Por PEDRO DE CAMPOS
A misteriosa cidade de São Thomé das Letras está edificada sobre uma montanha de pedras no sul do estado de Minas Gerais, na borda da Serra da Mantiqueira, em uma elevação de 1440 metros, o que lhe proporciona um clima tropical agradável. A cidade é tida como um dos sete pontos mais energéticos da Terra, oferecendo aos visitantes belezas naturais revestidas de mistérios e agradáveis surpresas. Vale a pena conhecê-la.
Os guias turísticos locais são unânimes ao afirmar que não apenas os que gostam de cachoeiras, de rios e de pedras visitam a cidade, mas também os que têm interesse em conhecer uma geografia exuberante, fazer fotos belíssimas, observar ocorrências ufológicas nos céus e praticar esportes radicais com motos, bicicletas, caminhadas, deslizar na tirolesa, fazer escaladas e descer no rapel.
A cidade seduz científicos interessados em minérios, ufologistas investigadores, espiritualistas que buscam por boas energias, conhecer lendas antigas, saber de casos místicos fantásticos e da cultura própria da região. Em razão dos casos fantásticos vividos por esses frequentadores, equipes de cinema e televisão procuram a cidade para fazer filmagens e documentários apreciados em todo o mundo.
Tudo começou ali quando os bandeirantes paulistas fizeram contato com os ferozes índios Cataguases, cujas aldeias eram comuns ao largo da região. O padre Francisco Alves Torres inaugurou a primeira capela a 23 de março de 1770, ao lado da Gruta São Thomé, formando ali o arraial em que moraram os primeiros civilizados.
Então o povoado passou a fazer parte da Vila de São João Del Rei. E, em 1785, o colonizador português João Francisco Junqueira mandou construir outra igreja, no lugar da antiga capela, hoje a matriz da cidade. E mais tarde, conforme o antigo costume, o principal da cidade foi sepultado na igreja, seguido depois por seu filho, Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas.
A PEDRA DE SÃO THOMÉ
A riqueza mineral de São Thomé da Letras fixou ali a extração do quartzito, o que fez a rocha ficar conhecida como Pedra de São Thomé. A história desse minério dá conta de que com o passar das eras geológicas o quartzito se consolidou como rocha, mas continuou sofrendo fenômenos de metamorfose que lhe alteraram a composição original, dando-lhe nova estrutura interna e uma nova forma exterior. Essa rocha vulcânica é formada por grãos de quartzo, ligados por um cimento silicioso. A rocha não sofre danos com o aquecimento solar, tem alta resistência a produtos químicos e é muito resistente a altas pressões. Para os místicos, ela é uma rica fonte de energias positivas.
No mais das vezes a rocha é achada em tonalidades claras como a neve e, em menor quantidade, nas cores amarela e rosada. Estudos mostram que o quartzito de São Thomé das Letras é composto essencialmente de 90–95% de quartzo. É exportado para a Europa e à Ásia, concorrendo com o mármore e o granito em acabamentos de pedra com rara beleza e sofisticação. Contudo, a extração desordenada do quartzito destruiu parte das belíssimas colinas da região, marcando suas elevações com enormes manchas brancas, típicas da mineração descontrolada, o que veio embrutecer a paisagem natural e causar desarmonia ao ambiente, deprimindo melhor afluência turística à cidade.
ORIGEM DO NOME DA CIDADE
Pelos idos de 1700, havia na região um escravo de nome João Antão, da Fazenda Campo Alegre, do capitão João Francisco Junqueira. O escravo almejava sua liberdade e fugiu da fazenda, abrigando-se na hoje conhecida Gruta de João Antão. Viveu ali da caça, da pesca, das frutas e raízes. Certo dia chegou ao escravo fugitivo um senhor estranho, mas de boa aparência, trajando roupas claras e radiantes.
O escravo abriu seu coração e contou a esse senhor enigmático sua ânsia de viver em liberdade, condignamente, sem maus tratos. Então o estranho escreveu um bilhete e disse a ele para levá-lo ao seu senhor e contasse tudo o que lhe acontecera para fugir da fazenda.
