
Há algumas semanas, uma informação surpreendente sacudiu a Comunidade Ufológica Brasileira e mundial. Uma matéria originada de um release de imprensa padrão, distribuída por alguma agência internacional de notícias, foi espalhada pelo planeta e publicada em dezenas de jornais brasileiros e de muitos outros países. O texto dava conta de que o governo americano estaria por fazer revelações bombásticas sobre os UFOs, especialmente sobre o resgate de uma nave acidentada em Roswell, Novo México, em 1947. O caso é excepcionalmente bem conhecido dos ufólogos que acompanham a Revista UFO, que publicou seus detalhes inúmeras vezes, mas ainda está encoberto de muitas incertezas.
Segundo a matéria estampada nos jornais, essa atitude do governo dos EUA estaria sendo causada principalmente pelas declarações de um ex-cinegrafista do Exército americano que garantia ter feito, ineditamente, diversos filmes de curta metragem em preto e branco contendo cenas do resgate dos UFOs, dos ETs acidentados e – o que é ainda mais fantástico – dos procedimentos de autópsia dos cadáveres em barracas a luz de lampião, em pleno Deserto do Novo México. Dezenas de nossos leitores ligaram ou escreveram à Redação de UFO perguntando o que havia de verdade sobre essas notícias, publicadas de forma praticamente idêntica em todos os jornais. Isso motivou-nos a contactar diversas de nossas fontes internacionais para fazermos um detalhado apanhado da situação.
Expedimos cartas e transmitimos fac-símiles para diversos estudiosos em vários países que, mais próximos do que é conhecido como “centro dos acontecimentos” em Ufologia, poderiam nos dar maiores detalhes. Entre os consultados, o coronel aposentando da USAF Wendelle Stevens, que mora em Tucson, Arizona, deu-nos valiosas informações sobre o filme. “Em uma parte da película, aparece um UFO desmontado e vários corpos de seres alienígenas ao seu lado”, disse Wendelle em um de seus fax à UFO. Já o ex-chefe de polícia inglês Tony Dodd, um dos editores da revista UFO Magazine, acredita que o filme seja uma fraude. “O atual proprietário do filme está tentando fazer muito dinheiro vendendo-o às redes de TV dos EUA e Europa”, garante Dodd.
Uma matéria distribuída por alguma agência internacional de notícias foi espalhada pelo planeta e publicada em dezenas de jornais brasileiros e de outros países. O texto dava conta de que o governo americano estaria por fazer revelações bombásticas sobre os UFOs, especialmente sobre o resgaste de uma nave acidentada em Roswell, no ano de 1947
Por outro lado, Michael Hesemann, editor da revista alemã Magazin 2000 e um dos ufólogos mais bem informados da Europa [Editor: é Hesemann quem está organizando o gigantesco congresso ufológico de Düsseldorf, em outubro. Veja na seção de Eventos], garante que o filme é verdadeiro e pode representar um primeiro passo decisivo para esclarecimento total da questão de Roswell. “Pesquisei todos os detalhes sobre a confecção do filme, possivelmente em 1947, e acredito que seja genuíno”, disse. “Estamos diante de um momento histórico da Ufologia Mundial e temos que tirar proveito disso para forçarmos os governos a dizerem de uma vez o que sabem sobre o Fenômeno UFO”, concluiu em fax a este autor, há alguns dias.
Cautela – Seja como for, é necessário agir com muita cautela. O filme – na realidade um conjunto de 16 latas contendo rolos de película em preto e branco de mais ou menos 15 minutos de duração cada – pode ser uma grande farsa ou uma grande confirmação e uma evidência inequívoca daquilo que todos os ufólogos já sabem: os EUA resgataram naves acidentadas em seu território e seus tripulantes extraterrestres. Alguns estavam mortos e foram evidentemente autopsiados por especialistas em várias áreas da Medicina. Outros, ainda vivos, foram mantidos como “hóspedes” do governo, que criou para esse fim instalações adequadas, climatizadas e ambientalizadas para a sobrevivência dos seres pelo maior período de tempo possível.
