causa de relâmpagos”.
Por volta das 04h30, os seres deixaram Bragatto em um pasto. “Pensei que eles tinham me abandonado em um outro planeta”. Para sua felicidade, porém, avistou um caminhão da Sadia passando ao longe, constatando assim que voltara a seu país. Esperou clarear mais um pouco e seguiu até a estrada. Conseguiu pegar uma carona com um caminhoneiro que certificou-o de que estava em Montes Claros, no norte de Minas, distante mais de 800 quilômetros de Governador Valadares.
QUEIXA ÀS AUTORIDADES – Assim que desceu em Montes Claros, Bragatto esperou o comércio abrir, tomou café, e procurou a Polícia Civil, onde foi bem atendido. O delegado Castelar Carvalho Leite procurou detalhes que pudessem esclarecer o seu estranho desaparecimento, pois teve certeza de que o caseiro não estava embriagado e que gozava de plena lucidez. Para ele, o episódio é inexplicável, pois o tempo gasto entre as duas cidades é de aproximadamente treze horas. Então Castelar ligou para Governador Valadares e conversou com o detetive André Luiz. O mesmo, a pedido do delegado, foi até o Pico do Ibituruna e encontrou o que parecia improvável: marcas circulares com 3 metros de diâmetro. E o mais interessante é que as marcas eram idênticas às descrições de Bragatto.
Werner realizou uma entrevista com o contatado e pesquisou a narrativa em detalhes, aferindo que o “senhor Bragatto é uma pessoa carismática Durante a entrevista ficou evidente que ele realmente acreditava no que dizia. Não havia contradições em suas declarações. Apesar da idade, é ativo e simpático”. O entrevistador alegou também que o contatado é semi analfabeto – ele não conseguiu ler a credencial do CIPFANI que lhe foi mostrada. “Pessoa simples, certamente não teria conhecimento suficiente para elaborar uma história com tantos detalhes”, acrescenta.
A pedra que ele diz ter trazido de Marte foi trancada em um cofre da TV Rio Doce. Quando Werner pediu para ver o material, a redatora e apresentadora do noticiário local negou veementemente. Até hoje, nenhuma pesquisa foi realizada em torno desse fragmento (que seja de nosso conhecimento). Em conversa com o detetive André Luiz, Werner obteve boas referências sobre Bragatto. E, o mais interessante: além de ter ido ao local do suposto pouso, Luiz realizou um desenho do que seriam as marcas que o objeto teria deixado na estrada de terra.
Werner fez algumas considerações a respeito do caso, entre elas: “Como poderia uma pessoa semi analfabeta descrever detalhes tão interessantes como no caso da \’televisão com imagens que flutuam no ar\’? Bragatto sem intenção descreveu um processo de holografia. De que maneira teria sumido de Valadares, no leste de Minas, e reaparecido na madrugada de 10 de d
ezembro de 1996 em Montes Claros, distante mais de 800 km? O comerciante Carlos Andrade é uma das testemunhas que afirma ter visto Bragatto na tarde do dia 09 de dezembro de 1996, poucas horas antes de seu suposto contato”. Por fim, Werner declarou que está dando continuidade às pesquisas desse caso, ressalvando porém tratar-se de uma narrativa deveras suspeita.