O escravo não sabia ler nem escrever, mas confiou naquele estranho bondoso, voltando à fazenda com o bilhete para o capitão Junqueira. Este, surpreso com o retorno do escravo, ficou admirado ao ler a mensagem comovente escrita no papel com belíssima caligrafia, que ninguém era capaz de fazer naquela região distante.
O capitão quis saber quem havia escrito a mensagem e ouviu a história do escravo. Intrigado, ordenou que o levasse ao local, onde estava o estranho homem. Quando chegaram à gruta, não viram ninguém, mas num canto havia uma pequena imagem esculpida em madeira, que o capitão, homem muito religioso, identificou como o apóstolo São Thomé. Então levou a estatueta para casa, mas ali ocorreu um fato inesperado: a imagem sumiu!
Naquela noite, o capitão tivera um sonho, então voltou à gruta e encontrou a estatueta no mesmo lugar. Intrigado, pensou que alguém havia levado de volta o ícone religioso. Então tornou a levar a estatueta para casa, mas ela sumiu no dia seguinte. Desconfiado, o capitão voltou à gruta, e lá estava novamente a estátua. Então compreendeu que ocorrera ali um fenômeno de desaparição e transporte da imagem, chamado hoje de apport.
Este tipo de teleportação física notável foi muito estudado no final do século XIX por vários científicos, dentre os quais Sir William Crookes, famoso físico-químico britânico descobridor do Tálio (Tl), que confirmou fatos similares, concluindo que tais feitos “sugerem a atuação de uma inteligência externa” [CROOKES, William. Researches in the phenomena of spiritualism (Pesquisas nos fenômenos do espiritualismo). London: J. Burns, 1874, p.101].
O capitão Junqueira, vendo que a estátua queria ficar na gruta, mandou construir ali uma singela ermida, ao lado da caverna, para deixar a imagem. E como havia num paredão da cava várias inscrições em tons avermelhados (grafias rupestres talvez de antepassados dos índios Cataguases), semelhantes a letras, o estranho caso de João Antão acabou sendo responsável pelo batismo do local com o nome de São Thomé das Letras. Depois, no mesmo local, haveria de ser construída pelo padre Francisco a primeira capela.
LENDA DO VISITANTE THOMÉ
Desde aquela época, as pessoas mais impregnadas de religiosidade interpretam que o estranho senhor vestido de branco resplandecente fosse o próprio Thomé Dídimo, apóstolo que chegou a duvidar da materialização de Cristo na chamada ressurreição.
E para muitos, antes mesmo do aparecimento da imagem na gruta, o apóstolo Thomé já teria se transladado espiritualmente a terras distantes e interagido com os nativos, motivo pelo qual a nação dos Cataguases e muitas outras nações indígenas já falavam entre si sobre a lenda de Sumé, antes mesmo da influência religiosa dos colonizadores no século XVI.
O nome Sumé entre os índios, que teria se originado da estadia insólita de Thomé nas terras brasileiras no início da Era Cristã, também fora ouvido pelo padre Manuel da Nóbrega e outros religiosos que estiveram no Brasil. São episódios históricos registrados nas Cartas Jesuíticas I [Itatiaia, 1988, pp.91,101] revestidos de crença e mistério ao associar o nome “Thomé” dos portugueses colonizadores ao “Sumé”, pronunciado pelos nativos (Zomé; Sumé).
O padre Nóbrega soube pelos Tupinambás que duas pessoas, uma das quais chamavam Zomé, lhes haviam ensinado o uso da mandioca. Os avós desses nativos lhes contaram que com receio desses benfeitores visitantes, os índios dispararam flechas, mas as setas voltaram contra, para alvejar quem havia disparado. De modo incrível, conta-se que a floresta lhes abria caminho para fuga e que os rios separavam as águas para lhes dar passagem. Os índios acrescentavam ainda que Zomé lhes havia prometido voltar. E para provar ao padre que falavam a verdade, mostraram as pegadas fossilizadas na beira do rio, que Nóbrega foi conferir, ficou boquiaberto e informou os seus superiores na Europa, carta que hoje é documento da História do Brasil.
