
O fenômeno UFO não pode ser considerado como uma ocorrência típica de nosso século. Pesquisadores não alinhados com os estudos históricos clássicos, ortodoxos, têm levantado inúmeras hipóteses sobre a influência e o legado cultural que seres extraterrestres teriam transmitido à nossa civilização. É óbvio que tais teses provocam o riso por parte dos céticos, que não são poucos, e o espanto de outros que vêem, na trajetória humana, um encadeamento preciso nos fatos históricos. Aos últimos, não interessa, em hipótese alguma, um revisionismo da história, seja pelo trabalho que isso representaria ou mesmo pela simples ameaça ao conheci-mento, o qual, sabemos perfeitamente, é uma das formas pelas quais o poder é manifestado.
Devemos reconhecer que muitas das teses surgidas nos últimos tempos podem, realmente, carecer da mais absoluta seriedade, alcançando, por vezes, os limites da fraude. O assunto, sendo objeto de um grande interesse popular, propicia a ocorrência de fatos deturpados e que visam tão somente, em alguns casos, a publicação de obra literária a ser incluída na lista dos “best-sellers”. Entretanto, também devemos reconhecer, há pesquisadores sérios e que desejam apenas o alcance da verdade nesse controvertido campo. Alguns erros ou excessos certamente serão cometidos, pois toda área de estudos, quando em sua fase embrionária, gera confusão, dúvida e muita discussão acerca de pontos de vistas contrários.
O homem do século XX já está livre emocionalmente para encarar, de frente, os enigmas que aí estão, sem que o seu subconsciente o acuse de estar violando princípios religiosos dogmáticos. Pelo contrário, ampliando sua visão acerca do mundo cósmico situado além dos nossos estreitos limites terrenos, poderá até mesmo alcançar uma espiritualidade mais elevada, seja através de contatos mantidos com civilizações em estágio mais elevado que o nosso, o que é uma hipótese viável, quando co-meçamos a era das navegações espaciais, ou pelo simples conhecimento do cosmos, o qual, conforme Sir James Jean, tende mais a parecer um grande pensamento do que uma grande máquina, idéia que vai contra a linha newtoniana, de natureza mecanicista.
Carl Jung já dizia em sua obra “Aion” “Mais cedo ou mais tarde, a Física Nuclear e a Psicologia do inconsciente se aproximarão cada vez mais, já que ambas, independentemente uma da outra e a partir de direções opostas, avançam para território transcendente”. Falarmos de Física nuclear significa o mesmo que falarmos sobre o cosmos, uma vez que as reações interiores a um grão de areia são as mesmas que ocorrem numa infinitesimal partícula de matéria que integre a massa de uma estrela situada nos confins do Universo. E se unirmos a física nuclear ao nosso inconsciente, estaremos, na realidade, estabelecendo um poderoso elo de ligação entre o ser humano e o todo universal.
Diante dessa visão transcendental, que seguramente fere conceituações rígidas e dogmáticas, podemos partir para pesquisas que fogem ao tradicionalismo científico. Tem-se tentado, inutilmente, uma explicação racional e baseada na ciência para o enigma representado pelos UFOs. A natureza de tais objetos, meios propulsores e origens constituem uma pe-rene fonte de frustração para os pesquisadores. Todo o saber científico, acumulado duramente ao longo da história humana, esgota-se em poucas perguntas e para as quais jamais houve sequer uma resposta satisfatória. Por essa razão, uma das alternativas viáveis para o momento é buscarmos a transcendentalidade de que falou o mestre Jung.
Muitos pesquisadores julgam que os mistérios do Universo estão contidos também dentro do próprio homem, o que não deixa de ter um certo sentido. Se o cosmos é composto de matéria e nós, humanos, somos uma parte desse todo, vivendo, de uma certa forma, umbelicalmente em relação ao meio ambiente, pois dele retiramos tudo o que nos é necessário para a manutenção da vida, poderemos, desde que exista uma boa dose de sensibilidade, ir de encontro à essência daquilo que foi classificado como “grande pensamento”. Isso já tem acontecido entre humanos através da percepção extra-sensorial. Que duas pessoas, posicionadas a longa distância uma da outra, podem manter uma comunicação mental, a nível telepático, é fato mais do que bem comprovado, ainda que não aceito inteiramente pelo mundo científico. Havendo um “grande pensamento” ou uma “consciência cósmica” – os termos aplicáveis são muitos – uma intera-ção mental entre o todo, que seria o Universo, e uma de suas expressões menores, que seria a mente humana, não pertence ao mundo da ficção, mas sim, a uma realidade que ainda não conseguimos alcançar em termos práticos.
Observemos a citação introduzida na obra “Mergulho no Hiperespaço”, de autoria do general Alfredo Moacyr Uchôa, cujo nome é sinônimo de seriedade e dedicação a causa dos UFOs, citação essa inspirada nas mesmas bases de Sir James Jeane Carl Jung: “Se, até agora, a ciência tem sido conduzida pela experiência externa e pela razão, d\’ora em diante, além desse processo há que progredir e completar- se pela experiência interna, decorrente de percepções superiores, evidenciadas em níveis mais profundos do próprio ser, em cuja interioridade se encontra a consciência humana em contínuo enriquecimento e expansão (Y.A)”. Vemos, com clareza, a ligação entre a mente e ciência, entre o esotérico e o material. Essa citação teria sido obtida pelo general Uchôa durante contato de natureza transcendental mantido com seres extraterrestres em avançado estágio cultural e espiritual.
