Por Pedro de Campos
Há alguns anos – mais exatamente em novembro de 2007 –, tivemos a oportunidade de publicar este e outros artigos semelhantes na UFO Especial 56, Espiritualidade & Ufologia – Parte 2, convidados que fomos por A. J. Gevaerd para editar dois números de sua prestigiosa revista, e mais recentemente o fizemos no livro Arquivo extraterreno [Lúmen Editorial, 2012]. Os conceitos que emitimos sobre cura espiritual foram obtidos ao longo de dois anos, tempo em que tivemos a oportunidade de acompanhar de perto, e às vezes ao lado, o trabalho do espírito Dr. Fritz (hoje uma designação genérica), que impressionou os aficionados e confrontou a pirronice dos céticos.
É certo que daqui a mil anos a nossa medicina será muito diferente da de hoje, sem comparação – o que hoje nos parece impossível, as novas tecnologias poderão realizar. Considerando-se o tempo de 3,5 bilhões de anos que levou uma simples bactéria para se tornar homem, uma civilização com apenas alguns milhares de anos à nossa frente faria coisas ainda mais enigmáticas, que não poderíamos entender.
A química, hoje conhecida, é capaz de nos mostrar que a matéria possui inúmeras formas de apresentação. Sensibilizando-nos de modo marcante avultam as formas sólida, líquida e gasosa. Graças aos experimentos de Willian Crookes, no século XIX, a matéria foi detectada em estado radiante; tempos depois, ela foi decomposta em prótons, elétrons e nêutrons; e em tempos recentes, encontrou-se no átomo energias ainda mais sutis, em forma de subpartículas, as quais não são vistas de modo natural. Hoje, sabe-se que matéria e energia são elementos originais em estados diferentes, e que se a vida eclodiu em um deles, no outro, ela também seria possível.
Seguidamente observa-se que a ciência aguça sua visão e adentra mais fundo ao mundo imponderável. Então novas descobertas vêm à tona, saltando aos nossos olhos o que há pouco era misterioso. Sem dúvida, as energias invisíveis e os agentes responsáveis por sua aplicação nas chamadas “curas espirituais” estão envoltos num mistério que a ciência um dia será capaz de perquirir com técnicas ainda desconhecidas.
Vozes, sons e ruídos inexplicáveis sensibilizam a nossa audição; aromas exalam na atmosfera sensibilizando o nosso olfato; clarões e luzes resplendem irradiações virtuais em forma de globos de luz e objetos luminosos, os quais a Ufologia nos mostra que adensam até o metal, passando de um estado a outro da matéria sem que saibamos como, embora possamos supor – em razão da química e da dinamização da matéria –, que tais existências são reais num mundo para nós imponderável. E quando juntamos a isso os efeitos eletromagnéticos que invertem a gravidade por aplicação de uma força inversa que a vista não pode captar, então temos o fantástico efeito de levitação, capaz de erguer a matéria pesada como algo mágico.
Todos esses fenômenos são relatados na Ufologia por testemunhas altamente confiáveis, fazendo-nos supor que a vida, numa outra dimensão do espaço-tempo, esteja presente na Terra sem que possamos vê-la. E o fenômeno das curas extraordinárias está entre as ocorrências inteligentes que a nossa ciência um dia irá alcançar com técnica apropriada. O estudo das cirurgias espirituais pode nos trazer muito conhecimento. E a decifração de casos tidos hoje como de procedência extraterrestre, talvez nos mostre algo em comum com esse fator oculto, magnífico e ao mesmo tempo misterioso, causador das chamadas “curas espirituais”.
Não podemos descartar a possibilidade de algumas dessas curas estarem vinculadas a civilizações muito adiantadas, as quais, por hipótese, chegariam aqui usando tecnologia avançada, sem que possamos detectar a presença delas com os nossos recursos atuais. O propósito de tal hipótese é tentar entender um pouco esses fenômenos de cura sem achar, a priori, que os místicos apenas supõem as coisas e os científicos já sabem tudo, porque assim não haveria avanço. É preciso observar esses fenômenos num sentido amplo, depois aprofundar estudos e levá-los a efeito com experimentos, para nesse roteiro tirar o aprendizado necessário. Isto é ciência! E alguns cientistas não o fazem.