Muitas pessoas, motivadas pelo que se fala sobre o assunto na TV, acreditam que estes ETs tenham sido mantidos cativos – como se fossem presos – pelo governo. Isso é uma verdade parcial. O fato é que os ETs resgatados vivos não podiam, por razões óbvias, ser libertados para andarem pelas ruas dos Estados Unidos. Também não podiam ser vistos em shopping centers e nem levados à TV. Por outro lado, o governo não tinha como mandá-los de volta aos seus planetas de origem. Não tinha como despachá-los, extraditá-los ou coisa do gênero, como faz com imigrantes ilegais em seu território [Editor: tecnicamente, os ETs também são descritos pela constituição dos EUA como imigrantes ilegais]. Essa é uma situação complicada e delicada para as autoridades dos Estados Unidos.
Hóspedes do governo – Assim, o jeito encontrado foi manter esses seres resgatados ainda com vida nos acidentes ufológicos – em especial o de Roswell – como uma espécie de hóspedes do governo, sob custódia controlada, mas em situação de extremo conforto e assistência por parte de médicos de várias áreas, psicólogos especializados, lingüistas treinados, nutricionistas etc. As instalações criadas para esses ETs viverem eram o que de mais sofisticado se poderia construir na Terra, com controle de temperatura, atmosfera, iluminação, alimentação, recreação etc. E é claro que o governo destacou os maiores experts em diversas áreas científicas para tentarem estabelecer comunicação e elos de ligação com os ETs. Assim, historiadores, astrônomos, matemáticos, físicos e uma gama de celebridades foi colocada em contato com os seres, para com eles aprenderem tudo o que fosse possível. Afinal, quando o governo teria novamente como hóspede um ser pertencente à uma civilização mais de mil anos à nossa frente para proporcionar respostas científicas, religiosas, sociais, culturais, planetárias e outras que tanto buscamos?
O governo dos EUA manteve os ETs resgatados ainda com vida nos acidentes como uma espécie de “hóspedes”, sob custódia controlada mas em situação de extremo conforto e com assistência por parte de médicos de várias áreas, psicólogos especializados, lingüistas treinados, nutricionistas, estudiosos etc
Infelizmente, apenas alguns desses seres viveram nessas condições, ainda assim por poucas semanas. Houve um, pelo menos, que teria vivido 6 meses, segundo o exagente da Marinha dos EUA Milton William Cooper [Editor: veja matéria completa em UFO 10]. Este ser chegou a manter comunicações telepáticas com seus assistentes, era resignado com seu destino na Terra e tentava até agradar seus anfitriões sendo gentil e fornecendo informações sobre ciências em geral. Esse ET carinhosam
ente recebeu o nome de Ebe, que é abreviatura de Extraterrestrial Biological Entity ou entidade biológica extraterrestre. Vários dos anfitriões de Ebe tinham nele uma espécie de protegido, ao ponto de lhe servirem quase diariamente sorvete de morango, alimento que era seu preferido entre todos os que lhe foram apresentados. Além de Cooper, vários outros exagentes da inteligência (leia-se espionagem) norte-americana também garantiram ter visto ou contactado telepaticamente Ebe. Há até quem garanta que o ex-secretário de Estado James Forrestal era o mais assíduo visitante ao quarto onde era mantido o alien…
Tudo isso pode parecer um completo absurdo, uma história fantástica e incrível demais para ser verdade. Mas se a analisarmos detidamente, veremos que não. Em primeiro lugar, para resgatar um único ET de um único UFO acidentado e mantê-lo vivo por pelo menos algumas horas é necessário um verdadeiro batalhão de militares, especialistas, cientistas, médicos, técnicos, enfermeiros, agentes de segurança etc etc. Como fazer com que toda essa gente fique de boca fechada sobre o que presenciou para o resto da vida? E estamos falando aqui de mais de mil pessoas diretamente envolvidas num único acidente de UFO, o de Roswell. Em segundo lugar, as pessoas que vieram a público para garantir que isso ocorreu de fato eram posicionadas, quando na ativa, nos mais altos escalões da hierarquia militar dos EUA ou nos mais altos postos das instituições científicas daquele país.