O nome Zomé, segundo deduzido por outros, seria uma corruptela do nome “Zemi” dos povos indígenas do Caribe, que designa divindade, espírito ancestral ou objeto escultural que abriga um espírito. Os do Paraguai chamavam-no de “Pay Sumé”, o Pajé sacerdote da tribo (Pay; Paié; Paj).
FENÔMENO DE BILOCAÇÃO
Cabe-nos então entender os fenômenos psíquicos estudados na parapsicologia espiritista. O fenômeno da bilocação pertence ao grupo dos fenômenos objetivos, pois o corpo plasmado é visível a todos. Indaga-se: como seria possível o apóstolo Thomé em terras distantes? A chamada “bilocação” ocorre quando o espírito encarnado deixa seu corpo físico em estado de sono ou apenas de sonolência, emancipa-se dele e projeta-se a outra localidade, sendo que no local distante, usando fluidos especiais, produz para si um simulacro corpóreo de duração limitada e assim interage com outras pessoas. Trata-se da presença simultânea do indivíduo em dois lugares diversos ao mesmo tempo.
Assim ocorre a chamada “bicorporiedade”, na qual o corpo está presente aqui e acolá, sendo notado fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo. No local em que deixara o seu corpo físico, ele é visto geralmente descansando, e aonde fora interagir distante, é notado em plena atividade, embora com duração relativa, pois ao acordar do estado sonambúlico daqui, a forma materializada de lá esvanecesse. Trata-se de um desdobramento da alma com materialização à distância, evento relatado pela Igreja na vida dos Santos, realizado por espíritos notáveis, essencialmente puros.
Assim, em termos psicobiofísicos, seria possível ao apóstolo Thomé realizar tal feito enquanto encarnado. E se estivesse desencarnado, poderia fazê-lo mais facilmente com outros fluídos e tempo mais estendido de materialização para interagir com os índios, o que se encaixaria melhor ao caso. Nestes termos, em teoria, seria possível a Thomé (encarnado ou desencarnado) fazer-se Sumé.
Contudo, há chance também de não se tratar de um espírito encarnado na Terra nem de falecido do mundo espiritual que voltara, mas de um ser alienígena que aqui aportara com seu engenho voador, fizera contato e ensinara aos índios práticas benéficas e inovadoras, porque tal hipótese também se faz teoricamente possível. Assim, o que temos no caso Thomé são apenas possibilidades e o fato de que os padres, em trabalho de catequese, escutaram dos índios que Sumé estivera com eles e que lhes ensinara muitas coisas úteis. Quem seria de fato tal entidade… – impossível saber.
Cerca de um século e meio já havia passado desde o caso do escravo Antão, quando ocorreu um novo fenômeno intrigante em São Thomé das Letras. Quem conta os acontecimentos e dá uma contribuição inestimável à memória da cidade é o historiador Oriental Luiz Noronha, o “Tatá”. Ele narra que os descendentes do antigo capitão Junqueira moravam então em um pequeno sítio. José Francisco de Góes Gonçalves, um desertor da Guerra do Paraguai, e Ana Cândida Junqueira de Jesus, filha natural de um fazendeiro da família Junqueira, mulata não muito escura, bonita e de cabelos lisos (mestiça de índio), foram os pais de Francisco de Góes Gonçalves, conhecido depois como Chico Taquara, figura que teve um nascimento intrigante.
Conta-se que corria o ano de 1840, num lugar chamado Cainana, quando aconteceu essa história cheia de mistério. Ana estava gestante, quase para dar à luz, quando após discutir com o marido que estava alcoolizado e ser ameaçada de apanhar, refugiou-se em uma caverna da região. Nesse local isolado, ela foi acolhida por seres luminosos que a levaram para uma cidade ultrafísica, em outra dimensão do espaço temporal. Ali foi adormecida e quando acordou do sono induzido, estava sem barriga. As entidades lhe fizeram o parto, deram-lhe roupas novas e trataram da sua recuperação. Ana voltou para casa, mas chegou sem o filho que lhe havia nascido.