Quando o doutor Edson Queiroz, incorporado pelo espírito Dr. Adolph Fritz, fazia cirurgias perante as câmeras de televisão, tal prática era por demais polêmica. Ainda que a entidade dissesse atuar também no chamado “corpo espiritual”, sua intervenção principal, causadora de impacto, era realizada diretamente no corpo físico. E isto contraria os preceitos espíritas de cura, cuja via deve ser inversa, ou seja, do corpo espiritual para o físico, sem cortar a carne.
Quando observamos a codificação espírita, não encontramos referência doutrinária que possa nos dar algum indício de que as chamadas cirurgias espirituais (aquelas que cortam a carne) sejam uma prática espírita. Aos espiritistas, parece não haver dúvida de que sejam realizadas por espíritos, mas quem estuda detidamente o espiritismo não encontra suporte para considerá-las doutrinárias.
Não obstante isto, as cirurgias tentam mostrar que a vida se desenrola em outras esferas, muito além dos limites da nossa ciência. Elas sugerem a existência de um espírito incorporando o médium, uma entidade exterior com personalidade própria que executa a intervenção cirúrgica independente da vontade do médium, de seu conhecimento cirúrgico e da patologia a ser tratada. O espiritismo, por sua vez, ocupa-se da comunicação de entidades invisíveis, por isto não pode ficar fora de tais cirurgias sem dar a sua interpretação.
No que diz respeito à cura estritamente espiritual, esta tem características diferentes. Ela é praticada apenas no perispírito, sem intervenção direta na carne, e o benefício é obtido na medida em que o corpo físico (em teoria uma espécie de mata-borrão) absorve os fluidos que foram impregnados no molde espiritual. Aos poucos, por ação da mente, o indivíduo obtém a cura. Ela é vertida ao corpo por facilitação do espírito-médico e pela ação receptiva do paciente. Então se diz: “A fé remove montanhas!”. Sem a fé, a mente não se torna receptiva e a cura se faz difícil. Há que se ter em mente que o agente motor não é um Deus. Para obter a cura, o paciente deve querer com afinco e dela ser merecedor. Por isto se diz: “É preciso ter fé”.
A Ufologia, por sua vez, não é uma prática espírita, mas sua casuística intensa corrobora a Pluralidade dos Mundos Habitados postulada pela Doutrina Espírita. Foram os espíritos que comunicaram ao codificador Allan Kardec que no universo há uma infinidade de mundos habitados; neles, os espíritos encarnam para evoluir até atingirem a perfeição. E, por lógica, os habitantes desses orbes poderiam vir à Terra com seus engenhos de tecnologia desconhecida e acesso ao mundo das partículas. Embora insólito, não são poucas as testemunhas que confirmam este tipo de contato.
Se for assim, os alienígenas querem conhecer o nosso ambiente, os seres vivos e experimentar o que lhes for proveitoso. Neste contexto, considerando-se a capacidade necessária para qualquer civilização chegar à Terra, por certo seu conhecimento científico seria avançadíssimo. Na medicina, \”eles\” seriam capazes de realizar curas para nós inexplicáveis. E certas curas, tidas hoje como espirituais em razão da difícil identificação do agente motor (para nós oculto ou invisível), talvez sejam realizadas por seres especializados dessas civilizações enigmáticas. Em teoria, negar isto seria refutar o fenômeno UFO como extraterrestre ou como evento ultrafísico de uma dimensão diferente da nossa, conforme se observa nos testemunhos e nas obras especializadas de Ufologia, inclusive na de Virginia Aronson, em seu prestigioso livro Celestial healing: close encounters that cure [Cura médica por ETs, Rio de Janeiro, Educare Brasil, 2001].
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!