Eram (e ainda são, pois vários ainda estão vivos) pessoas de respeito, de caráter, que um dia, ao se aposentarem, foram a um jornal, a uma emissora de rádio ou a uma estação de TV para desabafarem sobre algo que lhes incomodava há décadas. Num caso típico, um exagente da CIA, que se aposentou em 1978, há poucos anos foi a uma emissora de rádio da cidade de Orange County, ao sul de Los Angeles, para dizer bem o seguinte: “Eu não agüento mais guardar para mim o que vi e ouvi naqueles dias. Eu quero contar tudo o que sei pois já estou no fim da minha vida e preciso dormir com minha consciência tranqüila por ter cumprido meu dever. Eu vi os corpos daquele ETs, vi a nave ainda intacta ser desmontada e levada para um hangar e vi os corpos serem autopsiados por médicos de todo o mundo”. Como alguém em sã consciência vai dizer que um ex-sargento de folha corrida impecável, após uma vida de trabalho e agora com 70 anos, praticamente em seu leito de morte, está mentindo sobre um assunto dessa seriedade?
Vazamentos – Desabafos como esse podem ser ouvidos quase semanalmente nos EUA, o que tem levado o governo à loucura. Um agente ainda na ativa nos disse, durante o último Congresso Internacional de Ufologia de Las Vegas, em Mesquite, dezembro passado, que “…o governo está tentando segurar água com as mãos e o líquido está escorrendo em quantidades cada vez maiores. Podemos esperar para qualquer momento que, por não conseguir conter mais os vazamentos, o governo vá admitir um pouco do que sabe. Daí, tudo virará uma avalanche”. Assim esperamos nós também, brasileiros, que enfrentamos situações de estúpida manutenção de sigilo quanto ao Fenômeno UFO por parte de nosso governo, nossos militares. Talvez o filme que promete ser liberado agora seja esta gota d’água que fará transbordar o balde e acionará uma grande campanha mundial de abertura ufológica.
Venham como vierem, essas informações terão que ser apresentadas à população de forma muito cautelosa – e não é bem isso que vemos publicado nas notícias de jornal. Segundo elas, a revelação para “os amantes dos discos voadores” deverá ser “bombástica” (grifo das próprias matérias). O palco de tais revelações será um congresso da entidade inglesa British UFO Research Association (BUFORA), do qual participam Jenny Randles, conhecida cética da questão dos círculos nas plantações inglesas, e Philip Mantle, que anunciou a apresentação do filme. O congresso ocorrerá em Sheffield, em agosto (sem participação de brasileiros). A BUFORA já foi uma organização ufológica potente, mas hoje é uma das menos ativas e mais desacreditadas da Europa, por manter-se numa linha de raciocínio cético em relação à maioria dos casos registrados por outros grupos da Grã Bretanha e Europa.
Essa postura tem irado seus adversários, principalmente o Quest International, que edita a UFO Magazine e tem Tony Dodd em seus quadros [Editor: Dodd virá ao Brasil para 2 congressos nesse ano. Veja seção de Eventos]. Randles, uma das líderes da BUFORA, por exemplo, garante que os círculos ingleses têm explicação prosaica e mais ligada à força dos ventos e outras baboseiras. E Mantle é vidrado num sensacionalismo, tanto que chegou a distribuir a nota de que o filme dos cadáveres de Roswell é uma produção de 91 minutos. A verdade é outra: dos 16 rolos de filmes, de 15 minutos cada, apenas alguns são nítidos o suficiente para revelarem alguma coisa – e não por mais de alguns minutos cada. “Os filmes foram mantidos nas piores condições possíveis”, nos contou Wendelle Stevens, “num local úmido e empoeirado, debaixo da cama do cinegrafista que o obteve”. E continua o coronel aposentado, detentor de um dos maiores acervos ufológicos do mundo: “De qualquer forma, não há a mais mínima indicação de que o governo dos EUA vá mudar sua versão sobre a queda em Roswell. Até agora, insiste em afirmar que se trata da queda de um balão da série Mogul”.
Wendelle também nos dá um histórico de como o filme surgiu em cena. Segundo ele, que rastreia casos do gênero em todo o mundo, o filme, comprado por um fracassado produtor inglês de cinema e musicais chamado Ray Santilli, é um incidente que foi descoberto na Califórnia há alguns meses. Santilli, teria viajado a Los Angeles para procurar um homem que garantia ter alguns velhos filmes inéditos de Elvis Presley para vender. Santilli o encontrou e surpreendeu-se em ver que o cineasta amador tinha material de qualidade sobre Presley. Segundo Colin Andrews, ufólogo inglês e um dos poucos que viu o filme até hoje, numa sessão particular oferecida por Santilli em Londres, este teria achado na casa do velho cineasta
muito mais do que fitas de rock n’ roll.