Quando José a viu, estranhou sua boa aparência, sem barriga e com roupas novas. Escutou a fantástica história sobre os seres luminosos, sobre a tal cidade em que fora dar à luz e sobre a criança nascida que ficara ali para ser criada pelos seres enigmáticos. José reclamou inconsolável o sumiço do filho, que conforme a mãe havia ficado aos cuidados das entidades luminosas. Curiosamente, José nunca mais bebeu.
Os anos passaram. Eis que uns 25 anos depois, apareceu na propriedade o moço, filho do casal, que foi chamado por eles de Chico, o Taquara. Mas o moço não disse aos pais quem era ele, apenas os ajudou na colheita de milho. José morreu em seguida, sem saber que Chico era seu filho. Chico Taquara se mostrou uma pessoa inigualável em qualidades e em bondade de coração. Não passou muito e ficou conhecido pelas curas extraordinárias que operava e por outros eventos fantásticos que o cercavam.
EPISÓDIOS DA VIDA DE CHICO TAQUARA
Sua aparência, conforme contada pelos antigos, era de um homem bonito, alto, branco, olhos azuis muito claros, barba e cabelos compridos que nas pontas tinham argolas de ferro penduradas. Curiosamente, Chico conversava com os animais e, quando batia a mão nos ombros, ou palmas, os passarinhos pousavam em seus ombros ou em sua cabeça. Conta-se que andava pelo povoado levando cinco vacas e cinco bezerros mestiços, e que antes de entrar em algum estabelecimento riscava um círculo no chão, de onde os animais, curiosamente, não saiam.
Por vezes, Chico se fazia acompanhar por abelhas e outros insetos, pois costumava untar os cabelos com cera de abelhas. Conta-se que sua casa era uma gruta próxima à cidade, onde estivera sua mãe grávida, quando fora acolhida pelas entidades luminosas e dera-lhe à luz. Era um homem cheio de virtudes, tendo feito ali muitas proezas beneficentes, em especial curas extraordinárias.
Conta-se que o sitiante Pedro Garcia Ferreira, da cidade de Cruzília, fora picado por uma cascavel; sem recursos de soro antiofídico na pequena cidade, o homem foi procurar por Chico Taquara, que benzeu sua perna e fez uma oração estranha, mas disse que, para a prece ter efeito, o homem teria de passar a pé pela porteira da fazenda; o fazendeiro foi levado por dois agregados, mas ao passar pela porteira foi picado por outra cobra; então lhe bateu o desespero e ele pensou que fosse morrer; uns dias depois, o homem foi ao médico em Baependi, cidade com mais recursos, que examinou as feridas e disse que as duas estavam regredindo, porque a picada da segunda cobra produzira o efeito antiofídico, cujo soro estava em falta naquela cidade e em outras cidades vizinhas. O fazendeiro ficou curado com a intervenção insólita de Chico Taquara.
Outro caso contado por Tatá (também contado pelos falecidos Altamiro Rosa, morador na Fazenda Lagoa, e por João Francisco de Souza, o “João Cota”, morador de uma fazenda na beira da estrada a caminho do Sobradinho) é o da esposa do sitiante Joaquim, que estava para dar à luz o terceiro filho. Quando Ana apenas começou a entrar no trabalho de parto, bateu desespero no marido, porque notou que a criança iria nascer pelos pés. Então o socorro teria de ser urgente. Naquele local ermo, longe da cidade, ele não viu outra saída senão rezar. Em prece, lembrou-se de Chico Taquara. Então não teve dúvida, pegou o cavalo e saiu em disparada até a gruta onde morava o benfeitor, pois era longe do sítio. Ao chegar, Chico já estava ali esperando, na entrada da gruta, e disse-lhe para voltar para casa que ele já estava indo, mas dava mostras de já saber o que se passava.
