Na manhã desta segunda-feira (03), uma nova formação de agroglifo foi registrada em uma propriedade próxima à cidade de Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina. O fenômeno, que há anos intriga moradores e curiosos, voltou a chamar atenção com suas formas perfeitas e origem desconhecida.
Os desenhos formam um círculo maior, seguido de um círculo menor e um triângulo com outro círculo no centro da figura. Além disso, há vários triângulos menores na circunferência.

Este é o primeiro agroglifo feito na região em 2025. No ano passado, as figuras apareceram em setembro e outubro.
E como especulado na nossa publicação original, o proprietário optou por colher o trigo e retirar a formação. Dessa forma tornou-se inviável que qualquer análise possa ser feita.
Assista às imagens feitas por um drone.
Para o editor dfa Revista UFO, Thiago Ticchetti, “posso afirmar que ainda é cedo para considerar esse novo agroglifo como autêntico. Antes de qualquer conclusão, é fundamental uma investigação no local, com coleta de dados, medições, análise do solo e das plantas. Somente uma pesquisa técnica e presencial pode confirmar se há realmente algo fora do comum ou se se trata apenas de uma criação humana.
A experiência nos mostra que a grande maioria dos desenhos encontrados em lavouras é, de fato, feita pelo homem. Muitos são facilmente explicados e reproduzidos com técnicas simples — bastam cordas, tábuas e um bom planejamento. No entanto, existe uma pequena, mas extremamente importante porcentagem de casos que permanecem sem explicação, mesmo após análises detalhadas. São formações que apresentam características incomuns, como o dobramento das plantas sem quebra, alterações magnéticas e padrões geométricos de altíssima precisão. Esses casos merecem toda a nossa atenção e estudo.
A Revista UFO sempre incentivou uma abordagem científica sobre o tema. Em uma ocasião, oferecemos uma recompensa a quem conseguisse reproduzir um “agroglifo autêntico”, com todas as anomalias observadas em formações genuínas. Ninguém se prontificou a aceitar o desafio. Outras pessoas e publicações já propuseram o mesmo tipo de prova, e o resultado foi idêntico: ninguém conseguiu replicar as características de um agroglifo verdadeiro.

Por isso, quando vejo pessoas afirmando categoricamente que ‘todos os agroglifos são fraudes’, é importante deixar claro que essas opiniões não vêm de quem já investigou um caso de perto. São apenas suposições de leigos, muitas vezes baseadas em desinformação ou em um ceticismo superficial. Quem realmente já esteve em campo, analisando os detalhes e as evidências, sabe que há uma diferença marcante entre um agroglifo feito por brincalhões e um fenômeno que desafia explicações convencionais.
Nosso compromisso, enquanto Revista UFO, é o de investigar com seriedade, sem preconceitos e sem sensacionalismo. O mistério dos agroglifos continua, e cada novo caso deve ser tratado com o mesmo rigor e responsabilidade que sempre marcaram o trabalho de pesquisa ufológica no Brasil”.
Os agroglifos no Brasil
Os agroglifos, popularmente conhecidos como círculos nas plantações, são figuras geométricas misteriosas que surgem em lavouras de trigo, cevada, milho e soja, geralmente da noite para o dia, sem deixar rastros claros de sua origem. Embora o fenômeno tenha ganhado fama mundial na Inglaterra, onde as primeiras formações modernas foram documentadas nos anos 1970, o Brasil se tornou, nas últimas décadas, um dos principais países a registrar ocorrências desse tipo, atraindo a atenção de ufólogos, cientistas e curiosos. Entre os estudiosos mais dedicados ao tema no país, destaca-se o pesquisador Ademar José Gevaerd, fundador da Revista UFO e do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), que investigou pessoalmente dezenas de casos, sobretudo no estado de Santa Catarina.
Os primeiros registros brasileiros de agroglifos surgiram no início dos anos 2000, mas foi a partir de 2008 que o fenômeno ganhou visibilidade e frequência, especialmente na cidade de Ipuaçu, localizada no Oeste catarinense. Na madrugada de 9 de novembro daquele ano, agricultores locais encontraram duas formações perfeitamente delineadas em plantações de trigo. As figuras, de grande simetria e precisão geométrica, pareciam ter sido produzidas com uma técnica desconhecida. Gevaerd foi o primeiro pesquisador a chegar ao local, fotografar, coletar amostras e iniciar uma investigação sistemática. A partir daí, Ipuaçu passou a ser conhecida como o “Wiltshire brasileiro”, em referência à região inglesa onde os círculos nas plantações se tornaram um fenômeno recorrente.

Desde então, praticamente todos os anos, entre os meses de outubro e dezembro, novos desenhos surgem nas lavouras de Ipuaçu e arredores, sempre com um grau crescente de complexidade. Entre os casos mais marcantes, destacam-se as formações de 2011, com múltiplos círculos concêntricos; a de 2012, que exibia uma grande figura composta por anéis e uma estrela central; e as de 2014 a 2018, que apresentavam padrões binários e simbologia semelhante a códigos matemáticos ou astronômicos. Em muitos desses episódios, os moradores relataram avistamentos de luzes estranhas no céu nas noites anteriores ao aparecimento das figuras, o que alimentou ainda mais a ligação entre os agroglifos e a atividade ufológica.
Durante suas investigações, Gevaerd constatou que as formações autênticas apresentavam características anômalas que as diferenciavam das fraudes humanas. As plantas, por exemplo, estavam dobradas a poucos centímetros do solo, mas sem estarem quebradas, como se tivessem sido amolecidas por algum tipo de calor ou micro-ondas. O solo também exibia alterações magnéticas e, em certos casos, o material biológico das plantas mostrava variações estruturais. O pesquisador coletou amostras, realizou análises laboratoriais e documentou tudo de forma minuciosa, sempre mantendo uma postura equilibrada entre o ceticismo e a curiosidade científica.
Para Gevaerd, havia um padrão de inteligência por trás de muitos agroglifos. Ele acreditava que essas formações poderiam representar uma forma de comunicação não verbal entre inteligências não humanas e a humanidade — uma linguagem simbólica baseada na geometria universal. Em suas palestras e artigos na Revista UFO, ele defendia que os agroglifos deviam ser estudados em conjunto com os avistamentos de objetos voadores não identificados, pois ambos pareciam estar conectados em tempo e local. Essa abordagem integrativa o diferenciava de outros pesquisadores, que viam os agroglifos apenas como manifestações isoladas.
Ao longo de mais de uma década, Gevaerd visitou pessoalmente todos os locais onde surgiram agroglifos em Santa Catarina e em outras regiões do Brasil, sempre acompanhado por equipes de ufólogos, engenheiros agrônomos e especialistas em imagem aérea. Seu trabalho ajudou a separar casos autênticos de fraudes, que também começaram a surgir à medida que o fenômeno ganhava fama. O pesquisador denunciava publicamente os falsos agroglifos feitos com cordas e tábuas, demonstrando que apenas as formações genuínas apresentavam o conjunto de anomalias físicas e biológicas que não poderiam ser reproduzidas por meios convencionais.
Mesmo sem conclusões definitivas sobre a origem dos agroglifos, Gevaerd sustentava que o fenômeno não poderia ser descartado ou reduzido a simples brincadeiras. Ele via nos desenhos um estímulo à reflexão sobre a existência de inteligências superiores tentando estabelecer contato com a humanidade por meio de símbolos universais. Seu trabalho, marcado pelo rigor, pela transparência e pelo compromisso com a verdade, tornou o Brasil uma referência mundial na pesquisa do tema. Diversos pesquisadores estrangeiros, incluindo estudiosos europeus e norte-americanos, passaram a acompanhar as ocorrências em Ipuaçu e a considerar o país um dos novos epicentros globais desse mistério.
Após o falecimento de Gevaerd, em 2022, sua equipe e colaboradores da Revista UFO mantiveram viva a tradição de investigar o fenômeno. A cada nova safra de trigo, moradores e pesquisadores ficam atentos à possibilidade de surgirem novas formações. Em Ipuaçu, o mistério se tornou parte da identidade local, atraindo visitantes, curiosos e estudiosos de várias partes do mundo. Embora ainda não exista consenso sobre o que provoca o aparecimento dos agroglifos — se fenômenos naturais, energias desconhecidas ou manifestações de origem não humana — o legado de Gevaerd permanece como exemplo de investigação séria e persistente diante do inexplicável.
Os agroglifos no Brasil continuam sendo um dos enigmas mais fascinantes da ufologia contemporânea. São marcas que desafiam a ciência e despertam a imaginação, ao mesmo tempo em que inspiram uma busca por respostas sobre nossa relação com o cosmos. Graças ao trabalho pioneiro de Ademar José Gevaerd, o país entrou definitivamente para o mapa mundial desse fenômeno, provando que, mesmo diante do desconhecido, é possível investigar com método, paixão e responsabilidade.