Caixa de filmes – “Se você está surpreso em ver isso, meu filho, aguarde um instante”, disse o velho à Santilli, enquanto se dirigia ao quarto e tirava debaixo de sua cama uma caixa com as 16 latas de rolos envelhecidos e já contaminados com fungos. O cameraman aposentado do Exército dos EUA, então, mostrou alguns filmes à Santilli, que se surpreendeu ainda mais com seu conteúdo. “Um dos filmes mostrava um disco voador em forma de prato desmontado, enquanto alguns seres pequeninos estavam sendo empilhados ao lado da carcaça da nave”, disse Santilli a Andrews, que descreveu o fato a Wendelle e este a nós. “Outro rolo de filme, o mais impressionante deles, mostrava um daqueles corpos pequeninos sobre uma mesa e um médico de avental e luvas brancas cortando-o com instrumentos afiados”, continuou Santilli.
“Essa parte do filme foi um espanto: os médicos trabalhavam em um braço, o esquerdo, que estava esticado para fora da mesa”, disse o produtor inglês. Segundo ele, no filme, a cabeça e o pescoço do alien também estavam visíveis, assim como os pés, que saíam de baixo de um lençol sobre o diminuto corpo do ser. Andrews conseguiu ver o filme junto a alguns membros da BUFORA, e fez o que pôde para apurar detalhes de sua produção. Segundo ele, os seres não tinham a cabeça tão desproporcionalmente maiores aos seus corpos, como costumamos ouvir dos chamados cinzas (ou grays), aqueles raptores que geralmente pegam suas vítimas enquanto dormem. “Mas tinham os famosos e inequívocos olhos negros e oblíquos”, arrematou.
Um dos filmes de Santilli mostra um UFO em forma de prato desmontado, enquanto alguns pequenos seres estavam sendo empilhados ao lado da carcaça da nave. Outro filme, mais impressionante, mostra um daqueles ETs pequeninos sobre uma mesa de operações e um médico de avental e luvas brancas cortando-o com alguns instrumentos afiados. Se for verídico, esses filmes revolucionarão completamente a Ufologia
Um terceiro filme apresentado à Santilli pelo ex-cinegrafista e, depois, em Londres, pelo próprio produtor inglês, mostra uma cena arrepiante, embora de péssima qualidade, já que o filme estava deteriorado. Nele, aparece um ser alienígena sendo dissecado, já com vários de seus órgãos do lado de fora do abdômen. “Este ser parecia ter cerca de 1,5 m de altura, a julgar pelo médico que estava ao seu lado”, disse Andrews a Wendelle Stevens. Tony Dodd, eminente ufólogo britânico cuja principal vantagem sobre os membros da BUFORA é ter sido chefe de polícia e, com isso, ter conhecido fatos inside da Ufologia, garante que o filme é muito suspeito. “Na verdade, o filme foi anunciado pelo pessoal da BUFORA para atrair gente para seu congresso, em agosto próximo”.
Ele não falou, mas deu dica de que a entidade estaria fazendo isso para tentar igualar os eventos que Dodd preside [Editor: em fevereiro, a Revista UFO foi convidada para falar num congresso dele em Birmingham e foi ouvida por nada menos do que 900 pessoas!]. Dodd, com sua predileção por detalhes, espremeu Santilli contra a parede e ouviu dele a informação de que comprou 12 latas de filmes de 7 minutos cada, contra as 16 latas de 15 minutos cada, como foi dito a Andrews e Wendelle. Embora não tenha visto o filme, por ser rival da BUFORA, Dodd garante que não mais do que uns 20 minutos são prestáveis – e também que não mais do que isso tinha sido mostrado por Santilli até hoje a alguém. “Santilli faz um segredo danado sobre o filme para tentar aumentar seu preço. E pelo que apuramos sobre seu passado, não é uma pessoa em quem se possa confiar”, disse Dodd à Revista UFO. Sobre os detalhes do filme, expostos nos quase 20 minutos, o ufólogo da Quest acrescenta que algumas cenas se passam dentro de uma barraca de plástico ou lona, iluminada por lampiões a gás em estilo militar.