O homem, contrariado, voltou a galope para acudir a mulher. Ao avistar sua casa ao longe, estranhou a fumaça da chaminé – pensou em quem poderia estar usando o fogão, se ali só havia sua esposa acamada. Imaginou que talvez fosse o seu filho mais velho que, apesar de trabalhar numa roça distante e só chegar ao anoitecer, naquele dia poderia ter voltado mais cedo. Mas, ao entrar em casa, Joaquim viu Ana de pé, à beira do fogão, esquentando um tacho d’água. E no quarto havia um recém‐nascido chorando no berço e esfregando os pezinhos. “Graças a Deus! – exclamou o homem – chamei Chico Taquara sem necessidade”. Mas a mulher, cheia de felicidade, o repeliu: “Como? Faz apenas uns minutos que Chico saiu daqui, após fazer o parto!“
FOTO E TOCA DE CHICO TAQUARA
Chico Taquara andava por toda a região e gostava de subir no alto da montanha. Por vezes se sentava nas pedras altas e meditava longamente, em profundo silêncio. Outras vezes, ajoelhava-se e ficava em prece. Mas certo dia, de repente, sem qualquer explicação que se saiba, ele simplesmente desapareceu. Há quem creia que ele tenha sido devorado pelas onças que haviam da região, outros acham que simplesmente teria retornado para o seu povo, ao seu verdadeiro mundo, porque sua missão havia terminado.
O fato é que, em 1926, aos 86 anos, Francisco de Góes Gonçalves, o Chico Taquara, simplesmente desapareceu de São Tomé das Letras – ninguém jamais soube o seu paradeiro e o seu copo jamais foi encontrado. Conta-se que o estranho e benemérito vidente era uma dessas entidades que entram no mundo tridimensional pelo pórtico da gruta e, por essa mesma porta dimensional, alcança outros mundos desconhecidos, dada sua condição diferenciada.
A foto dessa pessoa incomum, uma verdadeira raridade de 1923, era propriedade do senhor Manoel Galiano Pereira (o moço mais novo, ao lado de Chico na foto), que a dera de presente a Oriental Luiz Noronha, o “Tatá”. Este, por sua vez, quando recebeu em sua casa o amigo escritor, Vitor Manuel Adrião, presenteou-lhe a foto para estampar em livro, e o escritor efetivamente assim o fez, em História Secreta do Brasil [São Paulo: Madras, 2004, p. 245], tendo registrado na edição o crédito da foto a Tatá.
O local onde viveu Chico Taquara é conhecido como Toca de Chico Taquara. Localiza-se a 4 km do centro, a uma altitude de 1.500 metros, num descampado onde se eleva uma plataforma de arenito com 8 metros de extensão por 2,5 m de altura, oferecendo uma marquise natural para abrigo. Impressionam no teto as sinalações rupestres muito antigas, a mais ou menos 2,2 m de altura, onde se vê um grupo de pinturas em vermelho, já muito alteradas. O grafismo à direita mostra uma figura incompleta, semelhante à pena de ave, tendo abaixo, sugestivamente, um pássaro voando; pouco à esquerda, nota-se uma serpente com duas outras mais à abaixo, ambas interligadas por linhas diagonais paralelas como se a serpente maior estivesse dando cria; três outros grafismos são representações de difícil identificação, sugerindo bioformas indistintas; finalmente, a última sinalação à esquerda sugere uma maritaca comum do local, virando a cabeça para alcançar com o bico um inseto voador. Nesse local incomum, o vidente passou a maior parte de sua vida.
GRUTA DO CARIMBADO
A Gruta do Carimbado, por sua vez, é local em São Thomé das Letras que sensibiliza os aficionados por Ufologia. Ela está situada a uns 5 km da cidade. Tem-se que haja nela uma porta de entrada para uma civilização intraterrena, um portal por onde passam seres que atravessam as barreiras físicas e adentram ao interior das montanhas, enveredando-a até a cidade de Machu Picchu, no Peru, a 4.000 quilômetros de distância, onde “eles” saem por outro pórtico e dali vão alcançar os céus.
Mas se fala ser inútil enveredar ao fundo dessa caverna para buscar o final do caminho; quem adentrou, chegou a percorrer nela 100 metros (a quem exagere falando em 15 km) sem achar o fim. E a cada passo o percurso fica mais difícil, as passagens estreitas e o ar irrespirável, constituindo risco à vida. É dado que a verdadeira entrada seja outra – uma porta dimensional que exige a conversão da matéria em energia e vice-versa, para entrada imediata e saída distante, como realizadas pelos seres ultraterrestres que agem ali e são testemunhados.
