Em entrevista ao programa The Late Show With Stephen Colbert, Demi Moore, declarou: “Soube que você é fascinado por extraterrestres, e minhas filhas costumam dizer que acham que eu sou parte alienígena.”

Questionada pelo apresentador sobre o motivo de as filhas Rumer, 37, Scout, 34, e Tallulah, 31 – frutos de seu casamento com o ator Bruce Willis, 70 – pensarem isso, ela respondeu: “Não sei. Talvez seja só por eu ter nascido em Roswell.”
- Colbert perguntou se os moradores da cidade têm o hábito de conversar sobre o suposto acidente com um OVNI, e Demi explicou: “Algo definitivamente aconteceu. Mas quando eu era criança, nunca se falava sobre isso. Nunca. Nada era sequer mencionado. Era como se fosse um tabu. E então, quando saiu o documentário e depois a série, passou a existir um museu, e hoje há um museu relativamente completo discutindo como eles impediram toda e qualquer comunicação sobre o assunto.”
- Ao ser pressionada sobre o que acredita ter ocorrido, a vencedora do Globo de Ouro afirmou: “Bem, sabe, a maior pista de pouso dos Estados Unidos fica em Roswell. Ao ar livre, então há muitos testes que acontecem por lá.”
Quando Colbert brincou que ela provavelmente não poderia falar mais sem se meter em problemas, Demi riu: “É verdade. Não quero ser vista como uma cidadã fora da lei.”
A artista acrescentou que vai estrelar “Strange Arrivals” [ainda sem título em português] ao lado do ator Colman Domingo, 55, produção baseada na história do casal Betty e Barney Hill, que ganhou fama ao protagonizar o suposto primeiro caso de abdução alienígena em 1961.

Colbert encerrou a conversa com humor: “Eles não estão mais entre nós, certo? Sabe por quê? Porque falaram demais sobre isso.”

O CASO ROSWELL — O MISTÉRIO QUE DEFINIU A UFOLOGIA MODERNA
Poucos eventos marcaram tão profundamente a ufologia quanto o que ocorreu em Roswell, Novo México, em julho de 1947. A pequena cidade norte-americana se tornou o epicentro de um dos maiores mistérios da história contemporânea quando, após uma forte tempestade, destroços peculiares foram encontrados em um rancho na região. O que começou como um relato simples de algo que havia caído do céu rapidamente se transformou em um enigma repleto de versões contraditórias, declarações oficiais que mudaram ao longo das décadas e testemunhos que afirmam ter visto muito mais do que um simples balão meteorológico. Roswell se tornou o caso que dividiu o século XX entre o ceticismo e a possibilidade concreta de contato extraterrestre.
A história ganhou forma quando o fazendeiro William “Mac” Brazel encontrou fragmentos incomuns espalhados por seus campos. O material, segundo testemunhas, não se comportava como nada conhecido à época: partes extremamente leves, impossíveis de queimar, indestrutíveis com as mãos, além de tiras metálicas que retornavam à posição original mesmo após serem amassadas — o chamado “metal com memória”. Intrigado, Brazel procurou as autoridades locais, que rapidamente acionaram a Base Aérea de Roswell, então sede do 509º Grupo de Bombardeio, a única unidade militar do mundo equipada com bombas atômicas.

Foi então que ocorreu um dos episódios mais surpreendentes da história da comunicação militar: o Exército dos Estados Unidos divulgou à imprensa que havia recuperado um “disco voador”. A manchete percorreu o planeta em poucas horas, provocando espanto, excitação e, sobretudo, temor em plena era pós-guerra. Mas a euforia durou pouco. Menos de 24 horas depois, o Exército recuou e emitiu uma nova nota afirmando que, na verdade, os destroços pertenciam a um balão meteorológico, uma reviravolta que imediatamente levantou suspeitas. Por que uma instituição tão poderosa anunciaria a captura de um disco voador para, no dia seguinte, substituí-lo por uma explicação tão banal?
Ao longo das décadas seguintes, o Caso Roswell foi ganhando novas camadas. Relatos de militares aposentados começaram a surgir, descrevendo não apenas destroços, mas corpos de seres não humanos recuperados no local do acidente. Alguns testemunhos, como o do major Jesse Marcel — o primeiro oficial a analisar o material —, insistiam que os destroços nunca foram de um balão, muito menos de algo comum. Marcel afirmou até sua morte que o governo havia acobertado deliberadamente o que realmente foi encontrado naquele campo.

Na década de 1990, pressionada por pesquisadores, jornalistas e até congressistas, a Força Aérea divulgou novos relatórios oficiais. O primeiro deles, de 1994, afirmava que o material recolhido fazia parte do Projeto Mogul, um programa secreto da época que usava balões equipados com sensores para detectar testes nucleares soviéticos. Em 1997, um segundo relatório tentou explicar também os relatos dos corpos alienígenas, atribuindo-os a bonecos de testes usados em experimentos de queda nos anos 1950 — detalhe: esses experimentos ocorreram quase uma década depois de Roswell. As explicações foram imediatamente contestadas por ufólogos e historiadores militares, que apontaram erros cronológicos, inconsistências e omissões flagrantes nos documentos oficiais.
Enquanto isso, testemunhas civis e militares continuavam a relatar histórias impressionantes. Enfermeiros que supostamente viram criaturas estranhas dentro da base, agentes que participaram do transporte de caixas lacradas e pilotos que afirmaram ter sido orientados a permanecer em silêncio varreram o cenário. A cultura popular ajudou a fortalecer o mito, mas muitos pesquisadores insistem que, por trás da narrativa sensacionalista, existe um núcleo real e profundo de verdade ainda enterrado sob camadas de sigilo.
O Caso Roswell também se tornou um marco na discussão sobre transparência governamental, motivando pedidos de abertura de arquivos e até audiências públicas nos Estados Unidos. Foi o caso que moldou a ufologia moderna, impulsionou filmes, livros e pesquisas, e trouxe à tona o debate sobre o direito da humanidade de saber o que realmente aconteceu. Se foi uma nave extraterrestre, um protótipo militar experimental ou algo ainda mais extraordinário, permanece uma pergunta em aberto. O que não há dúvida é que Roswell mudou a forma como o mundo encara o fenômeno UFO.

Hoje, a investigação sobre Roswell continua viva, alimentada por novos depoimentos, documentos liberados tardiamente e pela recente admissão oficial de que os Estados Unidos investigam fenômenos aéreos não identificados. Em um cenário em que militares reconhecem UAPs capazes de manobras impossíveis, as antigas versões do governo sobre Roswell parecem cada vez mais frágeis. Se há algo que Roswell nos ensinou, é que a verdade pode ser adiada, mas jamais apagada. E enquanto houver perguntas, Roswell permanecerá o caso que desafia o silêncio e mantém acesa a busca pelo maior segredo da história moderna.




