Mais do que uma efeméride, este é um momento de reflexão, investigação e reconhecimento da importância crescente da Ufologia como campo de estudo interdisciplinar que conecta ciência, história, cultura, espiritualidade e a eterna busca da humanidade por respostas sobre sua origem e seu lugar no universo.
Para a Revista UFO, essa data não é apenas simbólica — ela é um chamado à consciência coletiva para que a humanidade olhe para o céu com mais seriedade e busque compreender os mistérios que ainda nos escapam.
Mais do que informar, a Revista UFO atua como ponte entre a sociedade civil, as autoridades e a comunidade científica. Suas publicações, congressos e açõeseus dossiês já foram usados como base para debates políticos, investigações acadêmicas e movimentos por mais transparência governamental.
Com a crescente abertura internacional sobre o tema — como os relatórios do Pentágono e a liberação de vídeos por forças armadas —, a Revista UFO segue na vanguarda da investigação e da comunicação ufológica.
A origem da data: Kenneth Arnold e o nascimento da Ufologia moderna
O dia 24 de junho foi escolhido como marco da Ufologia mundial em referência ao avistamento ocorrido nessa mesma data, em 1947, pelo piloto norte-americano Kenneth Arnold. Durante um voo particular sobre as Montanhas Cascade, no estado de Washington, Arnold testemunhou nove objetos em forma de meia-lua movendo-se em altíssima velocidade e com movimentos ondulados, como “um pires ricocheteando sobre a água”. Esse episódio ganhou notoriedade na imprensa da época, e o termo “disco voador” (flying saucer) foi cunhado.
Embora relatos de objetos estranhos nos céus datem de milênios, o avistamento de Arnold é considerado o ponto de partida da Ufologia moderna. A partir dele, milhares de pessoas passaram a relatar experiências semelhantes, e governos começaram a tratar o assunto com mais seriedade, embora em muitos casos com alto grau de sigilo.
O impacto cultural e científico dos OVNIs
O fenômeno OVNI transcende fronteiras. Ele influenciou gerações inteiras de artistas, cientistas, jornalistas e cidadãos comuns, moldando narrativas na literatura, no cinema e até nas religiões contemporâneas. Filmes como Contatos Imediatos do Terceiro Grau, ET – O Extraterrestre e Independence Day são apenas alguns exemplos de como a temática alienígena cativou a imaginação coletiva.
Por outro lado, cientistas, astrônomos e físicos vêm buscando maneiras de entender se os fenômenos observados nos céus têm explicações naturais, tecnológicas ou se, de fato, representam algo além da nossa compreensão atual. A Ufologia, por sua vez, atua na intersecção entre esses mundos – reunindo evidências, analisando padrões, entrevistando testemunhas e enfrentando o ceticismo com a coragem da dúvida científica.
Casos emblemáticos que marcaram a história
Desde 1947, inúmeros casos chamaram a atenção do público e da comunidade ufológica. Entre os mais emblemáticos, destacam-se:
- O Caso Roswell (1947): Poucas semanas após o caso Arnold, um objeto caiu nas proximidades da cidade de Roswell, no Novo México. Inicialmente tratado como “disco voador” pela Força Aérea dos EUA, o caso logo foi encoberto com a justificativa de que se tratava de um balão meteorológico. Até hoje, permanece como o símbolo maior da suposta ocultação da verdade pelos governos.
- O Caso Varginha (1996): No Brasil, o avistamento e suposto contato com seres não-humanos em Varginha (MG) causaram comoção nacional e internacional. Testemunhas, militares e civis relataram encontros com criaturas de aparência estranha, e o caso continua sendo investigado por ufólogos até hoje.
- A Noite Oficial dos OVNIs (1986): Também no Brasil, esse episódio ocorreu quando radares da Força Aérea Brasileira detectaram objetos não identificados sobre os céus do Sudeste, sendo perseguidos por caças. O próprio ministro da Aeronáutica, brigadeiro Moreira Lima, confirmou a ocorrência e a natureza extraordinária do fenômeno.