Não são poucos os visitantes da gruta que afirmam sentir uma vigorosa energia quando fecham os olhos. Assim conseguem visualizar um portal magnificamente luminoso, que esplende luzes de vários matizes, sons indizíveis e música suave, capaz de levar o corpo e a alma em um transporte por fora do nosso espaço temporal, acessando uma não localidade física, indescritível ao senso concreto, longínqua, sublime e ao mesmo tempo de acesso quase imediato.
A gruta já foi muita frequentada no passado, mas houve grande degradação do ambiente, excessos de toda ordem e perigos que se tornaram ainda maiores, obrigando as autoridades a proibir o acesso, vedando a entrada. A Caverna de Chico Taquara fica perto da Gruta do Carimbado, em caminho relativamente difícil de ser achado, por ficar meio escondido nos arbustos.
EXPERIÊNCIA UFOLÓGICA
Há inúmeras testemunhas dando conta de que seres em naves alienígenas sobrevoam São Thomé das Letras, fazem contato com o homem e há casos, inclusive, de abdução. Os avistamentos com contatos telepáticos são inúmeros. As próprias entidades dizem às testemunhas que são nativas de um mundo dimensional e, por isso, são assim relatadas. Falam que procuram por pessoas espiritualizadas, porque haveria nelas mais capacidade de comunicação mental, mais propensão ao contato e capacidade de repassar informações sem distorcê-las.
Há também seres que informam terem vindo de planetas infinitamente distantes, impossíveis de alcançar com o nosso saber técnico-científico atual, mas que o homem haverá de superar tal estágio de conhecimento e alcançar uma ciência hoje apenas imaginada como mera ficção.
O morador e guia de turismo Júlio César Souza Mendes, do espaço cultural de vivências da cidade, conta ainda intrigado uma de suas estranhas experiências:
“Foi a 21 de junho de 1991, por volta das 6 horas da manhã. Eu estava no Cruzeiro, onde passei a noite em vigília, observando os céus. Tinha sido uma noite de intensa atividade ufológica, com pequenas sondas cruzando os céus da cidade”.
Júlio explica que a madrugada era fria, mas os avistamentos seguiam quentíssimos. Até que surgiu ao longe algo estranho, que parecia vir rolando no ar. Então apareceu uma luz lá no vale, naquela estradinha de terra que vai de São Thomé à Cachoeira da Eubiose e também às outras… Ele conta:
“Cheguei a pensar em caminhão, até que a luz saiu da estrada e passou por cima da mata, então não poderia ser um veículo terrestre. Ela foi deslizando devagar sobre a encosta da colina onde está a cidade, depois subiu até perto da Pedra da Bruxa. Na borda dessa elevação, o UFO contornou a uns 20 metros de distância de onde estava eu, então pude ver que era uma nave em forma de disco voador, como dois pratos, um de boca para o outro”.
Júlio se recorda de que no meio do objeto havia um cinturão de luz e, mais para cima, uma cúpula também translúcida, mas a luz não saia, parecia contida dentro do objeto. De repente, lá em cima, o objeto deitou um pouco e viajou de lado, inclinando para baixo, como se quisesse ver melhor o solo.
“Então veio em minha direção – aí meu coração acelerou. Mas logo fiquei calmo e deu para ver dentro, estava todo iluminado. Um ser de aparência absolutamente humana, ligeiramente moreno, cabelos pretos, curtos e feição serena, observava tudo de pé, dando para ver sua feição a meio busto, trajava uma vestimenta de cor prata, justa ao corpo”.
A nave passou acima de Júlio. Deu para ver sua parte inferior, onde havia um bojo arredondado projetando luz alaranjada de uma parte e violeta de outra. Ele notou também um som muito baixo, como o de transformador elétrico. A fuselagem da nave, aclarada pela sua própria luz, era de um alumínio fosco. Então o objeto seguiu o seu caminho e desapareceu à longa distância.
