Donald Tyson autor de O Vôo da Alma: Projeção Astral & o Universo Mágico [Llewellyn Worldwide, 2007], explica nesta entrevista seus métodos de projeção astral – e como você pode fazer para abandonar nossos corpos físicos e viajar para outros mundos, outras dimensões. Aqueles que praticam a projeção astral dizem que isso não só é possível, mas também que pode ser uma maravilhosa jornada onde podemos encontrar seres humanos e não-humanos e ganhar informações a respeito de nossas vidas na Terra. Tyson explica a natureza do vôo astral, como cada um de nós pode alcançá-lo, o que podemos esperar encontrar no universo astral, como se relaciona com a experiências de abdução por UFOs e com sonhos lúcidos, e como evitar qualquer perigo.
Stephen Wagner: Há muitos livros sobre projeção astral disponíveis. O quê você está tentando oferecer em O Vôo da Alma que seja diferente dos outros livros?
Tyson: Em Vôo da Alma eu quis dar uma visão total da projeção astral em todas as suas formas. Os livros sobre projeção astral geralmente seguem o modelo estabelecido por Sylvan Muldoon e Hereward Carrington em seu influente trabalho, A Projeção do CorpoAstral [Rider, 1929]. Eles descrevem o universo astral nos termos apresentados por Muldoon, o que na minha experiência é muito pouco adequado.
Muldoon, embora fosse um viajante astral talentoso, tinha uma concepção limitada e materialista das dimensões astrais – ele via o mundo astral como pouco mais que um duplo do mundo físico, apenas um pequeno aspecto dele. Ele encontrou algumas entidades astrais que não eram humanas, pois ele tinha uma firme expectativa de que veria somente humanos, e o nível astral por onde viajamos é delineado e definido em grande parte pela expectativa humana.
Ele era um Espiritualista, portanto tendia naturalmente a ver o universo astral nos termos Espiritualistas. A insistência dele a respeito da realidade do cordão de prata, um suposto fio de matéria elástica ligando o corpo físico ao corpo astral, é quase fanática. Ele esperava encontrar pessoas mortas e, às vezes, ele encontrou.
A visão de Muldoon, que formou a forma padrão do cidadão médio, é que a projeção astral é a projeção real de um duplo do corpo físico além do invólucro corporal e fora do ambiente material. Este duplo permanece conectado fisicamente ao corpo através de um cordão que é quase infinitamente elástico. De acordo com Muldoon, o corpo astral realmente viaja através de campos e por estradas, atravessa portas enquanto explora o campo astral, o que na experiência dele, era quase idêntico ao plano físico, estando sobreposto a ele. Segundo ele, essencialmente, projetar-se era andar através do meio físico num corpo astral composto de uma substancia muito sutil e geralmente invisível, que se projetava para fora do corpo físico, mas se mantinha sempre ligado a ele através do cordão de prata.
Tudo isso é irremediavelmente simplista e ingênuo. A viagem astral não é uma viagem fora do corpo. Ocorre totalmente dentro da mente. Os níveis do mundo astral são níveis mentais. Ao mesmo tempo, a realidade física que experimentamos é também uma criação mental, e existe como um nível da mente. Isto é algo que Muldoon nunca poderia compreender. O mundo astral pode sobrepor o mundo físico, de tal forma que, às vezes, o viajante astral parece caminhar ao redor do ambiente físico, precisamente porque ambos os mundos, físico e astral, são construções da mente. Elas são, é claro, diferentes na forma, mas sambas são formadas no interior da mente, e portanto nenhuma projeção é necessária. É mais um problema de mudar de um estado mental para outro – de mudar a ressonância mental.
A experiência astral é muito mais ampla do que a imaginada por Muldoon e os Espiritualistas. É possível traçar as várias formas de vôos da alma desde os primitivos xamans da nossa pré-história, até a visão-remota do projeto secreto da CIA conhecido como Stargate, que esteve em andamento até 1995. Algumas das formas tomadas pelo vôo da alma, como prefiro chamar a experiência, incluem: o vôo sabático das bruxas européias, que era induzido pelo uso de substâncias narcóticas; os encontros com fadas, tão comuns na história e folclore celta; a bilocação de santos cristãos, induzida pela austeridade física e prece; os experimentos deliberados de projeção astral que ocorreram entre os Espiritualistas, Teosofistas, e Rosacruzes; e os encontros imediatos com UFOs que são comumente relatados na nossa época.
Também foi examinada a conexão muito próxima entre o vôo da alma e experiências relatadas como sonhos e visões. Olhar para cristal envolve o vôo da alma. Há uma diferença muito pequena entre ver uma cena astral e entrar nela, embora a maioria das pessoas não saiba disto. O alquimista Edward Kelley freqüentemente se encontrava cercado pelos espíritos que ele observava dentro do cristal de Dee, e por um breve espaço de tempo se tornava uma parte dele.