Cientistas que estudam o Sol disseram que colunas de plasma que se desprendem da estrela funcionam como um cano igreja, fazendo ressoar explosões que ocorrem na coroa solar. A coroa é uma camada do Sol composta de plasma – uma substância superaquecida e com partículas eletricamente carregadas. As colunas são geradas pelo campo magnético da estrela. As explosões que ocorrem na superfície solar liberam energia equivalente à de milhões de bombas de hidrogênio. O som dessas explosões causa “um efeito parecido com o de dedilhar a corda de um violão”, disse o professor Robert von Fay-Siebenbuergen, diretor do Centro de Pesquisas de Física Solar e Plasma Espacial da Universidade Sheffield, na Grã-Bretanha. As ondas sonoras das explosões viajam pelas colunas de gás a dezenas de quilômetros por segundo. O som, gravado pelos cientistas, perde força em menos de uma hora e se dissipa.
Youra Taroyan, que trabalha com Fay-Siebenbuergen no centro de pesquisas, disse que as colunas de plasma “podem ter até 100 milhões de quilômetros de altura”. Os cientistas não sabem explicar porque a temperatura da coroa solar é até 300 vezes maior do que na superfície da estrela. Fay-Siebenbuergen disse que o estudo de como o plasma se aquece poderia acelerar o desenvolvimento da tecnologia de fusão nuclear em escala industrial. A fusão nuclear é o processo que dá energia ao Sol e a outras estrelas. Diferente dos processos em que há queima de combustíveis fósseis, na fusão nuclear não há geração de dióxido de carbono.