Esses são apenas alguns entre milhares de relatos espalhados pelo mundo, todos apontando para uma realidade que escapa das explicações convencionais.
A era da transparência: o novo interesse dos governos
Nas últimas décadas, o tema OVNI, por muito tempo tratado com escárnio ou segredo, vem sendo abordado com mais seriedade. Em 2020, o Pentágono confirmou a autenticidade de vídeos gravados por pilotos da Marinha dos EUA mostrando objetos com comportamento anômalo. Em 2021, um relatório oficial foi divulgado pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA (ODNI), admitindo que existem fenômenos aéreos que permanecem sem explicação, representando riscos à segurança nacional.
Além dos EUA, países como França, México, Chile e o próprio Brasil já divulgaram documentos oficiais contendo investigações sobre OVNIs. A FAB mantém o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI) desde os anos 1960, e parte desse material já foi liberada ao público pelo Arquivo Nacional.
Estamos vivendo uma nova era da Ufologia, marcada por mais abertura, engajamento político e cobrança da sociedade por respostas claras.
A importância da Ufologia no Brasil

O Brasil sempre teve papel de destaque na pesquisa ufológica. Com casos importantes, uma geografia vasta e um povo aberto ao misticismo e à espiritualidade, o país tornou-se referência no tema. A Revista UFO, fundada em 1985, é hoje a mais antiga publicação sobre o tema em circulação contínua no mundo. Ela tem atuado não apenas na divulgação de informações, mas também na articulação de eventos, mobilização de parlamentares e incentivo à pesquisa de campo. Saiba mais aqui.
Em 2022, após intensa mobilização, foi realizada a primeira audiência pública sobre OVNIs no Senado Federal, reunindo ufólogos, militares e autoridades civis. Esse evento marcou um avanço histórico no reconhecimento do tema como assunto de interesse público e científico.
Ufologia: entre o ceticismo e o fascínio
É natural que a Ufologia desperte reações contraditórias. O fascínio pelo desconhecido convive com o ceticismo rigoroso, e é justamente nesse campo de tensão que ela avança. O verdadeiro pesquisador ufológico não é o que acredita cegamente, mas o que investiga com método, respeito e curiosidade genuína.
Muitos dos fenômenos antes atribuídos a naves alienígenas já foram explicados: balões meteorológicos, satélites, drones, ilusões ópticas, fraudes e até fenômenos psicológicos. Mas também é verdade que há um número consistente de casos que desafiam a lógica e permanecem sem solução, mesmo após análise criteriosa.
O legado e o futuro da Ufologia
O Dia Mundial da Ufologia é, acima de tudo, uma homenagem à coragem daqueles que não se contentam com respostas fáceis. É o reconhecimento do trabalho incansável de pesquisadores, testemunhas, jornalistas e cidadãos que desafiaram o preconceito para manter viva a busca por uma verdade maior.
Hoje, com o avanço da tecnologia, a multiplicação de câmeras, satélites e sensores, temos mais chances do que nunca de captar evidências reais de que não estamos sós. Mas também temos mais ruído, mais desinformação e mais necessidade de discernimento.
A Ufologia do futuro será cada vez mais interdisciplinar, tecnológica e aberta ao diálogo com a ciência. Ela exigirá menos dogma e mais dados, menos mitologia e mais metodologia.
Celebrar o Dia Mundial da Ufologia é celebrar a capacidade humana de questionar, de imaginar e de buscar o desconhecido. É reconhecer que, diante da imensidão do cosmos, somos ainda aprendizes, observando o céu com os olhos da ciência e o coração da esperança.
Afinal, como dizia o astrônomo Carl Sagan, “se estamos sós no universo, então o universo é um desperdício enorme de espaço”.
Que neste 24 de junho possamos olhar para cima com reverência, com atenção e com espírito investigativo. Pois talvez, em algum ponto do céu, esteja a chave para entender não apenas o que há lá fora — mas quem realmente somos aqui dentro.