Podemos buscar em outras fontes palavras que tenham o mesmo significado. Em “A Grande Síntese”, uma obra de cunho espiritualista de autoria de Pietro Ubaldi, encontramos citações assemelhada: “Chegareis, já vo-lo tenho dito, a produzir energia por desintegração atômica, isto é, a transformar a matéria em energia. Conseguireis penetrar com a vossa vontade na individualidade atômica, trazendo informações ao seu sistema. Mas lembrai: O triunfo não será somente o de um método indutivo e experimental, nem terá apenas repercussões de ordem material, nem tampouco significará vantagem de ordem imediata e prática, mas implicará na solução de um grande problema filosófico, e virá orientar de modo completamente novo todo o vosso espírito cientifico”. Certos aspectos abordados por Pietro Ubaldi, mediunicamente, tornaram-se, para espanto de muitos, realidade no campo da Física Nuclear, anos mais tarde.
O problema científico que envolve os UFOs talvez encontre sua resposta não na ciência pura, pelo menos no estágio em que nos encontramos, mas em condições transcend
entais que estabeleçam uma ponte de ligação entre a nossa civilização e outra extraterrestre. A Parapsicologia tem demonstrado que nossas capacidades mentais não se resumem apenas ao armazenamento de informações e elaboração de pensamentos lógicos. Nosso cérebro poderá vir a ser, nessa investigação sobre os UFOs, tão importante como sofisticados aparelhos eletrônicos. Por isso, devemos romper com pensamentos puramente materialistas, dominadores e inibidores das manifestações extra-sensoriais. Como vivemos em meio a um mundo que se manifesta essencialmente através da matéria, dela dependemos e não aceitam os que possam existir outras dimensões além daquelas que conhecemos.
A reportagem publicada na edição nº 2 da revista “PSI-UFO”, a qual aborda o encontro da Parapsicologia com a Ufologia, é muito significativa e dá o que pensar. Thomas Green Morton, um sensitivo que teria obtido seus poderes paranormais quando criança, no ano de 1959, ao ser atingido por um raio, deu demonstrações inequívocas de que, graças à sua força mental, foi possível captar imagens de UFOs em películas fotográficas. Através de um processo denominado de escotografia, inúmeras imagens foram captadas em Três Corações, Minas Gerais. Thomas Green Morton atuou da mesma forma como um médium espírita, já que visualizou, no piano mental, os objetos voadores e os gravou na chapa fotográfica. Nenhum dos seus acompanhantes viu qualquer coisa além de nuvens. Ocorrências como a que foi narrada começam a impor expressões como “mundos paralelos”, “quarta dimensão” ou “anti-matéria\’\’, invadindo os meios intelectuais mais ortodoxos, ao mesmo tempo em que iniciam o processo de derrubada de resistências contra propostas que, antes de serem uma espécie de contraciência, podem representar o meio de alcançarmos as respostas que tanto procuramos.
Na revista “UFOLOGIA”, nº 10 o pesquisador Leo Sprinkle, da Universidade do Wyoming, em artigo denominado “O Perfil dos Contatados”, mostra que os seres humanos que tiveram a oportunidade de contato com seres extraterrenos são tão importantes para o trabalho investigatório como o são os visitantes. Segundo esse pesquisador, os contatados seriam, de fato, escolhidos. Essa condição implica em duas hipóteses: a primeira, já encarada como uma possibilidade real é a de que seres extraterrenos já estejam entre nós, quando poderiam, pessoalmente, selecionar humanos a serem contatados; a segunda, também viável, mostrando uma espécie de comunicação mental à grande distância, é de uma certa forma, programando a vida do indivíduo a ser contatado no futuro. A última hipótese, se confirmada, revelaria que o poder da mente é universal, não sendo privilégio apenas de seres humanos, o que nos leva, mais uma vez, às conceituações de Jung. E se ela é universal, sensitivos poderiam tentar suprir as deficiências científicas, que impedem uma investigação mais aprofundada sobre os UFOs.
Se soviéticos desenvolvem pesquisas destinadas ao alcance de armas invisíveis e silenciosas, que seriam as forças parapsicológicas de indivíduos superdotados, qual a razão de não usarmos as mesmas forças para um objetivo pacífico? Os americanos, por seu turno, também desejam montar seus exércitos parapsicológicos, objetivo já declarado em artigo sob o título “A Nova Batalha Mental”, publicado na “Military Review”. Observando o que vem sendo feito nos dois países, chegamos à fácil conclusão que o segredo militar será mais forte e, assim, jamais saberemos o resultado de tais pesquisas.
Estrategistas militares, sejam eles do Pentágono ou do Kremlim, certamente não perderiam tempo e recursos valiosos em pesquisas improdutivas. O problema principal é que o assunto pode levar à captura de um UFO. E a Nação que conseguir tal coisa poderá dominar o planeta…