Aventais brancos – “Os corpos estão cobertos por lençóis e poucas coisas podem ser vistas, como os pés, as mãos, a cabeça e um braço. Duas pessoas em aventais brancos removem alguma coisa do braço estendido e a coloca em sacos plásticos”, continua nosso informante. “Nossas suspeitas de que o filme seja uma farsa são fortes”, diz, referindo-se ao fato de que, em 1947, quando o filme teria sido feito, não haviam luvas ou sacos de plástico e nem mantas desse material que pudessem ser usadas como barracas. No entanto, a Kodak analisou o filme, numa tentativa de recuperá-lo, e garante que o mesmo foi de fato produzido naquela data. Pelo número de controle de estoque, a empresa determinou que o filme era legítimo.
“Segundo Andrews, a Kodak analisou os filmes e determinou que o mesmos teriam sido produzidos em anos próximos a 1947”, diz Wendelle. A empresa teria também testado suas condições, que eram péssimas, e está analisando-o quadro a quadro. Ainda segundo Andrews e outra de nossas fontes internacionais, o alemão Michael Hesemann, Ray Santilli teria comprado do cinegrafista todos os rolos de filmes. O homem, já com 76 anos (82, segundo outras versões), achou que o governo já estaria divulgando o que sabe sobre os UFOs e teve medo de ter seus filmes desvalorizados. Assim, vendeu-os a Santilli por uma quantia desconhecida (Santilli afirma ter pago 150 mil dólares por eles, o que ninguém acredita). “Ele queria o dinheiro para comprar uma casa para sua filha recém casada”, disse o produtor inglês à Andrews.
Depois disso, com novos capítulos dessa intrigante e desconcertada novela, Andrews também teria afirmado a Wendelle que o jornalista Rupert Murdock, da Califórnia, teria comprado de Santilli parte do material, e que estaria negociando esse material com Steven Spielberg, o que é deveras interessante. Spielberg é notório dentro da Comunidade Ufológica Mundial por ter feito filmes extraordinários sobre o assunto – entre eles ET e Contatos Imediatos de 3° Grau. Há quem garanta, com toda a razão, em nossa opinião, que sua inspiração para o Contatos Imediatos, pelo menos, é coisa muito mais realística do que ele gosta de admitir. Segundo insiders de Hollywood, a maioria aficcionada por UFOs, Spielberg é profundo conhecedor de Ufologia e teve pessoalmente algumas experiências. Seja como for, convenhamos, seu filme Contatos Imediatos, produzido em 1977 – há quase 20 anos –, foi no mínimo profético!
No ano passado, Spielberg novamente se superou, anunciando que estava produzindo um filme sobre a queda de Roswell (talvez embalado pelo sucesso do próprio filme Roswell, dirigido por Jeremy Kagan, nas melhores locadoras). Rumores surgiram, em fevereiro de 1994, de que ele teria recebido da própria Casa Branca a promessa de que, se levasse avante seu projeto, com toda a seriedade, competência e objetividade com que é consagrado, o governo dos EUA lhe forneceria cenas oficiais e inéditas, antes top secret, da queda e operação de resgate do UFO. Seria mais ou menos como o excelente JFK – A Verdade Que Não Quer Calar: um filme em estilo document&a
acute;rio, de mais de 2 horas, intermeado com cenas verídicas do fato em questão. Pois surpreendentemente, empresários do cinema ligados ao cineasta mais rico de Hollywood informaram que o projeto do filme, em franco andamento e com alguns roteiros aprovados, estava suspenso. Sem mais nem menos!
Agora, adicionando mais mistério à coisa toda, surge a declaração de Colin Andrews, uma pessoa muito bem informada, de que Spielberg estaria interessado em comprar de Rupert Murdock o material que Santilli comprou do cinegrafista aposentado do Exército dos EUA… Isso tudo evidentemente não passou desapercebido de analistas da Ufologia mundial, que suspeitam haver muitas coisas omitidas nessa história. O que se acredita é que Spielberg tenha de fato recebido a tal proposta da Casa Branca, mas tenha também exigido fazer um filme verdadeiramente completo sobre o assunto, sem censuras. A cúpula de Washington, no entanto, na hora do vamos ver, teria negado-lhe acesso ao material prometido, enfurecendo o cineasta e provocando o cancelamento do projeto. Agora, sabendo dessas novas evidências e do filme em posse de Murdock, teria reconsiderado sua decisão e partido para reativar o filme – desta vez sem ter que depender do governo e dos militares. Se isso for verdade, será uma verdadeira bomba.