ADORMECEU E… SONHOU?
Júlio César ainda relata que em 1994, por volta das 05h30 da manhã, ele já estava cansado da longa vigília que fizera com algumas pessoas e voltava para casa, quando teve o impulso inusitado de escalar a difícil Pedra do Leão. Quando se deu por si, já estava lá em cima. “Seria dificílimo e até mesmo quase impossível escalar a Pedra do Leão sem material para isso, mas de repente eu estava lá em cima”, contou.
Estando no topo, sentou-se. E sentiu em seguida um estranho torpor, pegando um sono pesado, pouco antes do amanhecer, em cima daquela pedra alta. Então sonhou com seres de corpo volumoso, pele lisa, suave, de coloração ligeiramente rosada. “As criaturas tinham cerca de um metro de altura, ou pouco mais, e vestiam batas de coloração marrom, puxando para o lilás. A cabeça era grande e redonda, com olhos, boca e nariz muito singelos, como se fossem apenas riscados”, explicou.
Então Júlio percebeu que estava sentado em uma espécie de mesa, e que os seres estavam mexendo nele. Cerca de meia hora depois, ou pouco mais, ele acordou assustado – o Sol já havia nascido. “Foi difícil entender como não caí daquela pedra e perdi a vida!”, exclamou. De fato, qualquer pessoa que durma ou relaxe na Pedra do Leão haverá de cair, dada sua forte inclinação para frente – é preciso atenção constante para manter ali o equilíbrio.
No dia seguinte, Júlio colocou a mão na orelha direita e notou que não escutava daquele ouvido; depois, ficou surdo do outro. Preocupado, ele foi ao médico – o especialista considerou excesso de cera e fez uma lavagem. Para surpresa de ambos, caiu na bandeja algo metálico, com som característico. “Era um pequeno objeto cilíndrico, com cerca de um centímetro, e no do centro havia um filamento que parecia enraizar no organismo”, explicou. De modo instintivo, o otorrino saiu rapidamente com a bandeja e ambos consideraram o benefício da retirada do corpo estranho.
Somente depois, pensando na vigília que fizera à noite, na subida àquela rocha perigosa, no torpor que sentira lá em cima, nas criaturas de fisionomia estranha, na mesa em que fora colocado, nos seres que mexiam em seu corpo e no objeto tirado de seu ouvido, Júlio considerou a chance de abdução e implante em seu organismo.
ALÉM DOS LIMITES DA MATÉRIA
O que haveria de tão especial em São Thomé das Letras e regiões circunvizinhas para tantas ocorrências místicas e eventos ufológicos não se sabe com certeza. Os engraçadinhos, por sua vez, que usam drones, balões infláveis e outros artefatos aéreos não percebem a própria ingenuidade ao tentarem sobressair-se e afetar o natural da cidade, achando que assim enganam moradores e visitantes, porque tais fraudes são percebidas pelas pessoas e facilmente identificadas pelos ufólogos.
Para muitos, em especial aos espiritualistas, em razão das aparições e contatos já testemunhados, haveria no subsolo de São Thomé das Letras algum mineral de proporções enormes, composto de energias que seriam extraídas por seres alienígenas de ao menos duas origens. Uma – astronautas de mundo tridimensional infinitamente distante, que usariam tais energias em suas viagens incompreensíveis para nós do ponto de vista científico. Outra – entidades ultrafísicas de corpos formados por um plasma de energia, postados em uma esfera dimensional, diferente da nossa, talvez apenas uma lateralidade menos material ou uma oitava além da solidez da matéria, cuja elasticidade do plasma provocaria insights de adensamento, aparições de luz e sensibilidade física por coalescência do plasma manipulado.
Quem sabe um dia, talvez, possamos contatar oficialmente tais astronautas ou tais entidades menos materiais, para termos informações objetivas que nos ajudem a entender o que se passa nesses mundos ignotos, que por agora se acham muito além do nosso conhecimento científico.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os! Visite também o blog do autor no site da Lúmen Editorial, clique aqui. Face book.
Encontros Alienígenas – evidências científicas: