Em entrevista ao Liberation Times , Burlison revelou que a audiência poderia contar com um número significativo de participantes. “Recebi um memorando da equipe sobre cinco possíveis testemunhas nas quais estamos trabalhando, e esperamos que quatro delas estejam presentes na audiência. Então, estamos reduzindo os nomes”, disse ele.
Este evento não será um mero ato de testemunho, mas uma plataforma para estimular ações futuras. Burlison, que recentemente contratou o ex-oficial de inteligência e denunciante David Grusch para sua equipe, enfatizou o objetivo estratégico da audiência. “Temos a oportunidade de usar esta audiência para dar continuidade às conversas que já estão ocorrendo e coletar mais informações”, afirmou. Ele também sugeriu que o comitê tem ferramentas à disposição para continuar investigando após o evento: “Há um mecanismo disponível para este comitê no qual podemos confiar após a audiência para coletar mais informações.”
Uma das revelações mais importantes é a possibilidade de intimar testemunhas hostis, aquelas que se recusaram a depor ou que podem ter obstruído os esforços de transparência. Burlison confirmou que essa medida poderia ser tomada poucos meses após a audiência de setembro. “Sim, pode ser dentro de alguns meses após a audiência deste ano”, disse ele.
Eric Burlison.
Essa estratégia ressalta a crescente tensão entre o Poder Legislativo e a comunidade de inteligência, cuja cultura de sigilo tem frustrado legisladores como Burlison. “É perturbador ver o quão poderosa a comunidade de inteligência se tornou”, comentou, reafirmando sua crença de que “o governo pertence ao povo, e não o contrário”.
A audiência de terça-feira, 9 de setembro, também servirá para dar novo impulso à Lei de Divulgação de OVNIs (UAPDA). Este projeto de lei, inspirado na legislação que desclassificou os registros do assassinato de JFK, busca criar um conselho de revisão independente para divulgar arquivos governamentais sobre OVNIs, incluindo possíveis tecnologias recuperadas e evidências biológicas não humanas.
Após ser bloqueado em negociações anteriores, Burlison está trabalhando ativamente para ancorar a linguagem da UAPDA na versão da Câmara deste ano da Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) para garantir sua sobrevivência e eventual aprovação.
O contexto político também parece mais favorável. O congressista entrevistado está otimista com a nova liderança do deputado Rick Crawford no Comitê de Inteligência da Câmara, que ele considera “muito mais propenso a apoiar a UAPDA” do que seu antecessor.
Enquanto isso, figuras-chave do governo Trump, como a Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, expressaram uma postura favorável à divulgação. Gabbard, que recentemente reconheceu a possibilidade de vida extraterrestre, está liderando esforços para desclassificar informações e, segundo Burlison, seu gabinete está trabalhando com Grusch para restaurar suas autorizações de segurança.
Com uma audiência importante se aproximando e um esforço legislativo renovado, os próximos meses serão cruciais para determinar se o Congresso poderá finalmente descobrir os segredos mais bem guardados do governo sobre OVNIs/UAPs.