O alemão Hesemann, que tem dinheiro para viajar mundo afora e sabe das coisas, adiciona algumas peças ao já intrincado quebra-cabeças. Hesemann, que foi a Londres para assistir ao filme de Santilli numa nova sessão para a BUFORA, está tentando conseguir a película para apresentar em seu congresso de outubro, em Düsseldorf. Segundo o ufólogo alemão, Santilli teria sabido do filme através de Redge Presley [Editor: da banda The Troggs, cuja principal música é Wild Thing], um aficcionado por Ufologia que freqüenta congressos em vários países. Foi Redge quem avisou Andrews, que informou a Santilli sobre o filme e o fez ir atrás do ex-cinegrafista anônimo. Redge garante que a idoneidade do ex-cameraman do Exército está acima de qualquer suspeita. “O homem é sério e na época trabalhava para o governo. Foi assim que foi convocado para documentar as operações de resgate e autopsia”, disse. Até aí tudo bem; não é sua reputação que está em jogo, mas a de Santilli.
“Avant Première”– Hesemann ouviu de outro membro da BUFORA uma descrição peculiar sobre um dos rolos mostrados na primeira sessão de Londres (em que ele não estava). “Nele, aparecem os médicos retrando de um dos ETs a sua roupa, uma espécie de tecido fino brilhante aderente ao corpo do ser. O tecido foi removido com uma lâmina”, disse Hesemann à Revista UFO. Mas o mais interessante foi que Hesemann nos garantiu que, noutro rolo, aparecem procedimentos de autópsia feitos noutro local, desta vez num bem equipado hospital de Dallas, no Texas. “Nesta seqüência, dá para se ver claramente alguns figurões do governo atrás de um vidro que separa a sala de autópsia de uma outra sala destinada à observação de médicos. Entre essas autoridades está ninguém menos que Harry Truman, ex-presidente dos EUA”.
Hesemann também garante que, em 16 de março passado, altos escalões do episcopado britânico reuniram-se a portas fechadas na Arquidiocese de Canterbury para traçar planos sobre como preparar seus fiéis para a bombástica revelação de que não só estamos sendo visitados por seres de outros mundos, mas também que estes seres, por alguma fatalidade, tiveram suas naves estraçalhadas sobre a Terra. “Não se sabe, no entanto, se os religiosos tiveram essa reação só depois de tomarem conhecimento dos filmes de Santilli. De qualquer forma, quando os assistiram, declararam à imprensa que as películas eram forjadas e que nada daquilo era verdade”, concluiu.
Polêmica que divide – O caso todo é ainda muito obscuro e incompleto, e com certeza só teremos todos os detalhes a respeito do filme de Santilli após a tão prometida exibição pública durante o Congresso da BUFORA em Sheffield, em agosto (ou em outubro, em Düsseldorf). Até aqui, a polêmica ainda divide a Comunidade Ufológica Mundial e até o Brasil foi envolvido. “Recebemos a visita de um dos produtores da série Unsolved Mysteries (mistérios não resolvidos), que viu os 20 minutos do filme de Santilli em Londres. Ele nos garantiu que reconheceu o filme como um pedaço de um documentário de ficção sobre a queda de um UFO, feito no Brasil há alguns anos”, escreveu-nos Dodd, pedindo nosso auxílio para desvendar o caso. Esse produtor teria ainda acrescentado que o documentário feito no Brasil teria sido rodado propositalmente em filme preto e branco de 16 mm, mostrando uma recomposição do que seria uma queda de UFO como a de Roswell.
O produtor da Unsolved Mysteries ainda garante que, para ser feito o filme que Santilli acha ser genuíno, foram usadas modernas películas de 400 ASA, de estoque da Agfa Film, não disponível aos militares norte-americanos, muito menos em 1947! Até agora, no entanto, não temos nenhuma idéia de quem, em nosso país, poderia ter produzido esse filme nem porquê. Mesmo assim, Dodd afirma que nossos militares sabem de sua existência e já o descartaram como sendo uma fraude muito fajuta. A Revista UFO tem disparado telefonemas, fax e cartas para várias direções, no objetivo de tentar descobrir algo sobre essas afirmações. Mas, a princípio, elas nos parecem totalmente infundadas e a menção de algum documentário brasileiro sobre a queda de UFOs nos soa como uma história tão mal contada como a de Ray Santilli. A vantagem de Santilli, no entanto, é que ele tem os filmes nas mãos e, se quiser acabar com a polêmica, é só mostrá-los ao mundo.